Jornaleco 485 janeiro 2017

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Cenário da avenida Getúlio Vargas em 1980 M BAR CENTRAL

EDIFÍCIO GHIZZO

CINE ROXY

GIASSI

BRADESCO NK CAÇA E PESCA

JORNALECO

Personagens famosos da história do Arroio. Acidentes trágicos e contendas fatais. A Segunda Guerra Mundial e a crise no Arroio. A baleia que morreu na praia (foto). Leia no quinto e último capítulo de...

ARARANGUÁ, JANEIRO DE 2017 • ANO 23 • Nº 485 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES

Arr0i0 d0 Silva Uma história pra c0ntar por César do Canto Machado

O Fronteira não promovia mais seus bailes, mas a cancha de futebol de salão ainda era usada para peladas, já que o campeonato municipal se transferira para o Ginásio de Esportes Pe. Ézio Julli, então nossa única quadra coberta. Uma inovação marcou aquela época: o Moraco (depois Bruxa’s Center), pioneiro em servir cheeseburger nos carros, e que seria o point de encontro e concentração dos jovens antes das festas na boate Eve’Som. O trecho da avenida Getúlio Vargas, que desde 1990 vem a ser o Calçadão, também era a nossa Wall Street: ali

A P O I O C U LT U R A L

JORNALECO

©

PANFLETO CULTURAL

Trecho do atual Calçadão, com vista de pouco antes da frente do Bar Central, e o Cine Roxy (c. 1980)

abrigavam-se três dos cinco bancos da cidade: Bradesco, Caixa Econômica Federal e Besc (andar térreo do edifício Ghizzo), mais a agência dos Correios. Neste espaço da Getúlio, em 1980, o Gringo consertava geladeiras e o Bubi tinha sua tornearia mecânica. Ali atendiam Altair Acorde, o antigo dentista; João Duz, o novo dentista; Denir, a cabeleireira; Juca Leite e Eroni, consertando rádios e televisores. E, como cereja do bolo, nosso amado Cine Roxy (o “novo”), que desde 1959 (e até 1994), acolhia e encantava toda gente. RICARDO GRECHI H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 23 • Nº 485 • JANEIRO DE 2017 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 16/01/2017 11h30 E-MAIL:

jornaleco.ara@gmail.com

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

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ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

SALVADOR

OUTRO FIGURAÇO!

Das figuras populares da praia, um dos que mais sofreram nas mãos dos irreverentes gozadores dos anos 50 foi Antônio Matias, que vivia de favor em troca de pequenos serviços. Pacífico, porém de hábitos esquisitos, Matias estava sempre rodeado de crianças que procuravam importuná-lo a todo instante, principalmente quando ele se recostava na “área” de qualquer casa para tirar um cochilo. Era nessa hora que os moleques apareciam com uma melancia cortada em duas partes – na forma de um capacete –, enfiando uma delas em sua cabeça, sem que ele tivesse tempo de reagir ou protestar. Em sobressalto, corria até o mar ou o arroio mais próximo para lavar o rosto e não demorava a voltar a dormir e novamente ser importunado pelos moleques, que não se davam por satisfeitos enquanto não conseguissem colocar a segunda parte da melancia na cabeça do incomodado Antônio Matias. A P O I O C U LT U R A L

CÉSAR GRECHI

inha mãe contava que, quando moça, entre os anos 1940 e 50, a juventude no centro da cidade tinha seu reduto no trajeto entre a Igreja Matriz e a antiga sede do Fronteira Clube (onde hoje está o edifício Fronteira). Passeavam no Jardim, tomavam sorvete no Café Brasil, frequentavam as festas no Clube, assistiam filmes no primeiro Cine Roxy (o prédio onde futuramente seria o Giassi). Avançando os anos 1960, o trecho da avenida Getúlio Vargas entre as esquinas das avenidas Sete de Setembro e XV de Novembro se estabeleceria como o “coração” da cidade. Em 1980, definitivamente todos os caminhos levavam à Getúlio Vargas. Ali estava a maioria das casas comerciais mais tradicionais de Araranguá: Pernambucanas (sim, nós já tivemos uma filial da casa do “quem bate? é o frio!”); Joalheria e Ótica Alcidino e as relojoarias do Juca e do Labes; Farmácia Minerva, do seu Antoninho, Panificadora Salete, do Zé Guidi, Casa Nova, do Pedro Marto, Líder Calçados, do Alfredo; a Casa Vitória, a Santa Rosa, a Omega; o Giassi, nosso primeiro supermercado, inaugurado em 1972, e o Panelão, do Altamiro Mattos, em 1974 (que em 1983 daria lugar à Casa Nena); a NK Caça e Pesca, do Norberto Kindermann; a Gráfica Orion; a Livraria Coan; o Foto Akiko; o Mazzuco Cine Foto Som; a Rádio Araranguá, que transmitia do andar superior do prédio da Casa Nova. E até havia, no prédio ao lado da padaria, um barzinho onde, dizem, serviam mulheres de programa. Outros estabelecimentos surgiriam pouco depois, como a Casa Tropical, a Casa Nena, a Koerich, a Lanchonete Plaza. E o Bar Central, que nos anos 50 e 60 rivalizava com o Café Brasil (fechado em 1965 — vide J.24), agora era o mais tradicional da cidade (e o foi até 2006); o Bar Campinas, do outro lado da rua, desde final dos anos 60 e até início dos anos 90, era a alternativa.

AHA

Av. XV de Novembro, 2030 Centro - Araranguá/SC

ACIDENTES E INCIDENTES Um dos acidentes fatais mais comentados na praia do Arroio do Silva foi o episódio em que morreram por descarga atmosférica, em plena mesa de jogo de cartas, os araranguaenses João Francisco e Oswaldo Cazuza. Ambos disputavam, como de hábito, uma partida de pontinho no salão do bar de Marcílio Sombrio, em 1947, quando João Francisco não teve tempo sequer de ser socorrido; faleceu no local em que foi atingido pelo raio. Oswaldo Cazuza, ainda com vida, foi atendido por amigos que, na tentativa de salvá-lo, usaram do velho procedimento da época, de enterrar quase todo o corpo da vítima na areia, buscando neutralizar o efeito da forte descarga recebida. O esforço, todavia, mostrou-se inútil. Oswaldo faleceu em seguida, durante a tentativa emergencial de salvamento. O segundo acidente fatal com faísca elétrica aconteceu com o pescador Porfírio Henrique, atingido mortalmente quando caminhava pela beira da praia, procedente de Sombrio – no hoje emancipado Balneário Gaivota, aonde fora vender o produto de um dia de trabalho. Porfírio, na hora do acidente, faziase acompanhar do amigo João Cândido, proprietário do carro de bois que estavam usando. João Cândido, entretanto, se salvou por se encontrar sobre o estrado do carro, sem contato com a areia da praia, fato que, segundo se crê, evitara a atração da descarga atmosférica. Naquela hora, Porfírio, ao contrário, fora do carro e com os pés no chão molhado, puxava a junta de bois a fim de fazer desatolar a condução que ficara presa ao chão quase movediço da praia. João Cândido, mesmo em precárias condições físicas, dados os ferimentos recebidos, ainda buscou e encontrou forças para tentar socorrer o companheiro, pondo-o imediatamente de volta ao carro, em busca do centro do Arroio do Silva, na esperança de o amigo ainda estar com vida. s p. 6 Te l . ( 4 8 ) 3 5 2 2 - 0 4 4 7 gremiofronteira.com.br

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