Jornaleco 491 agosto 2017

por Cláudio Gomes CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

er generosos é um dos S sentimentos que devemos

ZORAIDE HERINGER

Não podia ver um rabo de saia sem arregalar os olhos de cobiça.

Certo dia, conversava candidamente com seu compadre numa esquina da Cidade das Avenidas, quando surgiu uma “donzela de fechar o comércio”.

Trajando uma minissaia, com seus seios e bumbum avantajados e andar ondulante em seu salto alto, passou do outro lado da avenida.

Não se contendo, Dorinho chamou a atenção do compadre e apontou para a garota, falando em tom de cobiça.

— Olha, compadre! Que mulher, que sensualidade, que loucura...

O compadre chamou-lhe à responsabilidade de bom cristão, dizendo: — Calma, Dorinho! Tu acabaste de te ligar à religião. Não podes ficar por aí cobiçando mulher no meio da rua.

Dorinho, pego em flagrante, ficou meio sem graça.

Mas, sem perder o bom humor, retrucou: — Não, compadre. Eu tô cobiçando a moça, mas não é pra mim, é pro compadre Otávio...

Já não acho graça na chuva Não faz bolhas coloridas no chão Não são mais fios de prata São pingos afiados e perigosos: Ponta de punhal: cai e mata!

Os The Platters estão cantando É “Banana Boat Song” ou “Only You?” O disco está longe, rodando...

“Alfeu, vamos dançar?”

(Desculpa, eu esqueci de perguntar: O “29” ainda existe?)

Pinguim O taxista Antônio Vitorino Coelho, famoso Pinguim, em foto recente, e ao lado: o primeiro, seguido de Ireno Cardoso, Francisco Pereira, Mário Tomazzi, José Trevisol e Sílvio Trevisol, juntos a um carro de praça nos anos 1950. P. 6 e 7

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levar a sério. É assim que pensava o Dorinho, homem respeitado, que há pouco tempo se filiara a uma nova igreja.

Frequentador assíduo dos cultos, era bem recebido.

Respeitado, também respeitava a todos.

Porém, Dorinho tinha um pecadinho sistemático. Era caidinho pelo sexo oposto.

Tubarão, doce relicário

JORNALECO

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“Não é pra mim...”

ARARANGUÁ, AGOSTO DE 2017 • ANO 24 • Nº 491 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES

* * * Eu preciso nesta chuva caminhar Quero escorrer com a água Até ao Colégio, pelo chão.

Estou magoada, vou brigar Com a Irmã Tarcita, com a Irmã Neves; Que ensino falho era aquele?

Eu não aprendi acabar a recordação!

Há no meu peito reprimido Um grito de dor Sou uma estrangeira aqui E atualmente Araranguá É meu único amor... * * * “O filme é bom, entrem, filhos” O seu Fridolino, o Cine Vitória, A turma do Ginásio persiste (O Cine Vitória ainda existe?)

Eu qualquer dia desses Vou cair lento como as folhas secas Do “Jardim Novo” e do “Velho Jardim” Qualquer dia desses Com todo brilho do sol Eu me juntarei ao esqueleto De uma cidade À alma de um amigo Eu morri já faz algum tempo A doença foi a saudade...

Correio de Araranguá nº 287, de 1º/02/1975, relaciona as obras dos dois Salmi (1º/02/1977-1º/11/1980), Edu (1º/11/1980-1º/02/1983), Mota (1983primeiros anos do mandato do prefeito Lino Costa, que iniciara a construção da nova prefeitura e a inaugurará em 1976: “Características: 3 pavimentos, espaço de 630m2 para funcionamento da Prefeitura, 17 salas de 30 e 48m2 para acolhimento de órgãos públicos, 1 sala de 130m2 para acolhimento da Câmara de Vereadores, espaço para arquivo, depósito, almoxarifado, garagem, sanitários etc.” Depois de Lino (31/01/1973-1º/02/1977), ocupariam a casa: Perspectiva da prefeitura que será inaugurada em setembro de 1976

1988), Dau (1989-1992), Neri (1993-1996), Primo Menegalli (1997-2004), Mariano (2005-2012) e Sandro (2013-2016). Mariano Mazzuco Neto, o atual prefeito eleito para 2017-2020, vice nos dois mandatos de Primo e ele mesmo com dois mandatos é o prefeito com mais longa permanência no atual paço municipal de Araranguá, e entra para a história como o governante de mais tempo no poder depois de João Fernandes, superintendente de 1894-1898 e 1903-1926. P. 5

Prefeitura hoje

(Poema a Tubarão, após a enchente de 1974)

JORNALECO

©

PANFLETO CULTURAL

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 24 • Nº 491 • AGOSTO DE 2017 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 27/07/2017 11h00 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

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Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

Leia as edições do JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco ou www.facebook.com/jornalecoararangua (desde jan.2009) UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

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A importância da leitura para a criança ○

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LEONARDO DA VINCI

NOVOSALUNOS.com.br/entenda-a-importancia-da-leitura-para-o-desenvolvimento-da-crianca/

O que a leitura efetivamente possibilita?

Antes de mais nada, vamos dar uma olhada no que a leitura efetivamente proporciona para seus adeptos.

Promove o desenvolvimento Criar uma rotina de leitura ajuda no desenvolvimento pessoal, intelectual e profissional da criança. Ler aprimora suas habilidades de comunicação, competências que serão muito importantes para o seu crescimento e para a manutenção de todas as relações constituídas ao longo de sua vida.

Apura o senso crítico Quem cria o costume de ler desenvolve um maior senso crítico, o que será extremamente importante para o progresso intelectual desse indivíduo.

Afinal de contas, assim seu filho conseguirá desenvolver melhor suas ideias, suas opiniões e sua maneira de pensar e agir.

Proporciona entretenimento Estamos acostumados a ver as crianças, em seus momentos de lazer, brincar com videogames computadores, aplicativos on-line e demais tecnologias. Acabamos, dessa maneira, nos esquecendo do valor que os livros possuem também como instrumentos de distração. Na prática, quando a criança se acostuma com a leitura, consegue sentir prazer ao conhecer novas histórias, de forma que esse hábito se torna uma forma de entretenimento extremamente eficiente.

Amplia o conhecimento A leitura também possibilita a geração de novos conhecimentos acerca do mundo, das pessoas e até de nós mesmos. Por essas e outras, acaba ampliando as referências do leitor, modulando sua maneira de pensar e agir, além de aprimorar seu raciocínio. Para as crianças, sobretudo, é uma ótima forma de desenvolver suas habilidades de compreensão para que consigam opinar, criticar e ter maior enriquecimento cultural, intelectual e social.

Enriquece o vocabulário Ler livros é uma ótima maneira de descobrir novas palavras e aumentar cada vez mais o vocabulário, além de melhorar a gramática, aprender a norma padrão da língua da forma mais natural possível e ajudar a construir uma linha lógica de pensamento.

Aprimora a escrita de redações Durante o período escolar, uma das maiores dificuldades dos alunos costuma ser a escrita da redação. Como demonstrado anteriormente, a leitura é a peça-chave para o desenvolvimento da capacidade linguística, por incrementar o vocabulário, expandir as habilidades de interpretação e criatividade, fazendo com que uma maior capacidade de criação se desenvolva, elaborando mais facilmente suas próprias histórias. Por isso, o hábito de leitura se torna ainda mais importante durante o período acadêmico, em que a redação representaria uma demanda mais complexa. Os resultados positivos podem ser notados em provas avaliativas, vestibulares e até na vida profissional!

Minimiza dificuldades acadêmicas Para obter qualquer conhecimento na escola é preciso saber interpretar.

Como o hábito da leitura aprimora a habilidade de comunicação e interpretação, a criança acaba tendo maior facilidade ao aprender os conteúdos em sala de aula. Por essas e outras é que não terá dificuldade para se adaptar quando a escola começar a exigir mais no que se refere à leitura de textos e livros.

Desenvolve o afeto As crianças que leem livros conseguem se sentir afetadas (positiva ou negativamente) com as histórias. Por isso é que os livros são tidos como instrumentos relevantes para liberar a emoção. Lendo as narrativas, as crianças podem sentir medo, excitação e compaixão, bem como vários outros sentimentos importantes para seu desenvolvimento.

A partir de quando se deve incentivar a leitura?

Quanto mais tarde o hábito de leitura for implementado, menos eficientemente os benefícios descritos acima serão incorporados. Assim, a verdade é que nunca é cedo demais para incentivar a imaginação das crianças. Os pais podem contar histórias para seus filhos ainda bebês! Se eles estiverem dando seus primeiros sinais de comunicação, que seja apenas balbuciando, já é possível começar a contar as histórias.

Nessa fase, só garanta que elas sejam mais curtas e leves. Vá, aos poucos,

CACHORRINHO ESPERTO

aumentando a intensidade das emoções e o tamanho das narrativas. Quando menos esperar, seus filhos estarão devorando livros inteiros!

Como aprimorar a técnica?

Confira algumas dicas que você pode adotar para aprimorar a técnica de leitura. Tenha em mente que, para a leitura ser mais eficiente, você pode: 4 Escolher um assunto que seja adequado para a idade da criança.

4 Optar por histórias que aguçarão a curiosidade da criança, buscando temas de seu interesse e compatíveis à sua realidade.

4 Levar seu filho a uma livraria para que ele possa escolher os livros que considerar mais estimulantes e atraentes.

4 Estar presente no momento da leitura, pois essa interação será preenchida por maior atenção, carinho e melhores lembranças. Além disso, você pode ajudar o pequeno a desenvolver uma entonação mais adequada, contribuindo ainda mais para seu desenvolvimento linguístico.

4 Criar um ambiente propício para aumentar a imaginação e melhorar a atmosfera literária, promovendo maior interesse pela leitura. Montar um cantinho aconchegante, com luz um pouco mais baixa e menos estímulos que possam distrair a criança já é um bom começo.

Dia das Crianças

POR SI SÓ,

a leitura aumenta a imaginação, desenvolve a capacidade criativa, promove melhorias na habilidade linguística, trabalha as emoções das crianças e as ajuda a aprimorarem suas habilidades comunicativas. Todos esses benefícios terão um significativo efeito em longo prazo, podendo contribuir para o maior sucesso pessoal e profissional da criança.

De modo geral, são poucos os pais que se dedicam adequadamente a promover a motivação de que os filhos precisam para ler mais e melhor. Faça diferente: nada de pensar que a leitura deve ser obrigação apenas da escola! Comece a incentivar essa poderosa prática ainda dentro de casa, deixando que os profissionais da educação apenas a aperfeiçoem! Lembre-se de que os pais possuem um papel crucial no desenvolvimento da rotina literária dos filhos.

Um blog para você entender mais sobre Educação Bilíngue, Período Integral e Ensino Médio com foco em vestibulares e ENEM.

A BANDA

Um dia, numa expedição na África, um cachorrinho começa a brincar de caçar mariposas e quando se dá conta já está muito longe do grupo do safári. Nisso vê uma pantera correndo em sua direção. Ao perceber que a fera vai devorá-lo, pensa rápido no que fazer. Vê uns ossos de um animal morto e se coloca a mordê-los.

Então, quando a pantera está a ponto de atacá-lo, o cachorrinho diz: “Ah, que delícia esta pantera que acabo de comer!”

A pantera para bruscamente e foge apavorada, pensando: “Que cachorro bravo! Por pouco não come a mim também!”

Um macaco, que estava trepado em uma árvore e que havia visto a cena, corre para contar à pantera como ela fora enganada pelo cãozinho. A pantera fica furiosa e diz: “Cachorro maldito! Vai me pagar! Agora vamos ver quem come a quem!”

O cachorrinho vê que a pantera vem atrás dele, e desta vez trazendo o macaco montado às suas costas.

“Ah, macaco fofoqueiro! O que faço agora?”, pensa o cachorrinho.

Em vez de sair correndo, o cachorrinho fica de costas, como se não estivesse vendo nada, e quando a pantera está a ponto de pular em cima dele, diz em voz alta: “Macaco preguiçoso! Faz meia hora que eu o mandei me trazer outra pantera e ele ainda não voltou!”

(Colhido na Internet)

AGOSTO 2017

já reserva ao menos quinze minutinhos da sua noite para ler com seu filho antes de colocá-lo para dormir, pode até imaginar que está somente cuidando de sua relação com o pequeno. Mas a verdade é que está fazendo muito mais que isso!

Além de oferecer mais cuidado, atenção e carinho, com essa atitude você ainda contribui para fomentar o hábito da leitura na criança, o que gera grandes benefícios no desenvolvimento de qualquer indivíduo.

JORNALECO 491

SE VOCÊ

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Quem pensa pouco, erra muito.

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APOIO CULTURAL

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uplemento

Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade.

ALBERT EINSTEIN

A velha contrabandista S TANISLAW P ONTE P RETA D iz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta.

Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha. Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela: – Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?

A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu: – É areia!

Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco.

A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente.

Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.

Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco.

No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai!

O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.

Diz que foi aí que o fiscal se chateou: – Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.

– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha.

E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs: – Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?

– O senhor promete que não “espáia”? – quis saber a velhinha.

– Juro – respondeu o fiscal.

– É lambreta. chargesbruno.blogspot.com INTERNET

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Médicos acabam com os 12 maiores mitos de saúde Por Bruna Stuppiello Portal MINHA VIDA www.minhavida.com.br/saude/ materias/20784-medicos-acabamcom-os-12-maiores-mitos-de-saude

Bebida gelada causa pneumonia ou dor de garganta Você provavelmente já ouviu de sua mãe: “não tome gelado que você vai ficar com dor de garganta”. Bom, saiba que bebidas geladas (ou sorvete) não causam dor de garganta, pneumonia ou gripe. “Não tem nada a ver, esses problemas são causados por vírus ou bactérias. No entanto, há pessoas que têm problemas de origem alérgica relacionados ao frio”, destaca o clínico geral Alfredo Salim Helito, do Hospital Sírio Libanês. Alguns quadros clínicos que podem ser desencadeados devido ao frio são: sinusite e asma, ambas as doenças respiratórias, e até mesmo a urticária por exposição a temperaturas baixas.

Dormir logo após comer causa indigestão É mito! “Muito pelo contrário, quanto menos atividades a pessoa faz após as refeições, mais o corpo consegue se empenhar em realizar uma boa digestão”, explica o clínico geral Abrão José Cury Junior, presidente do departamento científico de Clínica Médica da Associação Paulista de Medicina. “A soneca, inclusive, ajuda a melhorar a qualidade de vida”, ressalta o especialista. Água com açúcar acalma os nervos A água com açúcar, infelizmente, não serve como calmante natural. “E ainda não proporciona nenhum benefício para a saúde”, diz o clínico geral Alfredo Salim Helito, do Hospital Sírio Libanês. Quando ingerido, o açúcar se transforma em energia para o organismo, sem qualquer efeito sedativo. A sensação de calma pode ocorrer se a pessoa costuma sempre recorrer aos doces em momentos de ansiedade e nervosismo e se sente melhor depois disso, mas isso seria um efeito psicológico e não da água com açúcar em si.

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É preciso dormir 8 horas Mais um mito derrubado, agora você já pode dormir tranquilo. “Cada um possui uma quantidade de horas que precisam dormir para reparar o organismo. Tem pessoas que

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Andar descalço causa gripe É mito! Andar descalço não aumenta o risco de uma pessoa ter gripes e muito menos pneumonia. “As causas dessas doenças são vírus e bactérias, portanto não há relação”, afirma o clínico geral e infectologista Paulo Olzon, professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Tomar banho depois de comer faz mal Mais uma crença popular derrubada. “O problema está em ir para a sauna depois de comer, pois isto leva a uma vasodilatação e a pessoa fica com a pressão baixa. Os exercícios também não são orientados, pois o corpo precisa focar na digestão”, afirma Abrão José Cury Junior.

Tomar ar gelado entorta a boca A ideia de que receber uma rajada de ar gelado quando saímos de um ambiente mais quente, como um banho, pode entortar a boca também é falsa. A lenda é de que o choque térmico, como sair do banho quente e abrir a geladeira, levaria à esta paralisia. “Isto nunca foi comprovado cientificamente, não passa de um mito”, afirma o clínico geral e nutrólogo Roberto Navarro. Entre as reais causas da paralisia facial temos: infecção ou inflamação no nervo facial, trauma na cabeça, infarto, problemas de ouvido, hipertensão, diabetes, doença de Lyme, GuillainBarré e Síndrome de Ramsay-Hunt.

Existem substâncias “milagrosas” Pílula do câncer, chá que trata o diabetes, chá que emagrece... As pessoas adoram eleger substâncias capazes de resolver questões de saúde rapidamente. “A verdade é que não existem milagres para solucionar problemas de saúde, mas sim tratamentos comprovados e mudanças de hábitos”, alerta Bertha Furlan Polegato.

Celular causa tumor no cérebro O uso frequente do celular não é capaz de causar tumor no cérebro, pelo menos é o que se sabe até agora sobre o assunto. Muita gente acredita que a radiação emitida pelos celulares poderia levar ao câncer. “Não há nada comprovado cientificamente assim como também nunca foi provado que o celular perto do coração pode causar arritmia”, diz Alfredo Salim Helito.

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense

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Um anno 8$000 - Semestre 5$000 Redacção: Rua Dr. Joe Collaço Diretor-gerente: Durval Mattos Araranguá (Santa Catharina)

Ler em locais mais escuros prejudica a visão Ler em ambientes mais escuros não prejudicará a sua visão (mas também não vai facilitar a leitura, é fato). “Não se perde a visão em função disso”, defende Paulo Olzon. A única coisa que pode ocorrer é a pessoa ter dificuldades para enxergar por causa da pouca luz, mas mesmo que ela ‘aperte’ os olhos a visão não será afetada.

Assistir televisão também não prejudica a visão.

Álcool corta o efeito dos antibióticos Misturar bebidas alcoólicas e antibióticos pode cortar o efeito do medicamento? Não! “Isso é um mito. Claro que se a pessoa está doente é melhor se resguardar e evitar o álcool, mas isso não quer dizer que se ela beber terá grandes problemas de saúde”, explica Alfredo Salim Helito. Apesar do álcool não cortar o efeito da maioria dos antibióticos ainda é essencial evitar o seu consumo durante o tratamento. “Se a pessoa está doente, ela está com uma infecção e com o sistema imunológico comprometido. O consumo de álcool prejudicaria ainda mais esse sistema imunológico”, alerta o clínico geral Abrão José Cury Junior, presidente do departamento científico de Clínica Médica da Associação Paulista de Medicina. E complementa.

“O álcool não cortará o efeito do antibiótico. O que pode ocorrer em alguns casos é que a bebida leva a pessoa a eliminar o antibiótico do organismo mais rapidamente porque alguns antibióticos estimulam o indivíduo a urinar mais e o álcool também tem essa ação”, observa.

De acordo com o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, é difícil que o consumo do álcool com moderação cause problemas de saúde se a pessoa estiver tomando os antibióticos comuns.

Porém, eles alertam que dois antibióticos – Metronidazol e Tinidazol – não devem ser consumidos junto com bebidas alcoólicas. z

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Mais um calote!

PUBLICAÇÃO QUINZENAL Impresso em officinas proprias t

1º/julho/1928 - anno I - no 10

NOVA PHASE

Micro-ondas provoca câncer “Esquentar comidas no micro-ondas ou mesmo ficar na frente do micro-ondas não tem relação com câncer. Isso é um mito, o micro-ondas não aumenta o risco de câncer”, explica Paulo Olzon.

Não existem estudos que comprovem isso, especialmente porque o que faz com que o alimento aqueça é nada mais, nada menos do que água. O micro-ondas caseiro só pode operar em uma certa frequência, a 2450 megahertz.

Como funciona: em uma molécula de água que tem o positivo e o negativo, as micro-ondas fazem com que a molécula (de água) vibre. E é esse mecanismo que produz calor e aquece o alimento.

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Pomos, entretanto, à disposição de quem quiser refutar com lógica qualquer artigo da redação ou de colaboração, as colunas deste jornal, responsabilizando-se cada qual pelo que escreve.

A VERDADE

FAZENDA SÃO JORGE

precisam de menos de oito horas, enquanto há aquelas que necessitam de mais de 8 horas”, observa a clínica geral Bertha Furlan Polegato, professora da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp).

E-mail: tournier@contato.net

EDIÇÃO E NOTAS DO JORNALECO: RICARDO GRECHI

Centro de Reabilitação ○

Jornal de Ontem OOO

JORNAIS ARARANGUAENSES DO PASSADO — NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA

Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá

POLÍCIA MILITAR: 190 POL. RODOV. FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193

telefones para emergências

Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

Escrever todo um jornal, embora de pequeno formato como “A Verdade”, compor na caixa tipográfica todos os originais, rever as respectivas provas, certo não é trabalho para uma só pessoa, maxime quando não só maneja bem a difícil arte de Camões.

Acumulado todo esse conjunto de trabalho, arcamos com as mais sérias dificuldades para quinzenalmente entregarmos ao público “A Verdade”.

Acabrunhado pelas aduncas garras de pertinaz moléstia que o impossibilita de escrever, o dr. Chacon foi constrangido a desligar-se, pesarosamente, da redação deste jornal, ficando a nosso cargo todo o trabalho da direção, gerencia e composição d’ “A Verdade”. É natural que escapam muitos enganos de composição, muita falta de revisão, muitos erros de redação que o leitor indulgente relevará.

Já em o nosso número anterior, além de outros enganos, logo no primeiro artigo — Crime do Sombrio — lê-se no sétimo período o vocábulo aspectro estando no original o substantivo espectro.

Não desejamos a extinção d’ “A Verdade”, razão por que assumimos sua redação, embora conhecemos nossa incompetência para produzirmos alguma coisa que possa ser lida sem nos ferirmos nos aguilhões da crítica severa e quase sempre apaixonada.

Insuflando novo sopro de vida no organismo d’ “A Verdade”, esperamos poder mantê-la à custa mesmo de esforços e dificuldades de toda natureza.

Continuaremos com a mesma isenção de ânimo, só escrevendo o que possamos provar, só proferindo a verdade sem receio dessa crítica de zoilos menos escrupulosos.

AGOSTO 2017

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Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá

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Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá

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JORNALECO 491

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Na manhã de 20 do mês transato, elevou o voo de águia altaneira para a altitude da terra curitibana, o sr. Otero, que vai assumir ali o cargo de Juiz de Direito para o qual fora ultimamente nomeado.

Fundas recordações deixou o sr.

Otero aos seus credores que não sabem se devem chorar a sua partida ou se devem render graças a Deus por haver ele partido.

Ninguém lhe devia um ceitil, porque ele foi o melhor cobrador que se conheceu nesta terra, mas as suas dívidas ele não pagava porque sempre achava uma evasiva para se desculpar no dia em que se lhe pedia solvesse o compromisso que tomara.

Faz nos lembrar, esse dr. Otero, certo fiscal que em Tubarão contraiu dívidas e depois bateu a feia plumagem para longínquas paragens. Esse deixou a família, e o sr. Otero permaneceu junto á sua até partir para a comarca de que fora nomeado juiz. Teve mais coragem para não empregarmos outro qualificativo, que aliás seria o mais adequado.

Nós perdoamos o que nos ficou devendo o sr. Otero, com a condição, porém, de não mais voltar a esta terra de arribações...

Para concluir: Fiat voluntas tua... quanto ao que nos ficou devendo...

NJ: Lembra um certo outro “doutor” aqui de Araranguá que anda por aí de peito estufado e um rol de golpes imobiliários.

Finalizando-se hoje o primeiro semestre da circulação d’ “A Verdade” e tendo muitos dos nossos assinantes deixado de pagarem suas assinaturas, resolvemos suspender a remessa de nossa folha a estes, ficando, entretanto, registrados como nossos devedores. E será este o último número que receberão até que saldem seus débitos.

Irineu Lima Filho participa ao público que abriu seu Gabinete Dentário nesta cidade, onde espera o acolhimento de todos. Trabalhos garantidos.

Deve ser procurado no Hotel Garcia.

ARQUIVO BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA

Grupos Familiares AL-ANON

A.A. Alcoólicos Anônimos

Primeira página de quatro

Voltando d’aula...

Da digna Diretora do Grupo Escolar desta cidade, recebemos a carta que segue: Sr. Redator Meus respeitos Tendo lido no vosso jornal um artigo que se refere a este Estabelecimento de Ensino, transcrevemos abaixo o art. 144 do Regimento Interno dos Grupos Escolares para que chegue ao conhecimento dos autores ou autor do dito artigo: Art. 144 — O diretor pode permitir ou não a entrada tarde, uma ou outra vez, conforme a procedência do motivo, mas deve proibir as entradas sistematicamente tardes.

Para maior esclarecimento, acrescento o seguinte: Tendo verificado a falta de pontualidade nos alunos deste Grupo, isto é, que sendo a entrada às 8 horas, apareciam às 9, 10, 11 e até as 12 horas, para saírem às 13, resolvi, devido ao frio, começar as aulas às 8h30 e às 9h30 mandar o servente fechar o portão.

Como vê, espero uma hora; ao passo que nos outros Grupos o portão é fechado logo após a Chamada.

Se não marco a entrada dos alunos às 9 ou 10 horas nos dias frios, é porque, como sabe, trabalhamos em dois períodos. Começando o primeiro a tais horas, a que horas vamos começar o segundo?

Se mando fechar o portão, estou dentro do Regulamento, obrigando os alunos à pontualidade e fazendo com que eles não percam as aulas de Português e Aritmética, ministradas logo depois da Chamada.

Penso haver dado uma clara explicação a quem tão gentilmente ma pediu, pelas colunas do vosso jornal (...)

Eulina A. de G. Marcelino, Diretora

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POética Araranguaense .6 ○

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UMA aNTOLOGIA ○

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Araranguá em preto e branco* VICENZO BERTI Bem no horizonte às vezes surge alguém que vai, eu sei e volta não sei de onde.

Guarda Volumes - Rodoviária

O que pensa enquanto me flerta?

Fátima - Calçadão Av. Getúlio Vargas

APOIO CULTURAL

* Livro de fotografia e poemas de Vicenzo Berti, publicado em 2001.

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Meu teu andar ALEXANDRE ROCHA Sou fã de tamancos femininos.

Especialmente estes que conduzem teu andar Que desequilibram tua cintura Que movimentam tuas pernas Que calçam teus pés.

Estes, que te confortam generosamente Em cada passo como quando repousa num assento E hasteia as pernas ao vento.

Adoraria teu pé também descalço, Um pé abandonado, sem tamanco nem nada Porque mais belo que um tamanco no pé É um pé sem tamanco. ○

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Basta de alienação!

2 MARIO SERGIO CORTELLA FONTE: HTTP://MARIOSERGIOCORTELLA.COM/BASTA-DE-ALIENACAO/

de uma situação grave, há E mduasfaceatitudes básicas. A primeira

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delas é reconhecer e render-se, isto é, desistir. A outra é reconhecer e enfrentar. Aquilo que William Shakespeare escreveu na peça Henrique IV, “Orsinkorswin”, “ou afunda ou nada”.

Emenda a Vinícius e Jobim RODRIGO GUIDI PEPLAU Assim como a noite não é iluminada por uma estrela só, assim como o mar é salgado por vários sais, assim como a praia é feita por grãos de areia, assim como a lua se bater vira poeira...

Eu sem você, não sou eu... nem você sem mim é você... ○

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[…] Por que alguém insiste?

Quais são as razões da persistência? Existem os heróis da resistência e existem os heróis da persistência. Quem são esses heróis e por que persistem? São pessoas que não se renderam a um discurso, que é extremamente confortável, mas não tem efeito prático que é: “aqui é assim e não tem alternativas”; “a gente faz o que pode”; “a gente vai levando”.

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Felino

Esse discurso não deixa de identificar os agravamentos, as feridas, mas ele é imobilizador, na medida em que se rende a uma condição de fato. […]

GIANCARLO SOARES DE SOUZA Felino por definição da ciência aventureiro por ser felino nas patas a inconsequência no coração um destino Nos olhos a mata escura nos dentes segura a presa no instinto uma procura nos sonhos uma tigresa

F O R M AT U R A S E A S S E S S O R I A w w w. a m f o r m a t u r a s . n e t ARARANGUÁ Av. XV de Novembro, 1790 - Centro - Tel. (48) 3522-0356 CRICIÚMA Av. Universitária, 230 - Sta. Augusta - Tel (48) 99627-5838 TUBARÃO Rua Martinho Ghizzo, 375 - Dehon - Tel. (48) 3622-0822 r e c e p cao @ a m f o r m a t u r a s . n e t

E T C ETERA

Mario Sergio Cortella (Londrina-PR 1954), professor, escritor e palestrante, é um dos pensadores mais populares do Brasil na atualidade. Graduou-se em Filosofia, chegando a vivenciar uma experiência monástica no convento da Ordem Carmelitana Descalça durante sua juventude. Cortella abandonou a restrita vida de monge para dedicar-se a carreira acadêmica, sua vocação. Em 1989 concluiu seu mestrado na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), no qual contou com a orientação do Prof. Dr. Moacir Gadotti. Já em 1997, sob a orientação de outro grande pensador brasileiro, o Prof. Dr. Paulo Freire, Cortella concluiu o seu doutorado em Educação, também pela PUC-SP. Entre 1977 e 2012, Cortella atuou como professor titular no Departamento de Teologia e Ciências da Religião, professor convidado pela Fundação Dom Cabral e também na Fundação Getúlio Vargas. Com participação em diversos programas de televisão e rádio, o nome Cortella tem ganho cada vez mais notoriedade. Reconhecido por sua habilidade de traduzir complexas ideias filosóficas em exemplos simples, Sergio Cortella é constantemente chamado à mídia para dialogar sobre diversos assuntos, principalmente sobre filosofia e educação. Como escritor, Mario Sergio Cortella escreveu dezenas de livros.

A expressão “crise” tem origem sânscrita, vem da palavra cria, que significa “purificação”. Tanto que existem vários exercícios em correntes da Iôga chamados “cria”.

E, quando se purifica, descarta-se

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“O conhecimento serve para encantar as pessoas, não para humilhá-las”

aquilo que não serve e se acolhe aquilo que tem utilidade. Por isso, a crise não é negativa por ser crise. Uma crise só é negativa quando ela deixa em estado desanimado, inerte. […] Há algo que não pode ficar para trás, que é olharmos as crises como uma ocasião para recusar aquilo que parece fatal e intransponível. […]

Eu sei uma parte do que faço, mas preciso ter convicção ética, inteligência e humildade para saber que existe muita coisa que eu não sei fazer Do ponto de vista ético é necessário enfrentá-las. De que modo? Com organização social, com adesão a movimentos que querem proteger a Educação decente, com participação coletiva no cotidiano, eventualmente para quem o deseja, com uma participação partidária, com presença em organizações não governamentais ou governamentais, esse é o enfrentamento. […]

Apenas cumprir a minha obrigação é desconsiderar a existência de uma situação grave. Uma pessoa que tem afeto por aquilo que faz, diante de uma situação grave, procura ter a obrigação como ponto de partida, e não como ponto de chegada. Uma pessoa que se restringe a cumprir a obrigação se fragiliza diante daquilo que poderia fazer. […]

Essa conjunção é que gerará potência para que avanços ocorram. Portanto, pode partir de um movimento interno do indivíduo, em que tire qualquer forma de arrogância, de supor que sozinho ele baste, aquela postura de “pode deixar, eu sei o que faço”. Não. Eu sei uma parte do que faço, mas preciso ter convicção ética, inteligência e humildade para saber que existe muita coisa que eu não sei fazer e que, me juntando a outros, talvez achemos um caminho com maior eficácia e também com maior relevância social.

Trecho do livro Educação, política e ética: basta de alienação! de Mario Sergio Cortella (São Paulo, Editora Cortez, 2015, p. 47 a 51)

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OS SEUS OLHOS MERECEM.

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Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc.

Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION), 1960-1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy

Família Ulysséa – de

j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)

Laguna para Araranguá

F 1974-75: o último ano do jornal F

Texto: Marcelo / Foto: Daiana

ANO XV - MAIO E JUNHO DE 1974

N

o dia 9 de julho de 2017, Marcelo Teixeira Nunes esteve na cidade de Laguna para conhecer um pouco mais sobre seus antepassados. Sua avó Zuleika, residente em Araranguá, contoulhe que viera de lá e que a casa que o bisavô dela construiu, e onde seu avô nasceu, hoje faz parte do patrimônio histórico de Laguna.

O bisavô de dona Zuleika, Joaquim Pinto D’Ulysséa, foi quem deu o nome à Casa Pinto D’Ulysséa.

Na casa, nasceu o trisavô de Marcelo, Ismael Pinto de Ulysséa.

Ismael, ainda jovem, foi para o estado do Rio de Janeiro estudar e lá se preparou para ingressar no Curso de Medicina. Ele foi a primeira pessoa do sul de Santa Catarina a se tornar médico. Ismael teve 19 filhos. Um deles foi Ramiro Cabral Ulysséa. Ele veio com a família morar em Araranguá em 1938 e trabalhar como advogado. Ramiro teve seis filhos, um deles foi a dona Zuleika Ulysséa. Ela foi professora, comerciante e dedicou a vida para criar os filhos e ajudá-los a se tornar pessoas de bem, como seus antepassados. Casada com Nilson Nunes, gerou Nilson Nunes Filho, que é comerciante (proprietário da Casa Nova Tapetes), assim como seus pais foram. Mais conhecido como “Nilsinho”, ele é um grande divulgador da obra cultural do JORNALECO. Nilsinho e Telma Teixeira são os pais de Marcelo e de seu irmão Ramiro. Marcelo (na foto em frente à Casa) conheceu a Casa Pinto D’Ulysséa e um pouco do que seus familiares realizaram como pessoas que fizeram história. Ele tem 28 anos, é Policial Militar do Estado de Santa Catarina, Bacharel em Ciências Contábeis, com uma especialização em Gestão em Segurança Pública, e atualmente está matriculado no 7º semestre do Curso de Direito. É noivo de Daiana Pereira, que também é policial militar.

Prefeitura O prefeito Lino Costa decidiu que até o final de seu mandato entregará ao araranguaense o novo prédio da Prefeitura Municipal, que se está erguendo na rua Virgulino de Queiroz. NJ: Lino Jovelino Costa, prefeito de Araranguá de 31/01/1973 a 01/02/1977, cumpriu a promessa: em setembro de 1976 a nova prefeitura foi inaugurada. CA 276 18/05/74

Um Raio X para o HPB

PONTÃO 1991/2017. Na foto à esq., no time do Pontão de 1991, aparecem, em pé: Nino, Taio, Olegário, Sérgio e Rui; agach.: Dalcionir, Fábio, Kika e Lédio. À dir., alguns jogadores reaparecem como veteranos, no jogo em que o Pontão venceu por 2x1 o Barro Vermelho em 16 de junho de 2017. Em pé: Dalcionir, Danir, Kika, Deja, César e Fábio. Agach.: Olegário, Zé, Taio, Sérgio e Téio.

Acervo e divulgação: Dejair Manoel Inácio (Deja).

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APOIO CULTURAL

Já não é concebível o estado precário que se encontra o principal nosocômio da cidade e que atende associados do INPS, do IPESC: o Bom Pastor.

Para completar sua deficiência, um velho aparelho de RX deixou de funcionar. E isso há mais de três meses. (...) Uma criança fratura um braço, chega ao Hospital Bom Pastor e o médico de plantão avisa que o aparelho de RX está quebrado. Pega-se a criança, viajase cerca de cem quilômetros. Quando se tem carro próprio, quando se tem que pagar táxi, quando se tem que enfrentar um ônibus lotado. Todo esse problema unicamente causado pela falta de um simples aparelho de RX. CA 276 18/05/74 NJ: A criança de braço fraturado que o redator cita é seu filho Ricardo, de nove anos.

Certa noite de semana, tinha subido numa mesinha para ajeitar a luminária e a mesinha virou. Caí e quebrei o antebraço esquerdo.

No Bom Pastor, colocaram um imobilizador provisório. Meu pai chamou um táxi e fomos a Criciúma, mais a minha mãe. Fui atendido no Hospital São José.

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Futebol Futebol Araranguaense

O primeiro número do Correio de Araranguá é de 23/04/1960, e o último (que possuímos) é o nº 292, de 31/05/1975. “A crônica dos anos 60” estava republicando material de 1964, seguindo a data de nossas edições, mas há uma lacuna de cinco meses no nosso acervo após a edição nº 109, de 5 de julho, só retomando a série no nº 116, de 21 de dezembro. Para preencher este espaço, avançaremos 10 anos, e até o final do ano chamaremos a coluna de “197475: o último ano do jornal”, republicando matérias do 15º e último ano de circulação do CA, iniciado com o nº 276, de 18/05/1974, e encerrando no dia 31/05/1975, com o nº 292.

JORNALECO 491

Galeria do

EDIÇÃO E NOTAS DO JORNALECO: RICARDO GRECHI

Edifício da Prefeitura em construção: clichê reproduzido do CA 287, de 1º de fevereiro de 1975, do artigo “Prefeito Lino Costa - são dois anos de governo”. Lino só inaugurará a nova prefeitura em setembro de 1976

Raio mata na Vila São José Ontem, ao cair da tarde, por ocasião de um temporal que se abateu sobre a cidade, na Vila São José, um raio vitimou o cantor de músicas sertanejas José Florêncio, que atuava na ZYT-3. Os pais de José residem em Torres, para onde será levado o corpo do inditoso jovem. CA 276 18/05/74

Coluna Fatos & Transas O Banco Sul Brasileiro S/A lançou a sua Caderneta de Poupança, que rende juros e correção monetária, proporcionando a seus clientes boa renda, além de, com a abertura da referida conta, oferecer como presente um belo Coelhinho Meia Longa, para alegria ainda maior de seu filho. CA 277 08/06/74 A coqueluche do momento é TV colorida. De uma hora para outra a cidade contagia-se. Quem possui a preto e branco já não se satisfaz e adere a televizinha (...). Dr. Severiano comprou uma. Carolina também, ganhou no dia de seu níver. Munir, Saturnino, Iracy, Quitandinha, Alveri de Sá esperam a sua.

Gecione aguarda ansiosa a sua, pois Ataliba quer assistir aos jogos da Copa coloridos. Urbano e Wladinir, tranquilos, pois já tem há tempos as suas TVs color. A casa da Neda Grechi fica lotada com os televizinhos, que Neda atende a todos com muita gentileza. CA 277 08/06/74 NJ: Nos jogos da Copa da Alemanha, a grande sala de estar da residência de Neda e Ernesto Grechi Filho ficava cheia de gente para ver os jogos do Brasil na TV em cores da família, uma Colorado RQ. E não eram só os parentes e amigos. Como a porta da frente do prédio, situado na av. Getúlio Vargas, nº 170, ficava aberta para a calçada, subia todo tipo de gente, até não caber mais. Até torradeiros circulavam lá em cima vendendo seus amendoins.

Responsável Técnico:

Dr. Carlos Roberto de Moraes Rego Barros CRM 3270

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o prefeito. Ele parava no Hotel dos Viajantes. Eu também parava ali.

Depois do almoço, ele deitava num sofá e dormia. Ele avisava antes: ‘Não me chamem sem eu ter me acordado’. Mas a dona Celestina, uma velhinha baixinha, muito espoleta e danada, que trabalhava no hotel, lá pelas duas horas começava a sapatear e gritava: ‘Acorda, seu Abel, que tá na hora de ir pra prefeitura!”

Em tempos antigos, quando era motorista de ônibus, Pinguim fez muita viagem ao interior do município buscando gente para os comícios na cidade.

“Eu trabalhava tanto, que quando largava as pessoas ali em frente ao posto do André Wendhausen, eu ficava no ônibus e ia dormir, de cansado.

Daí eu nem via os comícios. Mas também nunca gostei. Porque é muita mentira. Os políticos sempre foram sem-vergonha: eles querem é passar a mão. Na minha vida eu nunca vi um político sério como esse Primo Menegalli. Já tenho 81 anos [em 2004; hoje ele tem 92 anos] e acompanho a política de Araranguá há muito tempo. O Zé Rocha foi outro prefeito muito honesto.” “ Constantino Zin era dono do Hotel dos Viajantes. Numa noite de verão, ele foi até o jardim da Praça e encontrou um hóspede. Perguntou: ‘O que o senhor faz aqui fora?’ O homem respondeu: ‘Me desculpe o senhor, mas não dá pra aguentar os mosquitos no seu hotel!’ E o Constantino Zin: ‘O senhor é só por umas noites. Imagina eu, que tenho que aguentar o ano inteiro’.”

Pinguim, o chofer de praca , Motorista de ônibus e caminhão e taxista aposentado, ele fez história em Araranguá.

Nascido em Pirão Frio, mudou-se para a sede do município em 1944 ○

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NOME: Antônio Vitorino Coelho APELIDO: “Pinguim” – do tempo em que serviu o Exército, graças a uma túnica e um modo de caminhar “assim”, por causa de um furúnculo. “O sargento disse: Acerta o passo, pinguim!”

NASCIMENTO: No Grande Araranguá, num lugar chamado Pirão Frio, entre Guarita e Sombrio, a 25 de abril de 1925 PROFISSÃO: motorista de caminhão e de ônibus e taxista aposentado, trabalhando em Araranguá e Maracajá desde o início dos anos 1950 até 1977

NETOS: Bruno e Leonardo (filhos do Marcos), Marcelo e Patrícia (filhos da Irene), Rafael e Cristiane (filhos do Nicolau) e Sofia (filha da Neusa) BISNETOS: Nicole (filha da Cristiane e neta do Nicolau) e Artur (filha da Patrícia e neta da Irene), que chamam o bisavô de “vô Mimi”, de quando não conseguiam dizer “vô Pinguim”.

APOIO CULTURAL

MOTORISTA E CHOFER Nascido em Sombrio, então pertencente a Araranguá, o jovem Pinguim veio para cá em 1944, aos 21 anos.

Trabalhou de cobrador de ônibus para a empresa Araranguaense, de Apolônio Ireno Cardoso, Nado Silva e Ari Máximo, com sede na rua Virgulino de

Queiroz, próximo a atual prefeitura.

Depois, passou a motorista. Ali, trabalhou seis anos. No início dos anos 50, comprou seu primeiro carro de praça, um Ford 40, branco, que pertencia a Érico Becker. Pinguim trabalhou com táxi nos principais pontos da cidade: na Praça — em frente ao antigo Café Brasil (no prédio hoje remodelado da Fazendo Grau), na beira-rio, na Cidade Alta, e ali no ponto atualmente ativo próximo a banca de revistas (antiga Banca do Felipe). Pinguim ainda tornaria a dirigir caminhão, e ônibus para a empresa União, mas ele resolveu que: “Ganhar pouco por ganhar pouco, preferi ficar com táxi, que pelo menos eu ficava perto de casa”. Finalmente, no ano de 1977, o velho chofer se aposentou quando circulava pelas ruas de Maracajá com seu último táxi, ou “carro de praça”, como se dizia.

AS CHAMADAS, OS COLEGAS DE TRABALHO E O COMBUSTÍVEL Conta Pinguim: “ Naquele tempo, o

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

serviço era pouco. Passava o dia bebendo vinho no restaurante do Brero, até aparecer uma chamada. O campo de aviação e o trem davam serviço. A gente ouvia o apito do trem chegando e já ia pro lado de cá da balsa esperar os passageiros, que geralmente levávamos aos hotéis.

Taxistas que conheci nos pontos em que trabalhei foram Quido Zin, Pedro Melo, Didi Pacheco, João Cândido, Tura, Máximo Girardi, Gino Rocha, Niquinho, e outros.

Nós abastecíamos os carros no único posto de gasolina da cidade, que ficava em frente ao Hotel dos Viajantes [esquina depois da igreja matriz]. Era da Araranguaense, para abastecer os ônibus. Depois, o André Wendhausen abriu um posto ali na beira-rio, onde está até hoje.”

POLÍTICOS, MOSQUITOS E O HOTEL DOS VIAJANTES “Quando eu cheguei aqui, em 1944, o seu Abel Esteves de Aguiar era l

Praça nos anos 40/50: a prefeitura, a antiga matriz e o primeiro posto de combustível

VIAGEM AO RIO DE JANEIRO E O ÚNICO CASO DE LOGRO “Eu e o Constantino Zin fomos no Rio. Pegamos o avião em Araranguá às seis horas. Tinha escala em Tubarão, Itajaí, Curitiba, São Paulo, e chegava no Rio, à noite. Lá nós compramos dois carros Mercury, de quatro portas. Depois vendemos os carros em Porto Alegre. Gastamos tudo na viagem e ainda sobrou um pouco de dinheiro.

Tempos bons, não havia assaltos.

Vinte e cinco anos como taxista e só fui logrado uma vez, quando levei uns caras a Porto Alegre para assistir uma partida de futebol e não me pagaram a corrida.”

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FILHOS: Nicolau, Marcos, Maria Irene e Neusa Maria

Irineu Sicconella, Luiz Ribeiro, Pinguim e Flávio, juntos ao ônibus da linha AraranguáJacinto Machado. Parada em frente ao Hotel dos Viajantes

JORNALECO 491

ESTADO CIVIL: Casou em 1950 com Élia Trevisol Coelho, natural de Jacinto Machado, falecida em 2009. Élia foi professora primária, a primeira da escola Dolvina Leite de Medeiros, na Urussanguinha, erguida à época por Affonso Ghizzo, alfabetizando muitas crianças, como o vereador Cabo Loro, conforme nos informou a Irene.

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Depoimento a Getúlio Peplau / Edição (atualizada) de Ricardo Grechi / Publicado no J.207, de 1º de julho de 2004

ACIDENTE NA ESTRADA DA PRAIA: TÁXI x ÔNIBUS “Levava gente na praia. A estrada era muito ruim, de areia. Uma vez, eu e o Quido Zin íamos no Arroio do Silva. Eu desafiei ele pra fazer uma corrida até a praia. Tinha duas trilhas: de barro e de areia. Eu fui pela areia. No meio da poeira, o Quido foi embora e não viu nada.

Eu dei de cara num ônibus que vinha da praia. Arrebentei meu carro, um Ford 1941, na época. O ônibus chegou a perder o eixo dianteiro. O motorista era o Luís Ribeiro, meu compadre; nossas esposas são irmãs. Como o Luís não tinha carteira, a empresa pagou todo o prejuízo, incluindo o meu carro. Eu feri o nariz, tenho a marca até hoje. Consegui tirar o carro da frente do ônibus. Ele pegou! Eu fui me esconder e arrumar o meu nariz na farmácia.”

CN

Irmã Agatona e a bicharada Há um causo famoso em Araranguá que se deu no Hospital Bom Pastor com a Irmã Agatônia e uma “bicharada” de araranguaenses. A história já foi contada aqui por um dos bichos, o Graxaim (Ernesto Grechi Filho): “A bicharada”, J.464 abril 2015 (originalmente publicada no Folha do Vale, numa edição de 1980), e depois pelo Cláudio Gomes: “A arca de Noé”, J.480 agosto 2016. O Pinguim, por sua vez, contou-nos assim: “Uma vez eu tava em casa e bateram na porta.

— Ô tio Pinguim! Ô tio Pinguim!

— Quié?! Quem taí?

— É o Sapo — ele era filho do Macaco Chico. — Dá pro senhor pegar minha mulher e levar ela pro hospital que ela tá ganhando uma criança?

— Se ela tá ganhando, não dá mais tempo... — eu disse.

— Não, não! Ela só tá começando a ganhar.

Peguei o carro, apanhei a mulher do Sapo e levei no Hospital Bom Pastor.

A Irmã Agatona é que cuidava. Era braba! Ela chegou e perguntou pra mim: — Quem é essa mulher?

— É a mulher do Sapo, filho do Macaco Chico.

— E onde é que mora esse Sapo?

— Lá perto do Marrecão...

— E quem é que vai batizar essa criança?

— Olha, deve ser o seu Carneiro, que é primo do Sapo.

— E quem é que deu a ordem pra essa mulher vir pra cá?

— Foi o Bagre, da prefeitura.

— E quem autorizou?

— O Graxaim...

— E o senhor, quem é?

— Eu sou o Pinguim.

— Meu Deus, tá juntada a bicharada!

— Pois é, Irmã, e com a senhora é mais um: a senhora não é Agatona? — e a Irmã brigou comigo.

O Gula contou essa história no rádio e saiu no jornal. Era muito bicho! E o Sapo nunca me pagou. Levei ele no hospital de madrugada. Ele me dizia: — Eu ando mal, tô desempregado.

Eu disse: — Então, deixa.

Tempos depois, ele, que era caminhoneiro, numa viagem para Criciúma entrou com o caminhão num valo. E o Sapo morreu afogado.”

CASA NENA CANOAS / RS

ARARANGUÁ / SC