Jornaleco 489 junho 2017

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A Vídeo Beta, criada pelo Sander, mais que uma locadora, tornou-se uma disseminadora de cultura, divulgando as obras importantes da sétima arte e reunindo pessoas interessadas no bom cinema SANDER HAHN é filho de Max Hahn e

Darcy Gomes Hahn, e irmão de Sandra. Nasceu em Araranguá e cresceu na av. Getúlio Vargas. A casa onde morava ficava do outro lado da rua, onde hoje está o Mazzuco Foto Som, bem perto do “novo” Cine Roxy, fundado em 1959 quando Sander tinha 10 anos de idade. Frequentador assíduo, apaixonou-se pela arte cinematográfica. Em 1966 saiu de Araranguá para estudar no Rio Grande do Sul. Formouse em Geologia em São Leopoldo e veio para Criciúma trabalhar em agosto de 1977. Casou com Jussara Maria Zuanazzi Hahn e tem os filhos Renan e Roberta. A VÍDEO BETA E OS PRIMEIROS CURTAS Em 1986, Sander Hahn fundou a Vídeo Beta em Criciúma, que logo se tornou uma referência no estado pelo seu imenso acervo de grandes filmes, com destaque para o cinema europeu, além dos filmes comerciais. Com seu conhecimento e relações a partir do público da Beta, Sander foi reunindo em volta de si pessoas interessadas em cinema de qualidade e também em fazer cinema: “O que a gente tá fazendo em Criciúma é cinema. Eu, o Marcello Zapelini e o Leandro de Bona. Leandro escreve, é professor, tem mestrado, e o Marcello é biólogo e também é escritor”, revela Sander. O BOM, O MAU E O FEIO Sander, Marcello e Leandro começaram como O Bom, o Mau e o Feio, alusão ao clássico de Sergio Leone. “Mas ninguém sabe quem é o bom nem o mau nem o feio”, brinca o cineasta. “Nós começamos em 2013, quando eu conheci esse pessoal e tive a ideia de fazer um curta sobre o fim das locadoras, que estavam desaparecendo por causa da pirataria, das mídias on-line,

RELACIONE AS COLUNAS:

1. Marcello 2. Sander 3. Leandro

( ) O BOM ( ) O MAU ( ) O FEIO

Tudo começou na Vídeo Beta: Sander Hahn, empresário e cineasta, Marcello Zapelini da Rosa, professor de Biologia e escritor, e Leandro De Bona Dias, professor formado em Letras e escritor, conheceramse na locadora do Sander e começaram a fazer cinema, criando a produtora O Bom, O Mau e o Feio, atual Polo Cinematográfico de Criciúma.

ARARANGUÁ, JUNHO DE 2017 • ANO 24 • Nº 489 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES

dos canais pagos etc. Era Uma Vez Fitas, DVDs e Blu-rays trata do fim das locadoras, ao mesmo tempo que faz uma brincadeira com aqueles clientes que acham que filme de Oscar é tudo bom e têm pavor de filme europeu”, revela. O roteiro é do Sander, que também atua, junto a Marcello e Leandro. O filme agradou o público e o grupo foi adiante, ganhando um edital da Prefeitura Municipal de Criciúma para produzir um segundo curta, baseado num conto do Marcello, Cenas de Um Casamento, que reverencia o cinema de Bergman. POLO CINEMATOGRÁFICO DE CRICIÚMA Conta Sander: “A coisa foi amadurecendo. Criamos a produtora Polo Cinematográfico de Criciúma (PCC) e fizemos o terceiro filme, Ela, que roteirizamos a partir de um conto do Marcello, sobre uma mulher independente, decidida, que mora em apartamentos invadidos, gosta muito de ler e tem o nome de seus autores favoritos tatuados nas costas. Interessante que nós estivemos em vários prédios de Criciúma em construção para usar nas filmagens, mas problemas com entrada e energia dificultavam o trabalho. Foi aí que chegamos na antiga Vídeo Beta. Eu tinha saído de lá e o comprador tava reformando, tava tudo detonado, e eu pedi pra ele nos deixar filmar lá. O Marcello faz o papel principal, ele é encarnado na mulher, porque ela lê muito e tinha salvo a vida dele. É um filme bem interessante, à la David Lynch”. Depois do Ela, e também baseado numa história do Marcello, eles

A P O I O C U LT U R A L

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PANFLETO CULTURAL

fizeram O Empresário do Ano. O curta faz uma crítica social sobre a vida de um empresário sem escrúpulos. Sander faz o papel do empresário, nesse que considera seu melhor filme até o momento. Alguns curtas da Polo podem ser encontrados no YouTube. Procure por Ela, um filme sensual e instigante. “DOMINGOS BUGREIRO” Em 2016, a equipe adaptou um conto do Leandro para produzir Domingos Bugreiro, um curta sobre os índios no nosso estado e toda a perseguição de que foram vítimas dos governos interessados em assentar europeus, e dos bugreiros contratados para fazer o serviço sujo, matando e dizimando os nativos da região. Esse projeto concorreu com cerca de outros 80 roteiros de todo o estado, conquistando o prêmio de 120 mil reais da Fundação Cultural Catarinense. O filme está em pré-produção. A equipe tem visitado as reservas indígenas no estado e a expectativa é de que seja apresentado em algum festival, como o de Gramado, com chance de ser premiado. Leandro cuida da produção, Sander interpreta o personagem Domingos Bugreiro, e Marcello, um sobrevivente de matança. Marx Vamerlatti é o diretor de fotografia e Agnaldo Stein, o diretor de arte. Sander é da geração da Turma do Maçambeque, de Araranguá. Muito espirituoso, é campeão em botar apelido nos outros conforme a aparência com astros do cinema. De troco, o pessoal apelidou-o de Clint Eastwood. E, claro, o Sander não ficou brabo com isso. z H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 24 • Nº 489 • JUNHO DE 2017 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares E-MAIL:

O futuro de nossas praias: expansão urbana 7 preservação do meio ambiente Acompanhe um estudo abrangente sobre a urbanização e a pouca efetividade dos poderes públicos para conter o avanço de loteamentos clandestinos e construções irregulares em nossos balneários.

Compare esta imagem de 1984 com a imagem abaixo de 2016. O campo de dunas em Passo de Torres era um dos maiores do Estado.

O engenheiro ambiental e sargento da Polícia Militar Ambiental Gibran Rezende Grechi escreve de forma clara e objetiva sobre esta sinistra realidade.

Hoje a área está quase que completamente tomada pelo avanço da urbanização e da ocupação criminosa. A linha de dunas à beiramar também desaparece sem um plano de ordenamento do solo por parte dos municípios.

Nas imagens de satélite disponibilizadas pelo Google Earth pode se verificar a imensa área que o campo de dunas em Passo de Torres possuía em 1984. Hoje, o que resta do campo continua se perdendo pela ação dos gananciosos e descaso das autoridades. P. 6 e 7

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NESTA EDIÇÃO Dona Genuína e seu Proxério 2 JO: A passagem de Ambrosina 3 POÉTICA ARARANGUAENSE 4 CA: Cine Roxy e os outros – Rodoviário, o time da hora 5 O casamento de Bernardino – GALERIA DO FUTEBOL: UCCA 1976 8 CONIC e política atual no Brasil 9 SAÚDE: Mente criativa 10 Homofobia e as crianças 11

Fechamento desta edição: 24/05/2017 10h00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

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SANDER HAHN, o araranguaense radicado em Criciúma que faz história no cinema catarinense

O CLUBE QUE FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA Av. XV de Novembro, 2030 - Centro - Tel. (48) 3522-0447 gremiofronteira.com.br facebook.com/gremiofronteiraclube


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