Jornaleco 451 01 set 2014

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AGO/SET.1961

Magnífico desempenho do Metropol na TAÇA BRASIL. O campeão catarinense, Metropol, de Criciúma, pertencente à Liga da Região Mineira, alcançou magnífico desempenho ao disputar a colocação da chave Sul contra o Grêmio, de Porto Alegre, campeão gaúcho. Perdendo a primeira partida em seus próprios domínios, o Metropol reabilitou-se completamente no segundo embate, desta feita realizada em Porto Alegre. Não podemos dizer que o Metropol foi infeliz na terceira disputa, pois seu desempenho nada deixou a desejar. Lutou como um grande time. Caiu por três tentos a um, como poderia ter vencido por igual vantagem. Teve um bonito tento anulado, por incapacidade do juiz, perdendo daí todo o seu ânimo. A sua atuação agradou a torcida portoalegrense. CA nº 39, de 20/08/1961

Hoje, em Araranguá, teremos Internacional de Porto Alegre contra o Grêmio Fronteira Hoje, em nossa cidade, teremos ocasião de assistir um embate interestadual, assistindo uma grande partida entre Internacional de Porto Alegre e Grêmio Fronteira. O forte esquadrão do Internacional já se encontra em nossa cidade desde sexta-feira, achando-se concentrado no balneário Morro dos Conventos. Assim sendo, após essa concentração e o jogo contra os araranguaenses, o Internacional deverá enfrentar o Grêmio portoalegrense. CA nº 39, de 20/08/1961. NJ.: Na edição seguinte, o Correio de Araranguá noticia que não houve o Grenal e traz a seguinte manchete:

Grêmio se reabilita da derrota sofrida ante o Internacional de Porto Alegre

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O Grêmio Fronteira, em prosseguimento ao campeonato da LARM, jogou domingo último com o Barão do Rio Branco, de Içara, abatendo-o por seis tentos a dois. Segundo os entendidos, não obstante o alto escore imposto ao seu adversário, o Grêmio não apresentou um bom futebol. E que, na verdade, o antagonista mostrouse demasiadamente fraco. O primeiro tempo terminou com a vantagem para os

tricolores de 3x1, sendo que, no período complementar, o placar subiu para 6, enquanto os visitantes conseguiram apenas 2. O Grêmio jogou com: Nedo, Tito, Prezalino, Jóia, Ivan, Paulo, Macau, Bijo, Foguinho, Enio e Didi. Destacaram-se, pelo seu bom desempenho, Foguinho, Bijo, Macau, Tito e Jóia. CA nº 40, de 03/09/1961

Letreiros luminosos A cidade recebeu, com real satisfação, os primeiros anúncios luminosos instalados. Dentro em breve, veremos outros tantos a embelezar as noites araranguaenses. Campanha encetada pelo Rotary Clube, numa das recentes reuniões desse importante clube de serviço, houve acalorados e proveitosos debates em torno desse assunto. (...) CA nº 41, de 17/09/1961

Anúncio no CORREIO DE ARARANGUÁ Nesta edição nº 41, patrocinam o jornal: Gomes-Garcia, Empresa União de Transporte, Casa Nova, Casa Cometa, Farinha de Trigo Glória (W. Belinzoni), Feira de Calçados (Copetti), Irmãos Wendhausen, Fábrica de Calçados Ione (de Sombrio), Transporte Araranguaense, L. Marques Petry, os advogados José Borges Dias e Arno Duarte, os contadores Joaquim Luiz Dias e Américo Rabello, e os médicos Dr. Mendoza e Dr. Wladinir. Também a SOBRAPORTAS, empresa da qual reproduzimos o clichê impresso (como se vê abaixo) junto aos seguintes dizeres: Portas Metálicas e Grades de Enrolar. Representante para Araranguá e Criciúma WALMOR PACHECO Essas portas marcaram época e ainda estão por aí, em prédios dos anos 50 a 70, quando seu ruído era bem característico: brrrrraaaaammm! O Bar Central e a padaria do Zé Guidi eram os primeiros a abrir pela manhã no Calçadão, anunciando mais um dia de atividade.

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10/09/2014 • ANO 21 • Nº 451 ESTA EDIÇÃO: 4 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

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EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo

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JORNALECO ARARANGUÁ, 10 DE SETEMBRO DE 2014 • ANO 21 • Nº 451

Acelera, Silvio! por Martinho Herculano Ghizzo

Ainda trago comigo uma caixa de lentes comprada, pelos idos de 1968, em Porto Alegre, marca Adaga, e lentes com protetores de plástico. Muito me serviu como médico. Não tanto como oftalmologista. Éramos quatro médicos generalistas fazendo clínica e cirurgia geral. Dr. Sabino, Dr. Mendoza, eu e, mais tarde, o Dr. Serrano. Ocorre que, por ocasião de meus estudos médicos, frequentei, por algum tempo, um atendimento em oftalmologia onde aprendi e pratiquei um pouco desta especialidade, e, como não havia especialista, assumi esta tarefa nos limites que meus conhecimentos permitiam. Foi quando comprei a dita caixa de lentes. De outra parte, eu já possuía um manual para correção de defeitos da visão. É bom registrar que na Europa e nos Estados Unidos os exames de refração são feitos por médicos e também por técnicos (optometristas). Em meu consultório iniciei a fazer exames de refração e prescrever óculos de grau. Por ocasião de uma de minhas eleições como candidato a deputado estadual, ainda sob a ditadura militar, vivia-se a tentativa de implatação do MOBRAL para alfabetização de adultos. Afora o mérito e os objetivos do Governo, na verdade estas pessoas tinham interesses mais imediatos, ou seja, conseguir o título de eleitor. Político e candidato, dirigi-me, à noite, para a localidade de Três Coqueiros, município de São João do Sul, antigo Passo do Sertão. Sobre esta localidade de Três Coqueiros, é interessante registrar que seu nome lhe foi dado em consequência de um coqueiro de característica incomum. Seu tronco se ramificou em três, e, desta forma, chamava a atenção dos moradores da região e dos transeuntes da BR-101. Eram três coqueiros que se originaram do mesmo pé. Eu o conheci, mas hoje não mais existe. Qual foi seu fim? Não sei. Provavelmente, morreu de velho, mas, no local do antigo e inusitado coqueiro, aquela boa gente plantou três, desta forma continuando o nome da localidade: Três Coqueiros. Retornemos ao acontecido naquela noite. Estava em campanha política acompanhado de meu pai, Affonso Ghizzo, do deputado federal Ademar Ghisi e de meu companheiro de muitas outras campanhas: Silvio Scarabelotti. Já nos esperavam: o prefeito

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F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

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Fundador WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Produção gráfica NEI DA ROSA Publicado na GRÁFICA ORION - abril de 1960 a maio de 1975

Até início do séc. 20, os principais logradouros de Araranguá não possuíam seus nomes atuais. Foi em 1904 que se nomeou a beira-rio norte de rua “Coronel Apolinário” e, em 1905, de rua “7 de Setembro” a futura avenida. Nosso principal largo só será chamado “Praça Dr. Hercílio Luz” a partir de 1922. Siga em Memória do Poder Legislativo de Araranguá, de Micheline Vargas de Matos Rocha, edição do autor, 2012, p.127-128

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de São João do Sul, Zé Niquels Serafim, — É verdade, mas a senhora está vendo nosso principal cabo eleitoral na região, o aquelas letrinhas ali na frente? dono do galpão onde seriam realizadas as — Sabe, doutor, o seu Affonso foi quem consultas e seus parentes e vizinhos. Não arrumou uma retroescavadeira para a nossa menos de trinta velhinhas e velhinhos aguar- comunidade fazer valo e drenagem. davam para serem examinados e corrigidos — De fato, meu pai e o Ademar sempre em sua capacidade de ver e aprender a ler, estão presentes e ajudam os amigos e a e, assim, conseguirem o título de eleitor. comunidade. Mas dá pra ver as letrinhas — Pode passar o primeiro! naquele quadro? Era uma velhinha, que entrou amparada — Por falar em ajuda, doutor, uma vez por duas moças. Matriarca de uma família chegou aqui um candidato de Criciúma que com muitos filhos e votos, recebeu o direito ninguém conhecia. Arrumou com o padre pra à primazia em ser atendida. todos da comunidade votarem nele que ele — Boa noite, senhora. garantiu que ia lajotar a igreja e colocar forro — Boa noite, seu doutor. O senhor é no salão paroquial. O candidato deixou dois candidato? jogos de camisa de futebol e metade das lajotas — Sou, sim, a deputado estadual. e nunca mais apareceu... — Então veio pedir uns votinhos aqui — E aquelas letrinhas, dá pra ver? em Três Coqueiros? Aqui tem muito voto — Um aposentado de mina, na reunião, e nós estamos precisando de uma ajuda pra chamou o padre de mercenário... lavoura. Sabe como é, colono trabalha muito — Tá certo! Quero dizer, tem que ter e está sempre pobre. Pra arrumar um apo- respeito dentro da igreja. E agora, dá pra sento pelo Fundo Rural tem que estar quase ver as letrinhas ali em frente? morrendo. Mas a gente sabe que com a — Letrinhas?! Onde, seu doutor? política fica mais fácil. Por acaso — Ali no quadro... o senhor é parente do seu — Tô vendo só uns riscos. Affonso Ghizzo? — E as letras maiores, dá — Sou seu filho. pra saber qual é a primeira? — Daquele abençoado? Meu — Como eu vou saber, se marido é muito amigo dele, eu não sei ler? sempre vota nele. Ele já veio — Tá certo! Mas me diga Detalhe da caixa de lentes muitas vezes aqui em casa. Ele se aqueles sinais no outro adora uma “fortaia” que eu faço. Lá em casa quadro, na primeira carreira, as garrinhas é tudo voto do seu Affonso: filhos, filhas, estão pra baixo ou pra cima... genros e noras. Uma vez, um genro e um fi— Garrinhas? De que bicho? lho quiseram se bandear pros lados do Lecian Lente por lente, velhinha após velhinha, Slowinski, do PSD. Falaram isso na hora não sei quantas horas passaram, quando a do almoço. Sabe o que foi que meu marido última velhinha (ou velhinho) foi atendida com disse? “Quem fizer isso não é meu amigo, a mesma dificuldade. O dia já estava claro. não ganha sobremesa e nem ajudo na roça”. Cansado, com os olhos pesados e ardendo, — A senhora está vendo aquelas letri- arrumei meu material para pegar o Fusca sob nhas ali na frente? o comando do Silvio. O Ademar e o meu pai — Ali, onde, doutor? já tinham se mandado. Eu olhava com raiva — Ali, naquela parede iluminada. a minha inocente caixa de lentes. Inocente, — Sim, estou vendo. Mas me diz uma pois quem criara o problema fora eu. coisa: o abençoado não veio junto? Quando abri a porta do galpão, deu-se a — Veio, sim. Está na venda. Acho que melodia. Estavam todos no pátio em frente: seu marido deve estar com ele e o deputado velhinhas e velhinhos. Ademar. — Já examinei e dei a receita, o que estão — O deputado Ademar Ghizzo também esperando pra irem pra casa? veio? Ele é seu parente? — Estamos esperando a ordem pra ganhar— Não, senhora. O Ademar é Ghisi. O mos os óculos. Queremos antes das eleições! Affonso e eu somos Ghizzo. Mas ele é muito Sabe como é, doutor, ou vem antes ou nunca nosso amigo e é uma ótima pessoa. A mais. Promessa de político só vale se for paga senhora está vendo aquelas letrinhas? antes das eleições! — E também é da UDN, doutor! Foi ele Dei de mão em minha caixa de lentes, entrei z que ajudou no aposento do meu sogro. no Fusca e disse: acelera, Silvio! MUSCULAÇÃO z PILATES STUDIO z X JUMP z POWER SET z ABS z CIA DANCING z PERSONAL TRAINER z NUTRICIONISTA z FISIOTERAPEUTA z PSICÓLOGA

Praça Hercílio Luz, 444 | Tels. 3522-1120 9624-8947


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