Se o Brasil teve o seu “minerazo” em 2014 ao perder de 7x1 para a Alemanha, o nosso saudoso Grêmio Fronteira teve o seu “barrigazo” em 1961 ao levar de 8x2 do Colorado. O amistoso foi durante o campeonato gaúcho, que o Inter sacramentaria até o final daquele ano
Grêmio se reabilita da derrota sofrida ante o Internacional de Porto Alegre
por Sapiranga (três gols), Telmo e Gilberto (dois gols cada) e Alfeu. Os gols do Grêmio Fronteira foram de Didi e Kim (contra). O Internacional, do técnico Sérgio Moacir Torres, foi escalado com Silveira (depois Cestari); Zangão (Osmar), Ari, Kim e Ezequiel; Sérgio Lopes (Frazão) e Osvaldinho; Sapiranga (Telmo), Alfeu, Larri e Gilberto. Tempo dos gols, escalação do Grêmio Fronteira e arbitragem não constam no texto do jornal. Grande abraço! Luís Magno
O Inter, que não era campeão gaúcho desde 1955, em 1961 quebrava uma sequência de cinco títulos do Grêmio (1956-1960), que voltaria a vencer de 1962 a 1968. Só em 1969 é que o Inter levantaria o caneco outra vez, acumulando oito títulos até 1976. O time do título de 1961 (foto), é o que veio a Araranguá: em pé: Ezequiel, Silveira, Ari, Zangão, Kim, Sérgio Lopes; agach.: Telmo, Alfeu, Sapiranga, Osvaldinho e Gilberto. (RG)
Pesquisando mais, Alceu descobriu que o técnico do Grêmio Fronteira era Nereu Bertoncini. O Nereu, então, lembrou dos jogadores que atuaram pelo Grêmio naquele jogo: Nedo, Bijo, Tito, Ivan, Foguinho, Didi, Jóia, mais cinco jogadores emprestados do Metropol. Juiz da partida: Birodi, de Criciúma. Num amistoso em 22 de janeiro, o Inter já havia vencido o Metropol por 3x1.
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O nosso Grêmio em1960
Alceu então recorreu à imprensa gaúcha pedindo informações, através de e-mail, a Nando Gross, gerente da Rádio Guaíba. A resposta foi:
Da esq.: Flávio Costa (treinador), Jóia, Nedo, Tito, Prezalino, Dorivaldo e Serrano. Ag.: Macau, Bijo, Coca, Enio Rosa e Didi
A P O I O C U LT U R A L
JORNALECO
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PANFLETO CULTURAL
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ANO 24 • Nº 493 • OUTUBRO DE 2017 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares
nteressante e curioso este depoimento que encontrei na Biblioteca Pública da Capital, sesquicentenária casa de letras que continua sendo o mais precioso, farto e saciador regato de conhecimento barrigaverde. Quem assina a dita preciosidade, datada de 20 de abril de 1899 e publicada no jornal República – o mais famoso de seu tempo em toda Santa Catarina – é “S. Huberto”, misterioso semianônimo que no correr do texto e de outras publicações jamais revelaria seu verdadeiro nome. Ficou também com ele a incógnita da origem e paradeiro. Do que disse sobre o nosso Araranguá, o oculto missivista principia o texto não economizando palavras de admiração:
I
Aí, certamente, falava o atento observador de a nossa região ser um lugar ideal para criar gado. Num passo adiante, mapeando o que via, o atendo redator continua sua fala com bom conhecimento da vegetação e, junto, detalha nossos gigantescos limites territoriais, naquele tempo ainda só aos pés dos 20 anos de instalação, quando todo o sul catarinense se compunha, apenas, de Araranguá, Jaguaruna, Tubarão e Laguna:
Estes campos que se estendem desde o lugar denominado Lombas de Urussanga, que é limite com o município de Jaguaruna, até o rio Mampituba, tem um comprimento de 40 léguas, sendo de duas léguas sua maior largura. É interrompido de vez em quando por algumas restingas, lagoas, banhados e cômoros. Próximo às dunas o campo não se presta para criação, mas à medida que se afasta, o terreno vai se tornando mais sólido e as pastagens melhores, sendo as margens das lagoas esplêndidas para os gados cavalar e bovino, não só pela qualidade do capim, como pela grande quantidade de gerivá, que é uma excelente forragem. As demais terras do município, próprias para todas as culturas, acham-se ainda cobertas de lindas matas virgens que possuem variedades enormes de madeiras de lei
e árvores frutíferas.
Sincero também, o mesmo S. Huberto “canta a pedra” sobre a barra do Araranguá e, visionariamente, acerta em cheio: Sendo um dos municípios maiores em território, tem uma população diminuta e muito espalhada. O Araranguá é quase todo uma grande vargem, por onde corre o rio que dá o nome ao município, rio que, apesar de ser o mais profundo do estado, não possui uma barra que preste; talvez seja pelo fato de não ter correnteza. Desaguando no meio de uma praia cheia de areias movediças, muito exposta aos temporais de Leste, será difícil conseguir-se uma barra franca para este rio.
Arrefecendo o calor das palavras, o mesmo anotador diminui o tom da crítica e mostra mais vantagens do lugar:
...mas se a barra não dá saída, creio que o Araranguá nem por isto deixará de progredir, pois existe uma estrada de rodagem até a Colônia Cresciúma, por onde poderão sair os produtos de sua lavoura. Muitas lagoas existem neste município. A maior é a do Sombrio, que tem nove léguas de circunferência. A do Caviral, da Serra, dos Esteves e a da Urussanga são de pouca importância. A maior parte das terras do Araranguá acha-se coberta de matas virgens. Além disso, trata-se de um canal que passando pelas diversas lagoas liga a Laguna ao Araranguá.
Testemunha presente, o minudente narrador faz uma comparação com outros lugares mais progressistas e, com sobra, comenta sobre bichos e aves:
O vale deste rio é considerado como o mais fértil de todos os vales do estado e com razão. Ali eu vi belas roças de cana, milho e feijão como nem no Tubarão existem. Atualmente todos plantam alfafa que dá de um modo prodigioso. A fauna é mais rica do que em outros lugares, pois existem todos os animais que o resto do estado possui e mais o cervo, que só ali existe. Além do cervo, há também uma variedade de tucanos-de-bicoencarnado; sendo nos campos tantas as perdizes que pegam em arapucas, como se faz para pegar sabiás e pombas. As lagoas estão sempre com as suas margens cheias de palmípedes [que tem os dedos dos pés unidos por membranas] e pernaltas. Entre os mais belos existem os cisnes-de-pescoço-preto e as elegantes cegonhas, como também a cor-de-rosa colhedeira e mais o vermelho guará. E não
falou das araras! Remontando o cenário com um toque sutil de singular romantismo, o misterioso homem publicador do jornal República não cessa seus elogios ao Araranguá, estes que nos servem de epílogo e encerramento deste brilhante texto descritivo:
Pela manhã, aquelas lagoas oferecem uma vista encantadora e animada; centenas de aves que voam em todas as direções refletindo suas passagens nas águas espelhadas. Às vezes aparece entre as tímidas aves uma cabeça chata e arruivada. Estas, ao verem-na, fogem aterradas. É a ariranha, ou a grande lontra das lagoas, que ali veio, entre as pobrezinhas, fazer mais uma vítima necessária ao seu sustento. n
tenário de Salvador, vista do morro Cen Já nos anos 1940, sob as lentes
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ARARANGUÁ, OUTUBRO DE 2017 • ANO 24 • Nº 493
Este município é um dos mais vastos e também um dos mais ricos pela variedade de seus terrenos. De todos os do litoral ele é o que mais possui campos de criação.
O Grêmio Fronteira, em prosseguimento ao campeonato da LARM, jogou domingo último com o Barão do Rio Branco, de Içara, abatendo-o por 6 tentos a 2. (...) O Grêmio jogou com: Nedo, Tito, Prezalino, Jóia, Ivan, Paulo, Macau, Bijo, Foguinho, Enio e Didi.
Olá, Alceu! Conforme teu pedido, seguem alguns dados que encontramos na edição da Folha Esportiva, da segunda-feira, 21 de agosto de 1961. De acordo com a nota do jornal, o jogo aconteceu em Araranguá no domingo, 20 de agosto. O placar de 8 a 2 a favor do Internacional foi construído
por CÉSAR DO CANTO MACHADO
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Em agosto de 1961, o Internacional de Porto Alegre veio a Araranguá para jogar um amistoso contra o nosso Grêmio Fronteira. Já não era mais o grande time do GEA – Grêmio Esportivo Araranguaense (que em 1952 fora campeão da LARM e terceiro colocado no campeonato catarinense), mas ainda era um time forte e respeitado na região. Foi um acontecimento dos mais marcantes na história do futebol araranguaense. O Inter se concentrara no Hotel Morro dos Conventos para, no domingo, 20 de agosto, pisar no estádio da Rua Regimento Barriga Verde e aplicar uma goleada de 8x2 sobre o nosso Grêmio. Conta o Alceu Pacheco, decicido a levantar a história daquele jogo, que foi nesse dia que resolveu jogar de goleiro e ser torcedor do Internacional. O Correio de Araranguá da época dá poucos detalhes. Na edição nº 40, de 3 de setembro de 1961, registrou:
Araranguá em 1899
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O “barrigazo” do Grêmio araranguaense em 1961
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