JORNALECO
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PANFLETO CULTURAL
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
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ANO 25 • Nº 512 • MAIO DE 2019 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 17/05/2019 10h00 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
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UMA PUBLICAÇÃO
Av. XV de Novembro - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com
ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
Festa do Divino na antiga igreja de Araranguá em 1909. Fotografia de Bernardino Campos colorizada digitalmente pelo programa ColouriseSG Até os anos 1910 são fotos de Bernardino Campos; as demais são de José Genaro Salvador. Na capa: Praça nos anos 1910 – festa do Divino Espírito Santo em 1909 – pescadores na praia com presença do governador e autoridades municipais (anos 1950) – avião da Varig no campo de aviação no início dos anos 1950 – trabalhadores da estrada da praia no final dos anos 1940 com o fotógrafo Salvador em primeiro plano.
JORNALECO 25 anos
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC
ARARANGUÁ, MAIO DE 2019 • ANO 25 • Nº 512
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES
Um novo olhar sobre o passado Colorizadas digitalmente, as fotografias em preto e branco feitas por Bernardino e Salvador ganham em iluminação, contraste, definição e perspectiva. É como olhar através da janela do tempo depois de limpar a vidraça. P. 4
antes
depois
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CASA NENA CANOAS / RS
ARARANGUÁ / SC
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Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)
O CLUBE QUE FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA Av. XV de Novembro, 2030 - Centro - Tel. (48) 3522-0447 gremiofronteira.com.br facebook.com/gremiofronteiraclube
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Torneio das Profissões 1955 Conheça os detalhes do primeiro torneio das profissões realizado em Araranguá, neste texto do jornal Tribuna do Sul, de A. César e Agilmar Machado, publicado em 3 de julho de 1955 (ano 1 - nº 11) Patrocinado pelo Clube da Mocidade Araranguaense – o Clube dos Vinte – foi realizado, no último domingo, no Estádio da Rua Regimento Barriga Verde, o Torneio das Profissões, reunindo Comerciários, Gráficos, Bancários, Industriários, Mecânicos, Farmacêuticos, Justiça, Operários, Madeireiros e Funcionários Estaduais, que culminou com a surpreendente vitória deste último. Dizemos surpreendente, porque o quadro mais cotado, na impressão de todos, era o dos Operários, que contava em suas fileiras com jogadores da Urussanguinha. No entanto ficou só na impressão, porque quem venceu mesmo, no final, foram os Funcionários Estaduais. Foi uma grande conquista, levando-se em conta que o quadro vencedor atuou, em todas as partidas em que tomou parte, com apenas dez jogadores, em virtude de o médio Hercílio não ter comparecido. Regular assistência esteve presente ao Estádio, e os jogos, que tiveram a duração de vinte minutos, obedeceram à seguinte ordem: 1º Comerciários 0 x 1 Gráficos Os quadros atuaram com a seguinte constituição: Gráficos: Walmarino, Ruy e Luiz; Aidil, Edu e Aguinaldo; Dursilmar, Ney, Enevaldo, Nivaldo e Jader. Comerciários: Hilário, Nery e Orivaldo; Hipólito, Manuel e Alírio; Paulo, José, Dário, Romualdo, Ildo e Almiro. 2º Bancários 0 x 0 Industriários Na disputa por penalidades máximas, os bancários levaram a melhor por 2x1. Adílio cobrou para o quadro vencedor. Bancários: João, Jacy e Cirimbelli; Ronaldo, Altair e Adílio; Maquinho, Zanoni, Flávio, Walter e Aimberê. Industriários: Santelena, Manuel e Nely; Wilson, Ataíde e João; Simão, Learcindo, Nestor, Américo, Manuel e Ondino.
SALVADOR
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Time dos Farmacêuticos: Da esq. p/ dir.: Salmo Paladini, Moisés Balthazar, Zito, Rocha e Hamilton Tournier. Ag.: Zizo Pereira, Quidinho, Antoninho Medeiros, Osmundo Matos, Antoninho de Souza e Édio Luchina.
3º Mecânicos 3 x 1 Farmacêuticos Mecânicos: Pedro, Francilício e Alírio; Adi, Celestino e Gersi; José, Manuel, Salmora, João, Helmuth e Enio. Farmacêuticos: Osmundo, Antoninho I e Antoninho II; José Drogaria, Atílio e Ayres; Édio, Guinarte, Salmo, Zito e Hamilton. 4º Justiça 0 x 1 Operários Operários: Gustavo, Otacílio e João; Deonel e Jovino; Jovino Vieira, Otávio, Manuel Verônica, Lindomar e Agenor. Justiça: João, Walmor e João Campos; João Hildebrando, Nivaldo e Arlindo; José Rocha, Waldemar Pacheco, Ago Maciel, Eneval e Dr. Arno. 5º Madeireiros 0 x 1 Funcionários Est. Funcionários Estaduais: Ilbe, Salmi e Luiz; Hermógenes, Sálvio e Otávio; Amir, Schmidt, Veríssimo e Manuel Saturnino. Madeireiros: Manuel, José e Ageu; Ernesto, João e Walmor; Manoel Pacheco, Bez Batti, Pedro, Maneca e Olíbio. 6º Bancários 0 x 0 Gráficos Na cobrança das penalidades máximas levou a melhor o quadro bancário por 2 tentos a um. A formação das equipes foi a mesma do encontro anterior.
7º Mecânicos 0 x 0 Operários Na decisão por penalidades máximas, levaram a melhor os Operários por 3 tentos a um. 8º Bancários 0 x 0 Funcionários Est. Nas penalidades máximas, depois de diversos empates, os Funcionários Estaduais levaram a melhor por 3x2. 9º e último jogo — Tempo: 30 minutos. Funcionários Estaduais x Operários. Partida bem disputada e que chegou ao final empatada sem “goals”. Houve necessidade da cobrança de penalidades, tendo levado a melhor os Funcionários Estaduais, que assim se sagraram campeões do referido torneio. Atuou como juiz em todos os encontros o sr. Hervalino Campos, saindose muito bem. Foram seus auxiliares Agenor Soares e Gervásio Costa. Ao quadro vencedor foi oferecida uma linda taça, que leva o nome do presidente do Clube dos Vinte, “Alyrio Silva”. Ao vice-campeão também foi presenteada uma taça denominada “Wladinir Luz”. NJ: O Clube dos Vinte havia sido fundado no ano anterior, em 22/07/1954, por iniciativa de Wladinir Luz. Provavelmente este foi o primeiro torneio de futebol entre equipes formadas dentro das diversas áreas profissionais especialmente para o evento.
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ARARANGUÁ, MAIO DE 2019 • ANO 25 • Nº 512
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O que e´ o Jornaleco, além dessas 12 páginas mensais? O que é este PANFLETO CULTURAL que há 25 anos circula pelas ruas e adentra casas comerciais, repartições públicas e moradias de Araranguá e do Balneário Arroio do Silva e segue mundo afora em sua edição digital disponibilizada no Issuu e enviada por e-mail a diversos leitores? Pois bem, ele já não responde apenas por essas 512 edições que somam 3.588 páginas e formam uma verdadeira enciclopédia de Araranguá. Afinal, o JORNALECO não é mais apenas um veículo de comunicação — é um movimento, sacramentado por um trabalho de divulgação cultural sólida e amadurecimento editorial a zelar pela qualidade literária, correção linguística e arte tipográfica. Abrigando centenas de textos sobre nossa terra e sua gente, uma vasta coleção de crônicas e poemas, e uma extensa coletânea de fotografias locais de todos os tempos e motivos, ele é o nosso teatro de papel para uma ópera de sonhos e realidades só nossas, onde encenamos os dramas e comédias da nossa história com seus incontáveis protagonistas.
Seu quintal é o Grande Araranguá, em mais de duzentos anos de nossa aventura nesta planície entre serra, rio e mar. Aqui reavaliamos nossa identidade comunitária, e nossa história é consolidada com novos registros e desdobramentos. Realçamos o valor de nossos talentos, ou de nossa insensibilidade quando vigoram ideias e ações retrógradas. E, sempre mantendo a proposta original de levar alegria às pessoas e de promover a cultura e a conscientização, constatamos, fascinados, que a temática de nossa terra é fonte inesgotável. Isto é o JORNALECO — desde a ensolarada tarde de quarta-feira, 18 de maio de 1994, quando foi às ruas pela primeira vez —, fazendo parte da vida do araranguaense que gosta das suas coisas, honrado pelos colaboradores, apoiadores culturais que o financiam, a GRÁFICA CASA DO CARIMBO que lhe dá concretude no papel, e amigos que ajudam a levá-lo adiante. RG
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JULHO 2018 - Nº 502 AGOSTO 2018 - Nº 503 z Nosso primeiro Grupo de A.A. z A grande enchente de 1965 z História da Banda Santa Cecília z Pastor Natalício z Zé Mingote
O homem está sempre disposto a negar aquilo que não compreende. PASCAL
ANO
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FEVEREIRO 2019 - Nº 509 z Garotas de 1964 z Atlético da Cidade Alta z Juca Borges
NOVEMBRO 2018 - Nº 506 DEZEMBRO 2018 - Nº 507 z Breve histórico sobre consumo z Hugo e Tilinho z Zezinho de drogas em Araranguá Pistoleiro z Relatório de 1948
MARÇO 2019 - Nº 510 ABRIL 2019 - Nº 511 z Mata Atlântica em Araranguá z Ayres Koerig z O quase gol do z Hotel Alvorada z Zacateca Grêmio z Domingo de futebol
Dr. Ivan Holsbach MÉDICO PEDIATRA Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral RESP. TÉC.: Dr. Carlos Roberto de Moraes Rego Barros - CRM 3270 RQE 2755
Av. Engenheiro Mesquita, 361 - Centro - Fone: 48 3524-1380
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Fone (48) 3524-2483 Av. Engenheiro Mesquita, 371 - Araranguá SC
JORNALECO 512
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www.culturatura.com.br/gramatica/ortografia/erros.htm
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
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OUTUBRO 2018 - Nº 505 z Drogas: desmistificando a informação z “Vida Futura”
1 – A Terra é o único planeta do Sistema Solar no qual a água pode ser encontrada em seus três estados: sólido, líquido e gasoso; 2 – Todos os dias, entre 100 e 300 toneladas de poeira cósmica penetram na atmosfera do nosso planeta; 3 – Dentro de 5 bilhões de anos, mais ou menos, o Sol consumirá todo o seu combustível, passará à fase de gigante verTERRA, melha, sofrerá uma expansão e consumirá LUA Mercúrio, Vênus e, possivelmente, a Terra E SOL durante esse processo; 4 – Há 2,2 mil anos, Eratóstenes, da Grécia Antiga, calculou a circunferência da Terra com uma precisão surpreendente [a medida do filósofo chegou a 39.700 km, muito perto do valor correto de 40.008 km]; 5 – Existe um reservatório de água nas profundezas da crosta terrestre que contém um volume três vezes superior ao dos oceanos; 6 – Um terremoto é registrado no nosso planeta a cada dois minutos; 7 – Em 1992, 359 anos depois de forçar Galileu Galilei a se retratar sobre sua teoria de que a Terra se movia ao redor do Sol, a Igreja Católica declarou que o italiano estava correto; 8 – Existem cerca de 22 mil objetos feitos pelo homem em órbita ao redor do nosso planeta; 9 – A rotação da Terra está se tornando gradualmente mais lenta – e a estimativa é de que dentro de 140 milhões de anos os dias tenham 25 horas em vez de 24; 10 – A Terra é o único planeta do Sistema Solar que não recebeu o nome de uma divindade romana; 11 – Os oceanos cobrem cerca de 70% da superfície do nosso planeta; 12 – Desde a Revolução Industrial, a temperatura média da superfície do planeta sofreu uma elevação de aproximadamente 0,8 °C devido ao aquecimento global; 13 – Além de girar sobre o próprio eixo a uma velocidade de 1,7 mil km/h, a Terra orbita ao redor do Sol a mais de 107 mil quilômetros por hora; 14 – Os eclipses solares totais acontecem aqui no nosso planeta por pura coincidência: como o Sol tem um diâmetro cerca de 400 vezes maior do que o da Lua e se encontra 400 vezes mais distante da Terra do que o nosso satélite, isso faz com que os dois astros tenham tamanhos angulares semelhantes e, portanto, pareçam ter o mesmo tamanho quando os vemos no céu; 15 – Aliás, é por conta dessa incrível coincidência que os eclipses solares totais não acontecem em nenhum outro planeta do Sistema Solar além da Terra.
É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la. SÊNECA
CEM ERROS DE PORTUGUÊS - 10
POR EQUIPE MEGA CURIOSO (https://m-megacurioso-com-br.cdn.ampproject.org)
MAIO 2019
JANEIRO 2019 - Nº 508 z Barbearia Raupp z Primeira escola do Morro z Araranguário
uplemento
15 CURIOSIDADES SOBRE O PLANETA TERRA
e alguns destaques SETEMBRO 2018 - Nº 504 z Nei da Gráfica z Feminismo z Debutantes 1973 do UCCA
A BANDA
UMA DISCUSSÃO SÉRIA entre marido e mulher havia levado o casal a brigar. Depois que a bronca parou, eles vinham de carro por uma estrada do interior sem dizer mais uma palavra. Nenhum dos dois dava o braço a torcer para levantar os ânimos. Ao passarem por uma fazenda em que havia mulas e porcos, o marido indagou, sarcástico: – Parentes seus? – Sim – respondeu ela. – Cunhados.
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AS CAPAS DO
JUNHO 2018 - Nº 501 z Ata da primeira diretoria do Fronteira Clube em 1933
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação) só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado). 87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar. 88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores. 89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras). 90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso: A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas"). 91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
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Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
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Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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Abril de 1994. Manhã de sábado. Vou até a gráfica. Gibran está comigo e sai para comprar gibi na banca do Felipe, ou no Gervásio. Sento-me à escrivaninha e, subitamente, me ocorre a ideia de fazer um jornalzinho. Busco uma folha formato quatro e volto à mesa. Em um minuto tenho à minha frente um boneco dobrado e rabiscado (imagem abaixo). Na segunda-feira, inicio a busca por computador, programa de editoração eletrônica, escâner, impressora a laser, todo o aparato para compor um jornal. Lá nos primeiros anos em que a informática revolucionava as artes gráficas, a Gráfica Orion se tornava a segunda de Araranguá a implantar o recurso. Finalmente, na ensolarada tarde de quarta-feira, dia 18 de maio, com uma tiragem de 1.930 exemplares, a primeira edição do JORNALECO foi às ruas (ao lado).
Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá
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Centro de Reabilitação Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○
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O dilema do porco-espinho, de Arthur Schopenhauer www.google.com/amp/www.NETMUNDI.org/filosofia/2017/o-dilema-do-porco-espinho-de-arthur-schopenhauer/amp/
O
dilema do porco-espinho é uma metáfora criada pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) para ilustrar o problema da convivência humana. Schopenhauer expôs esse conceito em forma de parábola na sua obra Parerga und Paralipomena, publicada em 1851, onde reuniu várias de suas polêmicas anotações filosóficas. O dilema do porcoespinho é apenas um parágrafo que surge no Volume II desta obra, no entanto, tornou-se um conto popular citado até mesmo por Sigmund Freud, o pai da psicanálise.
uma peça única cheia de pastores embriagados. […] Era insuportável; sua quentura animalesca […] produzia um calor candente’. A ‘quentura animalesca’ dos homens amontoados naquele espaço exíguo – foi daqui que Schopenhauer tirou sua metáfora posterior dos porcos-espinho que se empurravam uns contra os outros para se defenderem do frio e do medo.” (SAFRANSKI, 2011, p. 99)
O dilema do porco-espinho ARTHUR S CHOPENHAUER (TRADUÇÃO DE ALFREDO CARNEIRO)
No livro Schopenhauer e os anos mais selvagens da filosofia, de Rüdiger Safranski, o autor sugere que Schopenhauer inspirou-se em uma escalada ocorrida quando o filósofo tinha apenas 16 anos:
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“Finalmente, em 30 de julho de 1804 – quando a grande viagem já se aproxima de seu fim – chega a escalada da montanha Schneekopp [o Pico da Neve] na Silésia, então alemã, hoje na Polônia. A jornada leva dois dias. Arthur pernoitou com seu guia em uma cabana construída em um planalto intermediário, no sopé do cume mais alto da montanha. ‘Entramos em
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m número de porcos-espinho se amontoaram buscando calor em um dia frio de inverno; mas, quando começaram a se machucar com seus espinhos, foram obrigados a se afastarem. No entanto, o frio fazia com que voltassem a se reunir, porém, se afastavam novamente. Depois de várias tentativas,
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perceberam que poderiam manter certa distância uns dos outros sem se dispersarem. Do mesmo modo, as necessidades sociais, a solidão e a monotonia impulsionam os “homens porcosespinho” a se reunirem, apenas para se repelirem devido às inúmeras características espinhosas e desagradáveis de suas naturezas. A distância moderada que os homens finalmente descobrem é a condição necessária para que a convivência seja tolerada; é o código de cortesia e boas maneiras. Aqueles que transgridem esse código são duramente advertidos, como se diz na Inglaterra: keep your distance! Com esse arranjo, a necessidade mútua de calor é apenas parcialmente satisfeita, mas pelo menos não se machucam. Um homem que possui algum calor em si mesmo prefere permanecer afastado, assim ele não precisa ferir outras pessoas e também não é ferido. O dilema do porco-espinho é uma parábola amplamente divulgada na internet, contudo, a grande maioria está modificada e atribuída a Schopenhauer, fugindo do sentido proposto pelo filósofo. Por esse motivo disponibilizei neste post as versões em inglês e alemão, bem como vários links e referências bibliográficas [ver z no site referido acima].
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RICARDO GRECHI
Do nº 1 ao 69, o JORNALECO tem o formato de duas dobras, ou 6 páginas (o J.37, de 10/01/1996, traz a primeira capa colorida); do 70 ao 100 são cadernos de 8 páginas; 101 e 102 têm 4 páginas; 103 até 108 voltam as duas dobras; 109 ao 135 são cadernos de 8 páginas; do 136 ao 174, alternam duas dobras e 8 páginas; do 175 ao 462, alternam 8 e 4 páginas. Até então quinzenal, em março de 2015 o JORNALECO passa a circular mensalmente com 12 páginas. Nesses 25 anos, foram 677.000 exemplares totais distribuídos de graça, com 512 edições somando 3.588 páginas de uma verdadeira enciclopédia de Araranguá.
MAIO 2019
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ALFREDO CARNEIRO
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O “nº zero” e o nº 1
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David Machado Fernandes, designer da Gráfica Casa do Carimbo, foi quem nos apresentou a novidade: o ColouriseSG, um programa em fase de teste disponibilizado gratuitamente na internet, que coloriza digitalmente fotografias em preto e branco usando critérios próprios da inteligência artificial, reconhecendo texturas e planos, aplicando luz, contrastes, definição e cores naturais aos elementos da foto. Passamos a novidade ao Alexandre Rocha, que tratou de fazer uma série de testes em cima do acervo fotográfico histórico de Araranguá, o que nos surpreendeu pela maneira como as imagens ressurgiram aos nossos olhos. Foi como lavar a vidraça da janela do tempo para iluminar a cena ampliando perspectivas, nuances e detalhes com a alegria vivificante das cores. Assim, foram realçadas fotografias de Bernardino de Senna Campos e de José Genaro Salvador. E o resultado apurado até agora muito agradaria aos nossos célebres fotógrafos, pois eles não tinham à disposição a fotografia em cores para fazer seus registros. Se ambos nos legaram belas fotografias no gênero preto e branco – que deverão ser sempre apreciadas no claro-escuro do seu monocromatismo original –, a maior parte do seu acervo, porém, ganha muito com a colorização, o que já era intenção de Bernardino e de Salvador: registrar as imagens o mais realisticamente possível. Com o trato digital, além de cores, as fotos ganham em iluminação e perspectiva, com clareamentos pontuais e definição que nos aproximam mais das pessoas, momentos, eventos e locais capturados e eternizados pelas lentes espirituosas e sutis dos nossos antigos fotógrafos. A capa em cores desta edição especial de 25 anos do JORNALECO (por ora, disponível apenas na edição digital) traz uma mostra de fotografias, selecionadas pelo Alex. A partir de agora, muitas imagens do nosso passado serão vistas com mais realismo. Exposições e publicações do nosso acervo de imagens históricas, em qualquer plataforma, poderão contar com este melhoramento.
QUINCAS AVELINO
ESTAR MÃE / MARTA GRECHI Estar Mãe em uma existência É resgate e reencontro. Resgate para curar feridas, Reencontro para abastecer-se no amor. Estar Mãe em uma existência É estágio no curso da vida para evolução do [ espírito. Estar Mãe é prova e prêmio. É ser mestre e aprendiz. É ser flor e espinho. É noite de lamentos e dia de venturas. Estar Mãe é doce veneno que vicia. Estar Mãe é experiência de tormento e paraíso. É ser forte e indeciso. É bater e assoprar. É chorar escondido e aplaudir em pé, Ainda que mais ninguém perceba o espetáculo. É prova e merecimento. É mistério e oráculo. É vida em pedaços feita de nós, laços e fitas. É apontar erros. É advogar em defesa, Mesmo conhecendo as faltas. É viver e morrer de medo e de amor. Estar Mãe em uma existência É experimentar o céu e o inferno. É ser Deus e o diabo. É ser coroada de espinhos e ser elevada aos céus. Estar Mãe é estar uma entre tantas E perder-se entre elas. É pegar nos braços seu rebento E olhar para o vento e seguir em frente. E do jeito que for Foi o que tinha para este momento. E no fim das contas o que conta Já dizia um tal Pessoa conhecido de nossa cena: Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
E como se cada canto dos pe-
daços de terra que conheci, com euforia, me puxasse uma parte do corpo. Aos poucos me esquartejam até que acabe o dia (sem saber o que é como fazer. Junto os cacos pelo chão de piso frio). Eleji Rosa minha mãe, pois nesses pedaços de terra as mães que me receberam apresentaram um pouco das nossas necessidades – contando experiências de vida, luta, sofrimento e sabedoria. A memória das mortes, presente. Uma me deu a vida, a outra me ensinou a doçura, outra a lidar com os estranhos, a olhar com amor, outra a carregar o que realmente precisava. Outras tantas pontuais. Por isso todas são Rosa. Não se iluda achando que é por conta da cor ou da flor. Não, não é! Como me comportaria com o vento; indomável sem elas?! Todas com um lugar especial nos rumos rotatórias desvairos euforias e inclusive nos regressos. Sem vírgulas porque não tenho fôlego. Divido em muitas partes. Bem analfabeto como de costume. Repugnando qualquer leitura. Hoje quero olhar pro nada e deixar que todas as Rosas preencham meus vazios, cada uma com sua direção! Obs.: um abraço de vida, bem forte. Uma força relevante pelo corpo. Peito no meu peito, dizendo: “Bem-vindo, viajante!” A cidade incorporada em uma professora de história acariciou meu rosto sujo da poeira da estrada, apenas com um olhar. Abriu a porta da casa e me cobriu do frio. Um abraço de vida, batizando um Porto Seguro, onde o mar é aberto e o morro corre com ventos.
ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
Paulo Freire
No 13 de maio, um município ainda escravizado
Marta Grechi lendo o poema “Estar Mãe”, durante sarau da Trupe da Aurora. Fotografia de Raquel Basso
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APOIO CULTURAL
Um novo olhar sobre o passado
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Poderíamos ter selecionado outras fotos, entre tantas e tantas que nos prendem os olhos, nos transportam, nos lançam num tempo que já foi com tudo o que ele leva... O profundo sentido destas imagens exige um exercício mental ao extremo, que reúne todos os nossos sentidos, para então mergulharmos no passado e absorvê-las por inteiro. Temos aqui a seleção primorosa do fotógrafo no ângulo, enquadramento, paisagem, pessoa, que ele escolheu, optou, decidiu eternizar com a ação precisa de seu dedo naquele instante único, exato, preciso, nem antes, nem depois, pois se fosse antes ou depois, um segundo que seja, já seria outra foto. O fato não fotografado seria como uma folha em branco. Estas imagens, que dão vida e realismo ao passado, tiram do vazio e da escuridão sem memória e sem nada estes rostos anônimos, seus corpos, gestos, histórias, breves histórias de um segundo, mas tão fortes e tão intensas que chegam até nós de forma avassaladora, encantando, jorrando sua existência para o futuro antes tão dito, sonhado, prometido, e que veio… Elas são nossa conexão neste túnel indecifrável do tempo e das épocas. E dizem coisas, e como dizem, elas falam em voz alta... Temos na capa deste J ORNALECO fotos de Bernardino e de Salvador. Bernardino saiu de casa um dia para registrar para sempre a festa do Divino Espírito Santo na igreja antiga. Salvador foi até o campo de aviação não deixar que fossem esquecidos os passageiros e a tripulação do avião da Varig. São fotos conhecidas de todos nós. Nossos olhos se acostumaram a vê-las em preto e branco. Os artistas nunca as viram assim. Eis a indelével original da Praça em P&B, de Bernardino, ao lado da processada. E olha que maravilha poder ser os olhos de nossos fotógrafos para ver sua obra em cores. (A foto dos pescadores entre autoridades e a da construção da estrada da praia são de Salvador). A tecnologia veio depois deles, mas o quanto não curtiriam vê-las cheias de cores? Somos mesmo privilegiados! Salve, salve o ColouriseSG, esta proeza tecnológica que nos deixa ao mesmo tempo assustados e encantados. z
MAIO 2019
RICARDO GRECHI
COMENTÁRIO DO ALEXANDRE ROCHA:
JORNALECO 512
Solo do editor
(1921-1997) destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência política, e foi
o educador brasileiro mais homenageado da história: ganhou 41 prêmios, dentre eles de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Foi nomeado doutor honoris causa de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20 idiomas.
PAULO GRANCHI SOBRINHO/ESTADÃO CONTEÚDO
Além de ser considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, Paulo Freire influenciou o movimento chamado pedagogia crítica, fundamentando a sua prática didática na crença de que o educando assimilaria o objeto de estudo fazendo uso de uma prática dialética com a realidade. Em 1964, o golpe militar o surpreendeu em Brasília, onde coordenava o Plano Nacional de Alfabetização do presidente João Goulart. Paulo Freire passou 70 dias na prisão antes de se exilar. Em 1968, no Chile, escreveu seu livro mais conhecido, Pedagogia do Oprimido. Também deu aulas nos Estados Unidos e na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em 1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Preocupado com a relação educacional do adulto, que gerava muito analfabetismo no país, Paulo Freire começou a analisar como o adulto aprendia, ou por que não aprendia, e notou que era necessário ensinar o adulto a ler seu próprio mundo, respeitando assim seus conhecimentos e sua própria cultura. Propôs em seu método uma educação problematizadora e libertadora, contra o que mencionava o princípio de uma “educação bancária”, onde o aluno era meramente condicionado a memorizar. Em dos seus livros, Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire diz que “Ninguém educa ninguém, nem ninguém aprende sozinho, nós seres humanos aprendemos através do mundo”. Já no livro Pedagogia da Autonomia, que foi publicado um ano antes da morte de Paulo Freire, o autor diz que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Acreditando nas mensagens de Paulo Freire e com base em todos os conceitos andragógicos, muitos professores de nível superior buscam novas ferramentas aplicáveis aos alunos adultos, para que possam ter mais êxito em sala de aula e obter atenção especial do aprendiz. Fonte: BECK, Caio. (2016). Paulo Freire: educador brasileiro. Andragogia Brasil. Disponível em: <https://andragogiabrasil.com.br/ paulo-freire/>. Acesso em: 02 maio 2019.
DRA. ISABEL BIZ DE LUCA OBSTETRA E GINECOLOGISTA
DR. JAIR P. SCHUH ORTOPEDISTA E TRAUMATOLOGISTA
CONSULTÓRIO MÉDICO E ODONTOLÓGICO
DRA. SIMONE CIRURGIÃ DENTISTA
WHATSAPP:
(48) 9902-5695 FONE: 3524-7315 Rua Virgulino de Queiróz, 247 Em frente a Caixa
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy
Cemitério antigo
F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F
Viagem
ANO VII - Nº 139 - 30 DE ABRIL DE 1966
O discípulo aproximou-se do Mestre e perguntou: — Venerável, eu gostaria de viajar até a Terra Pura, o que devo fazer para chegar lá? — Deves meditar muito. — Só isso adianta? — E você diz só? Olha, a meditação é toda uma vida, é todo um procedimento, é uma completa mudança em nossos hábitos. — Então eu não vou chegar lá nesta vida? — Depende exclusivamente de você. O caminho está aí, a prática você conhece, não lhe falta mais nada.
[Jogo do Bicho:] Aventureiros procuram agir na cidade Ultimamente, têm aparecido aventureiros na cidade que, à guisa de fundadores de casas comerciais, procuram ludibriar o público, prejudicando principalmente o comércio. Há pouco, instalou-se à Avenida Getúlio Vargas, uma escola de datilografia, pelo menos é o que constava de uma placa. Mas, por detrás da escola, ocultava-se uma agência de jogo do bicho. Na mesa do “diretor”, conforme constatamos, figurava uma lista com os nomes de bichos, dezenas, centenas, milhares etc., encimada pelo nome da “empresa”: Sociedade Brasileira de Jogos Santa Luzia S.A. A “firma” teve vida efêmera. Com as primeiras falcatruas realizadas, a polícia acabou com a alegria. O chefe era refinado malandro já escorraçado de Porto Alegre e Criciúma. Não bastasse isso, nova “empresa” foi montada também na Avenida Getúlio Vargas. Irmãos Santos, comércio, etc. Sala bem apresentada com trio estofado, armários, mesas, algumas mercadorias como amostra. Não demorou para que um dos sócios fosse encontrar o xadrez, denunciado por uma casa de sorteios de Porto Alegre. Segundo alegação da prejudicada, o indivíduo estava vendendo bilhetes falsos com o nome da firma. Até hoje, Irmãos Santos mantém a firma fechada. A chave da sala está na delegacia. Os credores ficaram a ver navios. Outros tantos elementos agenciadores de carnets bancários, sorteios, cooperativas infestam a cidade, numa franca ameaça àqueles que apreciam esse tipo de negócio. Pelo que se depreende, não obstante a crise financeira por que atravessa atualmente o interior brasileiro, Araranguá ainda “goza” do privilégio de ser procurada por toda espécie de aventureiros, demonstrando que as “coisas” por aqui não vão lá tão pretas.
Thien: A Sabedoria do Vietnã, A. C. Rocha. Ediouro, 1988, p. 48
Jorge Luis Borges ○
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FONTE: SITE PENSADOR.UOL.COM.BR
Jesus diz para o homem não se divorciar da mulher. Uns tomam aí a defesa de que o que Deus uniu o homem não pode separar. Mas, ao considerar o contexto e o amor de Jesus em ato, entendemos que ele está negando o divórcio ao homem para proteger a mulher que, uma vez divorciada, não tinha direito às posses do casal nem era aceita de volta à casa do pai, restando-lhe mendigar ou se prostituir. Jesus diz à Madalena: “Vá e não peques mais”. Ele não diz: “Vá e não te prostituas mais”, porque não está julgando a prostituição, único recurso de sobrevivência para muitas mulheres abandonadas naquela sociedade patriarcal. Jesus conversa com a samaritana, escandalizando seus seguidores, que desprezavam aquele povo por suas diferenças e ainda mais suas mulheres. E Jesus perdoa a adúltera, numa sociedade em que aos homens não era exigida fidelidade conjugal. Por isso, Jesus era feminista, porque feminismo é um movimento de justiça social que luta por direitos iguais para homens e mulheres. O feminismo, por extensão, tornou-se a defesa do direito das minorias e vítimas de preconceito. Feminismo é uma forma de amor cristão. Como pai de Jesus, a grandeza de José foi aceitar que Maria, a mãe, era mais importante do que ele. RICARDO GRECHI
NÃO ODEIES o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo seu escravo. PARECE-ME FÁCIL viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível. SE ALGO INSISTE em não estar bom para você, não insista mais. Pegue seu boné e on the road. Sempre haverá outras pessoas, outros lugares, outros trabalhos, outras paixões para a vida toda, outros projetos... Melhores, piores ou simplesmente diferentes daqueles aos quais você se acostumou. Jorge Luis Borges (1899-1986), poeta e escritor argentino
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Jesus, o primeiro grande feminista
EU NÃO FALO de vingança nem de perdão. O esquecimento é a única vingança e o único perdão.
MAIO 2019
RICARDO GRECHI 13/04/2019
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Não, não é no Cemitério Père-Lachaise, em Paris. É no nosso magnífico Cemitério Cruz das Almas. Apenas um detalhe de toda a riqueza histórica e arquitetônica que ele nos oferece como nosso patrimônio cultural urbano mais rico e fascinante — num conjunto de variadas formas, materiais e acessórios de todas as épocas do século 20 — onde a vida é o grande espetáculo silencioso, concretizado na solenidade da arte funerária, no plano labiríntico que lhe é tão peculiar e no respeito aos nossos mortos e às pequenas histórias que nos contam através de cada nome, data, imagem, objeto, dedicatória e arranjo de flores que velam por suas memórias e restos mortais.
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
COMPLETADOS 6 ANOS de existência em abril de 1966, o CORREIO DE ARARANGUÁ já havia estabelecido suas marcas: democrata – partidário da UDN mas mediador da política municipal sem atacar ou omitir qualquer partido político (diferente dos extintos jornais locais dos anos 1950); conservador – foi o maior órgão de propaganda de apoio ao golpe militar em toda a região sul-catarinense abaixo de Criciúma; e outra vez democrata (sempre preocupado com o social) – pouco depois de instalada a ditadura, já demonstrava uma flagrante frustração com os golpistas, enfileirando problemas não resolvidos (e, quanto mais avança, também advindos) com o Golpe de 1964. A dissimulação, provida pelas contradições e inteligência do redator, garantiu a circulação do jornal. Exemplo abaixo retirado da coluna “Fatos da Cidade”:
OS AUMENTOS DOS IMPOSTOS... esse é o título de um comentário do conhecido comentarista dos DA, Ibrahim Sued. “No Brasil, os impostos nesses últimos anos, tanto nos setores municipais como no federal, foram brutalmente aumentados”. Isso é um sinal de que a coisa não ferveu somente aqui. É um dos males nacionais... NJ: Depois desse registro crítico, adiante segue uma defesa pró-governo militar:
ARARANGUÁ precisa da compreensão de todos. Ultimamente uma sórdida campanha de efeito psicológico surgiu na cidade, por inimigos ocultos, procurando a desmoralização em geral. Boatos são espalhados sobre a retirada e fechamento de firmas. Alegação: aumento de impostos. Verdadeiro motivo: recalques políticos. Vamos deixar essa política madrasta de lado. Vamos nos aguentar nesse inverno... NJ: Aqui o redator critica a resistência contra a ditadura militar, citando o aumento de impostos como boato... Mas, já no tópico seguinte e adiante, reconsidera-o com rigor e sem papas na língua:
CUSTO DE VIDA subindo na cidade. Mercadoria aumentando de preço. Povo desesperançado. Entregue à sanha dos exploradores. Governo envolvido unicamente pela política. Brasil parado... Parado e sucumbindo aos poucos. NJ: Adiante, na nota CONTRASTE CHOCANTE, revela: “Enquanto a pobreza sofre os horrores da miséria que a crise atual está impondo aos menos protegidos pela sorte, milhares de sacas de arroz apodrecem nos depósitos da CFP. [...] E a fome ronda os casebres dos míseros seres que formam a populaça indesejável da sociedade. Os marginais. Os párias sofredores e já irreconhecíveis como entes humanos pela máscara desconforme do desespero, presenciam a provocação do governo, que prefere ver apodrecido um precioso alimento, a vê-lo servir de pasto aos infelizes.” A manchete da nota reflete o espírito e a pena
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do redator. Ernesto Grechi Filho é o nome dele. E o que denúncia é o mesmo ódio aos pobres que hoje define certas escolhas políticas em nosso país. A história se repete. RG
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BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
z O que a bebida já fez a você? z De que maneira a bebida afeta sua família, seu lar, seu desempenho no trabalho ou na escola, sua vida social, seu bem-estar físico, e as suas emoções mais íntimas? Dificuldades em qualquer uma dessas áreas sugerem que você sofra da doença do alcoolismo. Se você está “funcionando bem”, cuidando da casa, estudando, trabalhando etc., mas ao custo de ocultar os efeitos de suas bebedeiras, pergunte a si mesma: z Quanto esforço você precisa fazer para manter o disfarce? z O efeito vale o esforço? z Ainda resta alguma diversão nesta forma de “divertir-se”?
Antes a mulher era internada. Com o tratamento ambulatorial ela se sente mais estimulada a buscar ajuda. Hoje o alcoolismo feminino é a quarta causa de internamento de mulheres perdendo para gravidez/parto, doenças do aparelho circulatório e doenças respiratórias. As mulheres em A.A. lançaram longe a carga paralisante da culpa injustificada. Aprenderam um fato, comprovado pela medicina, que se aplica a elas: “O alcoolismo em si não constitui uma questão nem de moral, nem de comportamento (embora certamente influa nos dois). O alcoolismo é um problema de saúde. É uma doença e como tal é descrita pelas Associações Médicas Americana e Britânica.” Esta definição não é mais revolucionária. Tem sido muito divulgada, inclusive em programas de TV, fazendo com que aceitemos o alcoolismo como uma doença. Porém quando se trata de uma pessoa específica de seu relacionamento, as velhas atitudes voltam junto com julgamentos: “Por que ela não consegue beber como uma senhora?”, ou “Por que eu não posso beber como as outras mulheres?”, ou ainda, ”Por que não consigo parar?”, “Não tenho força de vontade”, “Eu não presto!”. Sob a ótica do preconceito, a doença é vista como falta de educação quando em fases iniciais e, quando já mais avançada, como fracasso moral. Os alcoólicos são peritos quando se trata de não enxergar sua própria doença. O teste do alcoolismo não é quanto você bebe, nem o que você bebe, nem mesmo por que você bebe e sim as respostas a estas perguntas: l
O alcoolismo, sendo uma doença progressiva, torna o modo de beber cada vez mais incontrolável, tornando-se uma preocupação. Beber somente vinho e cerveja, fazer promessa a si mesma de que apenas beberá em fins de semana, espaçar os dias em que bebe, eis uma pequena amostra dos muitos métodos usados no afã de controlar sua maneira de beber. Tais tentativas fracassadas são, igualmente, um sintoma clássico da doença do alcoolismo, tanto quanto aquela ressaca insuportável ou o apagamento assustador. Há um ponto crítico e você não precisa chegar lá passando primeiro por um leito de hospital, nem por um centro de tratamento ou uma prisão, se bem que muitas mulheres somente chegaram em A.A. depois de atingirem esses estágios mais avançados. Em qualquer ponto da progressão vertiginosa dessa doença chamada alcoolismo, você pode afastar-se e manter-se longe dela, simplesmente dispondo-se a enfrentar o seu problema estendendo a mão para pedir ajuda. Em Alcoólicos Anônimos não há formulários de inscrição para serem preenchidos, nem taxas de matrícula a serem pagas. Você não será convidada a adotar nenhum esquema de tratamento formal. Você simplesmente encontrará homens e mulheres que acharam um caminho para se livrar da dependência do álcool e que começaram a consertar os estragos que haviam feito em suas vidas. Você também pode gozar desta liberdade e desta recuperação, bastando para isso procurar o grupo de A.A. mais próximo de você.
Estado laico e Estado confessional Texto de FREI BETTO
O DIA/Rio - Perguntei a Fidel Castro, em 1980, quando o conheci em Manágua, por que o Estado cubano era confessional. Ele levou um susto. “Como confessional? Somos ateus!” Reagi: “Professar ou negar a existência de Deus é confessionalidade, Comandante. A modernidade exige partidos e Estados laicos.” Ele afinal concordou. Pouco depois, o Estatuto do Partido Comunista de Cuba e a Constituição do país foram modificados para imprimir caráter laico às duas instituições. Laico ou leigo é aquele que não atua condicionado por orientação religiosa. Estado confessional é o que adota oficialmente determinada crença, como o Estado do Vaticano e a Costa Rica, católicos; o Estado de Israel, adepto do judaísmo; e vários outros do mundo árabe, que professam o islamismo. Também os países comunistas, com seus Estados oficialmente ateus, eram confessionais. A modernidade introduziu o Estado laico, que não abraça religião específica e representa todos os cidadãos, sejam eles desta ou daquela profissão de fé — crentes, ateus ou agnósticos. Há hoje, contudo, segmentos religiosos interessados em impor suas convicções doutrinárias a todo o conjunto da sociedade. E só
há dois modos de fazê-lo: converter todos os cidadãos a uma crença religiosa (o que é impossível) ou pela via do poder político. Criamse bancadas religiosas nos parlamentos para, uma vez empossados deputados e senadores, aprovarem-se leis que obriguem todos os cidadãos a agir segundo determinados preceitos religiosos. Exemplos de medidas consideradas válidas para quem segue determinado preceito religioso, mas abusivas quando impostas ao conjunto da sociedade são: não ingerir bebidas alcoólicas; autorizar terapeutas a tentar reverter a homossexualidade; proibir nas escolas o ensino do evolucionismo (os símios são os nossos antepassados) e propagar o criacionismo (Deus criou o mundo tal como descrito na Bíblia: descendemos todos de um casal – Adão e Eva). Em uma sociedade democrática, o direito à manifestação religiosa e instituições laicas devem conviver em harmonia, sem que um queira se intrometer no outro. Confessionalizar o Estado é atiçar as chamas do preconceito, da discriminação e do fundamentalismo. A liberdade religiosa deve ser assegurada, todo preconceito combatido, toda discriminação punida e todo fundamentalismo desmoralizado.
Nem Deus pretendeu impor a todos os seus filhos e filhas a fé na existência dele. Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/opiniao/2014-09-14/frei-betto-estadolaico-e-estado-confessional.html. Acesso em 10/9/2016.
REFERÊNCIAS:
Folhetos de A.A. para a mulher. Artigo da Revista Galileu: "Comportamento". Cruz Azul no Brasil: "A mulher e o álcool". Dráuzio Varella: "Alcoolismo em mulheres". Centro Terapêutico Viva: "Álcool + mulher – será que combina?".
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APOIO CULTURAL
APOIO CULTURAL
O Antigo Testamento já condenava especificamente a embriaguez feminina. Entre os romanos e a Idade Média, mulheres que bebiam eram tão repudiadas quanto as adúlteras. Dizia-se que as moças com o hábito de beber tornavam-se mais agressivas e promíscuas. Até hoje, acredita-se que o menor número de mulheres alcoólicas tem razões morais, pois a sociedade as condena de forma mais rigorosa. Embora esmaecidos pelos anos o preconceito contra a mulher que bebe ainda está arraigado na população. A maior parte da sociedade tende a ver com tolerância e até achar engraçado um homem bêbado, porém se afasta enojada de uma mulher que se encontre nas mesmas condições. E o que é ainda mais trágico: a mulher alcoólica, ela mesma, frequentemente compartilha desse preconceito. Desde meados da década de 1940, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a bebida para a mulher tornou-se mais aceitável socialmente não diminuindo, entretanto, o preconceito. Chegando aos dias de hoje, constatamos que o consumo de bebidas alcoólicas entre as mulheres vem aumentando cada vez mais. A indústria da bebida tem investido em propagandas para elas, mostrando que a bebida é um meio de confraternização e relaxamento sendo também uma válvula de escape para fugir da realidade e suprir carências. Mais ricas e mais educadas elas tornaram-se protagonistas de cenas impensáveis décadas atrás, como um grupo de amigas desacompanhadas em um bar. Atualmente muitas mulheres seguem certos padrões masculinos para serem aceitas no mercado de trabalho e conseguir competir de igual pra igual. Na hora do happy hour isso fica explícito principalmente quando elas tentam ingerir bebidas “masculinas” para acompanhar os homens. As tais bebidas masculinas são as mais fortes e causam um efeito nas mulheres e garotas que não se contentam com uns drinques suaves, feitos à base de frutas.
O problema é que as mulheres são mais vulneráveis ao álcool que os homens. Por isso, enquanto você está alegrinha com apenas um copo de caipirinha, eles nem se abalaram ainda. O organismo metaboliza o álcool de forma diferente da dos homens e por isto sofre mais rápido os efeitos da bebida. A fragilidade aos efeitos embriagadores do álcool no sexo feminino é explicada pela maior proporção de tecidos gordurosos no corpo das mulheres, por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual e por diferença entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase alcoólica (enzima crucial para o metabolismo do álcool). Por estas razões as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações médicas. Os homens, segundo o psiquiatra Sergio Ramos, levam 15 anos para ter problemas no fígado e as mulheres apenas cinco. Além disso, há outra peculiaridade no alcoolismo feminino: a relação entre a dependência de substâncias psicoativas, entre elas o álcool, e transtornos alimentares. As mulheres podem ser bêbadas, deprimidas, caídas, mas gordas jamais! Há até um termo leigo para definir a restrição alimentar ao abuso do álcool: drunkorexia, união de termos drunk (embriagar) e anorexia, que significa se privar de comida para beber sem se preocupar com as calorias das bebidas. Mais de 50% das mulheres que procuram os serviços públicos têm distúrbios como anorexia nervosa, bulimia ou transtorno de comer compulsivo. Além destes transtornos psiquiátricos as alcoólicas também sofrem mais riscos de desenvolver doenças cardiovasculares, câncer de mama e osteoporose. A mulher alcoólica, por vergonha e medo, tende a beber escondida e tarda em buscar ajuda. O aumento do alcoolismo entre as mulheres também se deve ao aumento do serviço especializado. Havia uma demanda reprimida.
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ulheres alcoólicas e o preconceito que sofrem não são nenhuma novidade.
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VIVÊNCIA Revista Brasileira de Alcoólicos Anônimos (julho-agosto/2009). Texto: Teca (Curitiba-PR)
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O alcoolismo nas mulheres
A mulher alcoólica, por vergonha e medo, tende a beber escondida e tarda em buscar ajuda.
Frei Betto (Belo Horizonte, 1944), frade dominicano, é uma das vozes mais ativas pela justiça social na América Latina. É autor de 53 livros, alguns best-sellers no Brasil e em outros países do continente, ganhador o Prêmio Jabuti de Literatura em 1982, com Batismo de Sangue, e em 2005, com Típicos Tipos.
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