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ANO 26 • Nº 519 • DEZEMBRO DE 2019 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 03/12/2019 12h00 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
PANFLETO CULTURAL
TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
A CORRUPTELA DE JOSÉ é um dos apelidos mais carinhosos e famosos no país. Tanto, que foi escolhido pela Disney para nomear o personagem brasileiro Zé Carioca, que contracenaria com Pato Donald e Mickey antes de sua fixação na Vila Xurupita com Rosinha, Nestor e Pedrão. Neste artigo, listamos vários Zés de Araranguá: os consagrados com o sobrenome, os Zés com apelido composto figurativo ou referencial e alguns dos Zés seguidos de um segundo nome ○
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TEXTO E ELABORAÇÃO:
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ORION EDITORA
ESTACIONAMENTO EXCLUSIVO PARA CLIENTES
Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil
UMA PUBLICAÇÃO
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
N
este ano em que comemora o seu 10º aniversário de fundação, o
Museu Histórico de Araranguá
ÀS 11H 30 E DAS 13H30 ÀS AOS SÁBADOS: 9H 00 ÀS 15 H00
17 H30
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Conversamos com Micheline, diretora de Cultura – setor da municipalidade que vive um dos momentos mais inspirados de sua história –, e anotamos várias das exposições e eventos realizados pelo Museu entre os anos de 2017 e 2019 p. 4 VERÃO DE 1966. Primos e primas posam para o retrato de uma maravilhosa infância na melhor praia do mundo: o Arroio do Silva dos anos 1960 e 70. A casa ao fundo era do Navalha, pai da Márcia, e ficava ao sul pouco depois da casa do Bagre, um conhecido pescador da época (onde hoje é o Edifício Sobre as Ondas). FOTO: os maiorzinhos são:
APOIO CULTURAL
CN
Lígia Nunes, Sônia Nunes, Roberto Kayser, Ricardo Kayser e Nelson Nunes (da Prefeitura); no meio: Márcia Gomes, Lindomar Nunes (Linda da Cultura), Rosângela Kayser, e o bebê é a Rosane Kayser (do SICOOB da Cidade Alta). Naqueles tempos, as dunas compartilhavam os quintais sem cercas das casas de madeira e telhas de barro, o horizonte vasto emoldurava o equilíbrio entre o casario típico e a natureza litorânea intacta, os frutos marinhos abundavam e música alta era só a das ondas do mar... Fotografia de Lindomar Nunes Arquivo e dados de Beto Kayser Texto de Ricardo Grechi
Galeria Galeria
CASA NENA CANOAS / RS
ARARANGUÁ / SC
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MARCO AURÉLIO GRECHI NILSINHO NUNES ADEMIR ROCHA
ZÉ GUIDI ZÉ ROCHA ZÉ KILINSKI ZÉ PEREIRA ZÉ MINGOTE ZÉ LINHARES
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES
UMA JORNADA PELO UNIVERSO 2A A 6 A: 8 H30
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ARARANGUÁ, DEZEMBRO DE 2019 • ANO 26 • Nº 519
está apresentando a exposição
ABERTO DE
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! JORNALECO
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC
Av. XV de Novembro - Centro - Em frente ao Futurão Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com
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RICARDO GRECHI |
ZÉ BITTENCOURT ZÉ GOMES
ZÉ MACIEL*
ZÉ GALEGO
ZÉ BIGODE
ZÉ CABRITA
ZÉ BIRIBA
ZÉ PATROLA
ZÉ PURA
ZÉ LAGOA
ZÉ DO BOI
ZÉ DO MELEIRO
ZÉ MÁRIO (DE BONI) ZÉ SILVANO ZÉ MELECA
ZÉ GUIMARÃES
ZÉ PIRULITO
ZÉ DO RÁDIO
ZÉ DO PLAZA
ZÉ BERLANDA
ZÉ DO LEITE ZÉ TRAGÉDIA ZÉ LAMBRETA
ZÉ PANATA
ZÉ MAIA
ZÉ ESPANHOL
ZÉ GAGO
ZÉ DA LATA
ZÉ DA LETE
ZÉ GRANDÃO
ZÉ MICOCO
ZÉ NERI
ZÉ CARLO DO HUGO
ZÉ DO ALMEIDA
ZÉ DA MALACACHETA
ZÉ PAULO DO BANCO DO BRASIL ZÉ ARTHUR
ZÉ BENTO
ZÉ DO ORMÍCIO
ZÉ CAXAMBAU
ZÉ CARIJÓ
ZÉ ADILSO (filho do ZÉ MINGOTE)
ZÉ DA SERRALHERIA
ZÉ BANDIDO
ZÉ PORTUGUÊS
ZÉ DO PEDRO CAÍQUE
ZÉ FININHO
ZÉ GADELHA
ZÉ DA PICURRA
ZÉ DA DINDA (ZÉ DO NICO MAU)
Ô, Zé
ZÉ CAÇAMBA
ZÉ PEIXEIRO
ZÉ DA ASPEKTO
ZÉ ADAIR
ZÉ PIANÇO
ZÉ RAUPP ZÉ AGUIAR
ZÉ RENÊ
ZÉ LUÍS DA RÁDIO
ZÉ ÉDIO
ZÉ DO NANGA
ZÉ ALBERTO e ZÉ LUIZ (Zés gêmeos, filhos do ZÉ GUIDI)
E como Araranguá é pródiga em apelidos, não poderia faltar uma mulher na galeria dos Zés: a ZÉ (MARIA JOSÉ, filha do Antoninho Torres). E pródiga como é em Zés, tem Zé até em sobrenome: JOÃO IZÉ. E não podemos esquecer os Zé Roberto, Zé Carlos, Zé Luiz, Zé Paulo, Zezos e Zezinhos, Zecas e Zequinhas, e os Zés que toda família tem: o tio Zé, o Zé da Maria, o Zé da Vera, o Zé da Vó... (*) Foram lembrados quatro Zé Maciéis: o do INPS, o da Fiscalização, um irmão do Pandila e um irmão do Caião.
casa e construção
COPISO A mais completa
Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)
A P O I O C U LT U R A L
JORNALECO
A P O I O C U LT U R A L
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A poluição das águas e a atividade pesqueira no Balneário Arroio do Silva
O homem reza para alcançar o mal, como reza pelo bem. O homem é sempre muito apressado. ALCORÃO Surata XVI, 94
Cássia Victor Rocha Acadêmica da 8a. fase de História - UNESC
Os pescadores mais antigos lembram com carinho da sua devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, que é a protetora dos pescadores e padroeira do Balneário Arroio do Silva. As festas de 2 de fevereiro eram realizadas pelos pescadores.
APOIO CULTURAL
Segundo o pescador Paulo de Souza, hoje em dia os pescadores não celebram mais esta festa e têm pouca participação. Ele relembra seus pais dizendo: “Hoje Nossa Senhora dos Navegantes vai nos abençoar e nos dar uma redada de peixes”. A devoção à santa e ao catolicismo é um importante aspecto cultural da comunidade de pescadores do Balneário Arroio do Silva e dos municípios litorâneos vizinhos.
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
O que é ansiedade?
z Bill W. (cofundador de A.A.)
z Antônio Xavier Teles
A experiência prática demonstra que nada garantirá tanta imunidade contra o álcool quanto o trabalho intensivo junto a outros alcoólicos. Quando outras atividades não resolvem, isso funciona. Esta é a nossa décima segunda sugestão: Leve esta mensagem a outros alcoólicos! Você pode ajudar quando ninguém mais puder. [...] A vida terá um novo significado. Observar as pessoas se recuperarem, vê-las ajudando outras, observar a solidão desaparecer, ver crescer ao seu redor uma irmandade, ter inúmeros amigos – esta é uma experiência que você não pode perder. [...] O contato frequente com os recém-chegados e com nossos companheiros é a parte luminosa de nossas vidas.
Estado emocional decorrente de apreensões, incertezas e medo diante de um perigo real ou imaginário. Assemelha-se ao estado emocional do medo. Neste, a fonte ameaçadora está presente. Na ansiedade, porém, a fonte ameaçadora é algo difuso, ausente, contra o que não é possível uma reação de ataque ou fuga. A pessoa fica num estado de tensão depressiva e angustiante. Na ansiedade, alguns estímulos ameaçadores são tipicamente imaginários, irreais, sem nenhuma existência concreta. (‘Psicologia Moderna’, Ática, 20a ed., p.226)
A solidão existencial z Jean-Paul Sartre
(‘Alcoólicos Anônimos’, ed. de bolso, p.149)
A indagação z João Paulo II
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Muitas pessoas tropeçam pela vida até a beira do abismo sem saber aonde estão indo. Às vezes, isso acontece porque aqueles cuja vocação é dar expressão cultural aos seus pensamentos deixaram de examinar a verdade, preferindo o sucesso rápido ao esforço da indagação paciente sobre o que torna a vida digna de ser vivida.
O homem nada pode querer, a menos que antes compreenda que só deve contar consigo mesmo; que está só, abandonado na terra em meio a suas responsabilidades infinitas, sem ajuda, sem outra meta que não a que estabeleceu para si, sem outro destino que não aquele que forja para si mesmo neste mundo. (Citado em ‘Mais Platão, Menos Prozac’)
‘Chaves da vaguidão’ z crônica de Fernando Sabino
(Citado em ‘Mais Platão, Menos Prozac’)
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uplemento
‘Trabalhando com os outros’
APOIO CULTURAL
Hoje em dia os pescadores passam por dificuldades financeiras, quando a população de peixes no mar tem diminuído. Como auxílio, os pescadores recebem um “salário defeso”, nas épocas da desova dos peixes, quando é proibido pescar.
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Os pescadores mais antigos do município (emancipado de Araranguá em 1995) relembram que existia grande fartura de peixes, possibilitando que muitas famílias sobrevivessem exclusivamente da pesca.
A partir do século XVIII, a colonização europeia trouxe para o extremo sul-catarinense o mundo civilizado e moderno com suas consequências. A bacia hidrográfica regional começou a Em setembro de 2011, 40 toneladas de corvina foram receber poluenpescadas no Arroio (Engeplus; foto: Jorge Pimentel) tes. Com o crescimento demográfico na região, o por serem resíduos sólidos, causam esgoto das cidades começou a ser acidentes. Redes esquecidas no mar depositado nos rios e no mar. Mas acabam capturando acidentalmente os principais poluentes são a indús- animais marinhos, e as âncoras esquecidas no mar podem ocasionar tria carbonífera e a agricultura. acidentes com surfistas e animais, Com a descoberta do mineral além de estragar as redes de pescafóssil nas cabeceiras do rio Tubarão dores profissionais, causando muito no século XIX, o carvão começou a prejuízo. ser explorado na região, transforSegundo pesquisas científicas, mando Santa Catarina numa forte nossos pescados estão reduzidos economia da indústria do carvão. devido à poluição presente na bacia A indústria carbonífera é a prin- hidrográfica regional, afetando em cipal responsável pela poluição do larga escala a economia arroiossilMãe Luzia, na região de Criciúma, vense. Por isso, é de vital imporpois o rio recebe a água contamina- tância para a nossa região a consda de produtos químicos e resíduos cientização da população para a presólidos. Como o Mãe Luzia é tributá- servação do nosso meio ambiente. rio do Araranguá, toda aquela poluiPaulo de Souza, lembrando a ção vem direto para nossas águas. grande safra de 2001, comenta: Outros poluentes regionais são “Acredito que a cada ano aumenta a agricultura do arroz, que joga nos a expectativa dos pescadores. Já rios seus agrotóxicos, esgoto do- tivemos anos de fartura na pesca. méstico, industrial e comercial que Hoje diminuiu por causa das proibifluem para os rios e oceano, lixos ções dos órgãos reguladores e até jogados nas encostas dos rios e na pela diminuição de peixes nos rios e orla marítima, e a pesca não cons- mares. Mas não desanimamos, não ciente, pois os objetos de pesca que podemos desistir de uma atividade são esquecidos no mar, como redes que foi passada de pai para filho, coe âncoras, além de poluir o oceano, mo aconteceu na minha família”. z
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O Balneário Arroio do Silva, contando em 2019 com cerca de 13 mil habitantes, teve iniciado seu povoamento na década de 1920. Famílias atraídas pela fartura de peixes e outros frutos do mar começaram a migrar para o município, que desde seus primeiros tempos tem a pesca como a principal atividade econômica, posteriormente somada ao turismo nas temporadas de verão.
A BANDA
Quem tem um porquê para viver pode muito bem suportar qualquer como.
Era um bar da moda naquele tempo em Copacabana e eu tomava meu uísque em companhia de uma amiga. O garçom que nos servia, meu velho conhecido, a horas tantas se aproximou:
NIETZSCHE
— Não leve a mal eu sair agora, que está na minha hora, mas o meu colega ali continuará atendendo o senhor. Ele se afastou, e eu voltei ao meu estado de vaguidão habitual. Alguns minutos mais tarde, vejo diante de mim alguém que me cumprimentava cerimoniosamente, com um movimento de cabeça: — Boa noite, Dr. Sabino. Era um senhor careca, de óculos, num terno preto de corte meio antigo. Sua fisionomia me era familiar, e embora não o identificasse assim à primeira vista, vi logo que devia se tratar de algum advogado ou mesmo desembargador de minhas relações, do meu tempo de escrivão. Naturalmente disfarcei como pude o fato de não estar me lembrando de seu nome, e me ergui, estendendo-lhe a mão: — Boa noite, como vai o senhor? Há quanto tempo! Não quer sentarse um pouco? Ele vacilou um instante, mas impelido pelo calor de minha acolhida, acabou aceitando: sentou-se meio constrangido na ponta da cadeira e ali ficou, ereto, como se fosse erguer-se de um momento para outro. Ao observá-lo assim de perto, de repente deixei cair o queixo: sai dessa agora, Dr. Sabino! Minha amiga ali ao lado, também boquiaberta, devia estar achando que eu ficara maluco. Pois o meu desembargador não era outro senão o próprio garçom — e meu velho conhecido — que nos servira durante toda a noite e que havia apenas trocado de roupa para sair. (...) (‘Psicologias’, Saraiva, 5a ed., p.62-63)
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Grupos Familiares AL-ANON
A.A. Alcoólicos Anônimos Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180 ○
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Aventuras na Serra Geral: os burros e os vereadores
N.A. Narcóticos Anônimos
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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá ○
joão batista de souza
Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
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Saiba por que o chocolate traz sensação de bem estar e disposição. Nutricionista dá dicas de alimentação para as refeições do dia da manhã, por exemplo, tiver uma vitamina de abacate, você vai ter bons motivos pra sorrir. A nutricionista Carla do Vale dá dicas de alimentação:
ANTES DE DORMIR “E pra antes de dormir vale a boa CAFÉ DA MANHÃ dica da vovó: um copo de leite “A combinação da vitamina B3 do morno com uma colher de chá de abacate com o triptofano encontrado mel para contribuir para um sono no leite contribui muito para a mais tranquilo”. liberação do hormônio do bom humor. A porção ideal é um copo americano de leite, pode ser o desnatado, um quarto de um abacate e três quartos de xícara de um cereal. Pode ser cereal da sua preferência”.
Rua Caetano Lummertz, 456 - Sala 06/térreo Centro - Ed. Com. Executivo Araranguá FONES 3522-1322 99668-4925
TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
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Depois dessa “aula inaugural” sobre hipsobatimetria (calma, explico, pois nem eu sabia): Parte da geografia física que estuda as altitudes e as profundidades. Satisfeito? Então vamos ao que interessa, a nossa realidade Tupiniquim! No Vale do Rio do Boi, onde morei e fui professor “primário” por seis anos, me deparei com casos, causos e histórias interessantíssimos. Geológica, histórica e folcloricamente falando, há poucas regiões no nosso Estado tão empolgantes, instigantes, intrigantes. Na região, há três caminhos de terra que “sobem” a serra; na verdade, duas, porque a mais importante, em matéria de trânsito de pedestres,
Paulo Gonçalves, Campinas-SP. Fonte: http://g1.GLOBO.COM/jornal-hoje/ noticia/2011/04/alimentos-da-felicidadeajudam-combater-alguns-males.html
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IMAGENS INTERNET
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LANCHE DA TARDE “Castanha do Pará, de uma a duas unidades por dia e nozes, duas porções bem pequenas”. JANTAR “Como sugestão pro jantar um creme ou uma sopa de uma leguminosa, que pode ser o feijão ou a lentilha, umas duas conchas já é suficiente pra contribuir para o seu bom humor”.
ALMOÇO “Três colheres de sopa de arroz, uma boa porção do tamanho da palma de sua mão de salmão, ou então um filé Os alimentos da felicidade ajudam de frango. Vegetais verde-escuros a combater ansiedade, depressão, aliados sempre a alimentos fontes de insônia e outros males. A dica dos vitamina C como maracujá ou um nutricionistas é já começar o dia bom suco de laranja, que combatem com esses aliados à mesa. Se o café o stress e o cansaço”.
Laboratório de Análises Clínicas
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Se você já conhece o mapa de Santa Catarina e tem um em sua casa, tudo bem, se não, vou te ajudar. Faça um mapa mental do nosso Estado: bem “em cima” (norte) do Litoral até a divisa com a Argentina, basicamente um altiplano; o extremo sul, aqui “em baixo”, onde temos o privilégio de habitar uma longa e rica faixa de terras planas, vai do Oceano Atlântico até a Serra Geral. Mais ainda no extremo, “cambando” para oeste, as encostas da Serra Geral servem de divisa entre nós e os gaúchos. Um pouco mais ao extremo, dá para se perceber um enclavezinho (espécie de vírgula), que representa um grande vale entre a Serra Geral e o Rio Mampituba, ambos divisas. Nesse vale tem um outro, bem menor, o do Rio do Boi, que entra serra adentro (o mencionado enclave), culminando no Cânion do Itaimbezinho, que todos conhecemos.
Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá
Alimentos da felicidade ajudam a combater alguns males
QUEM RESISTE a tentação em forma de chocolate? Bolos, bombas. Delícias que trazem momentos de pura felicidade. O chocolate é só um exemplo de alimento que dá sensação de bem estar. Tem componentes estimulantes como o cafezinho do nosso dia a dia. “O café, pela cafeína que ajuda muito na parte cognitiva, vai ajudar na memorização, vai trazer uma sensação de bem estar, você não vai ficar apático”, relata Edson Credidio, nutrólogo da Unicamp. A lista inclui opções mais saudáveis como aveia, lentilha, pimenta, mel, maçã, banana, leguminosas. Ovos e abacate tem ômega 3, outro santo remédio para animar o dia. “A utilização do ômega regularmente evita a tristeza profunda”, completa o nutrólogo.
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começava no vale do antigo Molha Coco, hoje, Vila Rosa. Começava, porque foi substituída por uma rodovia estadual que agora se inicia no Vale do Rio do Boi. Essa se conectava à meia altura com um caminho saído do Rio do Boi.
Ah! A madrinheira? Bem! A pobrezinha foi amarrada com corda curta, em um poste bem próximo à Câmara Municipal. Muita mosca no local, e a coitada se debatia freneticamente, fazendo seu cincerro “cantar” adoidadamente. Lá dentro, os ilustres vereadores a legislar. Quem disse que se podia ouvir alguma coisa? As mulas e burros não deixavam! Num certo momento, levanta-se um edil, muito irritado com tanta balbúrdia, e, solenemente, endereçando-se à presidência da Casa Legislativa, requer: — Nobre vereador, presidente dessa honrada câmara municipal, requeiro, de vossa excelência, que mande, urgentemente, retirar os burros que se encontram defronte de nossa câmara, pois o barulho ensurdecedor que estão fazendo incomoda demais os que estão aqui dentro! Juro que isso aconteceu!
INTERNET
No caminho do Molha Coco, subiam e desciam tropeiros e viajantes. Numa dessas viagens, serra abaixo, um tropeiro amarrou sua mula madrinheira num poste perto da Câmara Municipal de Praia Grande. Mula madrinheira era assim denominada porque o tropeiro amarrava no pescoço da bicha mais “experiente” um cincerro, espécie de sino pequeno, que gerava um barulho muito irritante. Os outros animais permaneciam ao seu redor, sem necessitar serem amarrados. Outro detalhe: os viajantes (tropeiros) preferiam mulas em vez de burros, porque nelas podiam ser carregados mais mantimentos devido suas conformações físicas/fisiológicas: para urinar, as mulas elevam a parte traseira do corpo, o retorno é natural; já os burros, para urinar, abrem as pernas traseiras e se agacham um pouco, dificultando o retorno. Muitas vezes o próprio tropeiro tinha que ajudar o pobre bicho a se recompor.
E são muitos outros causos para se narrar. Temos, ainda, a “serrinha” que se inicia nas terras do João Rocha – aquela que se encontrava com a que vinha do Molha Coco –, com lendas de jesuítas e seus ouros; a “serrinha” do Fundo do Rio do Boi, com o tropeiro Isidoro; os horrores da Guerra dos Farrapos, que repercutiram naquela região; as proezas de valentões; os caboclos e seus costumes... Caro leitor, caso lhe interesse “ouvir” mais ou comentar algum caso contado aqui, entre em contato conosco através do e-mail: professorjbsouza@gmail.com. z
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Eventos do Museu Histórico de Araranguá - 2017 a 2019 ○
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José Genaro Salvador: 100 anos foi a primeira exposição da nova gestão, que reabriu o Museu em 2017. Projeto Colcha de Retalho foi uma exposição realizada em parceria com a Secretaria da Assistência Social e Habitação. Todos os clubes de mães foram visitados, realizando-se entrevistas para se conhecer mais da história local por meio das moradoras. Vestígios Singulares é uma exposição de artes, em parceria com o Sesc, que percorre diversas cidades.
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Um Diário em Nossa História explorou o material histórico legado por Bernardino de Senna Campos através de seus diários e fotografias das primeiras décadas do século 20, com participação do artista João Miot, com pinturas retratando o casario antigo da cidade.
Mas as atividades do Museu vão além das exposições. O Projeto Contando Uma História, realizado pela equipe do Museu, colhe depoimentos de moradores antigos do município.
Das Coisas da Terra, do Céu e Mar Catarina Sul foi a primeira exposição de 2018, com a mostra das obras dos artistas plásticos Edi Balod e César Pereira.
A segunda etapa do Projeto Educação Patrimonial Museu na Escola segue levando exposições sobre a nossa história aonde o público possa estar.
O Meu Trabalho foi uma exposição, em parceria com o Museu Histórico Lourenço Manenti, de Turvo, abordando a história local das antigas vendas, armazéns, a agricultura, o funcionamento das cozinhas de antigamente.
Com o Museu reformado, muitas outras atividades foram realizadas, como lançamentos de livros e contação de história, num trabalho exemplar do setor de Cultura do Município, na gestão do atual prefeito, Mariano Mazzuco Neto, que deverá inspirar sua continuidade pela vida afora do nosso Museu Histórico de Araranguá.
APOIO CULTURAL
Boneca de Pano foi mais uma exposição com o Clube de Mães e a Secretaria de Assistência Social e Habitação.
Esse é o CHUCK NORRIS P: Qual é o endereço de e-mail do Chuck Norris? R: gmail@chucknorris.com P: Quantas flexões consegue fazer o Chuck Norris? R: Todas. Quando o Chuck Norris vai ao restaurante, os empregados de mesa deixam-lhe gorjetas.
Uma Jornada Pelo Universo aborda a astronomia e levanta questões filosóficas como quem somos nós diante desse incomensurável Universo. É a atual exposição no Museu Histórico de Araranguá, em parceria com a UFSC, o IFSC, a URGS e o Samae.
Iniciado no primeiro semestre de 2017, o Projeto de Educação Patrimonial Museu Camila, Bete, Micheline e Michele na Escola leva conhecimento cultural e memória até o ambiente escolar.
Sujeitos Esquecidos Sujeitos Lembrados. Exposição baseada no livro homônimo do historiador Antônio César Sprícigo, com retratos do artista plástico Juliano Ferreira.
Quando o Alexander Graham Bell inventou o telefone, viu que tinha duas chamadas perdidas do Chuck Norris.
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DIRETORA DE CULTURA Micheline Vargas de Matos Rocha EQUIPE ATUAL DO MUSEU Anderson Mota Tomaz, Lucas Barbosa da Silva, Olivia Souza, Juliana Drewke, João Pedro Teixeira Campos DEPARTAMENTO DE CULTURA Linda Nunes Garcia, Flávia Karine Uliano Araújo BIBLIOTECA MUNICIPAL Fabiana Daniel, Letícia Augusto Bif Alixandre, Natália Scarabelot Farias ARQUIVO HISTÓRICO Natália Pasquali, Gisele Zauer Homem, Thais Gomes | EDIÇÃO RG | FOTOS divulgação
ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
O Chuck Norris conhece o soldado desconhecido!
P: Qual é a diferença entre um gato e o Chuck Norris? R: O gato só tem sete vidas. P: Onde nasceu Chuck Norris? R: Numa casa que ele mesmo construiu sozinho. BOND, JAMES BOND Como James Bond responde quando lhe perguntam as horas? “São quinze, oito e quinze.”
TELEGRAMA ESPERTO Um homem entrou numa agência dos correios para enviar um telegrama. Homem: “Quanto custa uma palavra?” Funcionário: “Dez centavos. A assinatura é grátis.” Homem: “Nesse caso, gostaria apenas de assinar o telegrama. Sabe, eu sou índio e o meu nome é Voltonodomingojoão.”
visitamos a Catedral Notre-Dame de Paris, a Basílica de São Pedro e a Capela Sistina, no Vaticano, a Catedral Santa Maria del Fiori, em Florença, a Basílica de São Marcos, RICARDO GRECHI em Veneza, a Basílica de São Francisco de Assis, e alguns Sempre que visito uma cidade, gosto de conhecer suas templos em Roma. Obras magníficas da civilização igrejas históricas. Aqui na região, um templo que se desocidental. Religiosas, sobretudo, mas inapelavelmente taca é o da Igreja Santo Antônio de Pádua de Sombrio. artísticas e necessariamente históricas. Em Criciúma, a centenária Catedral Sempre permaneço um longo temSão José tem um interior bem capo sob a atmosfera meditativa desses racterístico das basílicas cristãs, ambientes, admirando sua arte sacra com o altar e a nave central delimie imaginando quantas gerações pisatada das alas por colunas romanas. ram naquele chão, sob àquela luz e Também centenária, a Igreja de São arranjos celebrativos. E, com o espíMarcos de Nova Veneza, seguindo rito embevecido, entrego-me à cona preponderância do estilo romano, templação, à reflexão e à oração. possui um belo acervo de peças Em Araranguá, alguma coisa persacras e características bem resdeu-se do patrimônio histórico dos guardadas, com a torre ao fundo. principais templos católicos. A Igreja De Santa Catarina, conheço ouSagrada Família, construída em 1980, tras belas igrejas: a fabulosa Igreja acaba de descartar sua torre pela sedo Santíssimo Sacramento de Itajaí; gunda vez. A Mãe dos Homens, com RG a Catedral Santo Antônio de Chapea valorosa imagem de Maria, mantém Com Gibran (e), em frente à có, construída na mesma época da o repicar dos sinos, tão íntimos da Catedral Notre-Dame de Paris nossa Mãe dos Homens, só que com cidade, e a concepção arquitetônica um projeto bem mais bonito; a Igreja Matriz de São Joabem cuidada; o piso original da nave está preservado e quim, com belos vitrais; a Catedral Metropolitana de temos o belíssimo conjunto das estações herdado da extinFlorianópolis, iniciada em 1773, de riquíssimo acervo, ta igreja de 1902, mas peças de um conjunto de imagens e, próximo dela, a Igreja São Francisco, em estilo barroco dos anos 1950 foram retiradas, e intervenções ao gosto de português. Também em Floripa, em Santo Antônio de cada nova comissão que assume o legado, mais a falta de Lisboa, encontrei outra pérola barroca: a Igreja de Nossa um critério patrimonial-histórico, ameaçam o ambiente Senhora das Necessidades, construída por volta de 1750. sacramentado com a compulsividade do efêmero. Gibran, meu filho e parceiro na maioria das aventuras A consciência espiritual nos faz compreender o valor turístico-culturais, é anglicano e já esteve nas igrejas da expressividade humana e da arte em cada contexto anglicanas históricas de Porto Alegre. Conheceu também cultural para que preservemos nosso patrimônio histórico a famosa igreja de Canela. Há alguns anos, Gibran e eu contra o pragmatismo meramente utilitarista.
Arte sacra e patrimônio histórico
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APOIO CULTURAL
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Dr. Carlos Roberto de M.R. Barros Responsável Técnico - CRM 3270 - RQE 2755 Neurologia - Adulto e Infantil Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral
(48) 3524-1380 | 99675-3202 Av. Engenheiro Mesquita, 361 - Centro - Araranguá SC
Dr. Ivan Holsbach MÉDICO PEDIATRA CREMESC 2390
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SANDER HAHN, o araranguaense radicado em Criciúma que faz história no cinema catarinense
Darcy Gomes Hahn, e irmão da Sandra. Nasceu em Araranguá e cresceu na av. Getúlio Vargas. A casa onde morava ficava do outro lado da rua, onde hoje está o Mazzuco Foto Som, bem perto do “novo” Cine Roxy, fundado em 1959 quando Sander tinha 10 anos de idade. Frequentador assíduo do Roxy, apaixonou-se pela arte cinematográfica. Em 1966 saiu de Araranguá para estudar no Rio Grande do Sul. Formouse em Geologia em São Leopoldo e veio para Criciúma trabalhar em agosto de 1977. Casou com Jussara Maria Zuanazzi Hahn e tem os filhos Renan e Roberta. A VÍDEO BETA E OS PRIMEIROS CURTAS Em 1986, Sander Hahn fundou a Vídeo Beta em Criciúma, que logo se tornou uma referência em Santa Catarina pelo seu imenso acervo de grandes filmes, com destaque para o cinema europeu, além dos filmes comerciais. Com seu conhecimento e relações a partir do público da Beta, Sander foi reunindo em volta de si pessoas interessadas em cinema de qualidade e também em fazer cinema: “O que a gente tá fazendo em Criciúma é cinema. Eu, o Marcello Zapelini e o Leandro de Bona. Leandro escreve, é professor, tem mestrado, e o Marcello é biólogo e também é escritor”, informa Sander. O BOM, O MAU E O FEIO Sander, Marcello e Leandro começaram como O Bom, o Mau e o Feio, alusão ao clássico de Sergio Leone. “Mas ninguém sabe quem é o bom nem o mau nem o feio”, brinca o cineasta. “Nós começamos em 2013, quando eu conheci esse pessoal e tive a ideia de fazer um curta sobre o fim das locadoras, que estavam desaparecendo por causa da pirataria, das mídias on-line, dos canais pagos etc. Era Uma Vez Fitas, DVDs e Blu-rays trata do fim das locadoras, ao mesmo tempo que faz uma brincadeira com aqueles clientes que acham que filme de Oscar é tudo bom e têm pavor de filme europeu”, revela. O roteiro é do Sander, que também atua,
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F ANO VII - Nº 149 - 21 DE DEZEMBRO DE 1966
Tudo começou na Vídeo Beta: Sander Hahn, empresário e cineasta, Marcello Zapelini da Rosa, professor de Biologia e escritor, e Leandro De Bona Dias, professor formado em Letras e escritor, conheceramse na locadora do Sander e começaram a fazer cinema, criando a produtora O Bom, O Mau e o Feio, atual Polo Cinematográfico de Criciúma.
junto a Marcello e Leandro. O filme agradou o público e o grupo foi adiante, ganhando um edital da Prefeitura Municipal de Criciúma para produzir um segundo curta, baseado num conto do Marcello, Cenas de Um Casamento, que reverencia o cinema de Bergman. POLO CINEMATOGRÁFICO DE CRICIÚMA Conta Sander: “A coisa foi amadurecendo. Criamos a produtora Polo Cinematográfico de Criciúma (PCC) e fizemos o terceiro filme, Ela, que roteirizamos a partir de um conto do Marcello, sobre uma mulher independente, decidida, que mora em apartamentos invadidos, gosta muito de ler e tem o nome de seus autores favoritos tatuados nas costas. Interessante que nós estivemos em vários prédios de Criciúma em construção para usar nas filmagens, mas problemas com entrada e energia dificultavam o trabalho. Foi aí que chegamos na antiga Vídeo Beta. Eu tinha saído de lá e o comprador tava reformando, tava tudo detonado, e eu pedi pra ele nos deixar filmar lá”. Depois do Ela, e também baseado numa história do Marcello, eles fizeram O Empresário do Ano. O curta faz uma crítica social sobre a vida de um empresário sem escrúpulos. Alguns curtas da Polo podem ser encontrados no YouTube (https://www. youtube.com/channel/UCpOVS8hBrVXTRKo9HApuncg). “DOMINGOS BUGREIRO” Em 2016, a equipe adaptou um conto do Leandro para produzir Domingos Bugreiro, um curta sobre os índios no nosso estado e toda a perseguição de que foram vítimas dos governos interessados em assentar europeus, e dos bugreiros contratados para fazer o serviço sujo, matando e dizimando os nativos da região. Esse projeto concorreu com cerca de outros 80 roteiros de
Desastre na estrada de Turvo Quando viajavam de camionete de Turvo para esta cidade, o Cônego Paulo Hobold e o Sr. José Viegas, gerente do Banco do Brasil, desta praça, sofreram violento desastre, quando o veículo em que viajavam chocou-se com um trator. Do choque, saíram feridos os ocupantes da Kombi, sendo quer o Sr. Viegas inspira maiores cuidados. O motorista do trator nada sofreu. Ambos os veículos sofreram prejuízos de monta.
todo o estado, conquistando o prêmio de 120 mil reais da Fundação Cultural Catarinense. O filme foi lançado em 2o18 e vem sendo apresentado em diversos festivais pelo Brasil. Sander interpreta o personagem Domingos Bugreiro, e Marcello, um sobrevivente de matança. Marx Vamerlatti foi o diretor de fotografia e Agnaldo Stein, o diretor de arte. Sander é da geração da Turma do Maçambeque, de Araranguá. Muito espirituoso, é campeão em botar apelido nos outros conforme a aparência com astros do cinema. De troco, o pessoal apelidou-o de Clint Eastwood. z
Ornamentação natalina do Jardim O majestoso Jardim Alcebíades Seara, da Praça Hercílio Luz, pela primeira vez, recebeu uma ornamentação natalina. Diversas árvores foram enfeitadas com motivos de Natal, ostentando magnífica iluminação em cores. A Sra. Inês Nunes, juntamente a Srta. Maristela Berti, conseguiram fundos para a oportuna iniciativa junto ao comércio, indústria e particulares.
O serviço de auto-lotação “Serrote” reforçará o transporte de passageiros para os balneários, fazendo as linhas de hora em hora. NJ: O Serrote era uma Kombi, de cor verde, que fazia o percurso para transporte público de ida e volta entre a Praça Hercílio Luz e a Cidade Alta até a rótula da BR, funcionando até os anos 1970.
Morro dos Conventos: ‘Travessia’ O Polo Cinematográfico de Criciúma está se dedicando a um novo projeto. Trata-se de “Travessia”, que será filmado na região de Araranguá. É a história de Antônio, um fotógrafo com cerca de 40 anos, que chega ao Morro dos Conventos para relembrar uma parte da sua infância ali vivida. Lá ele encontra Otávio e Getúlio. Enquanto caminham pela região, os diálogos entre os três vão conectando suas histórias e revelando um passado comum de dor e angústia. A fim de viabilizar o projeto, a produtora está realizando uma campanha para a arrecadação de fundos. Os nomes daqueles que contribuírem para a produção constarão nos créditos do filme. Doações poderão ser feitas a partir do valor mínimo de R$ 50,00 na conta:
Banco do Brasil - conta conjunta: Jussara Zuanazzi Hahn (CPF 153.438.980-68) Sander Hahn (CPF 151.858.930-87) Agência: 0407-3 Conta poupança: 6.052.603-3 Variação: 51 CONTATO: Sander (48 99620-9885) - Marcello (48 99925-5285) - Leandro (48 99919-6480
Nelson Luna. Requisitado pelo Banco do Brasil da
República, em breve deixará nossa cidade o jovem Nelson Luna. Todos sentiremos sua falta [...] como bom amigo e incentivador de boas causas [...] bancário, quer como professor ou, ainda, como ator amador.
Escola Profissional Kirana Lacerda. No Grupo
Escolar Castro Alves, dia 10 do corrente, realizou-se a solenidade de formatura da turma de 1966 da Escola Profissional Kirana Lacerda. Foi paraninfa das formandas a Dra. Júlia Mazzuco.
Araranguá bem classificada. Segundo comuni-
cação da SERETE, órgão especializado de São Paulo, Araranguá, dentre os municípios, foi classificado em 134º lugar, em virtude de sua importância, seja como de crescimento, seja como função turístico-histórica, seja como parque industrial. Desta forma, Araranguá poderá ser incluída no programa da SERETE, que organizará um plano diretor da cidade.
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SANDER HAHN é filho de Max Hahn e
( ) O BOM ( ) O MAU ( ) O FEIO
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A Vídeo Beta, criada pelo Sander, mais que uma locadora, tornou-se uma disseminadora de cultura, divulgando as obras importantes da sétima arte
RELACIONE AS COLUNAS:
1. Marcello 2. Sander 3. Leandro
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TEXTO E FOTO: RICARDO GRECHI
dA ESQUERDA:
DADOS SOBRE O MUNICÍPIO DE ARARANGUÁ FUNDAÇÃO – Os primeiros povoadores, provavelmente oriundos de Laguna, estabeleceram-se a princípio nas fraldas do Morro dos Conventos, próximo à foz do rio Araranguá, ponto de passagem obrigatória aos que, pelo litoral, demandavam à Província de São Pedro. Mais tarde, atraídos pela abundância de caça e pela fertilidade das extensas várzeas, foram se aventurando rio acima. Dessas incursões surgiram as primeiras choças à margem direita do Araranguá, onde se situa atualmente a Praça Hercílio Luz, principal logradouro da cidade. [...] NJ: O tópico segue com datas e fatos, como a emancipação (v. J.417), sem indicar a fonte, que provavelmemte seja Paulo Hobold. POPULAÇÃO – 36.000 habitantes, dos quais 9.000 na sede. MEIOS DE TRANSPORTE — A rodovia BR-101 corta o município no sentido longitudinal. Por ela trafegam diversas linhas de ônibus, diariamente, entre Florianópolis e Porto Alegre, com escala em Araranguá. A cidade é dotada de moderna estação rodoviária. Conta o município com a Estrada de Ferro Teresa Cristina, sendo estação terminal. IMPRENSA E RÁDIO – Conta a cidade com uma emissora, a ZYT-3 Rádio Araranguá, e dois jornais são editados: Correio de Araranguá e O Sul. NJ: O Sul, lançado em 1964 por Osmar Nunes, que assumira como prefeito em 1966, já não devia circular mais; foi retomado na virada de 1972-73 com numeração zerada: temos o nº 30, 4/5/1975, e notícia do nº 74, março de 1978. COMÉRCIO E BANCOS – Mantêm agência na cidade os seguintes bancos: Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina S.A. [Inco], Banco do Brasil S.A., Banco Nacional do Comércio S.A. e Caixa Econômica Federal. O comércio do município conta com 290 estabelecimentos, dos quais 70 na sede. Destacam-se na cidade diversas casas atacadistas nos ramos de ferragens, louças, vidros, material de construção, tecidos etc., as quais suprem o interior e outros municípios vizinhos, sendo que dez firmas de produtos da lavoura têm seus estabelecimentos na cidade. PRODUÇÃO AGRÍCOLA E PASTORIL – Destaca-se a farinha de mandioca, cujo volume desde há muito o município vem mantendo a dianteira em todo o Sul. Milho, feijão, arroz, fumo e batatas completam a produção agrícola. Embora o município não seja essencialmente pastoril, verifica-se apreciável desenvolvimento na criação de bovinos. O município é dotado de um Campo Agropecuário, um Laboratório de Defesa Sanitária Animal e Cooperativa Agrícola. INSTRUÇÃO – Além do Colégio Estadual, outros dois funcionam na cidade. Possui duas escolas normais secundárias, uma escola normal regional e quatro grupos escolares; quarenta e nove escolas isoladas servem aos distritos e a toda a zona rural. VIDA RELIGIOSA – Mais de 80% da população professam o catolicismo, contando ainda a cidade com um templo da Assembleia de Deus e um da Igreja Episcopal.
Padre Antônio Luiz Dias
Cartas de amor
PARTE
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Contado e comentado por quem o conheceu e com ele conviveu no Grande Araranguá
Texto de Ricardo Grechi para as lembranças de Neda Gomes Grechi com trechos de cartas de Ernesto Grechi Filho
Padre Antônio Luiz Dias foi o vigário que por mais tempo dirigiu a paróquia de Araranguá, entre 1914 e 1940 (segundo Hobold), ou 1915-1938 (segundo Vaninho de Carvalho apurou na Paróquia). Nascido em 1883, em Portugal, chegou como sacerdote ao Brasil em 1912, falecendo em Camboriú, em 1949, onde está sepultado. Abaixo, seguem diversos depoimentos sobre o Padre Antônio, no Histórias do Grande Araranguá, do padre João Leonir Dall’Alba (Orion, 1997)
PASSA TRÊS QUEBRA-MOLAS
RUA CAETANO LUMMERTZ ANGELONI
CEMITÉRIO
Av. Vereador Manoel Costa, 92 Jardim das Avenidas Tel. 3524-0514
99958 8783
— Sua bolinha, senhorita. Nunca vou esquecer essa frase — a primeira que ouvi da sua boca — e do seu olhar insinuante. — Posso acompanhá-la, senhorita? — Não, não pode! Ele me acompanha até a Lomba do Paulo Hahn. — Só até aqui... — eu advirto. Queria evitar as perguntas do meu pai, quando me vê acompanhada de um moço. — Posso lhe escrever? É que amanhã eu tomo o avião para o Paraná... Claro que pode! — Pode, se você quiser... Ele é muito mais velho do que eu. Já estamos quase em 1950, eu sei, mas as pessoas ainda reparam muito nessas coisas. E com certeza ele nunca vai me escrever...
SALVADOR
“São 8 horas. Lá fora chove. A noite está escura, tudo é trevas. Só ouço o ruído da água ao cair, o mais é silêncio. Sinto-me inteiramente só. Um quarto, quatro paredes, os móveis e eu. Ao vagar os olhos sobre as paredes azuladas, procuro a imagem de alguém. Tento ludibriar-me, procurando ver na ilusão dessa imagem o meu amor.”
“A brisa suave passa, encrespando carinhosamente as folhas das palmeiras. A esperança de ser feliz eu alcancei UA primeira carta chega muito tempo não como mera ilusão, mas como doce depois. Achei que ele havia me esque- realidade. Essa felicidade ditosa, incomcido. parável e infinda encontrei-a no amor.”
S
“Chove a cântaros; e não sei por que o ruído da torrente nos faz pensar com mais intensidade em quem amamos e “Encontrei você, Neda, minha querida. que distante se encontra...” Considerei nosso encontro, a princípio, como coisa fútil, banal. Nunca fui toma- “Ainda sinto na boca o gosto bom dos do de orgulho, nem tampouco possuía teus beijos, que fizeram vibrar dentro menosprezo pelo amor, apenas era indi- de minha alma a maior sensação jaferente ao sentimentalismo. Um raio de mais sentida. Continuas sendo a mesluz iluminou minh’alma e meu coração ma criatura com quem sempre sonhacomeçara a se agitar. E, firme na convic- ra para fazer parte da minha existência ção de te amar, amo-te convicto de que e a quem pretendo dedicar um profundo amor.” serás aquela a quem procurava.” As cartas vêm por via aérea, endereçadas à “Srta. Neda Gomes, caixa postal 12...”
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tinha fama de rico, o bispo lhe pediu 50 contos de réis para uma obra diocesana. Mas nessa época, o tio havia vendido todos os terrenos dele e aplicado na Força e Luz. Não tinha nem para se tratar, pois lembro que vendeu o último lote que tinha, onde hoje é A Triunfante, por 6 contos de réis para poder se tratar. O Padre Antônio disse que não dispunha de dinheiro, mas o Bispo achava que ele era usurário. Chegou à nova paróquia que mal e mal lhe dava o sustento, sem nada. Eu me dava com o Norberto Gomes e ele me contava que não era bem assim como o povo contava: “Eles estavam vendo que o Padre tinha muito serviço pelo interior e a cidade estava abandonada, que era necessário um coadjutor”. Um dia tinha ido atender uma capela. Na volta, checou em determinado lugar, já de noite, e se admiraram os que viram. “Como é que o senhor atravessou o rio?” “Ué, passei!” “Mas Padre Antônio, deu uma chuva muito forte e a água carregou a ponte!” “Eu passei. Passei normalmente.” No dia seguinte foram ver. Da ponte só restava uma viga, pela qual a mula do padre passou. Ele nem deve ter notado. Soltava a rédea no pescoço do animal. Quem sabe estivesse dormindo mesmo. Ou, quem sabe, um grande ato de coragem, ou mesmo um milagre. z
Eletro Costa REBOBINAGEM DE MOTORES, ELETRODOMÉSTICOS E ELETROMECÂNICA EM GERAL
Eles se correspondem seguidamente, o que por meses é a forma de o casal sentirse próximo e consolidar seu namoro.
ELE está juntando a bolinha!
Joaquim Luiz Dias e o Padre Antônio
AV. VEREADOR MANOEL COSTA
Antonio Costa Cardoso (Toninho)
“Abrindo o envelope que envolvia tua carta, senti como que, num passe mágico, estar junto de você.”
Fronteira Clube, na avenida Getúlio Vargas. Moças jogam pingue-pongue. Num certo lance, a bolinha cai longe e uma delas vai buscá-la.
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APOIO CULTURAL
APOIO CULTURAL
JOAQUIM LUIZ DIAS | Veio p/ Ar. em 1949 Entrevistado em 1985 (p. 114-119) A Casa Paroquial era ali em frente à rodoviária, no Restaurante Zíngaro. É a mesma casa. Dele era o pátio onde
estavam as estrebarias dos cavalos. Quando saíam, os cavalos ficavam num terreno em frente a Barranca, com eucaliptos até a Sete de Setembro. Foi ele o introdutor de eucaliptos aqui. No tempo de férias eu andei por esse interior com ele a cavalo. O cavalo se chamava Guri. Já tivera dois cavalos, mas naquele tempo ele só andava na mula. Padre Antônio era muito forte, muito ativo. Só sofria muito de reumatismo nos joelhos. Pelo que me lembro, não era muito orador. Pelo contrário, sempre procurava ler as explicações do Evangelho. Ia lendo e explicando o que achava que o o povo não entendia. Meu tio tinha fama de rico. Sempre teve o suficiente para viver e alguma sobrinha que tinha aplicado em algum terreno provindo de algum dinheiro que emprestou e teve que receber em troca. Terrenos nada valiam. Emprestava a quem precisava. Aí ficou dono de algum terreninho. Vendeu todos para colocar na Força e Luz. A Força e Luz não foi ele, mas José Firmino Leitão quem iniciou. Quanto à saída do Padre Antônio, eu não posso falar porque não estava aqui, mas no seminário em 1939. Foi nesse ano que houve o movimento para tirar o Padre Antônio. Uns diziam que Padre Antônio não se adaptava ao coadjutor. Foi uma meia dúzia de pessoas ao Bispo com uma babilônia de assinaturas a seu favor, mas já era tarde. Meu tio se queixava um pouco do Bispo, D. Joaquim de Oliveira. Eles não se acertavam. Os dois eram portugueses mas não se relacionavam muito bem. Ao sair, deve ter saído chateado, pois levou só a roupa, deixando na casa paroquial tudo o que era seu. Meu sogro é que depois encaixotou os livros e alguma coisa mais. Conta-se que uma época em que meu
lante, tão dono de si. É magro, ficando calvo, 29 anos... Velho pra mim. Mas é charmoso e se destaca pelas atitudes e modo elegante de se vestir. Soube por uma irmã sua que ele se chama Ernesto e que saiu muito jovem de Araranguá e hoje trabalha no Paraná. Mas eu não estou interessada...
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ARTHUR BERTONCINI | Veio p/ Ar. em 1923 Entrevistado em 1985 (p. 112) Foi uma figura saliente. Era um abnegado. Dava remédio de vermes para essa pobreza, fazia tudo que podia em benefício desse povo. O Padre Antônio comprava remédio de vermes em latas grandes e ia dando uma colher de sopa para cada um em jejum. A turma se punha em longas filas. Eu fui um dos que tomaram. Ele, debaixo de uma parreira que havia lá, ia dando. Uma vez, ele tinha um compadre, Antônio Paulino, que fez uma Festa do Divino Espírito Santo. Aí sobrou um dinheiro. “Padre, que é que faço com esse dinheiro?” “Chama o povo e dálhe de comer”. Foi um dia de festa no potreiro! O Padre não tinha essa ambição por dinheiro... No final houve ingratidão contra ele. Aí eu e o Carlinhos Bittencourt em dois dias tiramos mais de três mil assinaturas para provar ao Bispo o contrário do que diziam dele. Esse padre tinha uma força tamanha perante a população, que foi fácil. O abaixo-assinado para tirá-lo foi assim, insignificante, pouca gente, não teve expressão. Foi uma comissão daqui, Santi Vaccari, Otacílio Bertoncini, Carlinhos Bittencourt. Foram falar com o Bispo, para que o Padre permanecesse aqui. Mas o Bispo não aceitou e transferiu-o para Camboriú. Estava ainda forte. Na missa de despedida falou que não levava daqui ódio de ninguém, mas que Deus desse a recompensa àqueles que trabalharam para ele ficar e para aqueles que trabalharam para ele sair.
LÁ está ele entre os moços, tão fa-
A moça, fascinada com o que lhe escreve o pretendente, responde, temerosa de não conseguir agradar. Para Ernesto, a obtenção de uma resposta é o que conta.
SUAS cartas são lindas, sua letra, o
amor que promete. Eu tentava responder à altura, usava poesias que encontrava nos livros para completar o que queria dizer. Quase tinha vergonha. E tinha medo de que o que ele me dizia fosse mentira, apenas me alimentando um sonho. Afinal ele era muito romântico, experiente, um homem bem sucedido numa cidade grande. Duvidei. Ele me respondeu em versos: “Você diz que é mentira Não sei por que... Quando enlaçado em seus braços, No auge angustiante e etéreo, Eu balbuciar: Como senti sua falta, amor. Quanto desejei sua presença Amena, querida, junto de mim. Você terá razão de não crer, E eu mesmo não sei por que, Quase duvido de mim. A cidade é imensa. A noite, grande. Luzes, vidas febris, multidão. Vê-se nos olhos das mulheres Convites para o amor. Para o amor? Não. Talvez para a ventura carnal... Mas o carinho quente. O amor ardente, Incomparável, da mulher amada... Verdadeiramente amada? Eis a resposta desejada: O amor requer ternura, brandura, Requer loucuras de amor.” Muitas vezes ela contará essa história aos filhos mostrando as cartas e as fotografias: do início do namoro até casarem em 1953; a vida em Paranaguá e a volta a Araranguá, já com dois filhos, tendo outros cinco quando estabelecidos aqui. Nunca conhecemos casal mais unido. Brigavam muitas vezes por coisinhas domésticas: o caso das goteiras que ele não resolvia, da torneira da pia que custou a arrumar... E depois sentavam-se juntos na sacada de casa e ficavam ali, olhando a lua e conversando por um longo tempo sobre coisas só deles. Num bilhete para o marido, já com 25 anos de união, Neda escreveu: “Ficarei rezando por ti junto de nossos filhos. Beijos da tua mulher. Neda.” Tempos depois, recuperado o bilhete, após “...tua mulher”, ela acrescentou: ”que te ama”. Neda nasceu em Araranguá, em 1934; Ernesto, em São José, em 1921, vindo para Araranguá em 1927. Foram casados por 44 anos. Ele faleceu em 24 de junho de 1997, ela, em 2 de dezembro de 2011. Suas cartas, suas fotos, suas memórias permanecem conosco. z
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