Jornaleco 426 15 ago 2013

10 Sábado

09h00

12 Segunda

14h00 15h00 20h00 19h00

14 Quarta 15h00 15h30 16h00 16h30 17h00 19h00 20h00

16 Sexta

17/18 Sáb./dom.

21 Quarta 9h00 22 Quinta 9h00 14h00 19h00 23 Sexta 19h00 24 Sábado 13h00 25 Domingo 20h00 26 Segunda 19h00 30 Sexta 20h00 31 Sábado 20h00

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JORNALECO jPANFLETO CULTURAL

15/08/2013 • ANO 20 • Nº 426 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

JORNALECO

APOIO CULTURAL

14h00 19h30

Expofeira Regional Agricultura Familiar Apresentações culturais Apresentações culturais ABERTURA OFICIAL Festival Cultura Urbana – Hip Hop Dance Expofeira Regional Agricultura Familiar Show com valores da terra (músicos sertanejos) Teatro: “O Enfermeiro” Atividades culturais Teatro: “Celas” (para maiores de 18 anos) ABERTURA I FESTA DA CULTURA AÇORIANA Seminário sobre a Cultura Açoriana em Araranguá CIRCUITO DE BOI DE MAMÃO Boi de Mamão da APAE Boi de Mamão do Balneário Arroio do Silva Boi de Mamão da EEB Otávio Manoel Anastácio Boi de Mamão da EEB Pe. Antonio Luiz Dias Todos Apresentação do filme “Somos Todos Ilhas” 1º ENCONTRO DE FOLIA DOS REIS Cantores do Menino Deus / Maranata / Terno de Reis de Ilhas / Terno de Reis Maracajá / Terno de Reis Sombrio FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO Abraço à APAE Dia do Folclore Dia do Folclore II Noite das Diferenças VII Festival de Dança Criança Dança e Encanta Encontro Infanto-Juvenil de Corais Encontro Musical – Naguel e convidados ANIVERSÁRIO DO MUSEU – Exposição Herança Açoriana Festival Regional de Corais Festival Nacional de Corais

Araranguá localiza-se à latitude 28º56’05" Sul e à longitude 49º29’09" Oeste. O município fica a 13 metros acima do nível do mar. Segundo o IBGE, sua área é de 304 km²; em 2012, sua população foi estimada em 62.308 habitantes. Seu atual prefeito é Sandro Maciel, e o vice-prefeito é Rodrigo Turatti.

VISITE: WWW.ARARANGUA.NET

ARARANGUÁ, 15 DE AGOSTO DE 2013 • ANO 20 • Nº 426

ARARANGUÁ GOVERNO DO MUNICÍPIO

Agora tem mais uma...

UM CAUSO NO HOSPITAL DO DR. ÂNGELO por Cláudio Gomes CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

Anterior a implantação do Hospital Regional, Araranguá já contou com dois outros hospitais. O mais conhecido e antigo é o Hospital Bom Pastor, localizado na rua Coronel Apolinário Pereira, e o outro era conhecido como o Hospital do Dr. Ângelo, localizado no bairro Cidade Alta, às margens da estrada estadual Araranguá-Meleiro.

O Bom Pastor, como sabemos, hoje é público e municipal, mas teve seu início e foi administrado por iniciativa particular. A atual Unidade de Saúde Pública Bom Pastor teve, como nome de batismo, Hospital do Bom Pastor, e foi fundado em maio de 1928. Foi administrado, também, por freiras da congregação de Santa Catarina. Posteriormente, na década de 1970, foi assumido, definitivamente, pela Prefeitura Municipal, que o administra até os dias atuais.

Já o Hospital do Dr. Ângelo, como seu nome indica, era (porque já fechou as suas portas) particular e pertencia ao médico Dr. Ângelo Rosa Lucion.

O médico gaúcho fixou residência em nossa cidade por um longo período. Prestou relevantes serviços para o povo de toda nossa região durante sua estada entre nós. O hospital por ele construído prestou significativo serviço de saúde, atendendo especialmente a doentes psiquiátricos. Funcionou até a década de 1980.

Este caso ou causo se deu por conta de uma plantação de melancias feita no aproveitamento de uma área ampla do terreno no fundo deste hospital.

RICARDO GRECHI

10h00

APOIO CULTURAL

9 Sexta

APOIO CULTURAL

Programação do AgostoCultural 2013 e da I Festa da Cultura Açoriana de Araranguá

Aspecto das instalações do antigo hospital atualmente. Pátio com gramado, jardim e pomar muito bem cuidados e árvores magníficas Além da plantação de melancias, até então, o terreno era ocupado com outras culturas que davam suporte à cozinha da casa de saúde.

Até aquele momento, nenhuma plantação de frutas ou vegetais tinha chamado a atenção dos amigos do alheio, mas a de melancia despertou logo a cobiça da turma “que era de morte”.

A turma, que esteve de vigília deste a plantação, logo que os primeiros frutos chegaram ao tamanho apropriado, parecendo estar maduros e no ponto de colheita, partiu para o ataque.

Iniciou-se então a “desapropriação” em benefício da mitigação da sede dos integrantes da referida turma da Cidade Alta.

Com o passar do tempo, o pessoal da casa de saúde concluiu que as melancias estavam sumindo mais rápido do quintal do que o consumo normal da casa. Notificaram o Dr. Ângelo, que confirmou o desaparecimento de suas frutas.

Ainda no local e seguindo a lógica da casa de saúde, tomou uma resolução,

pretendendo inibir que larápios desconhecidos se apoderassem de suas melancias.

Mandou pintar uma placa, que foi fixada na plantação. Na placa mandou escrever a seguinte frase:

NESTA PLANTAÇÃO TEM UMA MELANCIA ENVENENADA! Na primeira oportunidade que a turma teve, depois de ler a placa, aprontou uma resposta à altura e seguindo a mesma lógica.

Mandaram confeccionar outra placa, com outra advertência e que também foi afixada na plantação, com os dizeres:

AGORA TEM MAIS UMA! O povo conta que ninguém mais saboreou as melancias do Dr. Ângelo e a plantação teve de ser erradicada para o bem geral dos cidadãos e dos pacientes.

Do Araránguario: A turma que é de morte: turma (grupo de rapazes) sacana, aprontadora, brincalhona.

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O antigo hospital RG

Aimberê Araken Machado

BUDA

Natal, Potiguar, Brasil

Veste seu olhar

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A influência dos americanos foi notável e ficou para sempre, desde o inglês “boy” – empregado ainda hoje pelos potiguares – até algumas fantasias como a palavra FORRÓ (cuja origem não é do inglês FOR ALL, como dizem por lá com pretensões de seriedade. Este equívoco foi revelado pelo excelente dicionário “A Casa da Mãe Joana”).

Nada, porém, tem o poder de

Brasileiros.

A NOTÍCIA BOA E A NOTÍCIA RUIM O MÉDICO chega para o paciente: – Eu tenho duas notícias pra te dar, uma boa e outra ruim...

– Qual é a ruim?

– Vamos ter que amputar as tuas duas pernas.

– Ai, meu Deus! E qual é a boa?

– Tem um enfermeiro do turno da noite interessado em comprar os teus sapatos!

LEONARDO BOFF

FLORBELA ESPANCA POETA PORTUGUESA (Vila Viçosa, 1894 - Matosinhos, 1930)

l l l l l l l l llllllllll VAIDADE Sonho que sou a Poetisa eleita, Aquela que diz tudo e tudo sabe, Que tem a inspiração pura e perfeita, Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade Para encher todo o mundo! E que deleita Mesmo aqueles que morrem de saudade!

Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...

Aquela de saber vasto e profundo, Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando, E quando mais no alto ando voando, Acordo do meu sonho... E não sou nada!...

EU Eu sou a que no mundo anda perdida, Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do Sonho, e desta sorte Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...

Sou a que chamam triste sem o ser...

Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou!

(http://leonardoboff.com)

Em Sonetos, Bertrand, Portugal, 1978

YO SE 10 COSAS SOBRE TI APRENDENDO UM POUCO DE ESPANHOL BRINCANDO

1. Estás leyendo esto. 2. Eres humano. 3. No puedes decir la letra “P” sin separar los labios. 4. Acabas de intentarlo.

6. Sigues leyendo. 7. Te estás riendo de ti.

8. Estabas tan ocupado leyendo que te saltaste el numero 5.

9. Revisaste si había un 5. 10. Acabas de reír.

O GENERAL chega para os três sósias de Sadan: – Tenho duas notícias pra vocês: uma boa e uma ruim... A boa é que Sadan está vivo e vocês vão manter o emprego; a ruim é que ele perdeu um braço...

Rua Caetano Lummertz, 97 Centro Araranguá

Se existe algo como instrução em filosofia, só pode ser instrução para fazer a pessoa pensar por si mesma. LEONARD NELSON

uplemento

Leonardo Boff nasceu em Concórdia-SC, em 14 de dezembro de 1938, onde fez seus estudos primários e secundários. É neto de imigrantes italianos da região do Veneto, vindos para o Rio Grande do Sul no final do século XIX. Cursou Filosofia em Curitiba-PR e Teologia em Petrópolis-RJ. Doutorou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique-Alemanha, em 1970.

Professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no exterior, além de professorvisitante nas universidades de Lisboa (Portugal), Salamanca (Espanha), Harvard (EUA), Basel (Suíça) e Heidelberg (Alemanha). É doutor honoris causa em Política pela Universidade de Turim (Itália) e em Teologia pela Universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta em favor dos fracos, dos oprimidos e marginalizados e dos Direitos Humanos.

Em 1984, em razão de suas teses ligadas à Teologia da Libertação, apresentadas no livro “Igreja: Carisma e Poder”, foi submetido a um processo pela Sagrada Congregação para a Defesa da Fé, ex-Santo Ofício, no Vaticano. Em 1985, foi condenado a um ano de “silêncio obsequioso” e deposto de todas as suas funções editoriais e de magistério no campo religioso. Dada a pressão mundial sobre o Vaticano, a pena foi suspensa em 1986, podendo retomar algumas de suas atividades.

Em 1992, sendo de novo ameaçado com uma segunda punição pelas autoridades de Roma, renunciou às suas atividades de padre e se autopromoveu ao estado leigo. “Mudou de trincheira para continuar a mesma luta”: continua como teólogo da libertação, escritor, professor e conferencista nos mais diferentes auditórios do Brasil e do estrangeiro, assessor de movimentos sociais de cunho popular libertador, como o Movimento dos Sem Terra e as comunidades eclesiais de base (CEBs), entre outros.

Em 8 de dezembro de 2001 foi agraciado com o Prêmio Nobel Alternativo, em Estocolmo (Right Livelihood Award). É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida para os principais idiomas modernos.

A temporada de calor se foi. Já estamos em Floripa, neste sábado frio (27 de julho). O sonho acabou.

Tal como o Natal, apenas uma ilusão. Pena.

A vida através do vídeo.

A BANDA AGENCIASINDICAL.COM.BR

diminuir o encanto da capital do Rio Grande do Norte (fundada, justamente, no dia de Natal de 1599, daí o nome da cidade que possui o melhor clima do Brasil – oscilando entre 25 e 28 graus centígrados o ano inteiro, com deliciosos ventos purificadores).

O Forte dos Reis Magos, que eu e a Joana visitamos, serviu de valioso auxílio para a expulsão dos holandeses, no século XVII: Felipe Camarão, o herói índio, nasceu em Natal. Muitos holandeses morreram, neste Forte, escaldados por azeite fervente que os portugueses derramavam lá de cima...

Modernamente, a ponte estaiada Severo, sobre o lindo rio Potengi, é o principal ícone da cidade.

A natureza foi generosa, também: dunas espalham-se por toda parte, cobertas por densa vegetação verde-escuro.

Fomos à praia de Genipabú, de “boogie”! O bom disso é que eu, mesmo com medo – nos meus quase 74 anos –, acabei me comportando com certa ousadia (segundo o testemunho insuspeito da Joana...). Apanhamos bastante chuva pela cara, e pensei que ficaríamos gripados. Nada aconteceu, porém. O velhinho continua resistente e saudável.

JORNALECO 426 15/08/2013

Por volta de 1997, o Alexandre Rocha me convidou para fazermos uma excursão ao extinto Hospital do Dr. Ângelo. O Alex havia conseguido autorização com alguém do lugar. Eu tinha estado lá só uma vez, quando garoto, com minha mãe, visitando meu avô Pedro Gomes, que estava internado.

Mas nos anos 90 o hospital já estava fechado.

Fomos recebidos por um zelador muito prestativo.

Caminhamos nos corredores, quartos, salas médicas, alas, enfim, pelas diversas repartições que formam uma espécie de labirinto desses lugares (talvez minha memória tenha expandido um pouco o panorama, mas foi o que vi e a impressão que ficou).

Assim como estava, inativo e vazio, formava um cenário impressionante, surreal. Móveis fora de lugar, aqui e ali, inutilizados, alquebrados e envelhecidos pelo abandono. Restos de antigos aparelhos médicos, utensílios esquecidos, frascos. Poeira, teia de aranha, papéis espalhados, janelas sujas. Todos os elementos próprios de uma instalação específica e desativada que vive pacientemente seu destino; enquanto, assim como estava, concreto e palpável, mantinha os resquícios da sua história viva para a comunidade que o conheceu. Ao mesmo tempo, anonimamente, seria um cenário perfeito para um filme... Isso no tempo da nossa visita, em se tratando do prédio baixo, que era o hospital propriamente dito, e quando ninguém residia na propriedade.

Não me lembro se fotografamos. Mas na época eu comentei aqui no Jornaleco a curiosa expedição, e depois recebi um telefonema de alguém furioso, não contra nós, mas contra outras pessoas, acho que da municipalidade, por algum mal-entendido.

Lendo o novo causo do Cláudio Gomes (“Agora tem mais uma...”), lembrei-me dessas coisas. No domingo, dia 11, eu e o Nilsinho Nunes fomos lá dar uma olhada de fora. Ainda é um belo patrimônio, as instalações remanescentes do antigo hospital. z

APOIO CULTURAL

Portão principal anuncia um arvoredo exuberante

Pois é, minha gente. Voltamos de Natal com a sensação gostosa de estarmos, ainda, brunidos pelo sol generoso do bravo Nordeste.

Não se trata, aqui, de retórica fácil, mas de uma verdade verdadeira: Natal é, mesmo, uma cidade diferente. Plantada, não por acaso, na esquina do Brasil, serviu como “Trampolim da Vitória” na Segunda Guerra Mundial. Ali os ianques instalaram uma base aérea com VINTE MIL homens e mandaram bala em cima do execrável nazi-fascismo de Hitler e Mussolini. Devido à situação estratégica, a capital dos potiguares (nome dos índios insubmissos que a habitaram primeiro) ajudou, bastante, na derrocada do Führer e seus sequazes.

Vargas, ditador, sim, mas esclarecido e esperto, cedeu nosso território aos gringos, porém exigiu em troca a usina de aço da CSN, em Volta Redonda (RJ).

Estávamos, assim, obtendo nosso alicerce para a industrialização futura.

S S

O carpinteiro molda a madeira; os arqueiros moldam flechas; o sábio molda a si mesmo.

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O caso duma mulher que não guardava segredo e de seu marido que encontrou uma panela com ouro

HAVIA UMA mulher que não podia guardar segredo. Tudo o que sabia, tinha de contar.

Um dia, o marido pescador arrendou uma terra do vizinho. Aí deu com uma panela cheia de ouro. “E agora? Como é que eu vou contar pra mulher, se ela logo espalha a notícia?”

Matutou, matutou e preparou a coisa assim: pegou um penico e encheu de bosta.

Passou um pouco da bosta na cerca e amarrou a porteira com salame. De baixo da arapuca havia um tatu. Foi lá, tirou, levou pro rio. Tirou o espinhel com um baita de um bagre fisgado. Trocou pelo tatu e foi colocar o bagre debaixo da arapuca. Aí voltou pra casa e convidou a mulher: — Vamo vê a arapuca... Quem sabe pegamo arguma coisa pra cumê dinoite!

Foram de carroça, a mulher sentou atrás.

De vez em quando, o homem passava um

galho no penico e, sem que a mulher visse, sacudia por cima dela.

— Ai, homi! Tá chovendo bosta!

— Pra ti vê, mulhé! É o fim do mundo!

Adiante, a mulher foi abrir a porteira.

— Marido! A porteira tá amarrada com salame! É o fim do mundo, mesmo!

Debaixo da arapuca encontraram o bagre, no espinhel veio o tatu. A mulher não se continha de admiração.

Vieram embora.

Passando em frente à venda do compadre que tinha arrendado a terra pra eles, o homem parou pra ver uma briga.

— Que foi, marido?

— É o teu compadre que robô...

A mulher guardou aquilo na cabeça.

Chegando em casa, contou pra mulher que tinha encontrado a panela com ouro.

— Mas tu não conta pra ninguém!

— Que bom, marido, que bom!

O marido foi levar o cavalo pro pasto.

Ela já correu e contou pra vizinha sobre o ouro. Essa foi direto ao dono da venda.

Quando o marido voltou, o compadre já esbravejava que o que se encontra na terra dele é dele e que tinham de dar conta.

Tenho os meus motivos para não gostar do inverno. Por exemplo, estar neste exato momento com quilos de cobertores sobre as minhas pernas, enquanto as minhas mãos congeladas dançam sobre o teclado tentando, em vão, se aquecer.

Ter de sair, corajosamente, de baixo das cobertas diretamente para o frio das sete da manhã e vestir camadas e mais camadas de tecido, até o meu corpo virar um caroço imóvel, mas quente. Ver minhas mãos duras e murchas, após lavar a pilha de louça com a água que sai, naturalmente, refrigerada da torneira e ter as mangas do casaco de lã encharcadas. Ter de tomar banho em água escaldante e depois tiritar de frio ao me secar no meu banheiro que parece estar localizado em algum bairro do Polo Norte. Deslizar o creme frio sobre minhas canelas ressecadas e esbranquiçadas e depois vestir pijama, roupão, polaina, pantufa e me sentir o próprio palhaço Bozo, só que na frente da TV. Tenho atenuantes físicos que embasam a minha ojeriza pelo inverno: pés e bumbum gelados que me tornam tão irritada quanto em surto de TPM; lábios craquelados; nariz com goteira; amígdalas em constante manifestação conflituosa.

Enfim, preencheria facilmente várias folhas A4 com justificativas que me fazem desejar ardentemente regressar ao outono, mas de nada adiantaria. Para chegar aos jardins floridos da primavera é preciso passar pelos dias cinzas do inverno.

Gosto de brincar, assim, de coisas e vida, pessoas e estações, e comparo este período gelado, o qual sou obrigada a transcorrer, com as pessoas, igualmente escuras e frias com as quais preciso conviver.

Confesso que preferiria comandar esta brincadeira de gente.

Gostaria de, com dedo em riste,

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Calçadão, ao lado da ex-Caixa

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JORNALECO 426 15/08/2013

CASA

TAPETES E DECORAÇÕES

JORNALECO 426 15/08/2013

NOVA CASA NOVA

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O 7 de setembro. Sent. relógio: 1969, na Getúlio Vargas; 1954, no encontro da Pe. Antonio Luiz Dias com a Praça Hercílio Luz; 1956, na Getúlio (fotos de Salvador); c. 1974, em frente à Igreja Matriz, alunos da EB Castro Alves.

Marco Aurélio Massoterapeuta

Sobre o que estávamos falando mesmo?

Seres invernais

Aí o marido falou: — Compadre, minha mulhé não tá certa! Anda dizendo coisa... — e chamou a mulher. — Mulhé, conta o que aconteceu hoje ditarde!

— Pois olha, compadre. Quando saímo daqui, começou a chovê bosta...

— Tá vendo, compadre?

— E tem mais: a porteira tava amarrada com salame! Quando fumo vê a arapuca, tinha um bagre dibaxo! E quando fomo vê o espinhel, puxamo um tatu!

— Tá vendo, compadre! Eu disse: minha mulhé não tá certa! Mas conta mais, mulhé, conta!

— Pois é, quando passamo na frente da venda do compadre, vimo a briga, que era por que o compadre tinha robado...

Quando ouviu aquilo, o compadre deu uma bofetada na mulher.

Todo mundo se convenceu de que a mulher não estava boa da cuca. Ninguém mais falou do tesouro que o seu marido tinha descoberto.

Mas a coisa não acabou ali: o compadre teve que pagar sessenta mil réis pra mulher, pra reparar a bofetada. z

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DROGARIA

Marista DISK ENTREGA

por Brian Oliveira Lancaster *

apontar para alguns narizes imponentes e dizer em alto, forte, mas em educado tom: “Você tá fora! Não brinca mais comigo”.

Lógico que já fiz isto, mas não antes de ter sentido todos os efeitos colaterais da frieza impiedosa que emana do coração de alguns seres que se dizem humanos. Aliás, não existe nada que congele mais os sentimentos, até quebrá-los irreparavelmente, do que atitudes humanas de quem consegue ser mais árido do que o próprio inverno.

De tanto brincar de coisas e pessoas, estações e vida, descobri que o mundo está cheio de gente congelante, as quais é preciso ter muita coragem para encarar, seja às sete da manhã, seja ao meio-dia. Pouco importa em que altura esteja o sol, elas simplesmente esfriarão até a última fagulha de calor que existe em você.

Pessoas que com a frieza de suas palavras conseguem fazer tremer embaixo de um sol de quarenta graus.

Existem pessoas, das quais se precisa proteger, que tentarão de todas as formas transformar você num caroço imóvel, embora quente. Pessoas que, pela insensibilidade, farão você murchar e se sentir o próprio palhaço Bozo na frente do espelho.

Tenho atenuantes físicos que justificam meu pavor por estes seres invernais: pés, bumbum, e todo o resto do corpo em que meu sangue passeia, congelados; lábios mordidos; nariz arfante; amígdalas inchadas pela vontade de mandar o tipinho gélido para o quinto dos infernos, que é para derreter de vez.

Escreveria um livro inteiro com motivos que me fazem querer desviar o meu caminho das pessoas escuras e frias, mas de nada adiantaria. Para colher a flor no alto da montanha é preciso galgar as pedras que ficam embaixo.

Infeliz ou felizmente, como as estações, existem pessoas que transformam coisas em nossas vidas e outras fazem das nossas vidas uma coisa.

Cabe a nós conseguir passar por todas elas sem perder a sensibilidade de ser feliz na primavera.

Há 26 anos servindo a cidade inverno e verão

Balneário Arroio do Silva

Matriz: 3526-1339 - Filial: 3526-1112

APOIO CULTURAL

MARIA CUSTÓDIA VIEIRA, aos 82 anos em 1986 e moradora do Morro Agudo, conta o caso ao padre João Dall’Alba, que depois redigiria o texto para publicação no livro Histórias do Grande Araranguá (Orion Editora, 1997)

Léia Batista

MICROCONTO

leia@contato.net nasala-deespera.blogspot.com

O relógio antigo marcou meio-dia. Suas badaladas foram ouvidas através da sala de experimentos científicos. Fato insignificante que, por algum motivo obscuro, chamou sua atenção.

– Dizem que os buracos negros são portais para outras dimensões e podem até bagunçar o contínuo espaço e tempo.

– Uma máquina do tempo? Pena que ninguém consegue provar essa teoria.

– E quem disse que não podemos provar?

Talvez já tenhamos provado e nem sabemos.

– Seria possível?

– Claro. Se alterássemos o passado, seria criada uma nova linha temporal. Essa nossa conversa futura poderia não acontecer e não lembraríamos absolutamente nada. A história sempre dá um jeito de se corrigir. O que me leva a crer que já a provamos, de alguma forma.

O relógio antigo marcou meio-dia. Suas badaladas foram ouvidas através da sala de experimentos científicos. Fato insignificante que, por algum motivo obscuro, chamou sua atenção.

– Sobre o que estávamos falando mesmo?

– Dizem que os buracos negros são portais para outras dimensões e podem até bagunçar o contínuo espaço e tempo... (*) Pseudônimo pelo qual Victor Oliveira de Faria é conhecido no Recanto das Letras e em outros sites

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o é t i c a

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r a r a n g u a e n s e

ARLETE ZANERIPPE PRIORIZAÇÃO Quanta inércia em viventes Nada têm de ato angelical São omissos andam errantes Num planeta doente terminal De sentimentos desprovidos Mistificam seu mapa corporal Escrevem cegos enlouquecidos Condenam a si mesmo seu final Na sua apagada e morta esfera Inocentes praticantes a escória Morrerão vazios numa espera De longa inútil breve trajetória

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A CRÔNICA DA CIDADE F AR AR ANGUÁ F ANOS 1960

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Realizou-se nos feiosos salões do Fronteira Clube, na noite de 24 do mês p. findo [abril de 1960], um melancólico baile, abrilhantado pela

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não menos melancólica orquestra paraguaia “Alberto Evans”.

O redator do Correio de Araranguá, improvisando-se em mau repórter, procurou entrevistar o presidente do Fronteira Clube a respeito da realização do citado baile. E desta entrevista resultou o seguinte diálogo: Repórter: Qual a impressão do Sr. Presidente sobre o baile?

Presidente: Péssima.

Repórter: E da orquestra, misto de tupi-guarani-paraguaia?

Presidente: Pavorosa.

Repórter: E da elite social da cidade, com respeito a presença, animação, entusiasmo?

Presidente: Horrível.

Péssima, pavorosa, horrível: eis os termos secos e curtos que serviram de resposta às perguntas feitas. Ao notar que o presidente do F.C. não estava lá muito de boa veia, o repórter tratou de se despedir. Mas, segundo observações, o baile em foco esteve mesmo ruinzinho. A orquestra começou a tocar lá pela volta das 23h30. Convém frisar que o conjunto não era tão mau assim. Mas, como ia falando, até aquela hora nenhum par tinha se manifestado. Continuaram a música até as 24 horas.

Os paraguaios já estavam desconfiados. Talvez fizessem perguntas íntimas assim: “Ué, será que baile aqui para essa gente é assim mesmo?” E teriam razão. Se não, vejamos o panorama geral. Nas mesas, em profundo silêncio, um olhava para a cara do outro: a moçada solteira, como nos bailes de 1930, amontoada no balcão do bar. Bebericavam baratas cachacinhas, a fim de subir com elas para a cabeça a coragem

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“Para tudo há uma estação, e um tempo para todo propósito sob os céus.” ECLESIÁSTICO

1. Limão, laranja, caju e acerola são ricas em vitamina C, que fortalece os vasos sanguíneos capilares e exerce uma ação antioxidante sobre a pele, evitando o aumento de radicais livres que favorecem o envelhecimento.

2. Auxiliam na formação do colágeno e no clareamento de manchas na pele.

3. Fortalecem o sistema imunológico, pois são fontes de vitamina C, que aumenta a defesa do organismo.

4. A eficácia do suco de caju supera a de outras frutas, porque seu teor de vitamina C é maior do que o de qualquer outra.

5. Um caju por dia supre a necessidade de vitamina C do corpo. O caju amarelo tem 220 mg de vitamina C, já o caju vermelho, 275 mg.

A nutricionista Regina Stikan ensina truques infalíveis para a criança comer bem. Aprenda e coloque em prática: 1. Deixe a criança participar das tarefas mais simples na cozinha, assim você mostra a ela a importância de cada legume ou verdura.

2. Incentive seu filho a experimentar diversos tipos de alimento.

3. Faça pratos decorados para divertir e despertar o interesse da criança pela comida.

4. Evite discussões, mantenha sempre o ambiente calmo.

5. Desligue a televisão e o computador, porque assim a criança pode se alimentar em um ambiente agradável e sem distrações.

6. Não ofereça líquidos durante a refeição, pois as crianças muitas vezes tomam o suco e ficam sem apetite.

7. Mantenha horários fixos para cada refeição e evite o “belisco” próximo ao horário definido.

8. Separe os utensílios da criança para que estejam em perfeito estado, facilitando o manuseio.

9. Nunca grite ou ameace, caso a criança derrube sem querer os alimentos. Isso é parte do desenvolvimento motor.

10. Ensine os pequenos a mastigar os alimentos bem e com calma, para facilitar a digestão.

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11. Tenha cuidado com produtos industrializados, pois alguns são carregados de temperos e conservantes, anulando o sabor real dos alimentos.

12. Nada de recompensar o tempo escasso dos pais com balas, chicletes ou premiações alimentares.

5 VERDADES SOBRE O PÃO FRANCÊS Ele é muito famoso e sempre está presente nas mesas de café da manhã, mas será que você sabe tudo a respeito dele? Confira 5 verdades sobre o pão francês: 1. É energético e combustível para o cérebro, devido à glicose.

2. Pode-se comer um pão francês por dia, no café da manhã, pois essa quantidade não faz engordar. O que provoca o aumento de peso são os recheios que se coloca no pão, como uma fatia de presunto. Prefira os menos gordurosos, como queijo branco e peito de peru light.

3. Suas calorias são semelhantes às do pão integral. A diferença é que o integral é rico em fibras, o que ajuda no funcionamento do intestino e no controle do colesterol e glicose.

4. É um alimento de fácil digestão.

5. O pão francês é um alimento natural, pois é preparado sem o uso de conservantes.

Anos 1960. Festa do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Procissão vindo da av. Getúlio Vargas para a Praça Hercílio Luz. Fotografia de José Genaro Salvador.

FOTOLegenda

Na falta de foto do funesto baile, ilustramos a crônica com a foto de um baile dos bons da época, com rainha e tudo (JORNALECO)

de tirar uma moça para dançar. Mais tarde, os dançarinos se animaram. Mas foi como fogo de palha. E numa monotonia irritante, o baile morreu nos braços da madrugada. u Em época a ser fixada, apresentação do maior conjunto para dançar da atualidade em nosso país: “Walmir Calmon”. u No dia da chuvarada que descambou sobre a cidade, a sede do F.C. ficou completamente alagada. Alguém observou: “Mudaremos de nome, o nosso clube passará a se chamar Fronteira Náutico Clube”.

CORREIO DE ARARANGUÁ, N0 2, 8/MAIO/1960

Anos 1970. Festinha no Colégio Madre Regina. Agach.: Estevo do Panelão e Maguila. De pé: Orlando, ..., José Souza (contador), Eraldo do Caverá, Alemão (motorista da Prefeitura) e Carlos da fábrica de bolsas.

(Revista VivaSaúde)

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

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JORNALECO 426 15/08/2013

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