Jornaleco 500 maio 2018

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SALVADOR / 1948

JORNALECO

APOIO CULTURAL

ARARANGUÁ, MAIO DE 2018 • ANO 24 • Nº 500 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES

P. 6 e 7

Em março de 2015, na edição 463, o JORNALECO reuniu suas

Do

número 1 ao 69, o JORNALECO tem o formato de duas dobras (seis páginas); do 70 ao 100, são cadernos de oito páginas; 101 e 102 têm quatro páginas; do 103 ao 108, voltam as duas dobras; do 109 ao 135, cadernos de oito páginas; do 136 ao 174, alternam o duas dobras com o oito páginas; do 175 ao 462, alternam cadernos de oito e de quatro páginas. Até então quinzenal, em março de 2015 o JORNALECO passou a circular mensalmente como um caderno cultural de doze páginas. No total, são 500 edições em 24 anos, somando 3.444 páginas e 665.000 exemplares totais, distribuídos gratuitamente, do PANFLETO CULTURAL onde Araranguá e sua gente são o tema principal.

duas edições mensais. A edição dos dias 1º, de quatro páginas, somada à edição dos dias 15, de oito páginas, formaram, então, um caderno único de 12 páginas. O que começou com um formato 2 (A-3) com duas dobras para três divisões, e depois tomou a forma dos cadernos de quatro e oito páginas, avolumou-se. Mas temos essas 12 páginas como limite, ou se perderia a proposta original do JORNALECO de levar cultura e informação aos poucos... e sempre. Na época, a mudança se deu, primeiro, pela necessidade de diminuir os custos do JORNALECO em contrapartida à edições redução de seus recursos; segundo, como um impulso motivador, ao propiciar a possibilidade de um trabalho mais amplo, com maior espaço de exposição e abordagem nos conteúdos. Para nós, foi como ampliar a casa plantando mais árvores no quintal. Mas se evoluímos na forma, a despesa permaneceu igual, ou seja, não se resolveu o problema financeiro — contudo, a conta continuou sendo paga graças à confiança e respaldo dos nossos patrocinadores, que apoiam o JORNALECO como um sério movimento cultural araranguaense. E, com o retorno do apoio do Município através do prefeito Mariano Mazzuco Neto, seguimos assegurando nossa subsistência. Para se realizar um serviço assim, são necessárias duas coisas: o apoio cultural, que cobre o custo financeiro, e o amor ao jornalismo, à literatura, às artes gráficas e à história e cultura do nosso município e sua gente. O lucro é mínimo. Por várias vezes, a própria Orion Editora cobriu os custos de produção e impressão. Hoje, ao completar 24 anos de existência, graças aos apoiadores, colaboradores e à parceria com a Gráfica Casa do Carimbo, o JORNALECO segue de vento em popa. Ricardo Grechi

24 ANOS

O “nº zero” e o nº 1 Abril de 1994. Manhã de sábado. Vou até a gráfica. Gibran está comigo e sai pra comprar gibi no Felipe ou no Gervásio. Sento-me à escrivaninha e, subitamente, uma ideia me ocorre: “Vou fazer um jornalzinho”. Busco uma folha formato dois e volto à mesa. Em um minuto tenho à minha frente um boneco dobrado e rabiscado (imagem acima). Na segunda-feira, inicio a busca por computador, impressora, escâner, programa de edição, todo o aparato pra desenvolver um jornal impresso já em plena era da diagramação digital que revolucionava as artes gráficas. Finalmente, na ensolarada tarde de quarta-feira, dia 18 de maio, com uma tiragem de 1.930 exemplares, a primeira edição do JORNALECO sai às ruas (imagem ao lado). RG

JORNALECO

©

PANFLETO CULTURAL

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 24 • Nº 500 • MAIO DE 2018 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 24/04/2018 15h40

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

P. 9

E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

+ As capas do ano 24

Leia as edições do JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco ou www.facebook.com/jornalecoararangua (desde jan.2009) UMA PUBLICAÇÃO

ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

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A P O I O C U LT U R A L

O formato de duas dobras marcou época e foi bastante imitado

O CLUBE QUE FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA Av. XV de Novembro, 2030 - Centro - Tel. (48) 3522-0447 gremiofronteira.com.br facebook.com/gremiofronteiraclube


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se a primeira, a segunda ou a terceira vez. O sentimento era de entusiasmo e expectativa em preparação para o maior acontecimento religioso da região do Vale do Araranguá: a festa do quatro de maio em homenagem a Nossa Senhora Mãe dos Homens. À noite, quando havia novena, lá estávamos nós e toda a família, desde minha vó dindinha Maria Mônica Raupp, meus pais JOSÉ GENARO SALVADOR Norberto e Senhorinha (dona Sinhá), e nós, às vezes dentro da igreja rezando, às vezes fora brincando. Noutras noites, em casa, depois do jantar, rezávamos o terço em família, ainda sentados à mesa. A sonolência do final das rezas, repentinamente, dava lugar à vivacidade despertada pelo forte barulho da máquina bordadeira de linhas correntes que as mãos e os pés ágeis de minha mãe administravam com habilidade, mesmo depois de um dia de exaustivo trabalho auxiliando na fábrica de café. Uma festa de Nossa Senhora Mãe dos Homens, Ela bordava mais num quatro de maio dos anos 1950. A imagem da uma capa, das muipadroeira, à porta da antiga igreja matriz, vem carregada para iniciar-se a procissão (+ p. 8, 6 e 7) tas que fez para

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A BANDA uplemento

Coisas que você não precisa saber antes morrer

Saiba se você é viciado em trabalho 1 – Um viciado em trabalho não tem quarto... tem escritório! 2 – Um viciado em trabalho não tem amigos... tem contatos! 3 – Um viciado em trabalho não tem vida... tem carreira! 4 – Um viciado em trabalho não tem sonhos... tem projetos! 5 – Um viciado em trabalho não tem encontros... tem reuniões! 6 – Um viciado em trabalho não toma cerveja... toma decisões! 7 – Um viciado em trabalho não faz sexo... descarrega o estresse! 8 – Um viciado em trabalho não navega na Internet... faz pesquisas! 9 – Um viciado em trabalho não tem domingo... tem hora extra! 10 – Por último, fique tranquilo: um viciado em trabalho não fica lendo esses textos... ele trabalha!

Mulheres que falam demais

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Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que os homens usam em média 1.500 palavras por dia, enquanto as mulheres usam, no mínimo, 3.000. Num congresso, quando o estudo foi apresentado, uma mulher se levantou e disse: “É lógico que as mulheres falam o dobro que os homens: nós temos que repetir tudo o que dizemos para que os homens entendam!” E o orador perguntou: “Como assim?” (Catadas na Internet)

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Poucos são os que enxergam com os próprios olhos e sentem com o próprio coração. ALBERT EINSTEIN (1879-1955)

IMAGENS DA INTERNET

Era década de 1950, tinha meus sete anos ou mais. O mês deveria ser o de abril. Havia alguma coisa diferente no ar. Músicas alegres e festivas vinham dos alto-falantes colocados nas pequenas janelas da torre maior da antiga Igreja Matriz. O som, na máxima potência, enchia o ar da Praça Hercílio Luz e vizinhanças, até atingir a nossa residência, na rua Coronel Apolinário, lá na beira do rio Araranguá, próximo a atual estação rodoviária. Na maioria, eram músicas italianas. Ainda lembro da voz de um tenor cantando: “Oh Itália... Oh Itália de mio cuore...”. Hoje sei que era a voz do famoso tenor italiano Tito Schipa, interpretando Ragazza de Trieste. Justifica-se a cantoria alegre da época pela aproximação da Festa da Padroeira. A música, em italiano, se devia aos padres que administravam a Paróquia serem os italianos da Ordem dos Servos de Maria: Frei Tiago Cocolini, coadjuvado pelo Frei José Maria Carneiro de Lima e pelo Irmão Higídio Marangoni. Deve-se considerar também que a Segunda Guerra Mundial tinha acabado há menos de uma década. Respirava-se a alegria de se ver livre dos tempos que atrapalhavam o sono e a vida tranquila dos cidadãos. Assim os dias decorriam céleres, respirava-se ar festivo, ora com músicas, ora com sinos repicando em diferentes e alegres toques. Os diferentes sons e toques eram as chamadas aos fiéis para as missas ou novenas. Pelos toques dos sinos, todos sabíamos a que tipo de chamada referiam-se o repicar dos sinos,

APOIO CULTURAL

CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA

MAIO 2018

CLÁUDIO GOMES

Se alguém está tão cansado que não possa te dar um sorriso, deixa-lhe o teu. PROVÉRBIO CHINÊS

JORNALECO 500

Um quatro de maio

Nossa Senhora Mãe dos Homens, que alguma devota havia encomendado. Para nós, os pequenos, sobrava o trabalho de separar os pequeninos enfeites: miçangas, lantejoulas e vidrilhos que seriam aplicados, à mão, no entorno dos bordados. Enquanto as agulhas e as linhas, da barulhenta máquina, ziguezagueavam por entre o tecido do manto azul, mais um pequenino ponto da história — dos 170 anos da festa da nossa Padroeira que se completam agora em 2018 — estava sendo escrita sem que nos apercebêssemos . E, em nossa casa, éramos felizes. z

4 Ratos não vomitam. 4 Os ursos polares são canhotos. 4 Você pisca aproximadamente 25 mil vezes por dia. 4 Os russos atendem ao telefone dizendo “Estou ouvindo”. 4 Ninguém consegue lamber seu próprio cotovelo. 4 O Oceano Atlântico é mais salgado que o Pacífico. 4 O elefante é o único animal com quatro joelhos. 4 A cada ano, 98% dos átomos do seu corpo são substituídos. 4 A barata consegue sobreviver por nove dias sem a cabeça antes de morrer de fome. 4 75% das pessoas que leram esse texto tentaram lamber o próprio cotovelo! (Fonte: vocesabia.net)

AS TRÊS PENEIRAS Certo funcionário foi transferido de repartição. Logo no primeiro dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com esta: – Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do José. Disseram que ele... Nem chegou a terminar a frase, seu chefe interrompeu: – Espere um pouco! O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras? – Peneiras? Que três peneiras, chefe? – Vou lhe dizer. A primeira é a da VERDADE. Você tem certeza de que este fato é absolutamente verdadeiro? – Não, senhor. Não tenho, não. O que sei foi o que me contaram. Mas eu acho que... – Então sua história já vazou na primeira peneira. Vamos agora para a segunda peneira, que é a da BONDADE. Sobre o que você vai me contar, gostaria que os outros também o dissessem a seu respeito? – Claro que não! Deus me livre, chefe! – diz o funcionário. – Então – continua o chefe – sua história vazou na segunda peneira. Vamos à terceira peneira, que é a da NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário me contar este fato, ou mesmo passá-lo adiante? – Não, chefe. Passando assim pelo crivo dessas peneiras, vi que não sobrou nada do que eu iria contar – fala o funcionário, surpreendido. – Pois é! Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras? – diz o chefe, sorrindo. E continua: – Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo dessas três peneiras: Verdade, Bondade e Necessidade, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, pois: como pessoas inteligentes, falamos sobre ideias; como pessoas comuns, falamos sobre coisas; como pessoas medíocres, falamos sobre as pessoas... (Adaptação encontrada na Internet sobre antiga parábola)

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e volta à cidade tive que buscar uma oficina pra D consertar a vista torta de miopia. Em dias sem lua o céu

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estrelado fica desgovernado a dar com pau. Essa tentativa do céu de nos abraçar com as estrelas do Morro. Mas antes tive que responder algumas perguntas para a agente do posto, a tal da profilaxia: — Está fumante? Não! — Diabetes? Não! — Hipertensão? Não! — Infarto? Não! — Doença respiratória? Asma? Não! — Problemas mentais? (...) Essa pergunta me levou para uma beira de estrada, da viagem que recorri. Ainda no verão de 2016, recémbatizado por Manoel de Barros, lendo poesia para andarilhos... de verdade. Lembro que encontrei um tiê-sete-cores atropelado no acostamento. Parei a bicicleta, com uma raiva danada da pressa do mundo e da irresponsabilidade dos motoristas. Pulei o muro de proteção com o passarinho já num caixão improvisado com um papelão que tinha na bicicleta. Ornamentei o túmulo, li a bênção redigida por Manoel de Barros e Cora Coralina, com os devidos gestos necessários para o ritual. Não demorou muito e parou atrás da bicicleta, no acostamento, uma viatura da polícia rodoviária de São Paulo. Naquele período de sol forte eu vestia um grande chapéu de palha de coqueiro — ganhado em Ilha Bela. Com desconfiança o policial perguntou o que eu fazia. Contei que algum insano atropelou o passarinho e fugiu. O policial olhou para o companheiro que falava pelo rádio. Aí o policial resolveu fazer um questionário e pensei em responder bem rápido. — Vem de onde? Rio de Janeiro! — Tem quantos anos? Dez, senhor! — Faz o que dá vida? Coveiro, capitão! Ele soltou um palavrão com o canto da boca e nem se despediu. Saiu até sumir na curva com a viatura. Pus a data do enterro no caixão, me benzi e segui viagem com uma ocupação. Na sala do Posto de Saúde, na Urussanguinha, regressei dessa lembrança, preso nos olhos da agente — sem saber o tempo da ausência, mas respondi: — Problemas mentais? Não, senhora! Como desmantelar esses novilhos que insistem a lembrança das coisas passadas? Não com o tamanho do bom grado presente. Ando meio bobo batendo cabeça nas esquinas — mas agora sem a bebedeira de janeiro. Esforço para arrancar o vazio, tomando o Rio Araranguá numa xícara de café...

Remédio inovador para hepatite C foi aprovado pela Anvisa https://www.google.com/amp/s/SAUDE.ABRIL.COM.BR/medicina/remedio-inovador-hepatite-c-anvisa-brasil/ (Publicado em 06/12/2017)

APOIO CULTURAL

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou em 4 de dezembro de 2017, a comercialização no Brasil de um medicamento inovador para a hepatite C em adultos. Assim como a geração mais recente de remédios com esse fim, o chamado Harvoni, da farmacêutica Gilead Sciences, garante uma taxa de cura de mais de 95%. Mas sua maior novidade tem a ver com a comodidade dos pacientes. Trata-se, afinal de contas, do primeiro tratamento de comprimido único diário para as infecções causadas pelo genótipo 1 dessa doença, que acomete 70% dos pacientes. Para ser mais exato, uma vez diagnosticada a enfermidade, o indivíduo tomaria uma cápsula por dia de oito a 12 semanas –

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carga viral baixa. Antes de desembarcar no Brasil, o remédio já estava presente em mais de 70 países e, segundo a Gilead, é atualmente o mais utilizado no mundo como terapia para a hepatite C.

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SOBRE A HEPATITE C Estamos falando de uma infecção viral que ataca principalmente o fígado. Silenciosa, não apresenta sintomas em cerca de 80% dos casos, mas pode gerar verdadeiros estragos no órgão a longo prazo. A hepatite C aumenta o risco de o paciente desenvolver cirrose e até mesmo câncer. Fora que pode prejudicar outras partes do corpo. Daí a importância de, principalmente a partir de 40 anos, solicitar exames que identifiquem a presença ou não do vírus no organismo, conforme explica Edison Parise, presidente do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig). A transmissão desse mal acontece através do contato com sangue infectado – principalmente por meio de objetos como seringas, agulhas e ferramentas de manicure não esterilizados. É possível que o vírus da hepatite C se espalhe pelo sexo, mas isso é incomum. De qualquer forma, melhor prevenir do que remediar.

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MAIO 2018

POR GIOVANA FEIX

em casos específicos, esse prazo pode dobrar. Os outros tratamentos disponíveis exigem a ingestão de mais remédios, o que complicaria a adesão. A empresa responsável pelo produto alega que outro diferencial seria a possibilidade de encurtar o número de dias engolindo a medicação em sujeitos não tratados anteriormente, sem cirrose e com

JORNALECO 500

Já chegou ao país o primeiro tratamento que envolve apenas um comprimido diário contra essa infecção no fígado

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APOIO CULTURAL

as

Jornaleco 500 e seus 24 anos contando as coisas de Araranguá

O JORNALECO em maio chega ao número 500. E isso é um grande marco para a cultura araranguaense. Muito importante, porque ele resgata e registra os principais fatos que foram notícias de época, formando a história. E voltando ao passado ele atinge bem mais que os 24 anos de vida que completa com esta edição. Eu, como munícipe e prefeito de Araranguá, acompanhei esse período do JORNALECO e vivi várias das épocas que são assunto em suas páginas. Por isso, tenho grande apreço pelo JORNALECO. Esse Panfleto Cultural tornou-se uma fonte de consulta para nossos munícipes e munícipes de toda a região, porque não trata só de Araranguá, mas também de fatos da região que hoje forma a AMESC e que no passado fazia parte do Grande Araranguá. A Casa da Cultura tem todos os 500 números do JORNALECO, encadernados, disponíveis para pesquisas. Por tudo isso queremos, neste momento, agradecer aos editores, o Ricardo Grechi, e lembrar o pai dele, o seu Ernestinho Grechi, que foi jornalista e publicou jornal por muito tempo em Araranguá, e a todos que contribuem e escrevem no JORNALECO, divulgando a nossa cultura, a literatura e a arte. Mariano Mazzuco Neto PREFEITO MUNICIPAL DE ARARANGUÁ

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Meus tempos com papai (1)

Causos, lendas e superstições

Setembro 2017 - nº 492 Cura Possível, de Geverson Ferreira

Outubro 2017 - nº 493 Novembro 2017 - nº 494 ESPORTE “O ‘barrigazo’ do Grêmio CIDADE “No tempo da Jardineira” araranguaense em 1961” GENTE Barbeiros em Araranguá

Dezembro 2017 - nº 495 CIDADE Primeira banca do bicho GENTE Sônia; Engenheiro Mesquita

Janeiro 2018 - nº 496 Borges Câmara

CULTURA Batizado de bonecas POLÍTICA Texto de Alcebíades Seara

ANO

N ão sou supersticioso. Não sou mesmo. Credo em

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24 e alguns destaques LANÇAMENTO DE LIVRO Uma

GENTE Cicí e Antoninho POLÍTICA A economia na

Fevereiro 2018 - nº 497

Março 2018 - nº 498 Abril 2018 - nº 499 ECOLOGIA Desenvolver ou preservar? SOCIEDADE 60 anos do Rotary CIDADE Onde nasce o rio Araranguá POLÍTICA “Não é só Marielle”

MAIO 2018

cruz! Três toques na madeira; porque isso dá azar. Meu pai, Zé Ferminio, era muito supersticioso. Foi guarda-chaves da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, mas nasceu e se criou numa família de pescadores à beira da lagoa de Santo Antônio (Laguna), na comunidade pesqueira de Bananal, hoje pertencente ao município de Pescaria Brava. Meu velho acreditava em tudo: de alma penada, lambisome, mula-sem-cabeça, boitatá, aparença, enfim, era eclético. Minha mãe, “taliana” bergamasca, era sua antítese. Os dois discutiam muito; o Zeca tentando incutir na “cabeça dura” da Tila que os mortos voltavam à Terra para pedir algumas orações quando não conseguiam entrar direto no céu, e ela… Nada! Mamãe contou-nos que, numa dessas discussões, ele teria lhe dito: “Deixa, nega, eu vou morrer primeiro que tu, e vou te aparecer. Tu vais ver!” Papai contava que, certa madrugada, sozinho, numa canoa, enquanto pescava camarão perto do canal das Laranjeiras, lagoa do Imaruí (na verdade, uma só lagoa geometricamente dividida em lagoa de Santo Antônio, lagoa de Imaruí e lagoa Mirim), avistou, ao longe, um “foguinho”. Como estava sem fogo e pretendia acender um cigarro de palha, remou sua canoa até aquela chama. Quando se aproximou, percebeu que aquilo não era nenhum pescador, e sim um baita boitatá. Uma cobra de fogo, que se evadiu do local deixando, para trás, um medonho rastro de fogo! Numa noite, mamãe (Dona Otília, como era conhecida, ou Audécia ou Odécia, nome registrado em cartório), ao fechar a janela da cozinha avistou, no poço d’água, o que seria uma pessoa sentada, no tampo, com apenas a metade superior do corpo. Esse corpo se movia de um lado para outro. Estava escuro, mal dava para ver aquela “coisa”. “Será que é o Zeca, que morreu mês passado, querendo me dizer alguma coisa?” Apreensiva, pegou seu “pau de polenta”, que estava sempre às mãos, foi se aproximando devagarzinho e sorriu de alívio. No tampo do poço estava uma lata d’água, um dos quatro cantos apoiado em um graveto. Uma folha de bananeira caía até a lata, a brisa movia a lata e a folha dando a impressão do balanço. A lua, que acabara de nascer, completava o cenário. A propósito: nunca deixe sapatos, chinelos, sandálias viradas ao contrário. Dá azar, sua mãe pode morrer!

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APOIO CULTURAL

APOIO CULTURAL

outono, papai chama em desespero, acometido de dispneia. Quer a presença do médico. Clama pra eu ir chamá-lo. Em meus doze ou treze anos (idos de 1956/1957), a tarefa tinha tom de agonia. A figura de papai respirando com dificuldade exigia pronta disposição. Chegar à casa do médico, tocar a campainha, acordá-lo e pedir o atendimento era sempre um fator de expectante impotência. A impressão era que negaria, pelo incômodo. Mas era um profissional dedicado. Levantava, colocava um casacão sobre o pijama e ia. Lá, aplicava uma injeção endovenosa em papai e ele se acalmava. Depois ficavam ali, conversando longamente. Depois o médico ia embora e papai voltava a dormir e eu também. Lembro sempre dos caminhos até a casa do médico. As ruas de Araranguá, naquela época (Regimento Barriga Verde, Sete de Setembro e Engenheiro Mesquita), eram ainda precárias, até sem pavimentação e sem calçadas. Os ciprestes nas margens dos terrenos, com o vento frio, forjavam um som triste e lúgubre, quase fantasmagórico. Com chuva, o caminho se tornava quase uma epopeia. Chuva e frio, pior. Ao longo do caminho havia plantações de margaridas, boca-de-leão, lírios e amor-perfeito, com seu perfume açucarado e múltiplo. Esse olfato ficou indelével nas minhas narinas até hoje. E a cada sentir imaginário, me vem a figura de papai e do médico ali, sentados à beira da cama. Os cuidados, a tensão, a agonia e a paz posterior. Mas nunca acabava. Ao menos pelo tempo de alguns dias, isso se repetia. Era uma cena comum. Tristemente comum. Havia muito de hipocondria nessas reações do meu velho. Era difícil, todavia, deduzir isso na frente dele. Soaria como um escárnio à sua doença. O médico era o Dr. Edward Avancini Mendoza.

Agosto 2017 - nº 491 CIDADE Novo prédio da prefeitura GENTE Os Ulysséa em Araranguá

AS CAPAS DO

JORNALECO 500

Entrando na madrugada, noite fria de final de

Julho 2017 - nº 490 CIDADE A Rui Barbosa; O 1º avião GENTE/JORNALISMO Ernesto Grechi Filho

Junho 2017 - nº 489 GENTE/CINEMA Sander Hahn GENTE/CULTURA Genuína e Proxério

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Casas Pernambucanas inauguram filial em Araranguá

1972 “Faltando

apenas os corrimãos, a tão falada ponte da Barranca já está sendo utilizada para a travessia do rio pelos moradores daquele bairro. Há mais de dez anos que a ponte da Barranca vem sendo prometida pelos governos que se sucederam. Finalmente, sem muito alarde, agora ela foi entregue ao público, principalmente para os que residem na Barranca, que estavam sujeitos à incômoda e vagarosa balsa.”

As conhecidas Casas Pernambucanas, que possuem vasta rede de filiais espalhadas por todo o território nacional, inauguraram, no dia 3 do corrente, um novo estabelecimento, nesta cidade. Situada à avenida Getúlio Vargas, em prédio especialmente construído, apresentam as Casas Pernambucanas uma modelar loja de tecidos para servir a população local e de todo o Vale do Araranguá. Do programa constou o corte da fita simbólica pelo prefeito José Rocha, bênção das dependências da nova filial pelo Cônego Paulo Hobold. Foi também descerrada a cortina do quadro do Sagrado Coração de Jesus, imagem que as Pernambucanas ostentam em todos os seus estabelecimentos, como justa homenagem a fé e religiosidade do povo brasileiro. A seguir, foi oferecido coquetel aos convidados especiais. Após as cerimônias de inauguração, o estabelecimento foi franqueado ao público que, de imediato, passou a fazer suas compras. Está de parabéns a cidade por contar com tão importante estabelecimento comercial, confirmando o franco desenvolvimento em todos os setores por que vem passando a Cidade das Avenidas. CA 120 09/05/1965 NJ: Nesse período, vários prédios foram construídos no centro, ocupando o espaço de antigas edificações. A cara da cidade começava a tomar as feições das próximas décadas, alteradas subitamente nos últimos anos pela substituição de vários prédios daquela geração e surgimento de grandes edifícios de oito, dez, doze andares. A loja das Pernambucanas marcou a chegada da primeira rede varejista com projeção nacional em nossa cidade e foi recebida com entusiasmo pelos araranguaenses. A loja fechou nos anos 1980. Hoje o local abriga a Alcidino Joalheria e Ótica que, por sua vez, é uma empresa araranguaense com diversas filiais no estado. (RG)

Correio de Araranguá nº 243 23 de dezembro de 1972

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A ATUAL IGREJA Nossa Senhora Mãe dos Homens, na Praça Hercílio Luz, em Araranguá, foi inaugurada em 1957, erguida atrás da antiga igreja (foto), esta inaugurada em 1902. Elas chegaram a conviver por um tempo, até que a atual Matriz estivesse pronta, quando, então, a antiga igreja foi demolida. A foto de Bernardino Campos registra a festa do Divino Espírito Santo em 1909. Esta foi a segunda capela construída na Praça. Antes dela houve a de madeira (1864-1901; veja à p. 6), que ficava em frente, no atual Jardim Municipal, abrigando nas cercanias o cemitério da cidade que, por sua vez, em 1899, seria transferido para o atual local na avenida Getúlio Vargas. (RG) (+ p. 2, 6 e 7)

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APOIO CULTURAL

Em que ano foi construída a ponte de arame da Barranca?

Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy

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Pequena história da minha rua Talvez o velho e destemido Coronel Apolinário, chefe político e homem de moral e personalidade, não sonhasse um dia ter o seu nome ligado a uma das ruas de nossa cidade. Esta rua, mais conhecida por Rua do Hospital, por ter sido a localização, desde tempos longínquos, do Hospital Bom Pastor, beirando o Rio Araranguá, estende-se da Praça Hercílio Luz até o término do perímetro urbano, em direção à vazante do mesmo rio. Esta rua tem sua história. Foi nela que residiu o primeiro médico da cidade, na casa onde reside a Vva. Alzira Luz. Quando ainda nem se falava em siderúrgica, já ali existia um filho de Portugal, tentando movimentar uma usina elétrica, à lenha — era o velho Firmino. Foi nesta rua que o padre Antônio Luiz Dias construiu a sua bela propriedade — onde morou Ernesto Kretzshmar, lá vizinhando o Joca Pedro. Também o padre João Casalli ali residiu e morreu, na casa onde reside atualmente um ex-prefeito da cidade, o Antônio da Silva. Nesta rua construiu-se o primeiro hospital do município, que muito contribuiu para a preservação da saúde de nossa gente. Após a construção do atual hospital, o antigo foi transformado na primeira maternidade do Sul. Transferida para o novo prédio, ali foi instalado o primeiro estabelecimento de ensino médio e comercial do município. Na Cel. Apolinário ainda existiram o antigo Hotel do Comércio, do falecido Tomás Rosa Luz, e a padaria do Jeremias. A primeira escola feminina de corte e costura ali teve a sua instalação e permaneceu até bem pouco tempo; fábrica de móveis e até uma pensão suspeita. Atualmente nela encontramos a Metalúrgica Edison, Olaria Frigo, Madeireira do Learcino, oficina e garagens da União de Transportes, oficinas do DER, colégio das Irmãs, Hospital Bom Pastor, Volkswagen, fábrica de café, farmácia do Marcos, Posto Meteorológico do Max Leite, e o rio, que pertence também à nossa rua. A nossa única dúvida é se incluímos ou não o Restaurante do Osmar Soares. Isto vamos decidir... CA 121 22/05/1965 NJ: Crônica não assinada, mas é certo que seja de autoria de Wladinir Luz.

CASA NENA CANOAS / RS

ARARANGUÁ / SC


Francisco Coelho e José Luiz, da Paróquia de Laguna. A localidade onde seria erguida a capela era jurisdicionada àquela paróquia, e ela, à Diocese do Rio de Janeiro. Nos tempos em que o bispo Dom José Caetano esteve presente em terras do Araranguá, a devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens já estava bastante difundida no Rio de Janeiro, como vimos no capítulo II, o que deve ter influenciado o prelado a implantála também aqui no sul do Brasil. Segundo relato do próprio Dom José Caetano, citado nos dois livros: “Prometi ao alferes Lino e outros de lhes mandar do Rio de Janeiro uma boa imagem da Mãe dos Homens para orago da capela.” Alferes Lino dos Santos, segundo o próprio bispo, era o comandante dos registros da localidade. Ainda narra o ilustre visitante que a população local se compunha de 400 almas e que a capela deveria ser erigida em terras da viúva D. Brígida, proprietária de uma sesmaria próxima à localidade denominada de Conventos, onde se situam, atualmente, a localidade de Hercílio Luz, antiga Cangicas, e Morro dos Conventos. O cônego Paulo Hobold confirma: “Não é certa, pois, a versão em que esse autor também acreditou, em virtude da falta de informações melhores, de que a primeira capela na região de Araranguá havia tido a sua instalação na sede da atual cidade”. Na antiga Cangicas é que se ergueu a primeira casa de oração, onde foi celebrado o primeiro culto litúrgico do Vale do Araranguá.

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Nossa Senhora Mãe dos Homens c DE CAPELA A SANTUÁRIO 170 ANOS C u

Em 4 de maio de 1848, Araranguá torna-se a Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens, o que lhe dá certa autonomia e define seu território. A imagem da santa chega a nossa cidade em 1872. Com a elevação da Nossa Senhora Mãe dos Homens de igreja matriz a santuário diocesano, que será formalizada durante a festa deste ano, Araranguá entra para o roteiro da peregrinação e do turismo religioso catarinense

APOIO CULTURAL

Nossa Senhora Mãe dos Homens é uma reverência a mãe de Cristo, pertencente à Igreja Católica. A devoção à Santíssima Virgem Maria, invocada como Nossa Senhora Mãe dos Homens, surgiu em Portugal no século XVIII. Foi iniciada por Frei Imagem da segunda metade João de Nossa Se- do séc. XVIII. Igreja de São João Baptista, Pedrógão. nhora, do ConFoto: Joana Ferrari vento de São Fran- (dixitacanhota.blogspot.com.br) cisco das Chagas, em Xabregas, um bairro de Lisboa. Frei João era um exímio pregador, um verdadeiro literato, chegando a ser conhecido como “o poeta de Xabregas”. Com essa facilidade de oratória, pregava sempre e em todo canto, empunhando sempre um crucifixo em suas mãos, convocando o povo à conversão e à volta para Deus por meio de Maria, a Senhora Mãe dos Homens. A imagem, desejada pelo iniciador da devoção e esculpida por José de Almeida, apresentava a Virgem Maria medindo seis palmos de altura, com a mão direita erguida, abençoando. E, no braço esquerdo, o Menino Jesus. Carregando a imagem aonde ia, sempre preocupado com a conversão das pessoas, a todos Frei João ensinava a seguinte jaculatória: “Virgem Mãe de Deus e Mãe dos Homens, lançai-nos a vossa bênção”. Em 1758, em seu próprio convento, na cidade de Lisboa, Frei João de Nossa Senhora faleceu santamente, deixando

Fonte: Blog Paróquia Na. Sra. Mãe dos Homens, Cuiabá-MT.

CAPÍTULO II NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS: A DEVOÇÃO NO BRASIL A devoção a Nossa Senhora Mãe dos Homens chegou ao Brasil, segundo alguns relatos, trazida pelo Irmão Lourenço de Nossa Senhora, que fundou a Ermida e o Hospício de Nossa Senhora Mãe dos Homens em 1774. Com o desenvolvimento de seu santuário e a crescente devoção a Senhora Mãe dos Homens, o Irmão Lourenço fundou também a Irmandade de Nossa Senhora Mãe dos Homens, aprovada por um breve do Papa Pio VI, no dia 12 de agosto de 1791. No entanto, no Rio de Janeiro, em 1750, havia um oratório dedicado à Mãe dos Homens, nas proximidades do canto da Quitanda dos Pretos, da Quitanda do Marisco, do Capitão Alexandre de Castro, e mais tarde de Pero Domingues. Esses oratórios eram construídos e mantidos por particulares e muito respeitados e reverenciados pelo povo. Não eram igrejas mas, como o próprio nome diz, um oratório. Havia também oratórios cravados em muros, feitos de pedras e nas praças da cidade. A Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, do Rio de Janeiro, por sua vez, só começou a ser erguida depois de 1779, quando foi feita a medição do terreno e a previsão de gastos para a cantaria da fachada e o interior do templo. Nesta data, a primitiva Ermida do Caraça, toda barroca, já estava pronta e com licença para ser abençoada. No Brasil, há pouquíssimas igrejas dedicadas a Nossa Senhora Mãe dos Homens: pelo menos, 16 igrejas, dentre as quais a antiga igreja localizada na rua da Alfândega, no Rio de Janeiro. As demais igrejas de que se tem notícia estão

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

no Caraça, em Porto Feliz-SP, Ouro Branco-MG, Belo HorizonteMG, Materlândia-MG, Campos dos GoytacazesRJ, Estrela do Sul-MG, Coqueiro Seco-AL, Palmas de Monte Alto-BA, João Câmara-RN, Iúna-ES, Santo Imagem de NS Mãe dos Homens A f o n s o - M T , no Santuário do Caraça (MG) Água Santa de (www.santuariodocaraca.com.br) Minas, Tombos-MG e Cuiabá-MT. Em Santa Catarina, temos as de Urubici-SC e a nossa destacada Paróquia de Araranguá, que, na qualidade de santuário, entra para o Roteiro Religioso do estado de Santa Catarina. Fonte: Blog Paróquia Na. Sra. Mãe dos Homens, Cuiabá-MT.

CAPÍTULO III NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS: A DEVOÇÃO EM ARARANGUÁ – NO INÍCIO Pelas narrativas históricas descritas nos livros A História de Araranguá, do cônego Paulo Hobold, e Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Eder Mattos, o povo católico de Araranguá recebeu a devoção a Mãe de Jesus através do Bispado do Rio de Janeiro. Nos dois livros, os autores se completam ao narrar, com detalhes, a primeira visita do então bispo do Rio de Janeiro, Dom José Caetano da Silva Coutinho, ao sul do Brasil. Foi na cidade de Laguna, em 2 de setembro de 1815, que o bispo deu autorização para a construção da primeira capela dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens. Em 11 de janeiro de 1816, há exatos 202 anos, deu-se a inauguração da capela, que seria atendida pelos padres Manoel Fernandes, Jerônimo l

Fontes: A História de Araranguá, de Paulo Hobold; Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Eder Mattos.

CAPÍTULO IV FREGUESIA DE NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS: CRIAÇÃO DA FREGUESIA E ESCOLHA DA SEDE LEI PROVINCIAL nº 272, de 4 de maio de 1848. Antero José Ferreira de Brito, Presidente da Província de Santa Catarina, faço saber a todos os habitantes que a Assembleia Legislativa Provincial decretou e eu sancionei a Lei seguinte:

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CAPÍTULO I NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS: A ORIGEM DA DEVOÇÃO

atrás de si uma multidão de devotos de Nossa Senhora Mãe dos Homens e um legado que dali se expandiria por vários lugares do mundo.

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POR CLÁUDIO GOMES

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Artigo 1º – A povoação de Araranguá fica desmembrada da Freguesia de Santo Antônio dos Anjos, da Laguna, para formar a nova Freguesia sob a invocação de Nossa Senhora Mãe dos Homens, precedendo as licenças do ordinário . Artigo 2º – Esta Freguesia terá por limites, ao sul o rio Mampituba, e ao norte o Urussanga, ficando o Presidente da Província autorizado a marcar os limites ao oeste, feitas as necessárias explorações. Artigo 3º – O mesmo Presidente,

depois de obter as devidas informações, designará o lugar para assento da respectiva matriz. Artigo 4º – O pároco perceberá a mesma côngrua e benesses que competem aos da Província. Artigo 5º – Ficam revogadas as disposições em contrário. Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e a execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O secretário desta província a faça imprimir, publicar e correr. Dada no Palácio do Governo da Província de Santa Catarina, aos quatro dias do mês de maio de um mil oitocentos e quarenta e oito, vigésimo sétimo da Independência e do Império. Assina: Antero José Ferreira de Brito. Esta Lei registrei-a de pleno teor, por considerá-la como sendo a nossa “certidão de nascimento”, que proporcionou a implantação da sede social e a instalação organizada da igreja católica em Araranguá. A sede deveria ser escolhida, entre várias já conhecidas no grande Sul Catarinense. Porém, dois núcleos populacionais já se destacavam para local escolhido: Cangicas, também conhecida por Conventos e ainda bairro do Araranguá, e Campinas, localizada mais ao interior (a futura sede). Como se observa na lei, à época, o Estado (Império) e a Igreja eram ligados de forma que ambos se completavam quanto às finalidades. Assim, a sede da freguesia deveria contar com a administração da Igreja para executar também os serviços de registro civil, tais como nascimentos, alistamentos, casamentos, mortes e outros registros necessários à população, à Igreja e ao Estado. Escolha da sede Para se cumprir o que determinava o artigo terceiro da lei de 4 de maio de 1848, o Presidente da Província trocou vários ofícios com a Câmara Municipal de Laguna. A Câmara de Laguna, à qual estava subordinada a região de Araranguá, decidiu formar uma comissão de araranguaenses para, junto ao presidente da província, decidirem sobre a escolha do local em que deveria ser implantada a sede da Freguesia. A comissão de araranguaenses ficou formada por Bartholomeu Antônio do Canto, Felisberto Antônio de Souza, capitão Mathias Francisco de Bem e Mariano José de Bittencourt. A localidade conhecida por Campinas foi a indicada porque, segundo o parecer da comissão, foi a que se apresentou com melhores condições para a instalação da Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens.

O referido parecer mereceu a aprovação do presidente da província. Era final do ano de 1848. Fontes: A História de Araranguá, de Paulo Hobold; Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Eder Mattos; Memórias do Araranguá, de Bernardino de Senna Campos (organizado por João Leonir Dall’Alba) e Histórias do Grande Araranguá, de João Leonir Dall’Alba.

CAPÍTULO V A PRIMEIRA CAPELA DA VILA DE ARARANGUÁ Apesar da criação da Freguesia, em 4 de maio de 1848, e a aprovação da sede no final do mesmo ano, somente a 16 de maio de 1856 e a pedido do padre Antônio Nunes Barreto, visitador da comarca de Laguna, o então bispo do Rio de Janeiro, D. Manoel do Monte Rodrigues de Araújo, autorizou a construção da capela e do cemitério. Passados mais alguns meses, em 10 de agosto de 1856, a população foi exortada, com a bênção do terreno, a construir a capela que tinha a previsão de instalação da futura Matriz sob a invocação de Nossa Senhora Mãe dos Homens. No mesmo terreno, que era de propriedade de Albino Pereira e de sua mulher Delfina Maria de Jesus, deveria ser edificado também o cemitério. O terreno, doado por seus proprietários, é hoje o Jardim Alcebíades Seara, no centro da cidade. A edificação da pequena capela só teve início em 1864, com a chegada do primeiro vigário, padre João Matos da Cunha. O cônego Paulo Hobold descreve a capelinha em seu livro: “...era uma construção simples feita de tábuas, com dimensão de 10,30m de comprimento por 6m de largura, tendo ao lado uma pequena torre com um sino.” Segundo testemunho do comerciante araranguaense Pedro Marto Pereira ao padre João Dall’Alba, a pequena capela estava assentada ao lado sul da praça, próximo a atual Casa da Cultura. A capela também serviu para registros cartorários e de alistamento militar de 1875 até 1887, conforme previsto na Lei que criou a Freguesia.

A primeira capela no centro da cidade (+ p. 2 e 8)

João Dall’Alba, no livro Memórias do Araranguá, registra, creio eu, a única foto existente dessa capela, bem como o comentário do telégrafo Bernardino de Senna Campos descrevendo a Vila de Araranguá na ocasião de sua chegada à nossa cidade: FINALIZA NA PRÓXIMA EDIÇÃO


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