Jornaleco 449 01 ago 2014

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Morto na Itália durante a II Guerra Mundial, nome do soldado araranguaense é citado em documentário Patrulha da Força Expedicionária Brasileira nas imediações de Monte Castelo

ARARANGUÁ, 10 DE AGOSTO DE 2014 • ANO 21 • Nº 449

por Cláudio Gomes CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

Após a conquista de Monte Castelo, em dezembro de 1944, iniciou-se cuidadosa busca por toda a região à procura dos corpos dos soldados desaparecidos nos combates anteriores. As equipes de salvamento, das quais faziam parte capelães militares, depararam-se com quadros pungentes que causaram forte impacto: soldados com os corpos intactos, ainda de armas na mão, jaziam na posição em que foram surpreendidos pela morte e conservados pela neve, que caiu posteriormente aos combates. Em Abetaia, região duramente disputada ao sopé de Monte Castelo, foram encontrados 17 corpos de soldados brasileiros em posição de combate, com armas e granadas nas mãos, liderados pelo sargento Luiz Rodrigues Filho, do Regimento Sampaio. A princípio se supôs que todos fossem dessa unidade, mas pesquisas de identificação comprovaram que alguns pertenciam a outras unidades brasileiras que também participaram do ataque a Monte Castelo. A descoberta aumentou a névoa de mistério que cercou esse episódio. O Coronel Nelson Rodrigues de Carvalho, em sua história do Regimento Sampaio, sugere que o grupo de combatentes desgarrados, atraídos pelo fogo de Abetaia, lá se encontraram com outros e lutaram até a morte. O acontecimento entrou para a história como “OS 17 DE ABETAIA”.

Sargento Luiz Rodrigues Filho, 1º RI - Engenho Novo RJ Ary de Azevedo, 1º RI - Engenho Novo RJ Cristiano Clemente da Silva, 1º RI - Tijucas SC Durvalino do Espírito Santo, 1º RI - São Fidélis RJ José de Aráujo, 1º RI - Santo Antônio de Pádua RJ Alcides Maria Rosa, 11º RI - Dores de Campos MG Aleixo Herculano Malva, 11º RI - Itajaí SC Almiro Bernardo, 11º RI - Botucatu SP Amaro Ribeiro Dias, 11º RI - Campos RJ Amélio da Luz, 11º RI - Cerro Azul PR Antonio Coelho da Silveira, 11º RI - São João del Rei MG Lindo Sardagna, 11º RI - Ibirama SC Hereny da Costa, 11º RI - Belo Horizonte MG Iracy Luchina, 11º RI - Araranguá SC Mariano Felix, 11º RI - Itatinga SP Rafael Pereira, 11º RI - Mirandápolis SP Sebastião Clemente Machado, 11º RI - Rio Preto SP

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OS 17 DE ABETAIA

Detalhe do monumento no calçadão de Araranguá

Fone/Fax: 3524-5916 Av. XV de Novembro, 1807 - Centro

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Fonte: http://henriquemppfeb.blogspot.com.br/2011/09/os-17-de-abetaia-feb.html

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10/08/2014 • ANO 21 • Nº 449 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

A “Companhia da Nova Barra de Aranraguá” cobrava taxa dos barcos que importavam à “Villa de Araraguá”, conforme um recibo, de 1º/01/1899, de 2$600 réis pagos por B. Campos. Marcos dos Santos, o gerente fiscal, preenchendo o recibo à mão, anotou “vapor Ararangua”, mas a gráfica impressora do papel já conseguira errar o nome de Araranguá duas vezes. VEJA A REPRODUÇÃO DO RECIBO NO MALA DIRETA 145, AGOSTO DE 2014 (DE VOLTA APÓS 10 ANOS)

Onde foi parar o equilíbrio do Loló?

nos JORNALECO 85, 87 e 88)

A BOA IMPRESSÃO É A QUE FICA

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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

UMA PUBLICAÇÃO

EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo

ORION EDITORA

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

UM DOS ACESSOS que conheci, desde a infância, para o bairro Urussanguinha, é hoje parte da rua Virgulino de Queirós. Na época do caso que vou narrar, a rua de hoje era uma estrada sem qualquer tipo de calçamento, muito menos asfalto. Do cruzamento com a avenida XV de Novembro, descia-se, com alguma dificuldade, até alcançar um valo relativamente largo. O valo é resultado de uma grande e boa vertente de água próxima ao pátio do Colégio Estadual e também do prolongamento de um pequeno rio. Pois é, o dito valo fica bem ali atrás do referido estabelecimento, no final da descida em direção ao bairro. É o valo que acabou de ser canalizado. Este valo foi conhecido e ficou famoso como sendo o Valo do Constantino. Local de outros causos e encontros de personagens conhecidos da nossa história popular. Para ultrapassar este valo, em tempos idos, havia apenas um pau unindo as margens; uma pinguela.

Naquele dia chovia desde o amanhecer. O Santinho, cartorário da cidade, já nosso conhecido (“Santinho e o Valo do Constantino”/JORNALECO 441), e seu amigo Loló, também nosso conhecido (“Quem é o mais valente aqui?”/JORNALECO 439), bebericavam desde a meia tarde daquele dia chuvoso. Sentados ao redor de uma mesa, apreciaram várias duplas e quartetos se sucederem jogando sinuca nas duas mesas instaladas para o jogo no ponto “chic” da cidade. Era ali no Café Brasil, na esquina da avenida Getúlio Vargas com a Praça Hercílio Luz, por onde transitavam as pessoas mais importantes, onde circulavam as notícias e se discutiam os assuntos mais importantes da cidade. APOIO CULTURAL

O THE HISTORY CHANNEL, na TV por assinatura, apresentou em 31 de julho o documentário “O Caminho dos Heróis”, que acompanha a jornada liderada por João Barone (51 anos, baterista dos Paralamas do Sucesso, que em 2013 publicou o livro 1942 — O Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida) refazendo os passos e a luta da Força Expedicionária Brasileira na Itália durante a II Guerra Mundial. O pai de Barone foi um dos pracinhas que lutaram para libertar o povo italiano na época. Dois jeeps da FEB, ainda em perfeitas condições, foram usados durante essa expedição que visitou quinze cidades diferentes e reviveu as histórias desses heróis desconhecidos. O anúncio, durante a programação do canal, mostrava cenas e trechos do texto do documentário. De largada, ouve-se vozes sobrepondo-se nas diversas chamadas em que os pracinhas respondem “presente”: Vilmar Ferreira Fidalgo... Américo Fernandes... IRACY LUCHINA... Antônio Coelho da Silveira... Dionísio Chagas... José de Araújo... Mário Nardeli... Pois é, dentre um universo de 25.000 soldados brasileiros, sete nomes de combatentes surgem aleatoriamente, figurando o de Iracy Luchina, o jovem araranguaense que deixou família e namorada em Araranguá para lutar e morrer na Itália. Leia ao lado uma versão da morte do expedicionário Iracy Luchina — até então só tínhamos a versão de que ele teria morrido em dezembro de 1944, vítima de um tiro acidental na caserna. (Saiba mais

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Iracy Luchina no The History Chanell

A noite se aproximava e a carranca do tempo mostrava que as condições climáticas em nada mudariam tão cedo. A chuva continuava forte, e quem desejasse ir para casa teria que enfrentá-la. Depois de várias rodadas, o Santinho estava preocupado com o seu retorno e também com o do Loló para as suas residências. Ambos teriam de atravessar a referida pinguela do Valo do Constantino para chegar até a Urussanguinha. Receoso de que algo pudesse acontecer ao amigo, o cartorário aconselhou ao Loló que já fosse para casa, que ele iria em seguida. Por experiência própria, considerou que, em caso de alguma necessidade do amigo, ele estaria por perto. Com alguma resistência, Loló concordou e partiu, protegendo-se da melhor maneira que podia sob aquela chuva intermitente e chata. Passados alguns minutos, o Santinho, alisando o seu bigode bem aparado, também partiu rumo à Urussanguinha, protegido firmemente por seu inseparável guarda-chuva. Aproximando-se do Valo do Constantino, ia cauteloso procurando pelo amigo Loló que, supunha, já deveria ter cruzado a pinguela. Não vendo viv’alma nas proximidades, preparou-se para, ele também, subir na pinguela e fazer a travessia do obstáculo a sua frente, o bendito valo. Pôs o primeiro pé no tronco que fazia de ponte, e viu, com surpresa, o Loló caído dentro do valo. O Santinho, inicialmente, se certificou de que tudo estava bem. A seguir, querendo fazer uma gozação com o amigo, lhe perguntou: — Loló, o que é que tu perdeu aí embaixo? O que tu tais procurando aí dentro do valo? O Loló, esperto, e que sempre tinha a resposta na ponta da língua, não vacilou e repondeu: — O inquilibro, ué! Tu não tá vendo?! z

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João da Silva e seu novo livro

NET

TODOS conhecem o João da Silva. Primeiro por ter montado, em 1966, a primeira loja agropecuária de Araranguá, a “Casa do Agricultor”. Segundo, por constar entre os maiores nomes na história da política araranguaense, como fundador do MDB, em 1972, quando concorreu ao cargo de prefeito, ganhando, na ocasião, o apelido de “João dos Pintos”. Aposentado e afastado do centro nervoso do PSDB, seu novo partido desde 1989, que também cofundou em Araranguá, João passou a se dedicar a outras atividades que lhe provocavam o espírito. Em 2003, gravou um CD com canções suas; e já publicou três livros: a autobiografia A Saga de João dos Pintos (2006), e os romances Amor Proibido (2009) e Inocentes Culpados (2011), todos pela Orion/Jornaleco. Às 11 horas de sábado, 9 de agosto, na Lanchonete Plaza, João da Silva estará lançando seu novo livro. Com argúcia e talento, o autor escreveu um romance das aventuras violentas e dos amores na vida de Natalino Celso, documentalmente baseado nas peripécias do nosso lendário personagem regional, com sua famosa lista de dez nomes Ricardo Grechi jurados de morte.

MUSCULAÇÃO z PILATES STUDIO z X JUMP z POWER SET z ABS z CIA DANCING z PERSONAL TRAINER z NUTRICIONISTA z FISIOTERAPEUTA z PSICÓLOGA

Praça Hercílio Luz, 444 | Tels. 3522-1120 9624-8947


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