Jornaleco 466 junho 2015

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Entre dezenas de crianças devidamente registradas como de idade escolar e que não frequentavam as salas de aula, apareceram, na localidade de Retiro da União, os três filhos do sr. Amado de tal. Amado era um pequeno agricultor honesto que mantinha o sustento da sua família com muita dificuldade. Era pessoa muito conhecida na cidade, aonde vinha, com sua carrocinha, todas as semanas, vender frutas, principalmente bananas.

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NAS RUAS A PARTIR DE 18/06/2015

ANO 22 • Nº 466 Distribuição gratuita Periodicidade mensal Tiragem: 1.000 exemplares

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO Ricardo Grechi CONTATO Rossana Grechi DISTRIBUIÇÃO Gibran Grechi, Nilsinho Nunes ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Welington, Valdo

Praça Hercílio Luz, 444 Tel. 3522-1120 9624-8947 UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá - SC - Brasil

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995)

jornaleco.ara@gmail.com FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO: 07/06/2015 12h00

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O culto interrompido Elementos se amoitam na calada da noite e provocam um curto-circuito na iluminação para entravar o desenrolar de um culto público na Praça.

A grande pelada Domingo p/p jogaram Grêmio e Barão de Içara, pelo campeonato da LARM, protagonizando uma das piores partidas já existentes em campeonatos. CORREIO DE ARARANGUÁ, P. 7

LEIA NESTE NÚMERO: -- Ronda noturna num sábado do verão de 1973. P. 4 -- Gomes, Garcia e outras grandes lojas de Araranguá. P. 5 -- Esquisitices de um tempo saudoso. P. 6 -- Antoninho da Farmácia. P. 8

Para relembrar o Querino Mazzuco, falecido em abril, aos 73 anos, republicamos a entrevista que fizemos em janeiro de 2014. Depois de conversamos em sua loja e marcamos a entrevista, ele nos convidou pra tomar um cafezinho num bar, onde encontramos o Enio Frassetto e o Pirilampo (na foto, com o Querino). P. 3 BERNARDINO DE SENNA CAMPOS

VIAGEM NO TEMPO Conforme legenda no Memórias do Araranguá, esta rua é o atual calçadão da Getúlio Vargas. Por não aparecer morros ao fundo, supomos ser a esquina com a XV. O casarão, à direita, estava ali até há uns 30 anos, hoje lugar do edifício Caetano. A foto foi tirada por Bernardino, provavelmente em 1908, quando recebeu sua primeira máquina fotográfica: “Tirei o primeiro retrato da praça em 9 de janeiro” (p. 109).

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As Curvas do Trem, Dorval do Nascimento, UNESC, Criciúma, 2004, p. 43

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Juiz: Tens trinta dias pra colocar teus filhos na escola. Volta aqui CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA dentro deste prazo. Findo o prazo, lá estava Amado outra vez frente ao juiz, para nova No final da década de 1960, com audiência. Os questionamentos se prosseguimento nos anos 1970, Sombrio testemunhou a implantação, repetiram como da primeira vez. Amado, além de repetir que não ou instalação, de vários estabelelecitinha dinheiro para comprar os mamentos governamentais e privados, teriais escolares, explicou ao juiz o dando início a uma nova realidade que todo sombriense já sabia, que econômica e social para o município. São desta época a instalação da para sobreviver com sua família vendia bananas de porta em porta e Comarca, do Banco do Brasil, inque seria impossível colocar dústrias de calçados, clubes de seus filhos para estudar, porserviços e sociais. Até os dias atuais, quando alguém quanto não tinha dinheiro A Vanguarda de Integração nem para comprar o necesComunitária foi uma destas manifesta alguma proposta absurda sário para sobreviver. entidades e foi criada para ou que fere a lei do bom senso, é muito O juiz então deu a sentença: auxiliar as autoridades na comum ouvir-se do sombriense, com — Seu Amado, já que o identificação e busca de soluares de deboche, desconsideração senhor não vai colocar seus ções para alguns dos proou mesmo de indignação: filhos na escola, vou ter que blemas do município. multá-lo, conforme a lei, a Podiam participar desta or— Ó, ó, a cabecinha do Amado! pagar um salário mínimo pra ganização não-governamental cada filho. cidadãos interessados Chamado à presença do juiz para Amado, com ares de indignação, Como uma das primeiras atividades, foi deflagrada uma campanha uma audiência, Amado compareceu virando-se para o escrivão que a contra o analfabetismo. Ficou deli- no dia e hora marcados. Na audiên- tudo assistia e registrava em uma berado que nenhuma criança ficaria cia, depois das perguntas de praxe, o máquina de escrever, sentenciou fora dos bancos escolares no muni- juiz abordou o motivo da intimação. também: Juiz: O senhor é pai de três — Ó, ó, a cabecinha dele! Se eu cípio. não tenho dinheiro pra botar meus Fez-se um levantamento em todas crianças? Amado: Sim, doutori. filhos na escola, como vou ter pra as localidades e foram identificadas Juiz: Nenhum deles vai à escola, pagar estas multas?! as crianças que não frequentavam não é? Até os dias atuais, quando alguém as salas de aula. manifesta alguma proposta absurda Coube ao juiz de direito da CoAmado: Isso mesmo, doutori. ou que fere a lei do bom senso, é muito marca, instalada há apenas alguns Juiz: Podes me dizer por quê? anos, entrar em contato com os pais Amado: Sabe o que é, doutori? É comum ouvir-se do sombriense, ou responsáveis, podendo inclusive que eu sô pobre e não tenho dinheiro com ares de deboche, desconsideraintimá-los a comparecer em juízo, nem pra comprá caderno, nem lápis, ção ou mesmo de indignação: — Ó, ó, a cabecinha do Amado! em caso do não cumprimento à lei. nem borracha, caneta, uniforme, nada.

por Cláudio Gomes

ARARANGUÁ, JUNHO DE 2015 • ANO 22 • Nº 466

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“Ó, ó, a cabecinha do Amado!”

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Araranguá era a mais importante localidade do vale do rio Araranguá e impôs-se como lugar central de toda aquela região. A chegada dos trilhos até a Barranca [1927] fortaleceu essa posição (...) A BR-101, passando praticamente ao lado do núcleo urbano, contribuiu para sustentar a posição da cidade em relação às outras localidades do vale do Araranguá.”

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