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JORNAL DO DIA — Porto Alegre, 1947 ata
A questão da anexação de Araranguá ao Rio Grande do Sul Fala à reportagem do “Jornal do Dia”, o vereador Artur Bertoncini, daquela cidade — O povo de Araranguá jamais pensou nessa vilania e traição ao seu Estado, declara o vereador araranguaense Não é a primeira vez que a imprensa local se ocupa em páginas de reportagens e entrevistas várias sobre a propalada questão da anexação de Araranguá, do Estado de Santa Catarina, ao Rio Grande ao Sul. Muita celeuma se levantou e muita gente opinou sobre o assunto. Até o presente momento, entretanto, nós ainda nada tínhamos informado sobre o caso. Estando hospedado num dos hotéis da Capital, o sr. Artur Bertoncini, que na cidade de Araranguá é vereador pelo PSD, além de sócio da sociedade Hahn Wendhausen & Cia. Ltda., Granja São Gabriel e Fábrica de Café Bertoncini, naquela cidade. Inicialmente o sr. Bertoncini assim se expressou: — “Saiba, sr. repórter, que eu pessoalmente sou contra a anexação. Sou contrário, porque acho que não traz nenhum brilho a Santa Catarina a anexação de Araranguá ao Rio Grande do Sul e esta minha opinião é também a da maioria do município. — “Reconheço que o Rio Grande do Sul é um grande Estado e um grande povo e seria mesmo uma honra se fôssemos anexados a ele, mas as razões para tal apresentadas são cheias de falhas, porque — esclarece —, antes de 1930, Araranguá era uma comuna que vivia nas trevas e que desta data até
agora, especialmente no período de governo do sr. Nereu Ramos, houve um surto de progresso tão expressivo que não justifica o documento apresentado à Câmara por um vereador local. — “Entre os grandes empreendimentos que o forasteiro observa quando chega a Araranguá — prossegue — se destacam os seguintes: — “Um modelar e confortável prédio escolar com a capacidade para uns 600 alunos mais ou menos, independentemente de várias e moderníssimas construções que perfazem um total bastante notável, embelezando as principais artérias da cidade. — “Não ficaram, porém, só nisso as grandes iniciativas dos dirigentes da comuna, porquanto ainda há bem pouco tempo foi erigido ali um prédio destinado ao presídio que, sem nenhum favor, é um dos mais modernos e eficientes. Foi ideada, projetada e está em uso uma estrada maravilhosamente cortada, que sai de Araranguá a Praia Grande, indo limitar com o município de Torres, no Rio Grande do Sul, e ainda a estrada que, saindo de Ermo, corta a Serra Marítima e vai findar no município de Bom Jesus, naquele Estado vizinho, portanto ligando mais uma vez o Estado de Santa Catarina ao povo gaúcho. Destacamos ainda as Escolas Rurais em Mato Alto, Sanga da Toca,
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Morro Chato, Santa Rosa, campo experimental e dois grupos escolares em Jacinto Machado e Sombrio, este ainda em fase de construção”. Voltando o sr. Bertoncini a insistir em suas assertivas anteriores, dissenos ainda: — “É lamentável a pretensão dos adeptos da anexação, porque Araranguá, povo heroico, brioso e altaneiro, que em 1930 soube levantar-se ao lado de outros Estados da União, para depor o governo Washington, jamais pensou nessa vilania e traição ao Estado que a agasalhou desde a sua fundação. Esta punhalada traiçoeira a Santa Catarina devia ser relegada, porque um povo consciente de seus deveres pátrios e humanos não poderia aceitar a malfadada pretensão da anexação. — “Sou fervoroso admirador do Rio Grande do Sul, Estado que considero um povo sóbrio e compreensivo e, tanto prova, que nunca teve aquela pretensão, nem mesmo durante o período discricionário, durante o qual tinha a faca e o queijo na mão”. Finalizando a sua palestra, o sr. Bertoncini, assim se expressou: — “Pois é, seu repórter, já que você me descobriu aqui, e veio me pedir para lhe dizer algo sobre a anexação, não se esqueça: Diga que sou do z contra...”.
ARARANGUÁ, ABRIL DE 2018 • ANO 24 • Nº 499
P. 6 e 7
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138 anos da emancipação política de Araranguá 1728 Em 11 de fevereiro, Francisco de Souza Faria rompe o mato fechado e inicia a abertura do caminho Conventos/Curitiba, o que se considera a primeira ação em direção à formação do município. 1815 Em 2 de setembro, o Bispo do Rio de Janeiro autoriza a construção da primeira capela, solicitada pelos moradores pioneiros residentes em Cangicas. Os cristãos não precisariam mais se deslocar a Laguna para resolver assuntos eclesiais, pois, com a capela, padres visitariam a região com alguma regularidade. Em 11 de janeiro de 1816 a capela é inaugurada como o primeiro templo religioso de todo o Vale. O orago é dedicado a São Bom Jesus da Coluna. 1848 Em 4 de maio, através da Lei Provincial no 272 é criada a Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens, dotando Araranguá de uma paróquia. Além do significado religioso, havia o político, pois também era criado o distrito. 1864 Toma posse na Paróquia o padre João Mattos da Cunha, em cuja gestão ergueu-se a igreja da Freguesia, uma edificação singela, de madeira, com uma pequena torre sustentando o sino. Nesta época, a aglomeração populacional foi ocupando a área que hoje é o centro da cidade, escolhida Foto de Senna para ser sede da Freguesia. O templo foi erigido na Praça. Campos (anos 1910). O que resta do casarão à dir., hoje abriga uma loja de chocolates
1880 Em 3 DE ABRIL, pela Lei Provincial no 901, é criado o Município de Araranguá, emancipado de Laguna.
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ANO 24 • Nº 499 • ABRIL DE 2018 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 29/03/2018 12h30 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
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O assassinato de Marielle Franco acende um alerta para um fato político dramático: desde 2014, ao menos outros 24 líderes comunitários, ativistas e militantes políticos foram executados no Brasil.
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