Festejos de Momo
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Carnaval fraco, em Araranguá. Praias super lotadas. Cidade vazia. Assim mesmo o Grêmio Fronteira (balança mais não cai), contrariando as previsões negativas, foi o que apresentou os melhores bailes. Ambiente seleto. A elite araranguaense, em grande parte, prestigiou o tradicional clube com a SALVADOR sua presença. Na praia do Arroio do Silva funcionaram as boates Recreio dos Navegantes, apresentando reuniões abaixo da crítica, e Mar Velho, que também não aprovou. Salões pequenos para carnavais. Morro dos Conventos, Moças fantasiadas para o carnaval com suas pis- de 1955, no salão do Fronteira Clube tas instaladas à beira da piscina do Edifício Erechim, longe ficou de proporcionar um carnaval animado. Uma festa em família, apenas. O resto, tudo frio. Blocos, cordões, ranchos, nada prestou. Batuque de latas, apitos esparsos acusavam a presença minguada do pobre Momo deste ano. Precisamos de mais animação para os anos seguintes. Talvez mesmo no próximo carnaval poderemos contar com mais dois clubes de elite. O Araranguá Tênis Clube e o Yate Clube dos Conventos. (...) Havendo incentivo, há carnaval. Fronteira Clube, mais uma vez, salvou o já quase fracassado carnaval de Araranguá.
Mochileiros camaradas Se tivesse de responder por que crer em anjos, eu responderia “e por que não crer?”. A vida é pesada para todo mundo. Independente de que se ande de bicicleta ou de jatinho, carregá-la exige muita força e disposição, então, alguém aqui é louco de dispensar um bom par de asas? Tenho meus anjos. Falo no plural, pois desconfio que no auxílio dos escritores e artistas, papai do céu deva ter enviado logo dois de uma vez. Haja asas para quem escolhe sobreviver de lirismo neste mundo! Falo com eles diariamente, mas não sigo a tradição de fazer isto antes de dormir. Anos e anos de dias estafantes me ensinaram que, na maioria das vezes, mergulho no sono assim que a minha cabeça afunda no travesseiro. O que acaba invalidando o ritual noturno. Entre falas desconexas que misturam preces de agradecimento com as cenas tórridas da inapagável interpretação de Ben Affleck no filme que acabo de assistir, opto pelas conversas angelicais na sobriedade do dia. Para aqueles que recriminam os relacionamentos íntimos com a divindade, garanto que não há nada mais salutar de se manter. Invariavelmente você poderá falar do que quiser, como quiser, pelo tempo que desejar, sem réplicas inconvenientes que lhe fazem perder o fio da meada, a paciência e a razão. Falar com os anjos é lançar os queixumes na atmosfera esperando que caiam bem longe de você. Claro que não haverá uma resposta efetiva avisando que seu recado foi entendido e os seus problemas acabaram de explodir no fundo do Oceano Pacífico, CÂMBIO. Mas se você sabe que seres desta hierarquia não são dados a trambique, acaba acreditando que suas aflições, certamente, foram comidas pelos tubarões. Por que você acha que eles são tão estressadinhos? Posso delinear anjos de asas, conforme as figurinhas de chicletes, ou de mochila contendo vários manuais de como ajudar seres problemáticos, nascidos no planeta Terra, que não sabem lidar com os problemas que pensaram que nunca precisariam lidar. Ou, o que é mais bacana, posso criar
um anjo para cada dia da semana, conforme o meu estado de espírito. Se estou deprimida, quero um anjo que deite comigo no escuro do quarto e finja que o sol de quarenta graus, que queima lá fora, está apagado. Se estou extasiante, quero um anjo com quem divida uma, ou mais garrafas de vinho e converse pela madrugada afora, até que o sol nos expulse da rua. Embora, quando a ocasião exige, eles sejam teimosos e intransigentes. Cansei de pedir que me livrassem de certos sentimentos e, confesso, até de pessoas. É que temos uma tendência comodista. Remexeu um pouquinho na constância do nosso sono, acordou a insônia e pôs a ansiedade para fazer serenata para nós, já queremos eliminar o sujeito. E como não dá para deletar imagens de carne e osso no mundo real, a gente grita para o socorro celestial. Não foi uma, nem duas, as vezes que os meus camaradas mochileiros, fizeram a dança do dedinho (Nã na ni na não!) e, logo após, me apontaram o indicador e a ordem: “Fique quietinha onde está. Não tente sair desta situação ou vai ser pior para você”. E me deixaram lá, algemada ao meu medo de sofrer. O profissionalismo dos office boys do céu é o que há. Negócios, negócios, amizade à parte. Estou falando em anjos, mas poderia estar dissertando sobre física quântica e o poder incalculável das energias, o que, talvez, fosse mais aceitável e contagiante. Seres humanos gostam de dados, estatísticas e do glamour das teorias avalizadas pela ciência. Mas prefiro deste jeito, do meu jeito de crer no poder do invisível. Da “fantasticidade” que as pessoas possuem de materializarem pensamentos, sejam bons ou ruins. Nunca vi o diabo, mas já senti sua presença de braços dados com muita gente por aí. Por isto escolhi os anjos para minha companhia, logo dois de uma vez, pois não é fácil sobreviver de lirismo neste mundo.
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10/03/2014 • ANO 20 • Nº 439 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS
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EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo
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JORNALECO ARARANGUÁ, 10 DE MARÇO DE 2014 • ANO 20 • Nº 439
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F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F EDIÇÃO 26 - 19.FEV.1961
Léia Batista
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“Conheci o Jardim cercado de ciprestes, como um muro. Na frente da igreja tinha eucaliptos grandes, de casca grossa. O resto era gramado natural. Um trecho em frente à igreja era cemitério.” (Rivarol Gerhardt, o “Vaioca”, alfaiate, nascido em 1921 e criado por Manuel e Caridad Larroyd) SIGA EM HISTÓRIAS DO GRANDE ARARANGUÁ - PE. JOÃO DALL’ALBA, ORION, 1997, PÁG. 80
QUEM É O MAIS VALENTE AQUI? por Cláudio Gomes CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA
Toda cidade de porte médio ou pequeno tem, ou já teve, seus personagens públicos mais ou menos identificados pela população local. Em Araranguá, no passado, não foi diferente. Com o passar dos anos, muitos personagens populares marcaram sua passagem pelas avenidas desta cidade. Poderíamos intitulá-los como personalidades públicas, por suas atividades ou seus modos de viver, pelos quais eram conhecidos da maioria da população. Como forma de homenageá-los, nos atrevemos a citar alguns nomes ou codinomes daqueles com os quais convivemos, ou dos quais tivemos notícias. É nosso único desejo homenageá-los com o maior respeito e sem qualquer crivo mais apurado. Registramos seus nomes ou apelidos e os seus feitos, para que não caiam em completo esquecimento. Reduzino Pitoco: morador da Barranca; de estatura baixa, daí o seu codinome, célebre por suas deduções ilógicas. Virgínia (a Lopuca): moradora da Barranca, vinha desde aquele bairro cantando até o centro da cidade, para comprar querosene. O povo conta que em sua cantoria ela cantava: “Na paça tem cozena tem, quem mindá uma garrafa pra mim comprá cozena?”. Quando já tinha a garrafa, então cantava: “Na paça tem cozena, tem quem mindá um vintém* pra mim comprá cozena”. Avute: morador da Vila São José; era cego e pedinte. Cilocão: morador da Coloninha; funcionário público, proferia discursos na praça, enaltecendo Getúlio Vargas e o seu partido, o PTB. APOIO CULTURAL
Fundador WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Produção gráfica NEI DA ROSA Publicado na GRÁFICA ORION de 1960 a 1975
Campolino: morador da Coloninha; pedinte, tocador de tambor e cantador das bandeiras nas festas do Divino. Piriquito: morador da Coloninha; vendedor ambulante de doces e guloseimas, que trazia em seu cesto de vime. Celestino: morador da Coloninha; vendedor ambulante, principalmente de vegetais e frutas: “Não acalca!”. Mudo da Praia Grande: morador da Praia Grande, serviçal. Viajava todos os dias a Araranguá pelos ônibus da antiga Empresa Araranguaense (hoje, Empresa União). Nenê Gago: morador da Coloninha, vendedor ambulante. Em seu carrinho de mão vendia frutas da época, peixe, pinhão cozido etc. Neco da Luz: Morador do centro, deficiente mental. Neco fez correr muitas gerações da rapaziada araranguaenmse. Valdemar da Carola: morador da Urusanguinha, funcionário do DNER, pessoa muito esperta. Mas um dos mais conhecidos nos últimos tempos foi o “Loló”.
De personalidade alegre, sempre risonho, nunca o vi triste. Para cada interpelação que lhe dissesse respeito tinha uma resposta imediata.
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Para provar o seu espírito brincalhão, o povo conta um famoso causo. Depois de passar o dia no Café Brasil e adjacências fazendo o que normalmente fazia, ou seja, conversar e bebericar o seu agrião, Loló decidiu que devia ir ao baile no Clube Sete, lá na antiga “Raia”, que era uma cancha reta para corridas de cavalos (hoje, avenida Engenheiro Mesquita). Naquele dia, Loló parecia estar fora de seu padrão normal de comportamento, demonstrando seriedade e irritação. O salão do Clube Sete, construído de madeira pintada em azul, era de propriedade particular. Nosso amigo Loló entrou no salão, que a esta altura já estava lotado. De cara feia, se encostou no balcão de bebidas, pediu o seu agrião, e perguntou em voz alta: — Quem é o mais valente aqui? Como a maioria dos presentes conhecia Loló, ninguém deu importância à pergunta. Aparentando mais irritação, repetiu a pergunta em voz mais alta e provocante: — Quem é o mais valente aqui? Novamente houve silêncio no salão. Ninguém deu ouvidos. Lá pela quarta ou quinta vez em que o Loló fez a mesma pergunta, já quase irado, gritou aos berros, para que todo o salão pudesse ouvir: — Quem é o mais valente aqui? Uma pessoa, que não o conhecia, não gostou da provocação. Apresentou-se na frente do Loló e respondeu: — Eu sou o mais valente aqui! Qual é o teu problema? Sem pestanejar, Loló, apontando para o povo que escutava em silêncio, concluiu como pretendia: — Então nós dois mandemo o resto! (*) 20 centavos, na época. Loló e Valter Freitas bebendo vinho Cardeal, fotografados por Salvador em 1952 (reprodução do J.106)
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