Jornaleco 518 novembro 2019

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PANFLETO CULTURAL

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ANO 26 • Nº 518 • NOVEMBRO DE 2019 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 01/11/2019 9h00 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

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UMA PUBLICAÇÃO

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Padre Antônio Luiz Dias

PARTE

1

Contado e comentado por quem o conheceu e com ele conviveu no Grande Araranguá Padre Antônio Luiz Dias foi o vigário que por mais tempo dirigiu a paróquia de Araranguá, entre 1914 e 1940. Nascido em 1883, em Portugal, chegou como sacerdote ao Brasil em 1912, falecendo em Camboriú, em 1949, onde está sepultado*. Abaixo, seguem diversos depoimentos sobre o Padre Antônio, uma das personagens mais lembradas e reverenciadas no livro Histórias do Grande Araranguá, do padre João Leonir Dall’Alba (Orion, 1997)

APOIO CULTURAL

PEDRO MARTO PEREIRA | 78 anos Entrevistado em 1985 (p. 28-29) O Padre Antônio para nós era um pai. Não era de chegar e dar dinheiro. Não. Era sobre doença. Deu remédio muito para minha mãe, para mim, para meu pai. Uma vez comi bergamota verde. Me deu uma disenteria de não parar mais. Levantava da cama, de tão fraco nem mais ficava de pé. Ele me curou. Foi lá em casa e me deu um remédio. Depois tiraram ele daqui. Eu até chorei. Trabalhei para atacar, eu e outro, mas não deu mais. Foram os fabriqueiros que cismaram de tirar o homem daí, porque o homem estava velho, não estava produzindo mais, e a religião estava fraca... Aí pediram para o bispo arrumar outro padre. O bispo sempre dizia que não tinha padres para mandar. Aí fizeram aquele movimento. Eu tinha casado há pouco tempo e tinha uma bodega lá na praia. Devia ser no ano de 1934. Logo de manhã cedo, um dia, chegaram oito pessoas pedindo que assinasse para deportar o padre. Eu deixei falar, falar... “Nossa religião vai se acabando, nossa igreja vai caindo...”. Aí eu falei com calma: “Eu estou aqui e mal começando essa bodeguinha. Mas não vou assinar por dinheiro nenhum”.

CN

JORNALECO

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

E não assinei. Saíram me xingando. Passaram-se uns três dias. E veio outra turma. Mas essa era para pedir que ficasse. Chefe da turma era o coletor federal Santi Vacari. Falaram, falaram. Eu já de olho no coletor e na bodeguinha. Aí eu disse: “Se minha assinatura valesse por dez eu assinava por dez, mas vale só por um, assino por um. Eu não entendo. Esse padre tinha feito tanto bem para todos e também diretamente para alguns desses outros que encabeçavam o movimento. CID BATISTA DE CARVALHO | 78 anos Entrevistado em 1986 (p. 42) Lembro o padre Antônio Luiz Dias. Era serviçal: tanto atendia a igreja como atendia os doentes. Minha mãe criou panariz na palma da mão. Me lembro ele na esquina em frente à rodoviária. A mãe foi e ele fez incisão e curativos. Emprestava dinheiro quando tinha, botou o capital dele para Araranguá ter luz elétrica. Lembro que falava de tantos cavalos de força. E a turma perguntava: e onde que vai botar esses cavalos todos? Antes da iluminação elétrica houve a campanha do lampião. Pedia-se que cada família colocasse um postezinho com um lampião.

ISABEL FLORES HÜBBE | 81 anos Entrevistada em 1986 (p. 68) O Padre Antônio, homem muito preparado, muito caridoso, muito bom. Era o médico dos pobres. Saía a cavalo para atender os doentes. Não tínhamos médico aqui, mais tarde é que veio o Dr. Pinho, de Laguna.

ARARANGUÁ, NOVEMBRO DE 2019 • ANO 26 • Nº 518 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES

Cozinha, culinária e nutrição no Araranguá de 100 anos atrás p. 2

Padre Antônio Luiz Dias contado por quem o conheceu

PEDRO VIEIRA MACIEL | 86 anos Entrevistada em 1986 (p. 86-87) O padre tinha muita terra. Aquele terreno lá da Vila São José era todo dele. O sacristão dele, José Minervina, estava rico às custas dele. Ele dava bois, terrenos, casa. Mas ele botou fora. A Deta, a Martinha e a Devile eram três moças que ele criava. Criou também o Nico, um negrinho e um filho da Catita também. Era muita quebra, esse negrinho que o padre pegou para criar. Aí foram mandados para fora e um voltou tenente do Exército e o outro não sei o que da Marinha. O padre era muito estimado. Casava, fazia batizados, tudo de graça. Também nunca comprou milho para os cavalos dele. Os colonos traziam carradas de milho para ele. Era milho, arroz, porco, galinha...

p. 12

(*) Dados em: A História de Araranguá, de Paulo Hobold, Palmarinca, 1994, p. 238.

A P O I O C U LT U R A L

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PIA DAS p. 9 e 11

z Resultado das eleições de 1966 z Formatura da primeira turma do Colégio Normal de Araranguá

p. 5


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