JORNALECO
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ANO 26 • Nº 517 • OUTUBRO DE 2019 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 14/10/2019 11h00 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC
Av. XV de Novembro - Centro - Em frente ao Futurão Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com
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UMA PUBLICAÇÃO
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
Um domingo, perto do meio-dia, no início da primavera. Povo se reúne em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens para a Festa do Divino Espírito Santo. Logo mais, deverá sair a procissão. Enquanto isso, os pipoqueiros Ageu, Américo e João oferecem suas pipocas quentinhas.
Programa da festa de 1966
Mas eu não optaria por uma reedição do livro assim, embora os subtítulos e a reconstrução dos textos sejam arranjos bem interessantes. Imagino, sim, uma segunda edição com atualizações, notas de rodapé e um índice remissivo minucioso relacionando nomes e fatos. E se as gravações ainda existem, poderiam ser ouvidas para cotejá-las com as opções textuais de Dall’Alba – será que Manuel diria mesmo “fogos de artifício” em vez de “foguetes”? – e tornar o texto ainda mais fiel às falas, embora nas mãos do padre João foi notável a valorização deste aspecto. E qualquer melhoramento ou complemento à obra deverá sempre honrar o trabalho do autor.
Enquanto editava a “entrevista” do Manuel Antonio Soares, procurei saber se ele havia sobrevivido aos 100 anos. Daí consultei o Nilson Nunes Filho, que é um grande conhecedor da cidade. O Nilsinho falou com seu pai, que identificou Manuel como o antigo barbeiro, o que levou ao Ronaldo Raupp, filho do falecido Joãozinho Barbeiro, que era irmão da Antonina Raupp Soares, que fora casada com um filho do Manequinha, o Deodemar, também barbeiro, com quem Joãozinho aprendeu a profissão no início dos anos 1970. O Ronaldo, então, nos informou que Manuel Antonio Soares morreu três meses depois de completar seus RG 100 anos de vida.
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1969. Praça Hercílio Luz.
“Coitado nenhum passava fome. Pescavam bagre e miraguaia de espinhel. Todo mundo pescava. Eu mesmo pesquei tainha, savelha e bagre. Tainha era de caniço. Era um farturão. Depois veio a água de mina. Acabou com tudo”.
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ARARANGUÁ, OUTUBRO DE 2019 • ANO 26 • Nº 517
RESTAURAÇÕES
PESCA DE CANIÇO NO RIO ARARANGUÁ / c. ANOS 1940
ENTREVISTA COM O BARBEIRO
as páginas 6 e 7 deste JORNALECO reproduzimos um dos depoimentos gravados e textualizados pelo padre João Leonir Dall’Alba para o livro Histórias do Grande Araranguá. Manuel Antonio Soares, que chegou a Araranguá em 1906 e foi um dos primeiros barbeiros da cidade e vereador nos anos 20, está nas páginas 47 a 50 do livro. Em 1985, quando foi abordado, ele tinha 95 anos de idade e morava na Coloninha. O texto do livro parece seguir uma narração espontânea e aleatória: Manequinha fala de várias coisas e depois vai retomando os assuntos, como cartas embaralhadas. Aqui, mantendo a redação original, enfeixei cada assunto evidenciando os temas com a inserção de perguntas pertinentes.
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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
CASA NENA ○
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ARARANGUÁ / SC
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CASOS E CAUSOS QUE O POVO CONTA
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Até a década de 1960, a principal via de acesso ao centro da cidade de Araranguá era a rua Rui Barbosa, também conhecida por rua da beira do rio. Mais parecia uma estrada interiorana, pois não havia ali qualquer tipo de calçamento, somente muita areia. Era a rota mais comum para quem chegasse, vindo do oeste ou do sul, pela estrada estadual que dava acesso rodoviário aos municípios do chamado Vale do Araranguá. As alternativas, para se chegar a nossa cidade eram a estrada natural à beira-mar (Torres-Arroio do Silva), ou por trem, via bairro Barranca. Naquele tempo, não havia sido implantada a estrada federal BR-59, depois denominada de BR-101; logo, também não existiam pontes sobre o Rio Araranguá, a sua travessia era feita por balsas. Saindo do centro da cidade, a rua Rui Barbosa se inicia por uma lombada, também conhecida por “Lomba do Paulo Hahn”, porque no seu topo estavam instaladas a sua fábrica de balas e a sua residência. Um pouco mais à frente, chegava-se à balsa do seu Messias (José Messias), e entre esta balsa e a lomba do Paulo Hahn, foi construído um pequeno porto na década de 50. Toda esta área, até a curva onde hoje começa a rua Antonio Bertoncini, era conhecida por Rodeio. No porto do Rodeio, três ou quatro lanchas a motor navegavam o nosso Rio Araranguá até perto da foz. Essas lanchas transportavam toda espécie de mercadorias da cidade para as localidades ribeirinhas, basicamente, Cangicas e Ilhas. Elas traziam, no seu retorno à cidade, areia e areão para construção. Havia também lanchas de passageiros. Foi durante uma viagem, em uma delas, que nasceu uma criança, batizada com o nome de Vânio. Não se sabe se a criança deu o nome à lancha, ou foi o contrário. O que se conhece é que a criança e a lancha passaram a ter o mesmo nome. Esta história inspirou o maestro Sálvio Amaro Pereira a compor a valsa “Vânio”, que ainda hoje faz parte do repertório da banda municipal.
Excesso de graxa Seu Walter andava desanimado pela hercúlea tarefa de manter suas lanchas n’água, mas, pela enésima vez, ensinava aos seus dois “marinheiros” da importância e do cuidado com as peças, principalmente com os rolamentos, para que os motores funcionassem a contento. Dizia que funcionariam melhor desde que fossem abastecidos com graxa mecânica periodicamente. Embora ele soubesse que a graxa só traria benefícios e sua falta, prejuízos, alertava da necessidade de se fazer economia, solicitando para que não colocassem graxa em excesso, evitando assim o desperdício. Depois de algumas viagens rio abaixo, rio acima, o motor estourou mais uma vez. Seu Walter subiu a bordo para verificar o que havia ocorrido desta feita. Logo que abriu a casinha das máquinas, verificou que alguns rolamentos estavam sem qualquer vestígio de graxa, completamente secos, e, como consequência, travados. O proprietário reconheceu ali a causa da quebra. Irado, mas com ironia, seu Walter inquiriu os seus dois funcionários buscando a confirmação do que já sabia: – Pelo que pude perceber, creio que vocês colocaram graxa em excesso nos rolamentos, não foi?! A resposta veio de pronto, na tentativa de se eximirem de qualquer culpa: – Não, seu Walter! Faz mais de dois meses que não colocamos graxa nos rolamentos... O povo conta que os dois “marinheiros” foram obrigados a nadar até a margem oposta, depois de terem sidos atirados na água. z
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
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CORRESPONDÊNCIA
As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas.
Vai virar fumaça
JOSEPH JOUBERT
ANDRÉ R ODRIGO SIQUEIRA
S S
A BANDA uplemento
Nunca devemos julgar as pessoas que amamos. O amor que não é cego, não é amor. HONORÉ DE BALZAC
SÃO PAULO | VIA E-MAIL
Sempre um excelente jornal. Matérias históricas são muito importantes. Conservar acontecimentos do passado é muito importante, pois estes fatos podem servir de inspiração para as próximas gerações. Um povo que respeita a sua história pode se desenvolver. Podemos aprender muito com os fatos do passado. Na edição de setembro de 2019, está escrito sobre a Maria fumaça. Eu moro próximo a um bairro chamado de Jaçanã, em São Paulo. E eu cheguei a ver os trilhos do trem. Estavam afundados no asfalto, pois só a parte de cima era vista. Também cheguei a ver um pequeno muro, com uma placa em que estava escrito: “Estação Guapira” (hoje, uma avenida no Jaçanã). Já fazia anos que o trem não estava mais circulando. Por algum motivo, ficou lá durante anos. Hoje um pedaço do trilho está enferrujando no museu do Jaçanã. Mas não foi só um pedaço dos trilhos que restou. Em uma cidade chamada Jundiaí, dizem que lá tem um trem muito antigo. E que, durante anos, antigos funcionários fazem a manutenção para não se perder o trem. Mas, atualmente, dizem que o trem está abandonado. Tudo leva a crer que iremos perder o trem que remonta uma época de nossa história. O interessante é que, na capital de São Paulo, tem um museu da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) que poderia fazer a gentileza de expor o trem e cuidar. Não sei até que ponto isto é verdade, a existência do trem de Jundiaí. Pode ser uma estória que o povo conta. Se for verdadeira, seria interessante que o trem fosse conservado.
Curiosidades dos 101 anos de Tarzan na tela de cinema http://GUIADOSCURIOSOS.uol.com.br/blog/listas/curiosidades-dos-100-anos-de-tarzan-nas-telas-de-cinema/ TARZAN invadiu as telas de cinema no dia 27 de janeiro de 1918. O filme “Tarzan of Apes” (Tarzan, o HomemMacaco), dirigido por Scott Sidney e estrelado por Elmo Lincoln, fez sua estreia em Nova York, nos Estados Unidos. Era um filme mudo e em preto-e-branco. Ele inaugurou uma longa carreira cinematográfica para o personagem criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs seis anos antes. Enid Markey fez o papel de Jane e o filme foi um dos primeiros da história a ultrapassar 1 milhão de dólares na bilheteria.
Apesar de não estar mais em seu pico de popularidade, Tarzan representa uma importante virada em histórias de aventura, tendo aberto as portas para uma geração de super-heróis que não está restrita a figuras “reais” como cavaleiros, caubóis ou detetives. Confira 12 curiosidades sobre esse personagem icônico e suas diversas reproduções cinematográficas: 1 – A história de Tarzan só perde para Drácula em número de adaptações para o cinema. Até 2017, foram 51 filmes sobre o homem da selva contra 55 do vampiro. 2 – Nos livros originais, Tarzan é filho de um lorde inglês e tem, portanto, status nobre. Esse fato é omitido da maior parte dos filmes. 3 – O ator original do primeiro filme, Stellan Windrow, abandonou as filmagens depois de cinco semanas para se alistar na Marinha dos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial. Foi substituído por Elmo Lincoln, 28 anos, 100 quilos e 2 metros de altura. Lincoln matou um leão de verdade numa cena de luta. O diretor utilizou apenas algumas cenas de Windrow pulando de árvore em árvore na versão final.
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por Cláudio Gomes
Segundo Valdemar Hahn, eram proprietários de algumas dessas lanchas Walter Hahn e, de outras, Francisco Aguiar (Chico Aguiar). Ele também lembra que os seus motores, movidos à gasolina, eram do mesmo tipo que equipavam os caminhões da marca Chevrolet. Na época em que essas lanchas navegavam o nosso rio, fazer a sua manutenção era um trabalho muito difícil, ou por não se encontrar peças para reposição, ou por não haver mão-deobra especializada.
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Lanchas no Araranguá
africanos. A diferença anatômica das espécies era disfarçada pelo uso de orelhas falsas nos animais. A escolha se deve ao temperamento dos elefantes: a espécie utilizada é mais dócil que a africana, ainda que menos fidedigna à história original.
4 – Alguns dos macacos usados nas filmagens de “Tarzan, O Filho das Selvas” (1918) escaparam do set de filmagem e foram se refugiar na região de Tampa, na Flórida. 5 – O grito característico do personagem apareceu pela primeira vez na adaptação de W. S. Van Dyke, “Tarzan, O Filho das Selvas (1932)”, apesar de uma descrição constar no livro original. Existem duas versões a respeito da novidade: uma delas coloca o protagonista do filme, Johnny Weissmuller, como seu criador, e outra dá o crédito ao gravador de sons Douglas Shearer. 6 – Johnny Weissmuller foi a encarnação mais famosa da personagem, tendo estrelado como Tarzan em um total de 12 longas-metragens. Na década de 1920, antes de sua carreira em cinema, Weissmuller foi considerado o maior nadador de sua época. Conquistou cinco medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928. Estabeleceu ainda um total de 67 recordes mundiais. 7 – Os elefantes usados nos filmes dos anos 1930 eram asiáticos, e não
8 – A primeira adaptação a ser gravada de fato na África foi “Tarzan na Terra Selvagem” (1951). O filme de 1932 foi feito em estúdio e em locações na Califórnia, e o de 1918, em Louisiana, ambos nos Estados Unidos. 9 – A versão animada produzida pela Disney em 1999 usou os movimentos do skatista Tony Hawk como base para as sequências de Tarzan deslizando por troncos. 10 – A animação foi a primeira a usar uma técnica que se tornaria comum em filmes da Disney: denominada “Deep Canvas”, ela permite que personagens desenhados à mão em 2D habitem um ambiente 3D. 11 – O filme da Disney também foi o primeiro em que os primatas que adotam Tarzan são gorilas, e não chimpanzés, como na história original de Edgar Rice Burroughs. 12 – Para interpretar Tarzan na adaptação hollywoodiana mais recente, “A Lenda de Tarzan” (2016), Alexander Skarsgård adotou uma dieta extremamente restritiva para atingir o físico tonificado do personagem. No fim das filmagens, a equipe o recompensou com uma torta banoffee, sobremesa inglesa feita com banana e chocolate, que ele comeu sozinho em poucas garfadas.
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180 ○
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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá ○
joão batista de souza
Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
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Para que serve a próstata e outras 6 coisas que você precisa saber sobre essa glândula masculina ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A PARTIR DOS 40 ANOS, TODOS OS HOMENS DEVEM PRESTAR ATENÇÃO ESPECIAL À PRÓSTATA
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Câncer de próstata: se desenvolve quando exames de rotina para a detecção de câncer de omens não costumam prestar atenção à próstata nos primeiros 40 anos de vida, ocorre crescimento e reprodução anormais de próstata. mas, a partir dessa idade, fazer isso se torna células da glândula. Uma vez que se desenvolve, De acordo com a Prostate Cancer Foundase alimenta dos hormônios masculinos presen- tion, há dois tipos, simples e relativamente indofundamental, alertam os médicos.
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1. O que é a próstata? A próstata é uma glândula do tamanho de uma bola de pingue-pongue, localizada dentro da virilha, entre a base do pênis e o reto. 2. Qual é a sua função? Sua principal função é fornecer o líquido prostático ou seminal que se mistura com o esperma nos testículos, para que os espermatozoides possam sobreviver e serem expulsos durante a ejaculação. 3. Quais condições podem afetar a próstata? Segundo a ONG Prostate Cancer Foundation, estas são algumas das condições que podem afetar essa glândula: Hiperplasia: é um aumento benigno da próstata fruto de um crescimento excessivo de seu tecido, o que pressiona a uretra e a bexiga, bloqueando o fluxo de urina. O risco de hiperplasia aumenta após os 40 anos. Prostatite: uma inflamação dolorosa da próstata que pode ser causada por uma infecção bacteriana.
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Não se sabe exatamente a que se deve o crescimento da próstata, mas os médicos acreditam que esteja relacionado a alterações hormonais ligadas à idade. A EAU aponta alguns dos sintomas relacionados à hiperplasia: 4 Fluxo fraco ou intermitente ao urinar; 4 Sensação de não saber se a bexiga está vazia; 4 Súbita vontade de urinar urgentemente; 4 Acordar várias vezes à noite para urinar. Segundo a pesquisa da EAU, cerca de 50% dos homens entre 50 e 60 anos de idade não reconhecem esses sintomas. Muitas vezes, são desconfortos leves, mas, ao se tornarem moderados ou graves, podem indicar condições mais graves. De acordo com a EAU, existem vários tratamentos para aumento da próstata, como cirurgia na uretra ou no abdômen inferior, terapia com laser ou vapor de água ou uma mudança na dieta. 5. Como monitorar o surgimento de um câncer de próstata? Ao se aproximar dos 50 anos – ou a partir dos 40, se houver histórico familiar da doença – todos os homens devem começar a fazer
TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
lores: o exame retal, em que o médico insere um dedo lubrificado e protegido por uma luva no reto para verificar se a glândula tem um crescimento ou forma irregular; e a coleta de sangue, usada para medir níveis de uma proteína produzida pela próstata – se estiverem elevados, pode ser um sinal de câncer. 6. Quais são os sinais de alerta do câncer de próstata? A Prostate Cancer Foundation diz que não há sinais precoces de câncer de próstata. O crescimento do tumor pode não gerar sintomas, por isso é importante fazer exames periódicos. A American Cancer Society relata que o câncer em estágio mais avançado pode ser indicado pela presença de sangue na urina ou sêmen, disfunção erétil, dor nos quadris, costas e outras partes do corpo, fraqueza nas pernas ou pés, perda de peso e descontrole da bexiga 7. Como é tratado o câncer de próstata? Existem vários tratamentos, que vão desde cirurgia e radioterapia a terapia hormonal e quimioterapia. O especialista avaliará qual deve ser usado e quando. Se detectado precocemente, o câncer de próstata tem uma alta chance de ser tratável. FALE SOBRE A PRÓSTATA Outro resultado que chama atenção na pesquisa da EAU é que apenas 13% dos homens disseram estar dispostos a dizer ao parceiro, parceira ou à família que têm algum sintoma que possa estar relacionado à próstata. A EAU destaca que pesquisas anteriores mostram que mulheres sabem mais sobre a saúde masculina do que os homens. "Muitos homens são incentivados a fazer exames por seus parceiros", diz o urologista Juan Carlos Vélez, secretário-geral da Sociedade Colombiana de Urologia. "Temos que conscientizar que o importante é detectar doenças a tempo. A chave é prevenção e detecção precoce."
www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2019
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ritários. Dona Ermelinda, a servente, não: ela era um terror! A gente fazia formação (militar) de manhã, antes do início das aulas, para cantarmos os hinos pátrios, ouvirmos os recados e conselhos da diretora, antes de seguirmos em filas duplas até nossas salas. Após o recreio, aí sim, mais liberal – porém, nem tanto! Dona Ermelinda batia a sineta para reunir os alunos e todos tínhamos que ficar parados, onde estivéssemos, até ouvir outro sinal autorizando reunirmo-nos no pátio da escola, e “ai” de quem desse um passo sequer antes do segundo toque: recebia, logo, um dolorido peteleco na orelha. Por outro lado era um doce, vivia fazendo brincadeiras com os alunos, cada vez que entrava nas salas de aulas para repor os tinteiros das classes com as tintas que os alunos usavam nas suas canetas com penas metálicas (as canetas esferográficas, quando surgiram, por serem ainda incipientes, eram proibidas de serem usadas em assinaturas e documentos importantes).
João, aos 17, no fundo, ao lado da professora Maria Olina, regente que acompanhou essa turma desde o primeiro ano do Curso Normal Regional D. Pio Correa. Foto de 1962 Eu tinha 17 anos quando me formei, e éramos dos mais jovens: grande parte dos alunos, como um todo, era bem mais “madura”. O diretor e professores da época eram muito respeitados, temidos, auto-
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tes na próstata. Portanto, o tratamento, espe-
Uma pesquisa recente da Associação cialmente em estágios avançados, baseia-se na Europeia de Urologia (EAU, na sigla em redução dos níveis hormonais masculinos. inglês) revelou que, em torno da glândula masculina, há uma série de mitos e equívocos A próstata que, segundo especialistas, podem afetar a está saúde dos homens. "Esses resultados são localizada preocupantes", disse o urologista Hein Van entre a Poppel, vice-secretário-geral da EAU. "Espebase do pênis e o cialmente porque a pesquisa foi direcionada reto a homens em uma idade na qual eles têm (imagem maior probabilidade de sofrer de doenças Getty) relacionadas à próstata, como câncer ou aumento da glândula." Entenda a seguir o que é a próstata, para 4. Quais são os sintomas que indicam que ela serve e por que é importante dar haver um problema? atenção especial a ela a partir dos 40 anos.
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três categorias: Ensino Fundamental ou Básico, Ensino Médio e Superior. No meu tempo, e lá se vão alguns carnavais, não era muito diferente... Tascavam-se lá o Primário, o Ginásio ou o Normal Regional (me “formei regionalista” com muito esforço, muita honra, muita pompa e muita circunstância): o Ginásio, apenas acadêmico, o Normal Regional, profissional na área do magistério, o Científico ou Normal (também acadêmico e profissional) e, claro, o Superior. O Ensino nas escolas, naquela época, era um tanto que afunilador, hoje é mais brando, mas... Vá lá! Vamos falar de História. Como não era muito fácil você vencer o sistema, no Grupo Escolar Princesa Isabel, onde estudei, havia apenas 16 formandos no quarto ano (quarta série) do Normal Regional. Só 16 alunos (coincidentemente, oito rapazes e oito “gurias”), alguns ainda vindos de Criciúma, Barracão e Cocal.
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sistema educacional formal braO sileiro prevê o ensino distribuído em
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Nas provas, havia uma professora que, quando sentia que os “pontos” (matérias de determinadas disciplinas ditadas pelas professoras e anotadas nos cadernos pelos alunos que deveriam ser decoradas para serem repro-
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Aventuras escolares dos anos 60: Disciplina rígida e petelecos, o passeio de trem, a aluna grávida, a decoreba e alunos dedicados duzidas ipsis litteris nas provas) eram muito difíceis para a maioria, então chamava a servente para “cuidar” de nós e ia à cozinha “tomar água”. Dona Ermelinda espiava pela porta da sala de aula a professora entrar na cozinha, e decretava: “Pincha a cola, cambada!” A FORMATURA Em outubro de 1962, fizemos duas viagens: uma de trem a Tubarão, para as fotos individuais a fim de se colocar nos quadros (daqueles que ainda hoje se veem pendurados nas paredes do Colégio Estadual de Araranguá, por exemplo) e, outra, até Orleans, para visitarmos uma grande e “moderna” fábrica de móveis e encomendarmos os ditos quadros. A viagem até tubarão foi hilária. Dezesseis adolescentes soltos em um vagão de trem! Podem imaginar? Só sei que parecíamos aquela revoada de periquitos sobre um palmital. Um padre que viajava no mesmo vagão foi quem sofreu mais. Nossas professoras, acompanhantes, talvez pressentindo o caos, resolveram viajar noutro. Lá pelas tantas, uma das estudantes, baixinha, meio gordinha, ao dar uma risada deixou sua dentadura cair... Foi um alvoroço! Todo mundo de bunda pra cima procurando a dentadura em baixo dos bancos do vagão. Já em Tubarão, as meninas nos procuravam constantemente e nós as despistávamos. Elas não queriam nada conosco, apenas que pagássemos guloseimas e gasosas nos bares, talvez o próprio almoço. O mais “irado”, como diriam meus netos: semana antes da formatura descobriu-se que uma das formandas (a própria da dentadura transviada) achava-se grávida. Foi um escândalo, e teve até reunião especial com todos nós, alunos, para decidirmos se permitiríamos a inclusão de seu nome na lista de formatura. Pode? Mas no fim o bom censo prevaleceu e Pupa também recebeu o pomposo título de Professora z Regionalista.
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Para o dependente químico conquistar uma vida livre da necessidade e do desejo de usar drogas é preciso que ele se torne uma pessoa melhor ○
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QUERENDO E NÃO QUERENDO Há uma regra básica para o tratamento da dependência química: o dependente tem que querer se livrar das drogas. Mas isso não invalida as internações compulsórias, aquelas em que o doente é internado à força. É uma medida extrema em que decorrem certos riscos e assusta algumas pessoas, mas que tem resguardado a vida de muita gente e a integridade das famílias. A experiência mostra que a grande maioria dos adictos internados compulsoriamente, a princípio revoltados, após alguns dias ou semanas de isolamento passa a aceitar o caráter emergencial da internação a que fora submetido, permanecendo, a partir daí, voluntariamente na instituição.
que ataca moralmente a pessoa: “Veja o que você está fazendo com a sua vida!”; “Você é um covarde que não enfrenta a vida de cara limpa!”; ou: “Se você continuar assim vai perder seu emprego, sua família, sua vida!” Essa prática tem conseguido afastar muita gente das drogas. Mas o dependente que se abstém por medo e vergonha viverá em precária sobriedade, vítima da vontade latente de usar drogas, que o manterá sempre a um passo da recaída. Antigamente era comum a ideia de que dependência química era coisa de vagabundo. Hoje já temos esclarecido que é uma doença primária, crônica e progressiva. Com essa compreensão, prevenção e tratamento tornaram-se mais efetivos, reduzindo o preconceito sobre os doentes. Temos então o adicto como um indivíduo geneticamente predisposto, que desenvolverá a dependência a partir do contato com alguma droga. Portanto, ele não é responsável pela ocorrência da dependência, em sua imprevisibilidade, mas é de sua responsabilidade buscar e aceitar ajuda. Esse entendimento da doença evoluciona o tratamento, concentrando-se na recuperação da mente adicta, moral e emocionalmente conturbada, para tornar o indivíduo uma pessoa melhor. E essa pessoa melhor não terá vontade de se drogar. E se o fizer como sintoma de uma depressão episódica, por exemplo, possuirá recurso suficiente para conter a evolução de uma reincidência.
ABORDAGENS A forma mais comum de se abordar um dependente químico é a “terrorista”,
DOENÇA E RECUPERAÇÃO O senso comum acredita que os dependentes químicos nunca vão se
APOIO CULTURAL
SEM MILAGRE Clínicas e comunidades terapêuticas para dependentes químicos não podem fazer milagre. Na realidade, o que elas fazem é afastar e proteger os adictos, nos períodos de internação, de suas drogas preferidas, oferecendo práticas para a reabilitação e assistência médica para as manifestações da síndrome de abstinência. Em geral, os adictos chegam às clínicas e CTs por imposição da família, ordem judicial, ou pela própria queda, quando o dependente não se sustenta mais física e moralmente, e aí se entrega. Mas a maioria deles, ao recuperar as forças, abandona as premissas do tratamento e retoma o velho sentimento de autossuficiência.
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MARTA G RECHI
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trabalhar seu caráter e personalidade, tornando-se uma pessoa melhor: menos egoísta, autopiedosa e ressentida; mais generosa, grata e indulgente. E assim, sem os antigos condicionamentos psíquicos, essa pessoa melhor não terá vontade de se drogar. E não por que se sente oprimida pelo mal que deve evitar, mas por que está livre da obsessão pelas drogas, não mais racionalizando nem romantizando a drogadição, tendo recuperado o controle emocional e a noção dos verdadeiros valores da vida. E é disso que trata o programa de recuperação das irmandades de anônimos. RICARDO GRECHI
Por isso, mais que a simples fuga horizontal, que o afasta de pessoas e ambientes da ativa, o adicto deve buscar um crescimento vertical, que é o crescimento para longe das drogas, não uma luta insana contra elas. O primeiro impulso vem da admissão, com a percepção da incurabilidade da doença (o dependente pode parar de usar drogas, mas jamais recupera o controle quando usa). Depois, um autoexame identificará o domínio emocional e moral da psiquê desenvolvida ao longo do tempo de uso de drogas. Consciente, então, do que precisa ser modificado, o adicto começará a ○
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Na comunidade espiritual dirigida por G. I. Gurdjieff, na França, vivia um homem idoso que era a personificação do estorvo: irritadiço, bagunceiro, briguento, pouco asseado, incapaz de colaborar com os demais. Ninguém se dava com ele. Finalmente, após muitos meses frustrantes tentando permanecer com o grupo, o homem foi embora para Paris. Gurdjieff foi atrás dele para tentar convencê-lo a retornar. Mas a experiência tinha sido árdua demais, e o homem se recusou. Gurdjieff, porém, insistiu e che-gou a oferecer-lhe um estipêndio mensal bastante razoável se ele voltasse. Diante disso, como ele poderia dizer não? Ao vê-lo de volta, porém, a comunidade ficou pasma. E ao saberem que aquele homem estava sendo pago (ao passo que eles tinham que pagar, e muito, para estarem lá), todos se revoltaram. Gurdjieff reuniu-se com eles e, depois de ouvir suas reclamações, deu risada e explicou: – Este homem é como fermento para o pão. Sem ele por perto, vocês jamais aprenderiam verdadeiramente o que é a ira, a irritabilidade, a paciência e a compaixão. É para isso que vocês me pagam, e é para isso que eu o contratei.
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libertar da vontade de usar drogas, o que é uma crença absolutamente retrógrada desde a criação dos “Doze Passos” do A.A. utilizados nas irmandades de anônimos, que tem contribuído para a transformação espiritual dos adictos, gerando um estado de reajustamento moral que pode livrá-los da obsessão pelas drogas. (Aqui, no caso da síndrome de dependência química como doença primária e sem comorbidade). O programa de recuperação dos anônimos vai além da prevenção a recaídas. A prevenção sugere uma fuga horizontal das drogas, afastando-se de pessoas e ambientes dos tempos da ativa. Essa fuga é necessária no início da abstinência, mas não é o fundamental para uma sobriedade efetiva. A recuperação, propriamente dita, é um crescimento vertical que se realiza com autoconhecimento e identificação da personalidade de adicto desenvolvida em anos de contato com as drogas. A partir daí a pessoa começa a mudar suas atitudes, julgamentos e reações emocionais, tornando-se mais honesta, generosa, produtiva e feliz com a vida, sem vontade de usar drogas. z
Tenho ondas nos cabelos como são cacheados as águas do mar. Já tive cabelos mansos como as suas águas lisas sem os ventos que os desalinhassem. Mas seguimos azuis, porque é de retalhos do céu limpo que confeccionamos nossas vestes. Apesar da ventania, nossos sonhos são viração.
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ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
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Sufismo - Histórias da Alma, Histórias do Coração, Christina Feldman e Jack Kornfield, Editora Pioneira
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Previsão dos tempos
Você conhece a terapia de Barra de Access? Se você tem algum padrão limitante e deseja mudar algum aspecto da sua vida, experimente os benefícios que esta terapia pode te proporcionar. Marque sua sessão de Barra de Access pelo Whatsapp 99917-2719. Marta Grechi PRATICANTE DE BARRAS DE ACCESS
Quando me amei de verdade z Kim e Alison McMille Quando me amei de verdade pude compreender que, em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa. Então pude relaxar. Quando me amei de verdade pude perceber que o sofrimento emocional é sinal de que estou indo contra minha vontade.
Os quatro princípios z Tradição Tolteca SEJA IMPECÁVEL COM A SUA PALAVRA
Fale com integridade. Diga somente o que você realmente quer dizer. Evite usar a palavra para falar contra você ou fazer fofocas de outras pessoas. Use o poder da sua palavra no sentido da verdade e do amor. NÃO LEVE AS COISAS PELO LADO PESSOAL
Nada que as outras pessoas fazem é por causa de você. O que os outros dizem ou fazem é uma projeção da realidade deles, de seus próprios sonhos. Quando você fica imune às opiniões e ações dos outros, você não será vítima de sofrimento desnecessário. NÃO FAÇA PRESSUPOSIÇÕES
Tenha a coragem de fazer perguntas e de expressar o que realmente você quer. Comunique-se com os outros o mais claramente possível, para evitar mal-entendidos, tristezas e dramas. Somente com esse princípio você poderá transformar completamente a sua vida. SEMPRE FAÇA O SEU MELHOR
O seu melhor muda de um momento para outro; será diferente quando você está bem de saúde e quando não. Em qualquer momento, faça simplesmente o seu melhor, e assim você evitará autojulgamento, autoabuso e arrependimentos. (INTERNET)
Quando me amei de verdade parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Quando me amei de verdade comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma coisa ou alguém que ainda não está preparado – inclusive eu mesmo. Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo o que não fosse saudável. Isso quer dizer: pessoas, tarefas, crenças. E qualquer coisa que me pusesse pra baixo. Minha razão chamou isso de egoísmo. Mas hoje eu sei que é amor próprio. Quando me amei de verdade deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer planos. Hoje faço o que acho certo e no meu próprio ritmo. Como isso é bom!... Quando me amei de verdade desisti de querer ter sempre razão, e com isso errei muito menos vezes. Quando me amei de verdade desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Isso me mantém no presente, que é onde a vida acontece. Quando me amei de verdade percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. (INTERNET)
Dr. Ivan Holsbach MÉDICO PEDIATRA Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral RESP. TÉC.: Dr. Carlos Roberto de Moraes Rego Barros - CRM 3270 RQE 2755
Av. Engenheiro Mesquita, 361 - Centro - Fone: 48 3524-1380
CREMESC 2390
Fone (48) 3524-2483 Av. Engenheiro Mesquita, 371 - Araranguá SC
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy
Da sabedoria de Alcoólicos Anônimos Mudança de personalidade Com frequência se tem dito a respeito de A.A. que somente estamos interessados no alcoolismo. Isso não é verdade. Temos que vencer a bebida para continuarmos vivos. Mas quem quer que conheça a personalidade do alcoólico, através do contato mais direto, sabe que nenhum alcoólico verdadeiro para completamente de beber sem sofrer uma profunda mudança de personalidade. (pág. 1)
A manutenção e o crescimento É evidente que uma vida onde se incluem profundos ressentimentos só leva à futilidade e à infelicidade. Enquanto permitirmos esses ressentimentos, estamos perdendo horas que por outro lado poderiam ser úteis. Mas com o alcoólico, cuja esperança é a manutenção e o crescimento de uma experiência espiritual, esse negócio de guardar ressentimento é grave mesmo, pois então nos afastamos da luz do Espírito. A loucura do álcool volta, e bebemos novamente. E conosco, beber é morrer. Se quiséssemos viver, seria preciso nos livrar da raiva. O mau humor e a fúria repentina não eram para nós. A raiva é o luxo incerto dos homens normais, mas para nós, alcoólicos, ela é veneno. (pág. 5) Ser justo Nosso primeiro objetivo será o desenvolvimento da autodisciplina. Este ponto é da mais alta importância. Quando falamos ou agimos precipitada ou imprudentemente, a capacidade de ser justos e tolerantes se evapora imediatamente. (pág. 113)
z ALDO NOVAK (colhido na internet)
Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.
F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F ANO VII - OUTUBRO DE 1966
PENSE EM ALGUÉM que seja
poderoso. Essa pessoa briga e grita como uma galinha, ou olha e silencia, como um lobo? Lobos não gritam. Eles têm a aura de força e poder. Observam em silêncio. Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio. Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas. Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos. SE VOCÊ ESTÁ em silêncio,
olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis. Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota. Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente. Lembre-se de que há momentos para falar e há momentos para silenciar.
POR ALGUMA RAZÃO, prova-
velmente cultural, somos treinados para a (falsa) ideia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e a reagir a todos os ataques. Não é verdade! Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal. Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça. Você pode escolher o silêncio. ALÉM DISSO, você não terá que
se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenócrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar: “Arrependome de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio”. Responda com o silêncio, quando for necessário. Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais. Use o olhar, use um abraço, ou use qualquer outra coisa para não responder em alguns momentos. Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas. E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas. z
Fronteira Clube: baile das debutantes
CANTEIROS CENTRAIS As avenidas da cidade estão ganhando um novo aspecto com seus canteiros centrais. Principalmente a Getúlio Vargas. Os canteiros foram modernizados e substituída a grama antiga por uma de qualidade mais adequada. A prefeitura colocou por sobre os canteiros um fio de arame liso. A coisa tem dado o que falar. Volta e meia surgem reclamações. Acontece que canteiros não são para ser pisados. Mas muita gente pensa ao contrário. Ainda recentemente, consta que uma senhora sofreu uma queda embaraçando-se no arame. É lamentável. Todavia, mais lamentável é o fato dessa senhora, que deveria primar pelo capricho, embora vendo a grama recém-plantada, teimou em cruzar por sobre o canteiro. Se o povo fosse educado, não precisaria arame.
O Fronteira Clube fará realizar, na noite de hoje, em seus salões, o Baile das Debutantes de 1966. Duas dezenas de jovens sonhadoras desfilarão na passarela, pela primeira vez, apresentando-se à sociedade local. São as seguintes as jovens que debutarão no baile de hoje, no Fronteira Clube: Scheila Maria Batista, Nialva Maria Matos Pereira, Lucinda Tereza Silva, Liege De Boni, Jocelin Kowaleski da Silva, Mariângela Ribeiro, Maria Terezinha Frigo, Iara Conceição de Oliveira, Vera Regina Guidi, Janete Ghizzi, Felicia Terezinha Melo, Rosani Oliveira Bacha, Maria Helena De Bem e Semiramis Guidi Monteiro, todas desta cidade; Eliane Grazziotin e Noeli Mattei, de Bom Jesus; Jacira Wendhausen Porto, de Torres; Elizabeth Pelegrini, de Meleiro, e Maria Helena Balthazar, de Criciúma. Coluna social do Correio de Araranguá, por uma comissão especial, escolherá a mais graciosa meninamoça, cuja fotografia figurará na coluna social do Correio do Povo, de Porto Alegre. O baile será abrilhantado por um conjunto da capital gaúcha, prometendo tornar-se a maior parada social de 1966. CA 146 01/10/1966
CALÇAMENTO DA AVENIDA SETE Prosseguindo no programa pré-estabelecido, a Administração Municipal deu início às obras de calçamento da avenida Sete de Setembro. A questão do material a ser empregado ainda se encontra em discussão. Diversos proprietários insistem em que sejam colocados paralelepípedos. Outros optam pela pedra irregular. A diferença de preço entre ambos é acentuada. Ademais, a prefeitura é proprietária de uma pedreira de pedras irregulares. De um lado, o prefeito Osmar Nunes argumenta que o calçamento irregular, segundo consultas a técnicos e visitas a diversas cidades, inclusive Porto Alegre, que passaram a adotar o sistema proposto, com grande proveito, aprova a pavimentação. Neste caso, num gesto de compreensão e consideração à opinião pública, o prefeito procurou contentar a todos: talvez metade da avenida, da Caetano Lummertz até a Engenheiro Mesquita seja de paralelepípedos; o resto, irregular.
TÓPICOS FOI ASSALTADA a residência do sr. João Campos. O assalto revestiu-se de características originais, havendo os meliantes transportado para a rua um guarda-roupa, em cujo interior se encotravam mais de um milhão de cruzeiros.
1956. A PRIMEIRA CORRIDA DE BICICLETA EM ARARANGUÁ
A EMPRESA SANTO ANJO DA GUARDA, que faz linha Fpolis-Porto Alegre, estenderá seu itinerário até São Paulo. ‘RANCHO DE PAIA’ Há anos que o rádio-ouvinte da ZYT-3 vem sintonizando o apreciado programa “Rancho de Paia”, do repentista Manoelzinho, popularizado como Gula. Agora, por ocasião do aniversário do programa, o Palace Teatro apresentou a turma do Gula, composta de vários trovadores. CA 146 01/10/1966
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A primeira corrida ciclista de Araranguá aconteceu em 1956. O campeão Guilherme Carlos Hahn conta que a competição iniciou em Sombrio e veio até Araranguá. “Foram 25 quilômetros de estrada de chão, percurso que eu fiz em 40 minutos”. Participaram da prova dez pessoas e o organizador foi Hervalino Campos. (Jornal Preto no Branco, 1990, n0 11)
NOTÍCIAS DA CIDADE
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APOIO CULTURAL
Fragmentos retirados do livro “Na Opinião do Bill”
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
SILÊNCIO
‘Liberdade, liberdade’ em Bom Jesus Nelson Luna, chefiando sua equipe de teatro amador, deverá se apresentar à plateia da cidade de Bom Jesus, onde temos certeza agradará a todos. E por falar na simpática cidade serrana [...] A amizade que antes já existia entre araranguaenses e bonjesuanos, cada vez tem se solidificado, ainda mais depois que passamos a contar em nosso meio com a simpatia do Alfeu De Boni, gaúcho decidido e afável.
POLÍTICA: candidatos a vereador Surgiram as chapas para vereadores. A ARENA apresentou 17 candidatos. Os eleitores escolherão. São os seguintes os aspirantes: Urbano Grechi, Zanoni Santos Espíndola, Salmi Paladini, Antonio Abedeno da Rocha, Hipólito Manoel da Silva, Eduviges Jovelino Pires, Zeferino Dassoler, José Thomaz da Silveira, Paulo Hilzendeger, José Jovelino Costa, Danúbio Celuros de Souza, João Kraes Campos, Darci Lindolfo Gomes, Luiz Gonzaga Hahn, Artur Bertoncini, Ari de Oliveira Souza e Otávio Belarmino Costa. O MDB concorrerá com 4 candidatos: Maximiliano Hennemann, Otávio Cardoso, José Silva e Ormício. Não sabemos por que outro bom candidato, o Waldemar Pacheco, não concorrerá. CA 146 01/10/1966
ENTREVISTA
Manuel Antonio Soares, o barbeiro,
Festa do Divino Espírito Santo, em 1909, na antiga igreja (1902-1957), lugar da atual
veio de Laguna para cá em 1906. Um dos primeiros barbeiros da cidade, foi vereador e delegado, entre outros ofícios. Em 1985, aos 95 anos, ele recebeu o padre João Dall’Alba em sua casa, na Coloninha, para gravar um depoimento. Textualizado pelo padre, o material faz parte do livro Histórias do Grande Araranguá (Orion, 1997). O texto original (p. 47 a 50) foi mantido e segue abaixo, porém o editamos para dar uma ordem temática. Os subtítulos marcam os assuntos e dão o clima de entrevista.
PADRE JOÃO DALL’ALBA nos deixou um legado comparável aos “Diários” de Bernardino Campos (que ele mesmo organizou em livro: Memórias do Araranguá), à obra fotográfica de Salvador, ao livro A História de Araranguá de Paulo Hobold, ao acervo do jornal Correio de Araranguá. Entre 1985 e 1986, munido de um gravador, Dall’Alba saiu colhendo depoimentos de cerca de 150 pessoas entre as mais antigas do município e região. Depois ele textualizou esses depoimentos, que só foram a público em 1997, com o Histórias do Grande Araranguá. O livro foi publicado pela Fundação Cultural de Araranguá em parceria com a Orion Editora, apoiados pelo Colégio Murialdo e Lions Clube Araranguá-Centro e financiados, principalmente, pela Prefeitura Municipal e Postos Irmão da Estrada. Contando 520 páginas, a tiragem foi de 1.000 exemplares e o livro é sempre muito procurado, já carecendo uma reedição. Por ora, segue uma das entrevistas de Dall’Alba, com um dos primeiros barbeiros de nossa cidade: Manuel Antonio Soares, que chegou aqui em 1906. Tomando emprestado o texto do padre João, vamos saber do Manequinha Barbeiro coisas que viu e viveu em oitenta anos de Araranguá.
APOIO CULTURAL
Onde e quando você nasceu? Nasci na rua Direita, em Laguna, e tenho 95 anos [em 1985]. Sou do ano de 1889. Meu pai era enfermeiro do hospital e minha mãe imigrante italiana, de Veneza. Quando e como chegou a Araranguá? Cheguei aqui com 17 ou 18 anos, em agosto de 1906. Vim de trem até Lauro Müller e depois a cavalo até aqui, em dois dias de viagem. Por que veio para Araranguá? Vim com um engenheiro, Frederico Dainer, para explorar minas de carvão. E acharam carvão? Não, nem na beira do rio, nem no Mato Alto encontramos nada. Encontramos lá uma areia com uma pequena quantidade de ouro, segundo falava o engenheiro. Não sei dos resultados gerais porque eles abandonaram as pesquisas. Como era Araranguá naqueles tempos? O povo era todo de origem brasileira. Estrangeiros nenhum não havia. Pretos
Dava muita briga, muita nojeira. O que era adversário não tinha valor. Votavase na lista de todos. Quem era republicano ia assinar a dos republicanos, quem era federalista assinava o livro dos federalistas. No dia das eleições cada partido fazia uma churrascada grande para os eleitores. Nesse dia a cachaça era proibida. Eu sempre lutei ao lado do Coronel João Fernandes. Fui tesoureiro da prefeitura. Dinheiro era pouco, bagatela. Em proporção de hoje, era uma ninharia. Não se desviava dinheiro nenhum, então. Havia um cuidado muito grande. Recolhia e quase não dava para as despesas. Vereador não ganhava nada. O prefeito ganhava pouco também. O senhor foi vereador... Fui vereador [membro do Conselho Municipal na legislatura 1923-1926 1], fui juiz de Paz. Fui delegado também, e só havia dois policiais, e a cadeia na avenida XV de Novembro. No meu tempo havia sete vereadores [ou doze e um suplente 2]. Não guardo documento nenhum desses cargos. Havia quem discursasse na câmara, mas eu não tinha essa capacidade. Como era o coronel João Fernandes? João Fernandes não era comerciante nem fazendeiro. Era um pequeno lavrador. Tinha terreno na região da prefeitura até o rio, mas o maior terreno dele era da banda de lá do rio. Ele não trabalhava, mas tinha peões para trabalhar na roça. Plantava milho, feijão, mandioca. Que meios de comunicação havia? Naquele tempo aproveitava-se muito o rio para navegar. Havia diversas balsas: nas Cangicas, no Rio dos Porcos, na Volta Curta, aqui na frente e lá no Jundiá. E no rio entravam navios. Até vapores entraram aí. O último que vi foi a chata “Ana”, do Hoepcke. Chegaram aí também o “Meta” e o “Max”. Carregavam na maior parte farinha, mas também feijão e arroz. Tinha vez que ficavam presos aí por quinze ou vinte dias, porque não dava passo [saída para o mar pela barra]. Para o Rio Grande era preciso ir pela praia, ou então a pé ou a cavalo pela serra. Havia telégrafo com dois funcionários: o telegrafista Bernardino de Senna Campos e um carteiro. Para o Passo do Sertão havia um estafeta que levava a correspondência a cavalo. Quando chegou o trem, esperava-se que desse um progresso muito grande, como de fato foi. Foi o trem que levantou Araranguá, que deu vida. V AV. VEREADOR MANOEL COSTA
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O que se produzia, que comércio havia? Na colônia, na região da agricultura, todo mundo tinha engenho de farinha, engenho de cana. Muitos tinham alambique. A maioria do nosso comércio era com a serra. Vinham tropas e tropas. Transporte era feito de tropa de carga e de carreta de boi. Uma vez fomos levar farinha para Torres. Mas a estrada era tão ruim, cheia de atoledos, que foi preciso carregar a farinha nas costas até atravessar aquele pantano todo. Levava-se até Passo do Sertão. Daí seguia em canoa. Quem exportava mais farinha eram os Maciel. Compravam e despachavam de barco. Aí pela Volta Curta havia uma olaria que fazia potes, alguidares, bilhas. Alguidar é uma bacia grande, de barro. Comerciantes mais antigos foram os Maciel, o Brígido Joaquim de Almeida, que era das Cangicas. Esse era só de molhados. A família do Brígido era preta. Preto, preto não era, era moreno, um mulataço. Ele e os Maciel eram a gente mais rica daqui. E na cidade? Açougue estabelecido não havia na cidade. Carneavam um aqui, outro lá. Iam avisando. Fotógrafos houve. O primeiro foi o Bernardino Campos, que não era profissional. Depois apareceu aqui um italiano de Criciúma, um tal de Sbruzzi, e o filho Aquiles Sbruzzi. Farmácia foi um tal de Manuel Bento quem começou. Era lá na esquina da praça, na beira do rio, numa casinha de tijolos, sem reboco. Aí esse foi embora e veio o Altícimo Tournier. Homeopatia era o que mais se usava. E os pescadores? Pescador rico não conheci nenhum. Vinham de canoa vender peixe aqui na praça. Vendiam tainha a tostão. Ainda a gente achava caro. Antes que chegasse essa água de mina aqui, era uma fartura. Coitado nenhum passava fome. Pescavam bagre e miraguaia de espinhel. Todo mundo pescava. Eu mesmo pesquei tainha, savelha e bagre. Tainha era de caniço. Era um farturão. Depois veio a água de mina. Acabou com tudo.
APOIO CULTURAL
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havia. Esse interior todo era mata virgem. As casas eram quase todas de pau a pique. Muitas eram cobertas de palha. A minha era uma delas. Depois é que cobri de telhas. Aquela palha durava muitíssimos anos. Não estragava. Havia muita palha no mato. Havia muita ripeira também, para fazer as ripas. Ao redor da vila tudo era mato e a povoação era pequena ao redor da praça. Esta estrada que vai para a praia pegava mata virgem logo na saída da vila. Já não havia mais sinal do cemitério na praça, que era um pasto arborizado fechado de um lado e do outro. A prefeitura era na beira do rio. Havia a casa do Mané Machado, advogado, do Serafim Silva, maestro de música. Tinha Maciel de um lado e outro Maciel do outro lado. Na frente tinha a velha Carolina Raupp. Estavam habitadas a rua Getúlio Vargas e a rua de lá da igreja e a rua que vinha para o Magalhães (Sete de Setembro). A Coloninha não tinha nome. Era tudo mato, mata virgem. Padre Antonio Luiz Dias é que trouxe a primeira luz elétrica. Começou com um motor e depois colocaram turbina hidráulica em Meleiro. Nosso município abrangia todo o sul do estado: Passo do Sertão, Praia Grande, Sombrio, Cangicas, Criciúma. E aí você resolveu ficar por aqui... Eu trabalhei com aquele engenheiro também no Rio Grande, até Venâncio Aires, mas logo voltei para Araranguá e trabalhei como barbeiro. Eu já tinha aprendido a profissão em Laguna, mas lá só trabalhava para meu instrutor. Havia outros barbeiros na cidade? Havia outro barbeiro aí, meu compadre Jerônimo. Onde ficava a sua barbearia? Minha barbearia era pertinho da igreja, numa casa que era da igreja mesmo. Aluguei uma parte. Quem construiu a igreja foi Germano Becker, um alemão que morava no Jundiá. Em 1906 já estava construída. Como era a política, que chefes políticos você conheceu? Chefe político era o João Fernandes, que era chefe político depois do Coronel Apolinário, que era de Laguna, meu conterrâneo. Aqui conheci dois partidos: os Maciel eram federalistas e o velho João Fernandes era chefe republicano. Dos federalistas, chefe era o Antonio Maciel, homem bom, homem sério. Sempre tinha rivalidade política, mas eu me dava bem com todos.
JORNALECO 517 OUTUBRO 2019
Edição de Ricardo Grechi sobre texto do Pe. João Dall’Alba
E a praia? No verão fazia-se um rancho, tecia-se esteiras para cobrir e parava-se uns tempos na praia, uma semana, duas. Depois cedia o rancho para outros amigos. Não havia casa nenhuma lá, só ranchos. O primeiro morador do Arroio do Silva foi um baiano que andava sempre com um balaio cheio de cobras. Vinha até aqui na cidade. Botava no pescoço, na boca, aí o pessoal corria. Soltava as cobras, depois assoviava e elas vinham. Vivia sozinho na praia. Acho até que encontraram ele morto lá e enterraram na praia. E como eram as festas? A festa do Divino Espírito Santo começava passando a bandeira de casa em casa. Antes era sorteado o festeiro. Ele que se encarregava de organizar a bandeira. Partia uns três ou quatro meses antes da festa, pois devia percorrer esse interior todo até Torres, até o costão da serra. Durante o dia iam passando de casa em casa. Onde anoitecia, pousavam. Havia um mastro com o Divino, uma pombinha, fitas, bandeira vermelha grande com a figura da pombinha no meio. Havia o porta-bandeira, que era cantor, mais os tocadores de gaita, de pandeiro, mais algum cantor. Não tinha despesa. Andavam a pé, comiam e dormiam nas famílias que os acolhiam muito bem. Nas noites de sábado e domingo aproveitavam a presença dos músicos para um baile familiar. A praia era percorrida nos últimos dias antes da festa. A bandeira chegava, a gente dava dinheiro ou prenda e prosseguia. Aqui a bandeira parava na igreja, não nas casas. Havia novenas, transladação, fogos de artifício, bazar. Fazia-se muito leilão. “Quem dá mais? Oitocentos reis, quem dá mais? Dou-lhe uma... dou-lhe duas... e dou-lhe três”. Era animal, porco ou galinha, pão-de-ló, objetos de uso. Vinha gente de fora. Muita gente. De Cangicas, de Passo do Sertão, da serra. Trazia ainda mais gente que a Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Na Semana Santa, na hora da aleluia, acabava-se com o judas, rasgava-se, queimava-se. Fazia-se fogueira de São João, com lenha de dois ou três metros de altura. Quando estava no ponto de pular, pulavam. Aí pelo interior costumavam a brincadeira de boi na vara. Nas corridas de cavalo o que mais corria era dinheiro. Vinha gente de Jaguaruna e da serra, e desse interior todo. De quando em quando havia boi de mamão. Carnaval, no começo era simples. Depois tinha ido melhorando, até haver desfile na rua, faziam já um carnaval bom. Até carro desfilava. Tinha o falecido Doca Cordeiro, que era de Laguna e gostava muito de organizar os blocos. Que clubes havia na cidade? Havia o Sete de Setembro, o Quinze de Novembro e o União Operária. Não se fazia distinção de partido político. No União podia entrar gente de cor também. Dançava-se xotes, polkas, mazurcas, vaneiras e quadrilhas. Pau-de-fita, tinha. Música era a gaita. E havia a banda de música do Serafim Silva. Você foi ator amador, não foi? O falecido Doca Cordeiro inventou de fazer teatro e apresentamos umas peças. Um dos dramas era “Tristeza à beira mar”. Outra: “Os salteadores”. Galã, padre, doutor... Das peças que representavam, tudo era eu. A maior parte da peça era comigo. Não tinha outra pessoa. Largavam em cima de mim. O barbeiro era o grande ator! Você já está perto de fazer cem anos... Vivi todos esses anos em Araranguá. Espero viver até alcançar cem anos. Não sinto nada. Tenho memória até que boa. Enxergo bem. Não corto mais cabelo por que não quero. Vou vivendo, e com mais cinco anos vou chegar aos cem. MANEQUINHA BARBEIRO, como era conhecido, completou 100 anos em 1989. Morreu três meses depois. (1) (2) Memória do Poder Legislativo de Araranguá, de Micheline Vargas de Matos Rocha, edição da autora, 2012, p. 35.
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