Jornaleco 476 abril 2016

APOIO CULTURAL

“O DIÁRIO DE BERNARDINO”

TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

AVENTURA

Capítulo 8: “O casamento e a cidade em festa”.

FOTO: Recorte de uma página do “Diário”, com anotações de Bernardino e foto da praça em 1927, com destaque para a prefeitura.

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

Acompanhe a Turma da Praça em “Uma aventura no costão da serra”, vivida no inverno de 1972, contada por Marco Aurélio “Gordo” Grechi. Na foto do Neco Pereira: o Gordo e o Marquinho Rocha (que estão na história), mais o Jorge Afonso e o Vadica (irmão do Jaime, que também foi à serra). P. 8

P. 2 E 7 RECORTE DO “DIÁRIO” / ACERVO AHA

NECO PEREIRA / ACERVO GORDO

JORNALECO ARARANGUÁ, ABRIL DE 2016 • ANO 22 • Nº 476

Galeria Galeria

[O GOLPE ANUNCIADO] O editorial do CA de 21 de abril de 1963 é uma amostra da servilidade que em geral a imprensa das cidades do interior assume diante das grandes corporações da mídia nacional subordinadas aos capitais dominantes e ao partidarismo interesseiro que patrocinam as diretrizes neoliberais em detrimento da dignidade humana e da sociedade mais justa.

CORREIO DE ARARANGUÁ F A CRÔNICA DOS ANOS 60 P. 5

“Eu aceito cheque...” estrelando Santinho “Sem partido?... Com esse nome?!” estrelando Nereu Bertoncini DOIS CAUSOS de Cláudio Gomes / CASOS E CAUSOS P. 4 E 6

O SUL - 10/maio/1964 - ano I - nº 15 Clube Excursionista Pracinha Iracy Luchina

Imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens, nos anos 40, na antiga igreja e em procissão em frente ao coreto (fotos de Salvador).

E o coreto, pouco antes de ser destruído no final dos anos 70, emoldurado por árvores e pelo monumento a Alcebíades Seara.

A Santa chegou em Araranguá em 1872, e o Coreto foi construído em 1943.

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JORNALECO

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NAS RUAS A PARTIR DE 18/04/2016

ANO 22 • Nº 476 Distribuição gratuita Periodicidade mensal Tiragem: 1.000 exemplares

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Problemas com o alcoolismo? Nós podemos ajudar

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Próx. à igreja católica, Cidade Alta, Araranguá REUNIÕES: 4as e 6as feiras, às 19h30 Próx. à Câmara de Vereadores, Bal. Arroio do Silva

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Grechi, Nilsinho Nunes IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas FOTOLITO David PAPEL Toninho IMPRESSÃO Valdo, Welington

UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá - SC - Brasil

CADERNO CULTURAL © Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866 - prot. 4315/RJ, de 17/07/1995) FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO: 18/04/2016 16h50 Solicite-nos através de jornaleco.ara@gmail.com o recebimento do JORNALECO via e-mail (contendo variações nas amostras, a versão válida será a impressa)

Final da av. Getúlio Vargas com a Sete. Certo dia, na segunda metade dos anos 1950. Por iniciativa do Clube Excursionista Iracy Luchina, a cidade recebe o monumento que homenageia o expedicionário araranguaense, morto na Segunda Guerra, Iracy Luchina (20/9/1920-12/12/1944). Não conhecemos a data do evento, nem o monumento registra.

Leia outras notícias no JORNAL DE ONTEM P. 3 APOIO CULTURAL

A Santa e o Coreto

Quinta-feira à noite, no Fronteira Clube, houve reunião para tomada de posse do Clube Excursionista Pracinha Iracy Lychina, em recesso há cinco anos, aproximadamente. Sua finalidade: trabalhar para um fim comum, de caráter turístico e filantrópico.

De antemão, podemos adiantar que Waldemar Pacheco será o presidente.

Nota: o clube, que ora procura soerguimento, já funcionou com grande sucesso, implantando no entroncamento da Sete de Setembro com a Getúlio Vargas, o monumento a Iraci Luchina, como homenagem póstuma ao pracinha araranguaense que combateu e tombou na última guerra.

NJ: Conforme o texto de César do Canto Machado, publicado no J.204, de 10 de maio de 2004, o clube foi fundado em 12 de junho de 1956, presidido pelo tenente Luiz Fabrício de Lima. “Para batizar o clube Excursionista, seus fundadores organizaram, com êxito, um grande passeio ao Balneário Morro dos Conventos, onde realizaram lauto banquete com a presença de inúmeros associados e convidados”, escreveu o César. Sobre Iracy Luchina, vide J.85, 87, 88 e 449.

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(RÉPLICA)

O DIÁRIO DE BERNARDINO

ALEXANDRE ROCHA reconstrói a saga do telégrafo Bernardino de Senna Campos na pequena vila de Araranguá no final do século XIX e início do século XX

S S

A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.

CAPÍTULO 8

VINICIUS DE MORAES (1913-1980)

O casamento e a cidade em festa

A BANDA uplemento

Para começar a escutar música clássica

ACERVO AHA

z ARTHUR NESTROVSKI z NO CAPÍTULO ANTERIOR O capitão Pedro Fernandes assume o comando das operações... Ele segue até a estação e pede a Bernardino que faça imediatas comunicações e pedidos de ajuda a Tubarão e Laguna, alertando-o que depois desmonte a aparelhagem do telégrafo, guardando-a em lugar seguro, e também se proteja... O amanhecer revela uma vila imersa em espessa bruma e na aparente tranquilidade o silêncio é quebrado pelos avisos vindos dos sentinelas...

O conflito se inicia com Pessoas passeiam numa Araranguá ainda sem automóveis, pelos anos 1920. Este é um panorama da os primeiros tiros nas praça já com a nova igreja (à esq., a prefeitura; à ext. dir., o Hotel dos Viajantes) e um amplo jardim entradas distantes e logo chega ao centro da ocupando o lugar do antigo cemitério. Bernardino é o segundo homem sentado sob a árvore vila... Os últimos com os demais, que se esmeram em fazer mocinhas ensaiam passeios e olhares estampidos são ouvidos a distância, emitindo ecos por lugares dispersos... A as honras da casa. Posicionado em frente adornados por seus charmosos chapéus... batalha não foi longa e sua intensidade à namorada no lado oposto da mesa, ele Ali está o jeito de ser e fazer, o compordiminuiu à medida que a ofensiva sente-se integrado à família. Ambrosina tamento, os hábitos, a arquitetura, a vida republicana retomava os setores antes mal ergue a cabeça. Ela é tímida demais e e o cotidiano do final do século XIX e início ocupados pelo inimigo, que bateu em fuga, deixando para trás armas, ele tem que lançar mão de iniciativas, do século XX na pequena vila de Araapetrechos e alguns mortos... Agora as inventar assuntos e mostrar-se seguro. ranguá, um município dividido politicapessoas já podem deixar seus refúgios...

Passados alguns meses, a noitinha de mente, tendo de um lado o coronel João Elas reaparecem entre murmúrios de um dia especial marca o sonho de Campos Fernandes e seus correligionários do Paransiedade, apreensão, curiosidade, preocupação... A ordem agora é de casar com Ambrosina. Na recepção do tido Republicano, e do outro os ferrenhos arrumar as coisas, reorganizar a vila e casamento, doces, bebidas, música e facei- adversários, que depois se abrigariam no retomar a vida na pequena Araranguá.

z Arthur Nestrovski é doutor em literatura e música (University of Iowa).

Folha de S.Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u123.shtml)

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CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

ABRIL 2016

da frente da estação e fica olhando para os lados da casa onde mora a sua pretendente. Quando vê Pedrinho passando por perto, chama o menino e entrega-lhe um bilhete, pedindo que vá até o sítio e o entregue aos tios da moça. Como os velhinhos não sabem ler, e nem a própria Ambrosina, Pedrinho, que lê precariamente, o fará.

Nas poucas linhas escritas a bico de pena, Bernardino, tão acostumado a enviar mensagens em códigos pelo telégrafo, agora, de próprio punho, manda um recado em preparação para o momento mais importante de sua vida. Ele manda avisar que gostaria de fazer uma visita aos velhos tios de Ambrosina e fica aguardando a resposta. Apaixonado, pretende logo formalizar o pedido de casamento, embora tenha que enfrentar o difícil desafio de convencer a todos para que a união seja apenas no civil, uma vez ser ele espírita, ainda que mantenha ótima relação com os católicos, inclusive com o padre.

E o dia chegou. Mais ambientado e à vontade, Bernardino ajuda a colocar lenha na fornalha da farinha, dá milho às galinhas e opina sobre o tamanho dos bezerros. Mesa posta, senta-se para o café

Partido Federalista.

O coronel aparece em cena na varanda de seu palacete, que é maior do que o prédio do governo municipal, tendo dali uma visão ampla de todo o quadrado ao norte da praça. Depois, calmamente desce a escadaria e segue até a festa, cumprimentando aqui e ali o público, que por sua força, influência e respeito, o reelegerá muitas vezes para a superintendência e ainda o fará deputado um dia. Ele chega vagarosamente, transitando entre as pessoas e se dirige ao padre, que está entre as rezadeiras e cantores. Cumprimenta-o, apertar-lhe a mão e depois se aproxima de um grupo, que lhe abre espaço, para entrar na roda. As falas se misturam em um murmúrio que toma a praça, interrompido com a retreta da banda, agora posicionada no pequeno coretinho montado para o ambiente festivo. Discretamente, entre a euforia e o comedimento, surgem na praça Bernardino, Ambrosina, e os tios. Aquele que sempre estava à frente dos eventos e ajudando a organizar os fogos de artifício, agora aparece altivo, mais sério do que nunca e mantendo a pose do cavalheiro feliz ao lado de sua amada.

JORNALECO 476

Bernardino aparece na janela

rice ao som de acordeom. Alguns discursos garbosos obedeciam a formalidade do momento, tendo os falantes seu espaço para enaltecer o enlace, destacando os valores do casal. A recepção segue com danças e o baile seguirá noite adentro, à luz de velas...

Noutro momento e em dia de festa, a cantoria do Divino Espírito Santo atravessa a pacata praça da vila. Até o cemitério, que fica ao lado da pequena capela de madeira, parece ter ficado mais alegre.

A alegoria percorre as ruas, ainda formadas por gramadões, atraindo os moradores que cultivam a forte tradição. É um momento de congraçamento em que as pessoas passeiam e se divertem. Após a cantoria a banda de música animará a praça pelo resto do dia, enquanto se formam rodas de conversas de todos os assuntos.

Um grupo de correligionários conversa sobre o momento da política estadual, falando do governador Hercílio Luz e seu pulso forte na vitória sobre os federalistas. À sombra de uma figueira, homens de fino trato, bem vestidos, falam de negócios.

Perto dali alguns divergem sobre disputas políticas locais. Afastadas, beatas de olhares contidos, quase escondidos sob véus negros, se agrupam em visíveis pudores.

Mais desprendidas, mas ainda acanhadas,

“Não sei por onde começar.” Se o problema é esse, a resposta é fácil: qualquer lugar. Assim como ninguém entra na literatura lendo “A Bíblia”, “A Odisséia”, “A Eneida” e “A Divina Comédia”, nessa ordem, também não há por que pensar que a cronologia seja o melhor caminho para quem se interessa em escutar música “clássica”. Qualquer compositor, de qualquer período, será uma boa porta de entrada.

“Clássica” vai entre aspas, porque não é um bom nome. Nem toda a música clássica foi composta no período clássico (segunda metade do século 18), nem todos os clássicos viraram clássicos. Mas “música clássica” ainda é melhor do que “música erudita” (nome pomposo: o contrário seria “música ignorante”?), ou “música de concer to” (nem sempre verdade: o que dizer de toda a tradição litúrgica, para ficar só nesse exemplo?). Na prática, todo mundo sabe o que é música clássica, embora nem todo mundo escute. Também não é todo mundo que lê Shakespeare e Machado de Assis.

Mas ninguém discorda que autores assim serão sempre impor tantes na nossa cultura.

O mesmo vale para Bach, Mozar t, Beethoven, Stravinski ou Villa-Lobos, muito embora a posição da música ainda seja muito distinta da que a literatura, bem ou mal, desfruta.

Já que falamos nesses cinco compositores, vale a pena dizer algumas palavras sobre cada um. Sugestão por sugestão, são portas de entrada e tanto.

De Johann Sebastian Bach (1685-1750), a vontade é dizer que ele se confunde com a ar te da música, tal como a conhecemos. Um compositor que, ao mesmo tempo, é todos e nenhum. O pão, o sal e a água da música: “O Cravo Bem Temperado”, “A Paixão Segundo São Mateus”, “Suítes para Violoncelo Solo”, “Concertos Brandemburgueses”, “Missa em Si Menor”.

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) foi o maior compositor do período clássico, propriamente dito. “Mozartiano” virou sinônimo para tudo aquilo, na música ou fora dela, que se dá com fluência e graça, com generosidade e espírito: das óperas “A Flauta Mágica” e “Don Giovanni” aos “Concertos para piano e orquestra”, das “Sinfonias” (especialmente as últimas três: números 39 a 41) aos “Quartetos” e “Quintetos”.

Com Ludwig van Beethoven (1770-1827), entramos na modernidade. A música passa a ser uma das formas mais altas de o homem pensar a si mesmo. Matéria bruta (som, silêncio) vira instrumento de pensamento e poesia: não só nas justamente canonizadas “Nove Sinfonias”, mas também nas “Sonatas” para piano, nos “Quartetos de Cordas”, nos “Concertos”, na “Missa Solemnis”.

Igor Stravinski (1882-1971) precisa entrar nessa seletíssima lista, porque não vamos deixar o século 20 de fora. E “A Sagração da Primavera”, de 1913, vir tualmente inventa o século, com sua energia perpetuamente renovada.

Já Heitor Villa-Lobos (1887-1959) inventa o Brasil: cada compasso das “Bachianas Brasileiras” guarda uma presença humana inconfundível, mas que se confunde agora com todos nós que, pelos motivos mais variados, nos descrevemos como brasileiros.

Enfim: são cinco compositores que todo mundo deveria se dar a chance de conhecer. Em qualquer ordem e sem obrigação de ser sistemático. Para escutar música, não é preciso nada além de boa vontade e um mínimo de iniciativa. O resto vem naturalmente.

Seja para quem toca, seja para quem escuta, o que mais impor ta na música clássica, como em qualquer outra, é o que acontece entre eles, um entendimento maior e melhor do que qualquer palavra.

Não tenho vergonha de mudar de ideia, porque não tenho vergonha de pensar.

BLAISE PASCAL (1623-1662)

CURIOSIDADES 4 Durante a Guerra de Secessão, quando as tropas voltavam para o quartel após uma batalha sem nenhuma baixa, escreviam numa grande placa: “O Killed” (zero mortos). Daí surgiu a expressão “O.K.” para indicar que tudo está bem.

4 Cada rei no baralho representa um grande rei/ imperador da história: — Espadas: Rei David (Israel) — Paus: Alexandre Magno (Grécia/Macedônia) — Copas: Carlos Magno (França) — Ouros: Júlio César (Roma) 4 No Novo Testamento, no livro de São Mateus, está escrito: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus”. O problema é que São Jerônimo, ao traduzir o texto, interpretou a palavra “kamelos” como camelo, quando na verdade, em grego, “kamelos” são as cordas grossas com que se amarram os barcos.

A idéia da frase permanece a mesma, mas qual parece mais coerente?

4 Quando os conquistadores ingleses chegaram a Austrália, se assustaram ao ver uns estranhos animais que davam saltos incríveis. Imediatamente chamaram um nativo (os aborígenes australianos eram extremamente pacíficos) e perguntaram qual o nome do bicho. O índio sempre repetia “Kan Ghu Ru”, e portanto o adaptaram ao inglês, “kangaroo” (canguru). Depois, os linguistas determinaram o significado, que era muito claro: os indígenas queriam dizer “Não te entendo”.

4 A parte do México conhecida como Yucatán vem da época da conquista, quando um espanhol perguntou a um indígena como eles chamavam esse lugar, e o índio respondeu “Yucatán”. Mas o espanhol não sabia que ele estava informando “Não sou daqui”.

4 Existe uma rua no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, chamada “PEDRO IVO”. Quando um grupo de estudantes foi tentar descobrir quem foi esse tal de Pedro Ivo, descobriram que na verdade a rua homenageava D. Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como “Pedro IV”. Pois bem, algum dos funcionários da Prefeitura, ao pensar que o nome da rua fora grafado errado, colocou um “O” no final do nome. O erro permanece até hoje.

PIADA O ANEL DE DIAMANTE A mulher, zangada com o seu marido, liga para ele: — Seu ordinário! Ondié que você se enfiou?

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CORREIO DE ARARANGUÁ

Grupo de Adoção Filhos do Coração

DIRETOR: Osmar Nunes OFICINAS E REDAÇÃO: Av. Sete de Setembro, 2090

DIRETOR: Wladinir Luz REDATOR: Ernesto Grechi Filho

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OFICINA: Gráfica Orion - Av. Getúlio Vargas, 170

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10/maio/1964 - ano I - nº 15

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Evitar picada de mosquitos previne doenças como malária e dengue

Feira livre para Araranguá Articula-se a criação para uma feira livre em Araranguá, para venda de produtos agrícolas direto à população. Em dias da semana passada, houve reunião entre clubes de serviço, Acaresc e Prefeitura, para os estudos preliminares. A Prefeitura concordou em doar o terreno e a Acaresc ficará encarregada em fazer a seleção dos prováveis fornecedores.

O levantamento do terreno está sendo feito por uma comissão já nomeada, entretanto, o mais provável, está sendo o que fica à beira-rio, no início da Rui Barbosa. O outro local é ao lado do posto meteorológico.

Após os primeiros passos, a Acaresc fará a reunião para finalizar debates sobre a sua criação. NJ: Cremos que a feira não saiu do papel. Mas a ideia de estabelecê-la ao lado do posto meteorológico (onde hoje é a rodoviária) anuncia a “vocação” da beira-rio para a ocupação de barracas, com o camelódromo iniciado na década de 90 estendendo-se pela Cel. Apolinário até ser retirado em 2009 para o local atual, na Sete de Setembro, em edificação própria.

Conheça os cuidados e quais problemas podem ser transmitidos por insetos Fonte: SITE MINHA VIDA – TEXTO DE RALCYON TEIXEIRA (INFECTOLOGISTA) http://www.minhavida.com.br/saude/materias/17567-evitar-picada-de-mosquitos-previne-doencas-como-malaria-e-dengue (atualizado em 11/01/2016). Acessado em 04/04/2016

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A filariose é uma doença causada pelo nematódeo Wuchereria bancrofti que acaba atacando os casos linfáticos das pessoas. É transmitida pelo mosquito Culex quinquefasciatus contaminado por esse parasita.

A leishmaniose é uma doença causada por um protozoário que pode causar tanto uma doença localizada na pele ou uma doença disseminada por todo o corpo. Ela é transmitida por um inseto denominado flebotomíneo, também conhecido popularmente como mosquito palha ou birigui (apesar de biologicamente não pertencer à família dos mosquitos).

Como se prevenir dos mosquitos: z Quando for visitar um lugar repleto de mosquitos, é recomendado o uso de roupas leves e claras; z Mesmo em lugares quentes, use calça e blusa com manga comprida, que podem ou não estar impregnadas com repelentes; z Não use perfume, pois o cheiro adocicado pode atrair mais mosquitos; z Prefira desodorantes sem perfume, sabonetes neutros e xampus sem cheiro; z Se possível, fique em ambientes fechados com tela e com uso de inseticida; z Se for dormir ao ar livre, use mosquiteiros impregnados de repelentes para se proteger; z Evite sair nos horários de maior atividade dos mosquitos, como o amanhecer e anoitecer no caso da malária.

Em relação aos repelentes, diversas marcas com diferentes princípios

ativos podem ser usados (DEET, Icaridina, IR3535, Citronela).

Atualmente os repelentes feitos a base de icaridina são os mais eficazes disponíveis no mercado.

As regras de uso do repelente são: z Seja generoso: a tendência é passar menos que o necessário para proteção; z Seja homogêneo: passe por todo o corpo, incluindo nariz, orelha, nuca, tornozelo – áreas que são áreas geralmente esquecidas; z Não use em mucosas, como boca, olhos e dentro do nariz, pois pode causar irritação; z Repasse o repelente conforme a necessidade, principalmente se estiver suando muito ou tiver se banhado; z O repelente deve ser o último a ser colocado na pele. Passe primeiro o protetor solar e depois o repelente; z Se possível, pulverize a face externa da roupa com repelente. Isso também ajuda a evitar picadas de mosquito.

Seguindo essas orientações, você reduz muito a chance e ter alguma doença transmitida por mosquitos e consegue fazer uma boa viagem; mas lembre-se, caso se sinta doente após uma viagem, procure rapidamente uma avaliação médica.

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Dr. Everton Hamilton Krás Tournier

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Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net

Campeonato infanto-juvenil Na 2a rodada, realizada na semana que passou, foram efetuados os seguintes jogos: na sabatina, Botafogo 2x2 Aéreo, com tentos assinalados por Verão para os alvinegros e de Zezé e Ni para a equipe do Alto Feliz. Na domingueira, Barriga Verde 1x1 Cidade Alta, com gol de Télo para a equipe de Ellin e de Álvaro para o Barriga Verde.

Na segunda-feira, Penharol x Arara foram os digladiantes. Demonstrando superioridade em todos os setores, o conjunto alvi-verde impôs ao Arara a fragorosa goleada de 7x1, assinalando Edinho (4), Aires (2) e Valmirei, descontando Cacalo de pênalti para o Arara.

SELEÇÕES Da 1a rodada: Má (BF); Cuda (BV), Cláudio (BF), Adilson (P) e Rato (Corint.); Ariovaldo (Corint.) e Hélio (BV); João Carlos (BV) e Idelson (P). Da 2 a rodada: Tatavo (BV); Clavinho e Lenoir (P), Newerton (CA), Pedrinho; Nego, Aires (P) e Mazola (BV); Leônidas, Edinho (P) e Pirulito (Arara). Estas seleções estarão jogando brevemente.

Craques da 1a e da 2a rodadas: Cláudio (BF) e Newerton (CA), respectivamente.

ABRIL 2016

Aedes aegypti

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JORNALECO 476

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Dengue, febre amarela, malária, filariose, leishmaniose. Você sabia que todas essas doenças são transmitidas por mosquitos? Esses mosquitos funcionam como um vetor, ou seja, é ele que faz a transmissão da doença. Por sermos um país tropical, possuímos uma grande quantidade desses insetos em nosso meio.

O mosquito Aedes aegypti hoje é vetor de três doenças no Brasil: zika vírus, dengue e febre chikungunya.

O mosquito é pequeno, aproximadamente 0,5cm de comprimento, preto, com pequenos riscos brancos no dorso, cabeça e pernas.

Tem o costume de picar mais durante o dia.

A dengue está presente em todos os estados brasileiros e acontece mais no período do verão e começo do outono.

A febre amarela também é causada por um vírus e pode ser transmitida por mais de um mosquito diferente. Em regiões de mata, mosquitos das espécies Haemagogus e Sabethes são os responsáveis pela transmissão da chamada febre amarela silvestre.

O Aedes aegypti, mesmo mosquito capaz de transmitir a dengue, também é capaz de transmitir a febre amarela nas cidades, o que chamamos de febre amarela urbana. A transmissão nas cidades está controlada desde 1942, mas existe o risco de voltar a acontecer.

Atualmente, a febre amarela tem maior incidência em região de mata fechada, poupando a região da costa brasileira.

A malária é uma doença causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitida por um mosquito que pertence ao gênero Anopheles. Apesar de picar durante todo o dia, o Anopheles tem atividade mais crepuscular, picando com mais intensidade durante o amanhecer e o anoitecer.

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6/abril/1974 - ano XV - nº 275 Data do Município No dia 3 de abril do ano de 1880, Araranguá era elevada à categoria de município, tendo sido instalado em 28 de fevereiro de 1883. [Nesta mesma data, tomava posse a primeira legislatura da Câmara de Vereadores]. A elevação à categoria de cidade deu-se em 1921. Mas a sua data mais importante é o dia 3 de abril, cuja efeméride sempre passa despercebida. Já contamos com uma via pública com o nome de “3 de Abril”. Depois mudaram para outro.

As autoridades municipais deveriam encarar com mais carinho as datas históricas da cidade, enaltecendo-as quando em épocas oportunas. NJ: O três de abril só passará a ser comemorado com ênfase no final da década. As comemorações alusivas ao centenário, em 1980, durante o mandato de Salmi Paladini, tornaram aquele ano inesquecível para os araranguaenses.

Universidades aqui e lá O Governo Federal está interessado em instalar mais e melhores universidades no país. Segundo estatística, os EUA contam com quatro mil universidades, a Rússia com três mil e o Brasil com 50 universidades. NJ: Os golpistas que governavam o Brasil desde 1964, sucatearam nossas universidades, aniquilando a vida intelectual no país, matando ou exilando professores e pensadores. Nos governos seguintes pouco mudou, culminando no descaso de Fernando Henrique. Somente com o governo do PT, a partir de Lula, as universidades recuperariam o prestígio e o investimento merecidos, com a criação de 18 universidades públicas. Além disso, “o Governo Lula criou várias medidas para aumentar o acesso das camadas mais pobres à universidade pública. O sistema de cotas sociais e raciais, por exemplo, foi adotado por 20 universidades federais de 14 estados. A criação, em 2009, do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) – que seleciona estudantes para vagas em universidades federais por meio da nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – deu chance para que um estudante de um Estado possa cursar uma federal de outro” (O Estadão, 2011.

Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/ geral,universidades-federais-criadas-na-gestao-lula-mantemdesigualdades-imp-,760039>. Acesso em: 9/4/2016).

Dra. Liana Grechi de Oliveira

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Jornal de Ontem OOO Nº 8

JORNAIS ARARANGUAENSES DO PASSADO — NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA

FAZENDA SÃO JORGE

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

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SORA era uma menina meiga, esperta e inteligente. Sonhava em ser astronauta quando crescesse. Seu amigo de infância e companheiro de aventuras, Juninho, sempre a incomodava nesse sentido. Era uma manhã tranquila de sexta-feira quando, ao brincarem na sala, a solução apareceu. Seus pais conversavam.

— Do que jeito que anda a crise, nosso cartão “vai pro espaço” — disse o pai.

— Se já não foi... — completou a mãe.

Um “cartão mágico”? Era tudo o que Sora desejava.

— Juninho! Já sei como virar astronauta!

— Isso é coisa de menino.

— Não é não! Vai me ajudar ou vai ficar parado?

— O que vai fazer?

— Pegar o cartão emprestado, ora!

Não escutou o que meu pai disse?

Duas sombras esguias se aproximaram da escrivaninha. Aguardaram até que os pais saíssem. Mãos curiosas tatearam em busca da carteira de couro. Abriram-na. O cartão brilhava sob a luz natural.

— E agora, Sora?

— Não sei. Pega o telefone!

Era esperta o suficiente para realizar uma busca. Falou bem devagar com a “moça do celular”, quase soletrando as palavras. A pesquisa trouxe maquetes ultrarrealistas. Era isso o que tanto desejava!

— Preciso do número do cartão.

Ah, tá aqui.

Seus pais chamaram. Devolveram depressa a carteira e o telefone...

Na semana seguinte, um caminhão-baú estacionou em frente à sua casa. Sora correu em direção à porta, deixando para trás um pai visivelmente assustado com a fatura em mãos.

— Eba! Finalmente vou virar astronauta!

E arrepiou-se ao ver a cara soturna, atrás de si.

— É bom que vire mesmo e encontre uma forma de voltar no tempo, pois você está encrencada por muitos anos, mocinha! — encerrou o pai.

Dr. Elton Grechi de Oliveira

CRO/SC 11.148

CRO/SC 11.149

Especialista em Odontologia Ocupacional Pós-Graduada em Dentística Pós-Graduada em Endodontia Mecanizada

Especialista em Implantodontia Especializando em Ortodontia

AGENDE SUA CONSULTA: Tel. 3524-6097 - Rua Caetano Lummertz, 91 - Centro Médico Oswaldo Cruz, s. 103

SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

“Eu aceito cheque...”

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Em 18 de dezembro de 2015, na Câmara de Vereadores de Araranguá, Ademir Rocha lançou o seu livro Retrato falado de uma vida, onde fala do seu alcoolismo e de como o tem superado, numa obra corajosa e fascinante. É começar a ler e não se para mais até chegar ao fim. Os fatos autobiográficos narrados têm como cenário sua casa, bairro e cidade, nos transportando para solitárias madrugadas perdidas e botecos e bares nos mais diversos recantos, clínicas e centros de tratamento, em longas andanças por Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Timbé do Sul, Florianópolis, Joinville, São Paulo, e uma passagem por Porto Alegre hilariante, mesmo sendo “trágica”. Uma jornada existencial íntima, como profissional promissor ou nômade embriagado, até seu momento atual de sobriedade e recuperação.

O livro tem ótima revisão e tratamento editorial, com projeto gráfico da Orion. A capa reproduz uma tela de Alexandre Rocha – uma das mais instigantes do artista – pintada em 1996: sete figuras em torno de uma garrafa sobressaem da composição cubista.

O livro pode ser adquirido pelo telefone 9813-7620. z

JÁ FAZ TEMPO que se discute, neste país, a licença para liberar o jogo, dito de azar, em cassinos. Como se o Brasil já não se assemelhasse a um grande cassino, temos loterias, lotos, quinas e megas de todos os tipos e tamanhos. Tudo sob controle dos Governos e da Lei. Ainda assim, há aqueles que não dispensam ficar, por horas seguidas e até noites inteiras, sentados ao redor de uma mesa, muitas vezes poluída pela fumaça de alguns cigarros, procurando a fortuna escondida nas cartas de um baralho.

Numa determinada roPois aquela noite dada de pôquer, lá estava não era das melhores plantado o nosso amigo para o Santinho, que Santinho. já há algumas rodadas Conhecido por ter prosó tinha perdido seus piciado, à sua roda de amitrocados no jogo de zade momentos de alegria pôquer com seus ou pelas suas colocações companheiros. Até certas nas horas certas ou pelas respostas inesperaque apostou o que das em momentos críticos não tinha, e não para ele. Aliás, este tipo de sendo a sua noite, comportamento parece ser perdeu de novo. um dom do bon vivant; parece estar sempre preparado para uma saída inteligente na hora decisiva.

Pois aquela noite não era das melhores para o Santinho, que há algumas rodadas só tinha perdido seus trocados no jogo de pôquer com seus companheiros. E assim foi durante horas: ganhava alguns poucos trocados para, em seguida, perder outros tantos, e mais. Até que apostou o que não tinha, e não sendo a sua noite, perdeu de novo.

Levantou-se da roda, preocupado de como saldar a dívida. Era de honra.

Pensou no banco, mas estava fechado, e neste tempo ainda não existia caixa eletrônico. Lá não dava.

Pensou nos amigos que poderiam lhe emprestar algum dinheiro, mas àquela hora seria difícil encontrar algum.

“Eureka! Já sei!” Acendeu-lhe uma luz: seu amigo Dr. Neri Garcia, na época funcionário do Banco do Brasil.

Sabia que ele teria ido a um jantar e deveria estar acordado ainda.

Dirigiu-se rápido para a residência do amigo e logo estava tocando a campainha.

De fato, acertou na primeira. O Neri ainda estava acordado, e, reconhecendo-o, veio à porta, solícito, para atendê-lo.

— Santinho, o que aconteceu?

— Doutor Neri, sabe o que é...

E contou o seu drama, concluindo que precisaria ir ao banco para retirar dinheiro e ficar livre de seu incômodo.

Neri ponderou: — Mas Santinho, o Banco está fechado, e além do mais, eu não tenho a chave do cofre, é impossível resolver este teu problema hoje, deixa para amanhã, não tem como pegar dinheiro agora.

Numa última investida, Santinho então retrucou: — Mas doutor Neri, eu aceito cheque... z

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MARILENA CHAUI (1941, Pindorama-SP) tem dedicado grande parte de sua vida ao trabalho, à aventura e à experiência do pensamento. É sem dúvida uma das maiores intelectuais do país, seja devido à riqueza e à importância de sua obra, seja por sua participação ativa na cultura e na política do país. Incansável, ela encantou gerações com o fervor de suas palavras, por um lado, aliadas ao cuidado do exercício docente e, por outro, alinhadas à preocupação de dirigir-se a um público mais amplo, ávido por desbravar o difícil caminho da reflexão. Poucos pensadores conseguiram juntar de maneira tão equilibrada o rigor da produção acadêmica ao exercício da cidadania e da intervenção no espaço público de debate para além dos muros inibidores da universidade. (revoluções.org.br)

CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

Marcador de texto

10 gênios da música clássica. X EDITORES DO HOWSTUFFWORKS (FONTE: SITE COMO TUDO FUNCIONA)

Piotr Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893) ompositor russo que ficou conhecido por suas composições para três famosos balés, entre eles “O Lago do Cisne”, e suas sete sinfonias, Tchaikovsky escreveu também óperas, várias sonatas e canções. Ele é o mais popular compositor russo graças ao grande apelo que sua música tem junto ao público. Entre os elementos que motivam isso estão as impressionantes harmonias e os sons melódicos presentes em suas composições que provocam uma reação profundamente emocional dos ouvintes. A avaliação da obra de Tchaikovsky suscitou várias polêmicas tanto em seu país como no exterior durante décadas, muitas delas baseadas não no seu valor artístico e sim nas inferências sobre sua sexualidade. Atualmente, ele é considerado um dos maiores compositores de música de concerto da história graças a criações que levam a sentimentos de alegria, sofrimento e paixão, mais do que exigem profundidade intelectual dos apreciadores. z

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“Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos

do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.”

MARILENA CHAUI Professora de Filosofia Em Convite à Filosofia. São Paulo, Editora Ática, 2012, p. 9

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“Retrato falado de uma vida”

por Cláudio Gomes

ABRIL 2016

A série escrita por Alexandre Rocha, baseada no diário do telégrafo Bernardino Campos, que chegou a Araranguá em 1894, estreou no JORNALECO 469, em setembro de 2015. O texto completo havia sido escrito pelo Alex, já há alguns anos, como roteiro para um filme. No ano passado, perguntei-lhe se tinha alguma coisa para publicar aqui. Ele sugeriu esse roteiro, que adaptaria para ser publicado em capítulos. Nós sabíamos do risco de o leitor achar difícil acompanhar a história, já que os capítulos sairiam mensalmente (muitos romances foram publicados primeiro em jornal, como Os Miseráveis, de Victor Hugo, para depois ser livro, mas os capítulos iam a público diariamente, como as novelas de rádio, posteriormente, e as telenovelas, nos dias de hoje). Mas o Diário de Bernardino já está no oitavo capítulo (o que ocuparia umas 20 páginas de um livro) e as pessoas o têm acompanhado com prazer, sem perder a linha narrativa, pois cada capítulo encerra uma crônica em si, ligando-se linearmente a cada episódio.

Novos eventos da vida de Bernardino serão contados a partir das “visitas” que o Alex faz ao personagem em seu tempo, mas transmitindo-os do ponto de vista dele, Alex, que tem descortinado 120 anos de história. Assim, enquanto Bernardino vivencia e anota cada acontecimento e nos oferece seu testemunho conforme o desenrolar da trama existencial, o escritor Alexandre Rocha é um observador privilegiado que acompanha a saga do telégrafo também sob a perspectiva do futuro, onisciente de cada lance atual ou potencial na fixação cultural do mundo de Bernardino – e nosso mundo primitivo – transformando o meio ambiente e transfigurando o espaço urbano do nosso herói, podendo assim antever e enfatizar as reações imediatas, anseios mais urgentes e destinos do venturoso Bernardino de Senna Campos.

JORNALECO 476

“O Diário de Bernardino”

“Amamos até à loucura e odiamos até a morte: nosso ser está em jogo em cada e em todos os afetos”

FUNERÁRIA E ASSISTÊNCIA FAMILIAR

STA. TEREZINHA www.funerariasantaterezinha.com

Jesus existiu? de RENÉ LATOURELLE Tradução: Carlos Felício da Silveira (Editora Santuário,1989) I. Memória, história e historicidade A memória do passado em nossa existência não é simples apêndice de nossa vida pessoal, uma espécie de fichário para registrar as lembranças de nossa vida interior. A memória, escreve A. Bridoux, é que me dá a certeza infalível da identidade de minha pessoa e da originalidade radical de minha natureza. É, sem dúvida alguma, a mais forte de todas as nossas certezas e mais solidamente enraizada no coração do homem. [...]

Na memória, os fatos não são apenas recolhidos e lembrados: cada acontecimento é situado em determinada perspectiva e constitui, com os outros fatos assim conservados, uma série contínua, orgânica e significante. Cada acontecimento tem o seu antes e o seu depois. Mas o tempo e o movimento como tais não constituem ainda a historicidade. Esta só emerge na consciência quando o passado revive como passado e é percebido como vivido. Por esse motivo é que devemos dizer que a consciência é essencialmente memória. A consciência busca o tempo já vivido, mas ao mesmo tempo o percebe como antecipação do futuro. A consciência é ao mesmo tempo memória do passado e antecipação do futuro, memória e profecia, retrospectiva e prospectiva. Essa dialética é possível porque o homem é vontade de ser sempre mais e de valer cada vez mais. Diante do futuro, a consciência se torna desejo, esperança, projeto. O passado se transforma em energia em vista do futuro: o homem pro-jeta, isto é, se lança para a frente e assim se constrói. O futuro é o homem em estado de projeto. A esse respeito, E. Dardel observa com razão que o futuro precede o presente. É em verdade a partir do futuro que o homem se constrói, porque no futuro se abre o leque de suas possibilidades: ele apresenta-se não para permanecer por-vir, mas para se tornar presente. Ora, a passagem do futuro para o presente se efetua por meio da opção, da escolha, da decisão e, finalmente, da execução. Na opção, o homem assume uma das possibilidades de seu futuro, enquanto pela ação ele se realiza: ele se faz presente a uma das promessas de futuro que a ele se ofereciam.

Intenção e ação estão entrelaçadas.

Dito isso, que devemos entender por história? A história é o ser do homem enquanto este se constrói seguindo um ritmo de intenção-realização, de projetoexecução, por meio da decisão. A historicidade, por sua vez, é esse mesmo ritmo considerado como lei fundamental do ser humano. (P. 101 e 102)

O respeito humano que sua família merece!

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Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Chapistas/impressores WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc Publicado na GRÁFICA LIDO (ORION) ABRIL-1960 a MAIO-1975 Redação e administração: Av. Getúlio Vargas, 158-170

Uma aventura no costão da serra

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

No início dos anos 70, sete jovens araranguaenses acamparam, por alguns dias, na serra, em Timbé do Sul. Era inverno, férias escolares.

Eles enfrentaram o frio intenso e uma semana em que a chuva não deu trégua, mas muita aventura e fatos marcantes aconteceram

21.abril.1963

POR MARCO AURÉLIO “GORDO” GRECHI

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NO DIA 3 DE JULHO DE 1972, às 7 horas da manhã, partimos rumo ao costão da serra, em Timbé do Sul: Pedro Grechi, Coco da Rosinha, Marquinho Rocha, Nia, Jaime Laurindes de Souza, Venilton Mucillo e eu.

Fomos com o jipe do nosso amigo Pedro Bala, que nos levou até a encosta da serra e retornou em seguida para Araranguá.

Dali, seguimos de carro de boi por uma estrada lateral do morro. Uma paisagem monumental de montanhas enchia nossos olhos e nuvens brancas corriam sob o céu, aquecidas por um crepúsculo solar.

Ao chegar à primeira elevação, fomos recebidos pela família do seu Eugênio. Gente simples e humilde, caipira nato.

Descansamos debaixo de uma frondosa árvore, que nos contemplava com uma bela sombra. Comemos alguma coisa e logo seguimos em frente, agora por uma estrada estreita, de puro barro – só mesmo de carro de boi para se trafegar.

Caía a noite, quando chegamos no local do acampamento. Descarregamos as bagagens. Armamos as barracas rapidamente, pois o frio aumentava assustadoramente com uma garoa gélida.

No dia seguinte, era cedo quando acordei. Parecia que a mata estava muda. Nem um canto de pássaro se ouvia. Mesmo assim, o Coco, o Nia e o Marquinho saíram para caçar. Uma camada fina de gelo cobria a relva.

Notei que havia mais um morro à frente do acampamento. Mais tarde, ele foi batizado de “morro dos Sonhos”.

Nos divertimos muito deslizando em canoas de coqueiro morro abaixo, até perto das barracas.

Apesar do frio, tínhamos que nos lavar. Mas não havia um córrego ou poço próximos. A solução era captar a água que descia sobre as pedras da encosta. Improvisamos um encanamento usando canoas de coqueiro como calhas.

Retornando da caçada, o Coco trazia um tucano ferido, o Nia, uma mísera pomba-do-rabo-branco, e, mais tarde, o Marquinho apareceu com um magro quati. Mesmo assim, deu para o Jaime preparar a janta.

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Enquanto isso, o Coco fazia uma música para o tucano, ao qual batizou de Pederesto, em homenagem ao Pedro Ernesto. Comovido com a tristeza do Pederesto, Coco resolveu dar um gole de cana para o bicho, que reagiu um pouco. Porém, durante a noite, entrou em coma e morreu.

No dia seguinte, o frio intenso e a chuva continuavam. Só o Marquinho saiu para caçar. Com sua espingarda calibre 20 e sua cartucheira dupla, lá foi o homem.

Horas depois, escutamos vários tiros vindos do meio da mata. Diz o Coco: “Eu acho que o Marquinho encontrou um bando de quati”. Em seguida, mais tiros.

Tive uma sensação estranha e fui seguindo o som dos tiros até a beira da mata.

Então percebi que ele estava era perdido.

Comecei a atirar para cima. Um tiro daqui, outro de lá. Até que o amigo surgiu no fim da mata, branco que era uma vela, sujo e todo lanhado. Estava em estado de choque.

De volta para a barraca, Marquinho teve que tomar um banho no chuveiro da natureza, com a água quase congelando.

Num certo momento, eu estava colocando chumbinho na espingarda de pressão, quando ela disparou acidentalmente.

Nisso, sai o Pedrão de dentro da barraca, com a bunda de fora, mostrando um ferimento e perguntando, brabo: “Quem, foi?

Quem foi?” Mas eu já estava no topo do morro dos Sonhos, esperando meu irmão se acalmar.

Chovia sem parar. A água que descia do morro estava entrando por debaixo da barraca do Coco, do Jaime e do Nia, que foram obrigados a sair dali, descendo o morro. Era dia ainda. Lá pela madrugada, a chuva persistia e a água começou a penetrar também em nossa barraca.

Levantamos os colchões e as roupas de cama, pois o chão estava completamente encharcado.

Não deu mais para dormir. Arrumamos as coisas e descemos o morro. Àquela hora da madrugada estava muito escuro.

Tivemos que clarear o caminho com a luz do liquinho. Só se via barro e sapo pulando de tudo quanto é lado, e alguma cobra que atravessava nosso caminho.

Estava clareando o dia, quando chegamos ao novo acampamento, para onde haviam descido o Nia, o Coco e o Jaime. Eles ainda estavam dormindo. Era um barraco de madeira. Lugar quentinho, pois tinha um fogo direto de uma fornalha. Nossos companheiros dormiam em enormes

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A revolução pacífica [o Golpe anunciado] Praticamente, está realizada a revolução que o país carecia para colocar em dia suas finanças e economia. Não foram necessários os fidéis sanguinários, os brizolas inconsequentes, nem os traidores vermelhos que se apelidaram nacionalistas. A orgia terminou. Agora, basta tão somente manter a situação nacional dentro do fio previamente traçado, previamente estendido. [...] Não O Fronteira Clube realizou, na noite foi preciso matá-los, fuzilá-los. Nada disso. Aqui, ninguém tem sede de sangue: de 13 do corrente, sábado de aleluia, seu ninguém quer morticínio, brigas. [...] Deixamos de saber quem nos auxiliou primeiro baile oficial do corrente ano. para sairmos desse caos. Dizem que foram os americanos do norte. Honra, Desta feita, o salão rosa do Fronteira pois, aos americanos do norte. Se foram os russos, aplausos aos russos. [...] O iluminou-se para receber seus associados que estávamos necessitando era de homens para bem governar. Queira Deus, numa noite de gala. A orquestra não agraesses que estão no poder acertem. Possuem os meios. É só manejá-los. dou: ritmo nulo, repertório mesquinho.

NJ1: Tempos depois, o redator do CA reconhecerá sua ingenuidade A afluência ao baile não foi das maioem aceitar o golpe como a “revolução que o país carecia”. Ingenuidade essa res, lá estavam os teimosos e os habituque se revela, por exemplo, em não reconhecer a propaganda norte-ameriais frequentadores, indecisos e pouco anicana e em sugerir um não derramamento de sangue que, a princípio, a remados, com resquícios quaresmais. As núncia do presidente João Goulart evitará, sem imaginar o redator que a horas se arrastaram, penosas, pingando ação repressora dos golpistas, posteriormente, mataria ou torturaria milhares pares desanimados na pista sempre semide brasileiros que não aceitavam passivamente a ditadura instalada. deserta. Quem suportou, lá se demorou, Em 2013, o Jornal Nacional leu um texto de O Globo admitindo que Roberto a duras penas, até as quatro da manhã, Marinho estava “equivocado” ao concordar em seus editoriais com o Golpe esperando que algo acontecesse... de 64, pois o jornalista acreditava que estariam contra-atacando um Uma coisa aconteceu: foi eleita a “Gagolpe maior. O que não convence: o jornalismo da Globo continua rota Radar”, a graciosa menina-moça Zenaide atendendo ao jogo de interesses da elite capitalista para controlar a Rocha. Ela, dia 11 de maio, acontecerá no Clube opinião pública, e a empresa fundada pela família Marinho repete 12 de Agosto, em Florianópolis, disputando o seu papel na história, conspirando, outra vez, com uma oposição título de “Garota Radar” de Santa Catarina. política ardilosa que não tem outro objetivo senão o de tomar o poder.

Zenaide Rocha e acompanhante viajarão para NJ2: Este editorial é uma amostra da servilidade que em geral a Capital do Estado sob os auspícios do Fronteira a imprensa das cidades do interior assume diante das grandes Clube, e em Florianópolis serão hóspedes do corporações midiáticas subordinadas aos capitais dominantes e ao ilustre casal Affonso [e Alice] Ghizzo. Felicidades, partidarismo interesseiro que patrocinam as diretrizes neoliberais Zazá. NJ: A vaga deixada por Lourival Vaz na em detrimento da dignidade humana e da sociedade mais justa. coluna social foi ocupada por um articulista que A inconsequente opinião do Correio de Araranguá de 53 anos atrás, não assina os textos. Aparentemente, um zomaceitando um movimento que culminará no golpe de 31 de março de bador. O baile não deve ter sido tão ruim. Zenaide, 1964 e que corroerá o país por duas décadas, é revivida e fomentada a “Garota Radar”, concorreu em Florianópolis nos dias de hoje, quando uma oligarquia que comanda cerca de 80% mas não venceu, conforme anuncia uma nota na dos jornais no país manipula a notícia e a consciência de milhões de edição seguinte do jornal. brasileiros indignados diante da absurda extensão da corrupção e do crime que desde sempre atingem grandes partidos e órgãos governamentais e ora se revelam por investimento do atual Governo na logística da Polícia Federal, de sua não interferência nas ações do Será assinado convênio para a água Ministério Público e da criação de leis que favorecem a transparência.

Com destino à Capital do Estado, viajou o Mas assim, simplesmente raivoso, o cidadão é presa fácil da falácia prefeito José Rocha. Naquela capital, será conservadora pois, pensando e reagindo apenas emocionalmente, não assinado o convênio entre a Prefeitura de Aracompreende a história nem percebe o avanço das classes hegemônicas ranguá e o Governo do Estado para a construção para reaver o poder, e, ignorando todas as escalas da informação, das obras do encanamento de água, dentro do é incapaz de refletir e avaliar por si mesmo a história do país e de programa “Aliança para o Progresso”. NJ: Daí situar-se como cidadão inserido nesta história, assumindo o que lhe originará o SAMAE em Araranguá. Até então os cabe para evitar o retrocesso e resguardar a democracia. moradores do município, incluindo os do centro da cidade, dependiam de poços artesianos, e se ANOTAÇÕES SOBRE A SESSÃO PASTELÃO NA CÂMARA BAIXA lavava muita roupa na “fonte”. Hoje, a água 3 Domingo, 17 de abril de 2016, os brasileiros puderam acompanhar, através encanada chega a todos os lugares. da televisão e do rádio, a sessão da câmara dos deputados que decidia se

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cochos de madeira. Era um lugar estranho, nunca tinha visto nada parecido. Depois fiquei sabendo que os cochos serviam para armazenar açúcar mascavo, pois o lugar se tratava de um alambique. Pobre seu Eugênio, não sabia que estava abrigando quatro “gambás no galinheiro”.

Só tínhamos arroz para comer.

Então o Coco, já meio “a pau”, mesmo com aquela chuva, saiu para caçar.

Meia hora depois, voltou o caçador com o pindorico cheio de anum-preto. O Marquinho diz: “Isso não se come!” E o Coco responde, desconversando: “Não se come o branco, o preto é bom”.

E assim foi feito um panelão de risoto de anu preto. O arroz, deu para comer, mas o bichinho era duro demais.

De repente, sentimos um cheiro de pano queimado: estava pegando fogo no cobertor do Marquinho. Ele pegou uma vasilha cheia, que estava próxima, e jogou sobre o cobertor na tentativa de apagar o fogo. Mas aí foi que o fogo aumentou, pois o líquido na vasilha era cachaça pura!

No outro dia, era cedo, apareceu o seu Eugênio, meio assustado, falando que seu filho tinha passado mal à noite. O Marquinho, que trabalhava na farmácia do pai dele, tinha consigo uma caixa cheia de remédios. Ele foi até a casa do doente. Dando uma de médico, examinou o “paciente”. Então, com sua caixa de remédios, receitou e forneceu comprimidos ao doente. Três dias depois, reapareceu o seu Eugênio, todo sorridente. Abraçado ao filho, que estava totalmente curado, trazia um porco assado. Foi feita uma polenta com salada de radiche e “canha” à vontade. Eu só sei dizer que deu para tirar a barriga da miséria.

O Marquinho, dali para frente, só era chamado de “doutor Marquinho”.

O pior é que a notícia se espalhou pela redondeza, começando a aparecer gente de todo lugar. Enquanto tinha remédio, ele ia atendendo.

No dia da despedida, um frio de doer. Olhei para o céu e notei o movimento de flocos de neve, dando a impressão que iam cair. Seu Eugênio mandou cangar os bois para descer o morro e nos levar até a estação de ônibus. Dali, rumamos a Araranguá, para nunca mais voltar.

Baile de Aleluia

Prefeito viaja à Capital

ABRIL 2016

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A tipografia do CA passou a anunciar serviços gráficos. Em 1965, ela se mudará para o outro lado da avenida, em frente, na propriedade de Ernesto Grechi Filho, como Gráfica Líder e, depois, como Gráfica Orion, que em 1994 lançará o JORNALECO

aprovava o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

3 Como era difícil justificar o “sim” sem uma acusação objetiva, o recurso de muitos deputados foi o discurso generalizante, como se estivessem fazendo campanha política ou votando numa eleição indireta. Outro artifício foi usar Deus, pai e mãe, filhos e netos e até aniversariantes e mulheres grávidas como escudo. Teve uma deputada que disse sim em nome da “honestidade” do marido, preso logo no dia seguinte, acusado de sucatear e desviar verbas de hospitais públicos em favor do hospital de sua propriedade, no município onde é prefeito.

3 Do lado do “não” era mais simples, era só estufar o peito e dizer com legitimidade: “Contra aqueles que querem abafar a Lava-Jato — Contra o golpe — Pela democracia — NÃO!” 3 Nem todos os adeptos do “sim” que decidiram pelo prosseguimento do processo eram golpistas. Havia os simplesmente acovardados, os oportunistas, os traidores, os acomodados, e os retardados, que aparentemente não sabiam o que estavam fazendo lá e invocavam Jerusalém.

3 Lema de ranço machista dos reacionários: “Tchau, querida!”

3 Lema de homens e mulheres da resistência: “Não vai ter golpe!”

(RG)

O ilustre conterrâneo Dr. Wladinir Luz relata, com fidelidade, em seu livro Uma História Diferente que, com a chegada da estrada de ferro, Araranguá era ponto de passagem e parada obrigatória para quem viajasse pelo litoral sul. Com esta movimentação de pessoas, tornava-se importante e necessária a produção de gêneros, principalmente de alimentos.

Hoje substituídas pelas grandes indústrias, varias pequenas fábricas estabeleceram-se na cidade.

As fábricas de balas Beija-Flor e Estrela, de bebidas Kindermann (laranjinha Juliana), de bolachas e biscoitos Belinzoni, de brinquedos torneados em madeira (Jorge Bacha), de beneficiamento de café, só para citar algumas.

E foi na fábrica de café de Artur Bertoncini que o rapaz, assustado com aquele estranho de pé, com uma grande pasta à sua frente, gaguejou: — Não, senhor, é o meu pai.

— Eu sou Ernesto, sou fiscal do IBC, Instituto Brasileiro do Café.

Onde está seu pai? Quero ver os livros.

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Hoje, com o advento da era da informática, toda a fiscalização para a cobrança de impostos é feita

raranguaense

Neste período da nossa história política, a politicagem ditava as ações dos agentes dos governos que, devidamente direcionados, visitavam os contribuintes, quase sempre os da oposição, para fazer fiscalizações, às vezes, intimidatórias.

— O pai (que na verdade era seu tio) está em Porto Alegre, e os livros estão no seu Maximiliano Hennemann, o nosso contador.

O diálogo prosseguia com o fiscal querendo saber mais.

— A que partido político sua família pertence?

— Nós aqui não temos partido, não, senhor.

Embora já soubesse com quem estava falando, pois vinha a mando dos Bornhausen da UDN, o fiscal voltou à carga: — Tu podes me responder qual o teu nome?

Esta pergunta vinha bem a propósito, pois era sabido que os pais davam aos filhos o mesmo nome dos políticos seus correligionários, com os quais mais se identificavam.

Não conseguindo mais dissimular, o pobre, educadamente e em baixo tom, revelou seu nome, denunciando-o, bem como a toda a sua estratégia: — Nereu...

O fiscal, vitorioso, deu uma sonora gargalhada e arrematou: — Nereu? E o senhor quer me convencer de que não tem partido?! Amanhã eu volto.

Nereu Bertoncini conta que se tornou grande amigo do fiscal, que viria a fixar residência em nossa cidade.

Neste período da nossa história política, a politicagem ditava as ações dos agentes dos governos.

No Brasil dos anos 1950, ou governava o PSD (Partido Social Democrático), que em Santa Catarina era representado pela família Ramos, sendo seu principal baluarte Nereu Ramos; ou a UDN (União Democrática Nacional), aqui no estado representada pela família Bornhausen, sendo seu expoente máximo Irineu Bornhausen.

O homem não se deu por satisfeito e pediu para verificar se os saquinhos (de papel) de café estavam devidamente selados, como mandava a lei, e com os valores corretos.

Tudo acontecia na Fábrica de Café Bertoncini, no bairro Cidade Alta.

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

Nossa homenagem ao araranguaense Nereu Bertoncini

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Uma homenagem às mães / JOÃO BATISTA DE SOUZA

Queres prender Seguir os passos Em ânsia reter No descompasso Soma de querer Amor possessivo Temendo perder Perdeu sem aviso Amor esta planta Com a raiz fixada Tudo ela suplanta Se for bem regada.

NÃO SOU POETA, tampouco escritor: longe disso! Mas, ao

ler on-line o J ORNALECO , especificamente a página que fala sobre o ilustre senhor Ayres Koerig – este sim, um grande intelectual que enriqueceu a cultura araranguaense, inclusive emprestando sua abalizada opinião nas diversas versões sobre a toponímia Araranguá –, me animei a relembrar um poema que escrevi, muito tempo atrás, a pedido de um amigo: Zeferino Réus, grande maestro do Coral da Igreja Matriz São Sebastião, de Praia Grande. Zeferino queria fazer uma homenagem especial às mães em uma missa solene. Fiz, então, os versos abaixo adaptados à melodia de A Praça, sucesso nos anos 1970 na voz de Ronnie Von. Não é para me elogiar, mas, na época, foi um sucesso!

CAIXA DE FOTOGRAFIAS EM TEMPOS JÁ REMOTOS, OS AMIGOS COSTUMAVAM SE PRESENTEAR OFERECENDO FOTOGRAFIAS COM DEDICATÓRIAS.

“R AINHA DA P RIMAVERA 1951”, PRESENTEOU A AMIGA FANNY COM ESTA FOTO.

ZILMA ,

A

Quem é que nossos sonos vela com tanta doçura E com tanta ternura pede a Deus em oração Que dê paz e amor aos seus filhinhos no futuro, Quem é que nos abre seu coração? É mãe, o doce nome que aprendemos em tenra idade E com felicidade balbuciamos ternamente. É a mãe, que em seu peito nos abriga das maldades. É a ela que fizemos essa canção.

Cantemos todos, com alegria E harmonia dos nossos corações Em homenagem a esse dia Que é o dia das queridas mamães!

Nós hoje estamos grandes e lembramos com saudade Toda felicidade que elas nos proporcionaram.

Lembramos das cantigas de ninar e das estórias Que em nossas cabeceiras inda contavam.

Cantemos todos...

Agora bem velhinhas, de cabelos prateados, Relembram com saudades todo o tempo que passou.

E choram ao ver e abraçar seus filhos amados, Agradecendo a Deus por nosso amor.

Cantemos todos...

Até os passarinhos se alegraram nesse dia, Voaram em revoadas e cantaram em seu louvor.

E o Anjo Imaculado, lá do céu, junto a Maria, Em homenagem às mães também cantou.

Cantemos todos...

O recorte do diário de Bernardino / O EDITOR O RECORTE da página do diário de Bernardino Campos (capa)

traz uma foto da antiga prefeitura e parte de uma nota escrita de próprio punho pelo telégrafo. A nota completa se encontra no livro organizado pelo padre João Leonir Dall’Alba Memórias do Araranguá (Lunardelli, 1987), p. 158: [Municipalidade edificada pelo Cel. João Fernandes.]

Raiou o dia 1º de janeiro. Dia bonito, claro, mas muito quente devido à grande seca. Deixou neste dia, ao meio-dia, o cargo de superintendente deste município meu compadre e coronel João Fernandes de Souza, cargo que vinha exercendo desde 1894, tendo sido eleito sete vezes superintendente municipal. De 1900 para cá era o chefe do Partido Republicano. Assumiu solenemente e com grandes festas, desde ontem e toda a noite, o Alcebíades Seara, que foi eleito sem oposição (imposto pelo Governador).

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APOIO CULTURAL

— O SENHOR é o proprietário da fábrica de café?

por computadores, entretanto, nesses tempos, o pessoal dos governos, os chamados fiscais do Governo, é quem executavam todo o trabalho.

E, é obvio, eles também vinham via trem, e na hora em que menos se esperava.

COMENTANDO O JORNALECO ○

ARLETE ZANERIPPE

ABRIL 2016

CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

JORNALECO 476

por Cláudio Gomes

poética a

“Sem partido?...

Com esse nome?!”

CONSERVAÇÃO

CN

CASA NENA CANOAS / RS

ARARANGUÁ / SC