TATIANA LIMAMARCELO PINHO
ANÔNIMOS Enquanto a vacina não vem, os grupos de ajuda mútua são uma alternativa. Formado em 1935 nos Estados Unidos, os Alcoólicos Anônimos, segundo a própria entidade, têm cerca de 2 milhões de membros no mundo. Só na cidade de São Paulo, existem mais de 200 grupos. Além dos alcoólicos, há grupos para narcóticos, comedores compulsivos, dependentes de sexo, fumantes, entre outros. Neles as pessoas trocam experiências e encontram apoio de outras com os mesmos problemas. “O grupo funciona como uma segunda família”, diz o sociólogo Leonardo Mota, autor de um livro recém-publicado sobre o AA. As técnicas dos anônimos, no entanto, são alvo de críticas. O psicanalista e psiquiatra Maurício Gadben, que defendeu tese de doutorado sobre dependentes na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), critica os anônimos por só atacarem os sintomas da dependência.
RELIGIÃO Outro caminho para abandonar a dependência é a religião. Muitas delas oferecem tratamentos para diversos tipos de vício. A Igreja Católica, por exemplo, criou, em 1998, a Pastoral da Sobriedade. A entidade segue o modelo dos “12 Passos”, criados pelos Alcoólicos Anônimos. O professor de sociologia da USP Flávio Pierucci afirma que as religiões usam o tratamento para conquistar fiéis. “É o mesmo que converter presos em cadeias.” Coordenador da Pastoral da Sobriedade em São Paulo, d. Irineu Danelon admite a catequese na pastoral e é taxativo: “Não há recuperação sem evangelização”. Participante das reuniões da pastoral desde a fundação, Valmir, ex-dependente de cocaína, diz que só conseguiu abandonar as drogas com a religião. Algumas pessoas trocam uma compulsão por outra, tornando-se fanáticas por religião, segundo o psiquiatra Edmundo Maia, diretor de uma clínica que atende usuários
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Não há um caminho único para quem quer se livrar da dependência. A ajuda mútua dos grupos de anônimos, os divãs de psicoterapeutas, os remédios recomendados por psiquiatras e até os bancos das igrejas podem ajudar uma pessoa a se recuperar do vício. Para Jair Mari, professor de psiquiatria da Unifesp, que atende dependentes químicos, a depressão muitas vezes leva algumas pessoas a buscar as drogas. “Para esses casos, o auxílio de remédios e a psicoterapia podem solucionar o problema”, explica. Antidepressivos podem, ainda, funcionar como um substituto para a cocaína. Alguns deles contêm bupropiona, substância que, segundo Mari, produz efeitos semelhantes aos da cocaína. No entanto, o uso de remédios não é unanimidade entre médicos. O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, diretor da Uniad (Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas) da Unifesp, afirma que, “se esse uso fosse simples, o problema da droga já estaria resolvido”. Uma nova alternativa para o tratamento da dependência de cocaína poderá ser o uso de vacinas.
O psiquiatra Jairo Werner, coordenador do grupo de estudos sobre tratamento de alcoolismo da UFF (Universidade Federal Fluminense), diz que falta aos anônimos diagnóstico médico. “Muitos dos que procuram esses grupos precisam de auxílio especializado”, diz. Ainda assim, profissionais de saúde não questionam a validade dos anônimos. Ao contrário, recomendam aos seus pacientes que os frequentem. O psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, presidente do Grea, é um deles. E, no dizer de George Vailant, um dos maiores especialistas no mundo sobre o tema, os AAs são a melhor coisa para os alcoólicos. A psicóloga Maria Paula Oliveira, uma das fundadoras do Ambulatório do Jogo Patológico do Proad da Unifesp, diz que os anônimos tiram dos dependentes o sentimento de onipotência. Segundo ela, os dependentes costumam se considerar quase deuses. Nos grupos, eles precisam admitir que são incapazes de controlar seus impulsos e que um “poder superior” os orienta. Oliveira diz que esse “poder superior” pode não ser, necessariamente, Deus. Leonardo Mota concorda com a psicóloga. Para ele, os integrantes de grupos anônimos podem entendê-lo como quiserem.
DA EQUIPE DE TRAINEES (FOLHA ONLINE, 2004)
de drogas e outros compulsivos. D. Irineu Danelon admite que algumas pessoas exageram por falar demais sobre religião. “As pessoas devem agradar a Deus pelo estilo de vida que levam e não apenas pela palavra.” DIVÃ Enquanto nos anônimos e nas igrejas os dependentes contam experiências sem ser questionados, nos tratamentos psicoterápicos, eles falam de assuntos que nem sempre abordariam sem estímulo. “Nas terapias de grupo, todo mundo conversa, se questiona. O terapeuta sempre aponta questões”, afirma a psicóloga Maria Paula Oliveira. Há duas diferentes abordagens para o tratamento psicoterápico, segundo a ONU: a behaviorista e a psicodinâmica. Na primeira, o terapeuta acredita que o comportamento compulsivo decorre de falha no aprendizado. O paciente precisa aprender a se comportar de outra forma. Werner, da UFF, compara o aprendizado ao de línguas. “O dependente precisa aprender outra linguagem que não a das drogas.” A psicodinâmica aborda a questão do vício como reflexo de conflitos internos surgidos na infância e que precisam de solução. Eliseu Labigalini, psiquiatra do Proad, afirma que a terapia é longa e, às vezes, difícil, por obrigar o paciente a se questionar. INTERNAÇÕES Quando o dependente já tentou parar de várias formas e não conseguiu, a saída pode ser a internação, afirma José Galduróz, psiquiatra do Cebrid, da Unifesp. Ela, no entanto, não significa o fundo do poço. Segundo José Antônio Zago, psicólogo do Instituto Bairral (clínica psiquiátrica que tem 56 leitos destinados a dependentes), boa parte dos internos tem emprego e apoio da família. O jornalista Carlos, por exemplo, ainda trabalhava quando foi internado pela primeira vez em 2001. Só em 2004, por causa de uma recaída, perdeu o emprego. As clínicas combinam, em geral, o uso de remédios, com psicoterapia e terapia ocupacional. Algumas usam os 12 passos dos anônimos e o auxílio da religião. De todos os tratamentos, dizem os especialistas ouvidos, o melhor é aquele ao qual o dependente se adapta, que pode ser a simples vontade de parar ou todos juntos. z
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JORNALECO ARARANGUÁ, 10 DE JANEIRO DE 2013 • ANO 19 • Nº 411
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HÁ ANOS
Ano XV - n0 285 - 7 de dezembro de 1974 diretor WLADINIR LUZ redator ERNESTO GRECHI FILHO produção gráfica NEI Publicado nas oficinas da GRÁFICA ORION, de abril de 1960 a maio de 1975
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Tratamento: vale tudo para combater o vício
Em 18 de janeiro de 1927, foi inaugurado, no bairro Barranca, em Araranguá, o transporte de passageiros pela Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, desde Imbituba. O transporte de cargas iniciou-se em 1o de agosto do ano seguinte. Em 1969, o trem partiria pela última vez de Araranguá.
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE
ARARANGUÁ v i s i t e : w w w. a r a r a n g u a . n e t
Novo templo da Igreja Episcopal Na avenida 15 de Novembro, nesta cidade, deverá ser inaugurada no dia 29 do corrente, o novo templo da Paróquia Cristo Redentor, devendo comparecer como pregador e oficiante D. Arthur R. Kratz. Durante as solenidades, participarão coros de Praia Grande, Içara, Morro da Fumaça, Criciúma, Porto Alegre, Tubarão. O programa está assim distribuído: 9h00 - Cerimônia de inauguração e comunhão. 12h00 - Almoço (beneficente) na Escola Básica Castro Alves. 16h00 - Festival de coros no Araranguá Tênis Clube. RG 24/12/2012
Carro roubado Foi roubado, nesta cidade, o veículo Volkswagem, ano 1973, modelo 1500 (fuscão), cor amarela Texas, pertencente a Eloy João Cordeiro.
Bioquímico Everton Tournier Pela Universidade Federal de Santa Catarina, no dia 20 do corrente, foi diplomado em farmácia e bioquímica, o formando Everton Hamilton Krás Tournier, residente nesta cidade.
O ônibus do FUNRURAL Dia 5 próximo passado, o prefeito Lino Jovelino Costa recebeu do diretor regional do FUNRURAL, sr. Augusto E. Parcias, a doação de um ônibus, ano 1973, equipado com um ambulatório médico e gabinete odontológico completos, no valor de Cr$ 140.639,24, mais uma camionete de carga, ano 1974, que custou Cr$ 47.460,00, e um gerador de 20kva, 220v, motor Volkswagen, no valor de Cr$ 32.211,00, num total de Cr$ 220.364,24. Assim, fica Araranguá privilegiada no plano de saúde, ainda mais que o médico Edgar Serrano e o cirurgião-dentista Pedro Paulo Mendes estarão prestando serviços neste ambulatório circulante. (Altair Acorde)
O ‘homem do ano’ Cumprimentamos e fizemos questão de destacar o laborioso, dispendioso, caprichoso, custoso trabalho do coleguinha “Graxaim” que, vitoriosamente, honrosamente, dedicadamente e, finalmente, poderia ser chamado “o homem do ano”. Explico: imprimir, fazer circular e manter um jornal em cidade de interior, só mesmo um aquariano como Ernesto Grechi Filho. (Osmar Nunes)
“As raízes da Igreja Anglicana estão na primitiva igreja cristã surgida na Inglaterra desde os tempos dos Pais da Igreja. Foram eles que disseminaram a mensagem do evangelho aos mais diferentes e longínquos lugares do mundo. Um desses lugares foram as Ilhas Britânicas, onde o Cristianismo chegou por volta do final do segundo e início do terceiro séculos da era cristã. Ali se desenvolveu de maneira local e independente (a chamada Igreja Celta). Durante toda a Idade Média a Igreja Inglesa estava submetida à Igreja Romana. A Inglaterra, como os demais países da Europa, fazia parte e dava sustento ao sistema papal vigente, contudo devido à distância que a separava de Roma, desenvolveuse desde muito cedo uma Igreja com características estatais e nacionalistas. A Igreja na Inglaterra sempre reclamou a sua independência histórica e a sua relação com o papado sempre foi conflituosa. Henrique VIII apenas separou a igreja autônoma que lá existia da tutela de Roma. O Anglicanismo é caracterizado por sua flexibilidade teológica. Por ser uma igreja não-confessional, é permitido aos anglicanos discordar em assuntos nãoessenciais de nossa fé. Também não possuímos um teólogo de vulto, ou grande reformador, centrado no qual traçamos nossa teologia. Pelo contrário, lançamos mão do que escreveram grandes homens e mulheres cristãos, não necessariamente anglicanos, ao longo da história da Igreja.” (www.ieab.org.br) As mulheres podem ser ordenadas nas mesmas condições que os homens para todas as ordens sacras: diaconato, presbiterato e episcopado. Ministros ordenados podem casar e ter filhos. A condição sexual de cada um é aceita e respeitada. A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil está presente em Araranguá desde 1950. Os primeiros cultos aconteceram no templo da Igreja Luterana, na Itopaba, formando a comunidade anglicana pioneira em Araranguá, que resultaria na formação da Paróquia Cristo Redentor, no local onde permanece até hoje. O atual pároco, desde o início de 2009, é o reverendo Paulo Roberto da Costa Duarte, natural de Santana do Livramento-RS. Neste ano, ele completará 21 anos de ministério ordenado. Em novembro passado, o padre Enrique Illarze, pároco em Araranguá de 1992 a 1998, foi homenageado pela paróquia no culto dominical. Atualmente, Frei Enrique reside e trabalha em Porto Alegre.
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10/01/2013 • ANO 19 • Nº 411 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS
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