Jornaleco 456 15 nov 2014

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dezembro/1961

O Executivo e o empréstimo de Retorna nosso diretor [do CA] Após longa temporada de ausência, deverá retornar à nossa cidade, dentro em breve, o nosso diretor, Dr. Wladinir Luz. O Dr. Wladinir Luz exerceu por algum tempo o cargo de diretor do Hospital de São Francisco Palotina, no norte paranaense, além de haver feito estágio de especialização em hospital da capital paulista. N.J.: O Dr. Wladinir esteve em exercício médico em seu consultório até o ano passado. CA nº 47, de 10/12/1961

Dra. Júlia Zappelini Mazzuco Colou grau, pela Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a srta. Júlia Zappelini Mazzuco, filha do casal Giácomo (Onélia) Mazzuco. À formando, nossos parabéns. N.J.: Nilsinho Nunes conta que se tratava com Júlia, e que ela foi a primeira dentista diplomada a praticar odontologia em Araranguá, quando só havia os práticos Ogê e Generino, posteriores a Elias Bacha, o mais antigo. Idem

Sobre o redator do Correio de Araranguá. Por Ricardo Grechi Cresci na redação do Correio de Araranguá. Eu tinha 10 anos quando o jornal fechou, em 1975, e seu editor, Ernesto Grechi Filho, seguiu em frente com a Gráfica Orion. Conheci-o como pai e jornalista, e continuo conhecendo-o hoje na obra que nos deixou e no eco de suas palavras no decorrer de nossas vidas. Era um conservador (foi UDN–Arena–PDS). Acreditava que o Golpe de 1964 para restaurar o status quo secular fosse o melhor para o Brasil. Pregava, influenciado pela propaganda norteamericana, contra o comunismo, expressando, muitas vezes, uma moralidade paroquial, e deixando-se arrastar, como muitos cidadãos interioranos irrefletidos das classes médias, pelo discurso de Direita, que subtrairia direitos e negaria os avanços democráticos. Mas tudo isso, aos poucos, contradizia-se em sua atitude: lutava pelo bem geral da cidade que o acolhera em 1927, o que se verifica em sua ascendente defesa à democracia e em seus ataques a interesses mesquinhos. Assessorando partidos e prefeitos, nunca avançou sobre o dinheiro público, e foi o grande responsável por a Celesc encampar a distribuição de energia em Araranguá, quando ele assumiu, em 1980, a direção da antiga Força e Luz, com o compromisso de quitar as dívidas da empresa araranguaense, que era a condição imposta pela estatal para a transição, o que ele realizou. No início dos anos 90, distante das convenções e desiludido com tanto desgoverno no horizonte político brasileiro (Collor fora a gota d’água), ele me aconselhava manter meu voto de fé em Lula, em quem eu tinha votado em 1989. Na eleição de 94, já sem partido e sem discurso, Ernesto me confidenciaria: “Também votei no Lula”. E votaria ainda, esse homem que eu conheço.

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20 milhões de cruzeiros PANORAMA POLÍTICO – A semana finda foi assinalada

com uma reunião da Câmara de Vereadores. Os resultados eram esperados com certo interesse, dada a importância da matéria a ser discutida. O Poder Executivo pedia autorização para contrair um empréstimo de 20 milhões de cruzeiros para ser empregado na aquisição de máquinas e implementos para estradas. Foi negada a sua pretensão. A opinião pública, consoante pudemos colher, dividiase: muitos achavam que um empréstimo de 20 milhões de cruzeiros somente para ser empregado em pequenas estradas do interior, não convencia. Pois a cidade, o centro urbano, que contribui com 80% da arrecadação, está num estado total de abandono. Quanto à conserva de estradas municipais, talvez dispense mesmo o uso de máquinas possantes, pelo menos até as coisas melhorar. De fato, precisamos de tudo. Não temos água, não temos esgoto, dois serviços indispensáveis. Mas afinal, se os vereadores aprovassem o propalado empréstimo, para qualquer finalidade, também não iríamos reprovar. Por detrás dos bastidores, ficamos inteirados de que a bancada da UDN, ou seja, a maioria, apresentou uma série de reivindicações, todas de caráter político, em troca das quais aprovaria o empréstimo. Se tal for verdadeiro, então teremos que julgar a atitude da negação do projeto por outro prisma, isto é, encarando o lado do interesse pessoal, ou político. Aí, deixou de prevalecer o intuito de defesa do dinheiro público para se converter numa trama de negócios que somente a política poderia explicar. Nessas alturas, estamos ausentes. N.J.: O redator era cidadão filiado à UDN, mas, como autêntico jornalista, faz uma reflexão imparcial, sem poupar críticas ao seu partido. CA nº 46, de 26/11/1961

Lions Clube e o Natal dos pobres Continuam os leões de Araranguá empenhados na meritória campanha de promover o Natal dos pobres. As arrecadações dos cofrezinhos espalhados nas casas comerciais estão, relativamente, dando bom resultado. Devemos auxiliar os leoninos araranguaenses, de todas as formas. Convém lembra-se que, nesta época de carestia e miséria, aumenta a angústia dos pobres. Façamos com que os esquecidos de tudo e de todos possam passar um Natal mais ameno, lembrados que foram somente pelo Lions Clube de Araranguá. Idem

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15/11/2014 • ANO 21 • Nº 456 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS

Distribuição gratuita Periodicidade quinzenal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.000 Araranguá - SC - Brasil jornalecocultural@yahoo.com.br

JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE NOVEMBRO DE 2014 • ANO 21 • Nº 456

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F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

“Passo do Sertão, Conventos, Urussanga Velha e Sombrio. O que têm esses lugares em comum? Todos esses lugares pertenceram à antiga Freguesia Nossa Senhora Mãe dos Homens. São exatamente os locais onde se concentrava a maior parte da população da Freguesia no século XIX e início do século XX. Urussanga Velha... fronteira com Tubarão. Passo do Sertão... confrontando com o Rio Grande do Sul”. SIGA EM SUJEITOS ESQUECIDOS SUJEITOS LEMBRADOS, ANTÔNIO CÉSAR SPRÍCIGO, MURIALDO, 2007, PÁG. 150

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“Trimmm!... trimmm!... trimmm!...” Acompanhe um breve panorama do início dos transportes coletivos em Araranguá: os primeiros ônibus, o “Serrote”; e o caso de João Balthazar que, na falta da campainha, improvisou para fazer o ônibus parar por Cláudio Gomes CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

O transporte coletivo em Araranguá, no seu início, teve como principal empresa a Transportes Araranguaense Ltda. Isso foi nas décadas de 1940 e 1950. Essa empresa foi a precursora da atual Empresa União de Transportes, que anexou também outra empresa, a Auto Viação Cidade Ltda. A Transportes Araranguaense tinha, como seus principais sóciosproprietários, Bernardino Máximo da Silva (seu Nado) e Ari Máximo da Silva. No início, o transporte era intermunicipal, pois os ônibus trafegavam somente entre os municípios do Vale, indo, no máximo, até Criciúma. A nossa cidade ainda não comportava o transporte entre os seus bairros. Outras empresas marcaram presença em nossa cidade, fazendo o transporte de passageiros, como a Empresa Jato Yegaer, que foi absorvida algum tempo depois pela Empresa São Cristóvão, de Criciúma, e sua concorrente, a Empresa Santo Anjo da Guarda, de Tubarão. Ambas partiam de várias cidades do Estado, passavam por Araranguá, fazendo a ligação com Florianópolis e também com o Rio Grande do Sul, até Porto Alegre. APOIO CULTURAL

Fundador WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Produção gráfica NEI DA ROSA Publicado na GRÁFICA ORION - abril de 1960 a maio de 1975

Carro da Empresa de Transportes Ubirajara Ltda., que fazia a linha Bom Jesus–Araranguá, com sede naquela cidade gaúcha

ENTRETANTO, o primeiro circular

foi mesmo o Serrote, logo apelidado de “Vai-e-vem”. O Serrote começou com uma camionete do tipo Kombi Volkswagen fazendo o trajeto do bairro Cidade Alta até o Centro, via beira do rio, av. Rui Barbosa. Com o motor instalado na parte interna e logo atrás dos bancos, fazia o maior barulho, impossibilitando qualquer conversação entre os passageiros. Os usuários criaram, e a empresa logo adotou o lema: “Vai e volte pelo Serrote”. Seu proprietário era o senhor Antonio Simon, que fundou também a Auto Viação Cidade, depois adquirida pela Empresa União de Transportes.

a transitar entre bairros de Araranguá

(segue na pág. 3)

Ainda nesse período, houve a Empresa Ubirajara, com sede em Bom Jesus. A Ubirajara tinha, por concessão, a ligação da linha Araranguá–Bom Jesus, via serra da Rocinha. Nas décadas de 1950 e 1960, o transporte de passageiros e cargas (às vezes mais cargas do que passageiros) entre nossa cidade e a praia do Arroio do Silva era feito pelo ônibus do seu Benjamim, que todos conheciam pelo nome de “Sapa”. O seu ponto de partida e chegada era ao lado do Café Brasil, o famoso bar que ficava no prédio da esquina sul da av. Getúlio Vargas com a Sete de Setembro.

MUSCULAÇÃO z PILATES STUDIO z X JUMP z POWER SET z ABS z CIA DANCING z PERSONAL TRAINER z NUTRICIONISTA z FISIOTERAPEUTA z PSICÓLOGA

Praça Hercílio Luz, 444 | Tels. 3522-1120 9624-8947


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