dezembro/1961
Festa de fim de ano no Grupo Escolar Maria Garcia Pessi
“Projetos frios”
Vamos usar a gíria para designar essa rubrica. “Projetos frios” são aqueles que nos chegaram ao conhecimento, esquentaram, amornaram, esfriaram, morreram. (...) Ponte de arame sobre o rio. Continua balançando no tempo e no espaço. Abertura da av. Sete de Setembro. Promessa do DNER. Afinal, não era muita exigência. Em outras cidades o Departamento abre ruas, constrói acessos. Refrigerou-se... Calçamento da rua Rui Barbosa. Deu cupim no paralelepípedo. NJ: Este é um trecho de uma página intitulada “‘Radiografia’ do ano de 1961”, onde o redator (E.G.F.) faz um balanço sobre as realizações daquele ano no município. No geral, ele avalia como fraco. A maior obra pública era o andamento da construção do Colégio Normal (Estadual). Na agricultura, formaram-se grandes “granjas” de arroz, o amendoim recebeu grande impulso, a farinha de mandioca passou a ser cultivada em grandes áreas e com técnica moderna. No setor privado, foi fundado o Lions Clube. Morro dos Conventos está brilhando com sua infraestrutura turística montada há poucos anos. A reclamação vem por conta das finanças municipais, que foram “recebidas em frangalhos”, quando José Rocha assumiu a prefeitura. Mas há esperança quanto ao Governo do Estado em relação a nossa cidade, até então esquecida. Sobre os “projetos frios”, o calçamento da Rui Barbosa só virá na administração seguinte, a abertura da Sete, só no começo dos anos 70, e a ponte de arame esperará mais de dez anos. CA nº 48, de 24/12/1961
Ocorreu, dia 15 do corrente, às 10 horas da manhã, o encerramento do ano letivo do Grupo Escolar Maria Garcia Pessi, na Cidade Alta, sob a competente direção do sr. Gilson Soares, que ótimos serviços tem prestado àquele educandário. Gentilmente convidados, vimos à mesa da presidência, o Dr. Lourival Vaz, promotor público da Comarca, prestigiando a solenidade. Deu início ao programa o Hino Nacional, cantado por todos, seguido de recitativos, declamações e música. Destacamos, com prazer, o canto “Nosso Juramento”, cantado em castelhano pela menina Zélia Hilzendeger, recebendo calorosa salva de palmas. O ponto alto foi a declamação da aluna Benta Alípio, que na “Canção de Natal” interpretou a contento aquela belíssima página, enquanto uma turma, em surdina, entoava “Noite Feliz”, chegando a tocar nossa sensibilidade. Embora externando nervosismo, o aluno Geraldo Souza, executou ao violão “Saudade de Laguna”, sendo muito aplaudido. Pelo sr. Gilson Soares, foi solicitado ao Dr. Lourival Vaz para que fizesse a entrega dos certificados aos alunos, assim como dos prêmios aos melhores classificados durante o ano, sendo todos aplaudidos pela assistência. E naquele ambiente modesto, simples e encantador, e construtivo, chegamos ao fim da festinha, onde deixamos para trás a alegria estampada naquelas carinhas infantis e meigas, assim como nas fisionomias dos senhores pais dos alunos. Ao caro amigo Gilson, que em campanhas internas vem angariando fundos, promovendo festinhas para a aquisição de prêmios para seus pupilos, incentivando-os, e contando com a colaboração de seu corpo docente, nossos efusivos aplausos, tanto neste sentido, como na conservação do prédio e dependências do Grupo, AHA digno de ser registrado e admirado. Boas e merecidas férias é o que desejamos a todos, assim como um felicíssimo Natal e Ano Novo. idem
NOIVADO Com a senhorinha Jane Elias, fino ornamento da nossa sociedade, e filha do casal Salim (Maria Alaíde) Elias, do alto comércio local, contratou casamento o jovem dr. Nilton José Aguiar, cirurgião dentista, com consultório nesta cidade. NJ: Eis um modelo típico de anúncio de noivado da época. Também fica o registro, para acrescentar à nota sobre dentistas do J.456, sobre um outro dentista formado, anterior a Júlia Zappelini Mazzuco. idem
A rua Rui Barbosa, por volta de 1961, sem calçamento
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15/12/2014 • ANO 21 • Nº 458 ESTA EDIÇÃO: 8 PÁGINAS
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JORNALECO ARARANGUÁ, 15 DE DEZEMBRO DE 2014 • ANO 21 • Nº 458
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F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F
“Araranguá, naquela época, era bem pouco habitada. Aqui ou lá, deparavase um velho rancho abandonado. A terra já tinha sido cultivada, e agora estava coberta pela vegetação. Antigamente deveriam ter existido proprietários, que se serviam de trabalho escravo, mas não residiram aqui. Com a abolição da escravatura, os tais proprietários se desinteressaram pela agricultura e abandonaram a terra.” TRECHO DO TEXTO DE HERMAN BECKER, ESCRITO EM 1937 (FONTE: A HISTÓRIA DE ARARANGUÁ, PAULO HOBOLD, PALMARINCA/EST., 1994, PÁG. 123)
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Breve história do futebol de salão de Araranguá Da introdução do futsal em Araranguá pelo Pe. Félix Bridi, em 1961, no Ginásio dos Padres, passando pelos campeonatos no antigo Fronteira Clube e a ascensão da AABB, até a inauguração do Ginásio Coberto Pe. Ézio Julli, em 1980, e o primeiro campeonato do Vale, em 1981 TEXTO DE
RICARDO GRECHI
SOBRE DEPOIMENTO E ANOTAÇÕES DE
“POR VOLTA DE 1955 a 1959 o Pe. Félix esteve aqui no Ginásio dos Padres (Murialdo). Depois, ele voltou para Caxias do Sul. Em 1961, retornou a Araranguá e ficou até 1963. Nessa época, ele trouxe para Araranguá o voleibol, o basquetebol, o espiribol, a ginástica olímpica e o objeto da nossa entrevista, o futebol de salão. Ele construiu duas quadras no Ginásio: uma oficial e uma miniquadra para a gurizada do primário. Essas quadras foram feitas com a participação dos alunos. Durante as aulas de Educação Física, a gurizada subia num caminhão para ir buscar os tijolos nas olarias”. E assim, Pedroca inicia essa história...
PEDRO
“Também havia um campeonato de futebol de salão infantil, organizado pelos padres, em que eu atuava. Tinha a equipe do Grêmio, comandada pelo Frater Olívio; o Corínthians, pelo Pe. José; o time dos coroinhas, depois chamado Fluminense, pelo Pe. Bernardino; o Farroupilha, pelo Frater Genuíno; e o Vila São José, pelo pessoal da Vila. No Corínthians jogavam o Tatavo, o Élcio Krieger e o Neguito Gutierrez.
DE
SOUZA GOMES,
O
PEDROCA
“A quadra do Ginásio era a única da cidade. Todo mundo jogava e treinava ali. Para a gente jogar à noite, tinha que estar lá até as sete e meia para assistir o Terço na capela, que ia até as oito. Isso era uma exigência do Pe. Félix. Depois, então, a gente estava liberado para jogar até as dez horas da noite. A gente ainda participava nas missas de domingo. Lá um frater ficava carimbando a carteirinha do aluno, atestando nossa presença na igreja, o que, acredito, só tenha somado na nossa vida de estudantes”, completa Pedroca.
1965. FUTSAL NO FRONTEIRA Depois dessa fase no Ginásio, veio a construção de uma quadra O PRIMEIRO CAMPEONATO de futebol de salão no Grêmio “Na época, o Pe. Félix criou Fronteira, onde hoje está a galeria algumas equipes de futebol de Fronteira, no Calçadão, quando salão do Murialdo. Tinha a se organizou o primeiro campeoequipe A, composta por Djalma nato municipal, em 1965. Martins, Presalino Rocha, Nenê Oito equipes disputaram esse Arcari, Edinho Palmas e Ênio campeonato: AABB, Loja Leão, Rosa; a equipe B, com Antônio Dimasa, Saturno, Gomes-Garcia, Alborgheti, Lédio Gomes, Bebé Mônaco, Torpedo e ATC. ATC Rocha, Laércio Machado e o e Torpedo foram à final. O ATC, Mezzari, do Timbé; e a equipe treinado pelo Altair Acorde, com: C, com Ozair, Afrânio, Zico, Nedo e Batara, Presalino Rocha, João Paduim e Toninho Ferreira. Tito, Éliton, Sílvio Silva, Wilson FARROUPILHA, campeão mirim de 1962. Frater Genuíno, Luiz Alberto Silva Havia ainda outros atletas que (Grilo), Pedroca (capitão) e Léo Schwalb; Sander Hahn, Edinho Krieger e Alcides Português e Tatavo (Pedroca, faziam parte dessas equipes. inscrito no ATC, com apenas 16 “Nesse período, ele fez um campeonato “No time dos Coroinhas/Fluminense, anos acabou não jogando). O Torpedo tinha: disputado pelas três equipes do Murialdo, jogavam: Aires Messias, Tonho Machado, Careca e Édio Nagel, Nenê Arcari, Navalha, mais o Castro Alves, Gomes-Garcia, Vila Sabiá, Formiguinha, Peninha. Essa equipe Bebé Rocha, Zico, Zizo, Giba e Savelha. O São José e mais duas ou três equipes. Mas foi duas vezes campeã. Também o Farrou- ATC venceu por 2x1 e conquistou esse pria equipe A do Murialdo era muito superior pilha foi campeão, com Grilo do Procópio, meiro campeonato municipal de futebol de às outras, devido à qualidade dos seus joga- Sander Hahn, Léo Schwalb, Pedroca, salão do Grêmio Fronteira, levando a Taça dores e aos treinamentos com o Pe. Félix. Edinho Krieger e Alcides. Na Vila São José, Hervalino Campos, que era o presidente do E ela ainda disputava amistosos contra jogavam os irmãos Toninho e Miroca, os clube. O goleador do certame foi o Gilberto equipes de Tubarão e de Criciúma. irmãos Nino e Vavá, Foguinho, Zé Alirton. q p. 4 Salvador (Giba), do Torpedo. APOIO CULTURAL
Fundador WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Produção gráfica NEI DA ROSA Publicado na GRÁFICA ORION - abril de 1960 a maio de 1975
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