Jornaleco 520 janeiro 2020

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PANFLETO CULTURAL

TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

ANO 26 • Nº 520 • JANEIRO DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 06/01/2020 14h10 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC

Av. XV de Novembro - Centro - Em frente ao Futurão Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

ORION EDITORA

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Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil

UMA PUBLICAÇÃO

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

“Em Arroio do Silva será construído posto de salva-vidas em cimento armado” CORREIO DE ARARANGUÁ nº 259 – 04 de agosto de 1973 R ICARDO G RECHI

Os postos de salva-vidas anunciados no jornal ficaram prontos para o veraneio de 1974. Construídos à beira-mar, no centro do Arroio do Silva, logo se mostraram pouco funcionais, e acabaram ficando como monumentos, preservados até hoje. Pouco práticos para abrigar os guarda-vidas que tomam conta dos banhistas, aquelas estruturas arquitetônicas mais parecem obras de arte modernista homenageando a Maçonaria, que teve loja fundada em Araranguá um ano antes. Assim, conforme nos informou o Antônio Valter Hennemann Pacheco, com a letra G, que lhes é sagrada, o M de Maçonaria, e um compasso. Também o Vicenzo Berti esclareceu que o G é de “God” (Deus, em inglês), os pilares formam o compasso, e o apoio de baixo, o esquadro.

APOIO CULTURAL

Não sabemos quem projetou a obra, mas edições do Correio de Araranguá da época dão o crédito da execução ao secretário de Obras do então prefeito Lino Costa, Alírio Monteiro. Leia a seguir a publicação de duas opiniões opostas: a primeira, uma crítica maliciosa, marca a linha democrática do jornal, que permitiu tal manifestação; a segunda, do próprio redator, que elogia a obra.

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JORNALECO

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

CA nº 270 - 12 de janeiro de 1974

MONSTRINHO DO ARROIO “...um zero arredondado para o diretor de Turismo, quanto ao mau gosto daquela geringonça que passaram a chamar de salva-vidas na praia do Arroio. Santo Deus, que coisa mais extravagante. Francamente, até duvidamos que a ideia saísse da privilegiada mente do secretário Alírio Monteiro. E se a autoria daquela coisa é sua mesmo, então, me desculpe, mas você está doente. Pelo amor do deus Netuno, arranquem aquela monstruosidade pré-histórica”. Texto sem assinatura

DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA CORTESIA DOS ANUNCIANTES

A história de Pedro Carlos Espíndola é a história de Pedro e Flóscula. Não há como separá-los, como se percebe na autobiografia que Pedro escreveu. O livro Uma Eterna Aliança, lançado em novembro de 2006, abre e fecha com Pedro e Flóscula. Ambos nasceram na Volta Curta, em 1916; ela, 23 dias antes. O primeiro encontro deu-se quando ainda eram bebês.

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SALVA-VIDAS “Salva-vidas do Arroio do Silva, em franco contraste com o ambiente, é uma obra de arte. Linhas arrojadas, modernas, bem concebidas. Tem sido fotografado por turistas”. EGF

MONUMENTOS NA PRAIA Na foto, de 1975, em frente à

casa do Dr. Ângelo Lucion. O outro fica ao sul, pouco além do Edifício Sobre as Ondas. Quando foram construídos, entre um e outro era onde se aglomeravam os banhistas. Além dali o povo era pouco.

CASA NENA CANOAS / RS

ANO 26 • Nº 520

ENTREVISTA E TEXTO : RICARDO GRECHI

CA nº 287 - 1º de fevereiro de 1975

Ainda, sobre os salva-vidas, o Pedro Grechi conta que, entre a gurizada dos anos 70, o Sizinho dizia que as letras que se vê lá – M, A, G – seriam do seu nome, Moacir Antônio Gava, ao que o Gordo contestava, afirmando que eram de Marco Aurélio Grechi. O fato é que as peças se sacramentaram na história do Arroio.

ARARANGUÁ-SC JANEIRO 2020

Pedro e Flóscula para sempre

ARARANGUÁ / SC

osa, mãe de Flóscula, foi visitar sua prima Francisca, mãe de Pedro, que morava a menos de um quilômetro. As duas crianças foram postas lado a lado sobre uma cama. — Veja que casamento vai dar esses dois! — falou a mãe de Flóscula. — Que os anjos digam amém! — completou a mãe de Pedro. Mas só aos seis anos de idade é que a menina e o menino iriam se reencontrar. — Mãe, quem é aquele menino bonitinho que veio ali na venda? — perguntou Flóscula à sua mãe, que tinha o armazém com o marido Joca e balsa na Volta Curta. — Aquele menino é teu primo... — Por que então vocês nunca mostraram a gente um pro outro? Essa parte não está no livro, eu ouvi do Pedro. Diz que a mãe de Flóscula explicou que isso passara despercebido, embora morassem próximos lá na Volta Curta. Daí em diante, porém, os dois tornaram-se amigos inseparáveis: brincavam e

estudavam juntos, até os 14 anos. Um dia, Rosa perguntou à filha: — Flóscula, tu e Pedro são namorados? — Não sei, mãe. Vou falar com ele. Depois, junto ao Pedro: — Pedro, a mãe me fez uma pergunta que eu não soube responder: eu e tu somos namorados? — Acho que somos, né, Flóscula? Um dia, um tio do Pedro sugeriu ao garoto que ele se afastasse da Flóscula e procurasse conhecer outras moças. Pedro refletiu: “Acho que o tio João tem razão, daqui a pouco eu não consigo deixar da Flóscula e nós vamos acabar casando ainda crianças. Mas também se eu ficar pegando uma moça aqui, outra ali, eu perco a moral e não fico com mais ninguém. Como diziam os antigos: moço e moça que namoram muito são chamados de vassoura...”.

“Desbancando as rivais” Esse é o título do quarto capítulo do livro do Pedro. Ali, ele conta de suas primeiras namoradas depois que começou a frequentar os bailes, e conta como Flóscula o conquistou de volta tomando-o das outras. Pedro namorava a Ernestina. Num baile, Flóscula fez sinal para falar com Pedro. Ele pediu licença à namorada e foi até SEGUE NA PÁG. 2

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JORNALECO

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A luz elétrica na Volta Curta e os conselhos de Flóscula Pedro Carlos levou a luz elétrica para a Volta Curta, até sua casa, comprando e pagando todo o material necessário, como postes e fiação. Muita gente se beneficiou da melhoria. A Força e Luz disse ao Pedro que ele tinha agora que doar tudo aquilo, resultando daí que a manutenção ficava por conta deles. Pedro ficou espantado, afinal ele tinha ido até Porto Alegre comprar transformador e tudo mais. Foi falar com a Flóscula. — Eles têm razão, Pedro. Se acontecer algum problema eles é que vão ter que arrumar — falou Flóscula, sua sempre muito sensata conselheira.

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O amor não começa e termina do modo que pensamos. O amor é uma batalha, o amor é uma guerra; o amor é crescimento contínuo.

uplemento

Último tigre da Tasmânia: morreu no cativeiro em 1936

JAMES BALDWIN

DURANTE A HISTÓRIA NATURAL do nosso planeta, várias espécies surgiram e desapareceram. A lista abaixo apresenta um conjunto de animais que foram extintos em contato com o homem, em função de ações humanas, como caça predatória, destruição de matas e florestas, poluição, urbanização sem planejamento etc.

UMA LISTA DE ANIMAIS EXTINTOS PELO HOMEM ANIMAL / ÉPOCA DA EXTINÇÃO / ONDE FOI VISTO PELA ÚLTIMA VEZ

Pedro Carlos Espíndola nasceu em Araranguá, em 20 de outubro de 1916. Em 2006, publicou sua autobiografia. Foi casado com Flóscula Costa Espíndola de 1939 a 2001, quando enviuvou. Pedro faleceria no inverno de 2014.

Tigre da Tasmânia ou Lobo da Tasmânia ou Tilacino era um marsupial carnívoro, extinto há 83 anos, que viveu na Tasmânia, próximo a Austrália, no atual Holoceno. Era do tamanho de um “grande cachorro” com uma “cabeça de raposa” e a partir do meio do corpo até a cauda apresentava listras iguais às dos tigres, sendo os machos pouco maiores que as fêmeas, que possuíam uma bolsa, característica dos marsupiais. O Tigre da Tasmânia era um caçador solitário, caçando às vezes em pares. Seu método era escolher um animal, como um pequeno canguru, e então seguilo até cansá-lo, pulando então sobre ele e matando-o com suas fortes maxilas, as quais podiam atingir uma abertura angular de maxilares de 120 graus. O Tigre da Tasmânia ganhou fama de assassino de gado e ovelhas, fato este que nunca foi comprovado. Mas por causa desta fama, tanto os criadores de ovelhas como o próprio governo ofereciam uma boa recompensa em dinheiro pela sua captura. Então ele foi caçado impiedosamente de 1840 a 1909. Espécimes vivos apanhados em armadilhas eram logo comprados por zoológicos no exterior. Animais mortos eram “trocados” por recompensas financiadas pelo governo e, somando com o fato de a população de Tigres da Tasmânia ter sido reduzida por uma séria doença desconhecida, que devastou grande parte da vida selvagem da Tasmânia há muitos anos, sem dúvida o homem foi o maior responsável por sua dizimação. O Tigre da Tasmânia foi considerado oficialmente extinto quando o último espécime morreu em 7 de setembro de 1936, no zoológico de Hobart, Tasmânia, demonstrando a que ponto a irracionalidade humana pode chegar. www.avph.com.br

Uma semana depois, conta Pedro, caiu um temporal derrubando postes e queimando o transformador. A Força e Luz foi lá e consertou tudo por conta da empresa. Antes da energia elétrica, Pedro havia instalado um cata-vento para alimentar uma bateria, o suficiente para acender uma lâmpada por vez em casa e ligar o rádio. Depois instalou um gerador com motor a óleo. Ficaram uns quatro anos assim. Pedro era bastante engenhoso. O catavento e outras coisas ele mesmo é que se informava, aprendia como fazer e fazia. A despedida de Flóscula Nos anos 1960, Pedro e Flóscula construíram a casa no Morro dos Conventos. Veraneavam lá até que decidiram mudarse em definitivo. Viveram seus últimos dias juntos na praia. Na página 88 da autobiografia, Pedro escreveu: “Antes de falecer, ela me chamou no quarto e disse: ‘Pedro, já estou indo. Vou satisfeita e rindo. Fui uma pessoa feliz em toda minha vida, principalmente em nosso casamento. Agradeço a Deus e a você tudo que recebi. Fica com Deus, que já estou indo. Você, continue como sempre foi, Deus vai lhe aceitar como sempre foi’. Ela me abraçou, beijou-me e partiu, deixando-me em prantos e com muita saudade. Às cinco da manhã ela partiu, até hoje ainda sinto sua falta.” z Publicado no J.365 fev/2011 (atualizado)

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Emílio Neis, o primeiro dentista, e a fuga do Pedro “Eu tinha uns 16 anos, era um rapaz muito forte. O dentista, um italiano, não me aplicou anestesia, pegou o boticão e já foi pregando no dente, puxando com força e arrancando pedaço. Eu não aguentei e saí correndo. O dentista veio atrás de mim, me alcançou e me levou de volta para a cadeira no seu consultório. Aí me deu anestesia e terminou o serviço”.

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Criticar os outros é algo muito perigoso; nem tanto pelos erros que você pode cometer ao criticar, mas pelo fato de você poder estar revelando algumas verdades a seu respeito. HAROLD MEDINA

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APOIO CULTURAL

APOIO CULTURAL

Conversando com Pedro Carlos Espíndola Era a tarde de 28 de dezembro do verão de 2010 e fazia sol. Fui ver o Pedro Carlos em sua residência no balneário Morro dos Conventos, onde ele morava há cerca de

20 anos. Eu o havia conhecido através do Evandro da academia Extreme, onde Pedro fazia musculação. Ele tinha 94 anos e já fazia musculação há 22 anos, começando na academia Ativa, com a Bárbara. Conversamos bastante tempo. Pedro me contou sua história de vida, quase tudo o que eu havia lido na sua autobiografia e me havia emocionado. O livro narra como o casal se conheceu, namorou e casou, seu dia a dia, os negócios na lavoura, os melhoramentos na casa da família que constituíram com seus dez filhos. Mas ouvir direto do Pedro suas memórias do casamento com Flóscula teve outro sabor. A relação com Flóscula é o tema central do livro que Pedro escreveu. Enquanto narra em flashback seu envolvimento e crescente interesse romântico com a amiga de infância e companheira por toda a vida, vão desfilando costumes de várias épocas, tudo encenado no Araranguá dos anos 1920 até nossos dias, quando Pedro e Flóscula trocaram o campo pela praia, onde passaram seus últimos tempos juntos, até o falecimento da mulher, em 2001.

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Flóscula, que o convidou pra dançar. A determinada garota foi além, e tratou com Pedro que ela seria sua namorada dali pra frente, e seria a única. — Mas e a Ernestina? — perguntou Pedro. — É bom eu ir falar com ela. — Não, deixa que eu falo com ela... Flóscula foi até a rival e beijou-a no rosto. — Esse é o beijo de Judas? — inquiriu Ernestina. — Não — arremeteu Flóscula —, esse é um beijo de respeito. E seguiu explicando à Ernestina que era namorada a mais tempo do Pedro e que, portanto, tinha mais direito. Outro dia, Flóscula falou pro Pedro: — Descobri que estás louco por mim... — Pois é, então somos dois loucos, tu por mim e eu por ti. O que tua mãe acha disso? — Ela disse que é uma pena, porque somos primos, até chorou, mas já tá tudo resolvido. Eu falei com o Padre Antônio e ele disse que não tinha problema, que era só pedir autorização pro Bispo. Pedro lembra com orgulho que o padre Antônio Luiz Dias, vigário da Paróquia Na. Sra. Mãe dos Homens, em Araranguá de 1915 a 1938, batizou-o, crismou-o, casou-o e batizou seu primeiro filho. Flóscula Costa escolheu Pedro Espíndola por gostar dele e por saber que ele era um rapaz trabalhador e sem vícios. E, pragmática como era, ainda escolheu o rapaz por ele saber lidar com lavoura. Em 1939 casaram, e viveram mais de 60 anos juntos. Tiveram dez filhos: Vânio, Volnei, Zali, Zeli, Zélia, João Carlos, Maria das Graças, Rosa Maria, Adriana e Reginaldo. Pedro assumiu com Flóscula os negócios da sogra, dona Rosa, uma mulher pioneira a prosperar nos negócios na ausência do marido, como agricultora e comerciante. Tocou um armazém e uma balsa de grande porte na Volta Curta, e teve barco cargueiro para transportar mercadorias que comprava na região, como farinha de mandioca, milho, açúcar e feijão, e vendia e levava até Laguna e Imbituba.

RG

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Águia de Haast Auroque Pássaro Dodo Dugongo de Steller Leão do Cabo Palanca Azul Pato do Labrador Periquito da Carolina Quagga Lobo de Ezo Raposa das Falkland Tarpan Urso do Atlas Vison Marinho Urso Gigante de Kamchatka Onça do Arizona Caribu Anão Lobo de Honshu Wapiti de Merriam Pombo Passageiro Leão do Atlas Bisão Caucasiano Galinha do Mato Tigre da Tasmânia Tigre de Bali Cervo de Schomburgk Avestruz Árabe Rã Pintada da Palestina Tigre do Cáspio Tigre de Java Ibex dos Pirineus

séc. XVI séc. XVII 1693 1768 1865 séc. XIX séc. XX séc. XX 1883 1889 1876 séc. XIX 1844 1894 1920 1905 1908 1905 1906 1914 1922 1927 1932 1936 1937 1938 1942 1955 1980 1988 2000

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá

POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180

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10 hábitos para adotar no novo ano Sair do sedentarismo Deixe a desculpa da falta de tempo de lado e comece o ano reservando um período para fazer atividades físicas. Nem é preciso correr para se matricular na academia, comece aos poucos. Que tal estacionar o carro mais longe e andar um pouco mais para o trabalho? Ou subir alguns andares de escada em vez de tomar o elevador? Lembre disso: apenas 30 minutos de atividades separam os sedentários dos ativos.

Ir ao médico Osteoporose, hepatite C, tireoidite e outras doenças conhecidas como silenciosas vão comprometendo a saúde aos poucos. Por não apresentarem sintomas, essas condições não são percebidas no dia a dia e só são identificadas por meio de um check-up com um especialista. Por isso, os médicos recomendam passar em um clínico geral uma vez por ano, pelo menos, para medir a pressão e fazer exames laboratoriais.

Tomar sol

APOIO CULTURAL

A vitamina D é essencial na prevenção e no tratamento de uma série de doenças. Exposição curta – apenas 15 minutos – e sem protetor solar, nos horários recomendados pelos médicos (antes das 10h e depois das 15h), deve fazer parte de uma rotina saudável. Passados os 15 minutos recomendados, no entanto, o uso de proteção solar continua obrigatório. Os médicos recomendam também não se expor ao sol forte, principalmente no horário do meiodia.

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Aprender a dizer não Dizer sim para tudo e todos parece a saída mais fácil, mas nem sempre é aquela que nos deixará mais confortável. Dizer não vai evitar que você se sinta sobrecarregado e insatisfeito com as decisões que vem tomando. Escute primeiro os seus próprios desejos antes de dizer sim aos pedidos dos outros.

Mais legumes, menos gordura A obesidade é a epidemia mais perigosa que o mundo vem enfrentando. Origem de doenças como a síndrome metabólica, o diabetes e a hipertensão, ela deve ser combatida com exercício e dieta. Uma alimentação saudável é peça chave para manter o peso sob controle. E por aí passa uma alimentação com pouca gordura, e rica em legumes, verduras e carnes de peixe ou frango.

Relaxar Celular, telefone, internet, televisão, jornal. Deixe tudo de lado por uns instantes e tente relaxar. Você pode simplesmente deitar na cama e ouvir uma música que acalma ou passar alguns minutos olhando uma paisagem bonita. Respirar fundo também é um exercício simples que ajuda a relaxar – e pode ser feito em qualquer lugar. O estresse potencializa uma série de doenças, portanto, deixe-o longe da sua vida.

Tirar um tempo para si Com a atribulada rotina das grandes cidades, fica difícil separar um tempo para cuidar de você mesmo. E não estamos falando só de cortar o cabelo, cuidar das unhas ou da pele. É preciso tempo para olhar para os próprios anseios, fazer planos para o futuro e pensar de que forma se está aproveitando a vida.

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net

Trocar o refinado por integral Essa mudança simples pode fazer a diferença na hora de manter o peso e de garantir a saúde. Comer grãos integrais reduz a gordura ruim ao coração. Os alimentos com fibras deixam a pessoa saciada por mais tempo porque demoram mais do que os refinados para serem digeridos.

Tomar mais água Hidratar-se corretamente faz o organismo funcionar direito e afasta possíveis problemas como cálculo renal, rinite, entre outros. No verão, por conta do suor, é preciso maior hidratação, portanto, reforce o consumo de água e sucos.

Fazer as pazes consigo Não se culpe, não se cobre, não se reprima. Ser autoindulgente é o primeiro passo para encarar os obstáculos da vida sem criar rancor por si mesmo. Acolha somente as críticas construtivas – saiba que ser responsável é, muitas vezes, voltar atrás – e cultive a autoestima. SAUDE.IG.COM.BR/alimentacao-bemestar

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Seu Cláudio da União ○

temente: “Hoje, qualquer pé-rapado pode comprar um automóvel”. Inclua-me nesse rol dos que, não tendo grana, possui um “pé de borracha”. Antigamente, todo mundo andava, mesmo, era de ônibus; em viagens longas, pois, para pequenos trechos, o jeito era ir a pé. Tenho algumas lembranças dos meus tempos de coletivo, como, por exemplo, quando em 1956 viajei, com minha mãe, de Criciúma a Porto Alegre. Eu tinha sete aninhos de vida e mal começara meus estudos no primário. Foi pelo mês de outubro. O trajeto mostrou-se muito difícil, com estradas estreitas, enlameadas, esburacadas... Muito ruins. Asfalto, mesmo, só um pequeníssimo trecho de Gravataí até a capital gaúcha. Nesse dia tomamos o ônibus (“Gostosão”, com degraus para se subir ao segundo plano e geladeira com CocaCola à vontade). Começamos nossa via crucis lá pelas seis horas da manhã – ainda escuro – e chegamos ao destino, sãos e salvos, no outro dia ao meio-dia. Aqui em Araranguá, o “Gostosão” quase caiu da balsa, na Barranca, com todo mundo dentro, pois ainda não havia ponte nem a BR-101. Fomos até o Arroio do Silva e de lá até Torres, numa viagem “tranquila”. Não atolamos nesse trajeto, mas só chegamos ao Hotel Farol perto da meia-noite. Saímos de madrugadinha e o trajeto gaúcho era muito mais “bem conservado”, tanto que, ao meio-dia, já estávamos almoçando no destino final. A viagem de volta não foi assim tão tranquila. No meio do caminho, o ônibus atolou na estrada e tiveram que engatar duas juntas de bois para desatolá-lo. Em Terra de Areia, a roda direita traseira do “Gostosão”

“Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier.” PROVÉRBIO CHINÊS

z Que tal começar o ano com novas atitudes? Selecionamos dez bons hábitos que vão trazer mais saúde e bem-estar

Como disse um jornalista, recen-

Centro de Reabilitação

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saiu do eixo e amargamos uma longa espera. Havia só uma “bodeguinha” na beira da estrada e o que tinha para se comer não deu nem “pra tapar os buracos dos dentes”. Agora o seu Cláudio, o motorista da União. Ele fazia o trajeto, todos os dias, de Praia Grande até Araranguá; ida e volta. Era muito brincalhão com os passageiros, porém, quando irritado era um terror. Seu Cláudio tinha o que chamamos de “pé de chumbo” (pisava fundo) e o trajeto era uma estradinha muito estreita, revestida de cascalhos de cachoeira. Seu Cláudio pisava fundo e o busão pulava que nem cabrito e nós sacudíamos e pulávamos como pipocas em panelas quentes. Houve um fato muito curioso ocorrido com o nosso herói. Não sei por que “cargas d’água” seu Cláudio já entrou em seu ônibus, na rodoviária de Araranguá, de “ovo virado”. Aliado a isso, um caboclo comprara uma passagem em Jacinto Machado e pretendia desembarcar antes da comunidade de Dois Irmãos (logo em seguida, há uma pequena serrinha, antes de Tenente). O ônibus “voava baixo”, estrada afora (estreitíssima), por conta da irritação do motorista. De repente, um grito trovejou: — Para esse ônibus, motorista! Para esse ônibus, motorista! Foi um susto. Quando seu Cláudio conseguiu frear totalmente, sua condução já havia passado por umas duas paradas. O caboclo comprara a passagem para duas paradas atrás e o motorista deveria saber disso, pois constava no bilhete. Ele queria a todo custo que seu Cláudio voltasse até lá. Não foi fácil a peleja. O resto da viagem nós pagamos todos os

pecados com o ônibus “voando” até Praia Grande, inclusive na serrinha do Tenente. Cada curva que o ônibus fazia nos jogava de um lado a outro; por sorte estávamos todos sentados em nossos bancos de passageiros. Por falar em serrinha, havia outro motorista de ônibus também “pé pesado”. O cara corria...! Devoto fervoroso e inconteste de São Jorge, trazia o santo e seu cavalo sempre exposto no painel do ônibus. Certo dia, descendo uma serrinha curta, mas acentuada, o motorista “meteu” o pé no acelerador. Os passageiros, incomodados, gritaram: — Ô, motorista! Baixa um pouco essa velocidade! E o motorista... nada. O ônibus correndo adoidado. — Diminua, motorista! E o motorista: — Deixa comigo, que sou devoto de São Jorge! Assim foi se desenvolvendo: motorista acelerando, passageiros reclamando, o ônibus correndo. Lá pelas tantas, percebendo que havia extrapolado sua cota de arrojado condutor, o motorista resolve frear um pouco sua condução. Mas cadê os freios?! Tentou novamente e nada. Agora, assustado, foi pedir socorro ao santo. Quando levantou sua mão em direção ao protetor... “Ajude, meu São Jorge”... estava ali só o cavalo: o santo já tinha se escafedido há horas! Seu Cláudio atuou por muitos anos na Empresa União de Transportes, na época, sediada em Praia Grande. Ele era uma espécie de ícone vivo entre nós, usuários de Praia Grande, Tenente, Jacinto Machado, Ermo e pequenas paradas no trajeto entre os dois pontos finais. z

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Lá pelos anos 70, 80, quando gaúchos lotavam as praias do Morro dos Conventos e do Arroio do Silva durante o verão, corria entre nós uma ideia espirituosa e ingênua de que Araranguá deveria fazer parte do Rio Grande do Sul, afinal a impressão que se tinha é que o estado vizinho valorizava mais nossa terra do que os próprios catarinenses. Mas essa ideia, como um dia nos informou Artur Bertoncini, já havia sido aventada na Câmara Municipal, no decorrer dos anos 1940. E Artur, vereador à época, fora determinantemente contra.

1947

Dicionário de humor infantil

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perde sempre. 3 Relâmpago é um barulho rabiscando o céu. 3 Palhaço é um homem todo pintado de piadas. 3 Sono é saudade de dormir. 3 Arco-íris é uma ponte de vento. 3 Deserto é uma floresta sem árvores. 3 Felicidade é uma palavra que tem música. 3 Rede é uma porção de buracos amarrados com barbante. 3 Vento é ar com muita pressa. 3 Cobra é um bicho que só tem rabo. 3 Helicóptero é um carro com ventilador em cima. 3 Esperança é um pedaço da gente que sabe que vai dar certo. 3 Alegria é um palhacinho no coração da gente. 3 Avestruz é a girafa dos passarinhos. 3 Calcanhar é o queixo do pé. 3 Chope é o refrigerante de adulto.

Mapa: Oscar Schmidt, 1939

Fala à reportagem do “Jornal do Dia” o vereador Artur Bertoncini, daquela cidade — O povo de Araranguá jamais pensou nessa vilania e traição ao seu estado, declara o vereador araranguaense

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POPULAÇÃO TOTAL DO RS EM 1890: 872.732

Ô, Zé

(FONTE: ALMANAQUE 1895, PELOTAS)

A capa do Jornaleco de dezembro

Que bela ideia estampada na capa do Jornaleco de dezembro! Baita homenagem a grandes figuras dessa cidade. Afinal, com quantos Zés se faz uma Araranguá? Garanto que ninguém sabe ao certo, afinal muitos Zés ainda estão por aí e outros virão. Mas o Jornaleco deixa registrado parte importante dessa etimologia araranguaense atualizada. Zés temos aos montes e temos também aqueles que não nos deixam esquecê-los. Salvador Gomes (via e-mail) JANEIRO 2020

Salvador Gomes é araranguaense, trabalha na UFSC, atualmente na Coordenadoria das Fortalezas, que administra três fortificações na região de Florianópolis.

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Porto Alegre: 26.352; 25.834 (total: 52.186) – Outros municípios com população acima de 22 mil: Pelotas: 37.256; Bento Gonçalves: 31.902; Lagoa Vermelha: 23.871; Cachoeira: 23.069; Rio Grande: 22.944; São Leopoldo: 22.826; Estrela: 22.762; Bagé: 22.039.

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População do Rio Grande do Sul em 1890

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dimentos que o forasteiro observa, quando chega a Araranguá — prossegue — se destacam os seguintes: — “Um modelar e confortável prédio escolar com a capacidade para uns 600 alunos mais ou menos, independentemente de várias e moderníssimas construções que perfazem um total bastante notável embelezando as principais artérias da cidade. Em 1947, todo o território abaixo de Criciúma até a — “Não ficaram, porém, divisa com o Rio Grande do Sul pertencia a Araranguá só nisso as grandes iniciativas dos dirigentes da comuna, porquanto ainda há bem ranguá, povo heroico, brioso e altaneipouco tempo foi erigido ali um prédio ro, que em 1930 soube levantar-se ao destinado ao presídio que, sem nenhum lado de outros Estados da União, para favor, é um dos mais modernos e depor o governo Washington, jamais eficientes. Foi ideada, projetada e está pensou nessa vilania e traição ao Estaem uso uma estrada maravilhosamente do que a agasalhou desde a sua fundacortada, que sai de Araranguá a Praia ção. Esta punhalada traiçoeira a Santa Grande, indo limitar com o município Catarina devia ser relegada, porque um de Torres, no Rio Grande do Sul, e ainda povo consciente de seus deveres pátrios a estrada que, saindo de Ermo, corta a e humanos não poderia aceitar a malfaSerra Marítima e vai findar no municí- dada pretensão da anexação. — “Sou fervoroso admirador do Rio pio de Bom Jesus, naquele Estado vizinho, portanto ligando mais uma vez Grande do Sul, Estado que considero um o Estado de Santa Catarina ao povo povo sóbrio e compreensivo e, tanto gaúcho. Destacamos ainda as Escolas prova, que nunca teve aquela pretensão, Rurais em Mato Alto, Sanga da Toca, nem mesmo durante o período discriMorro Chato, Santa Rosa, campo expe- cionário, durante o qual tinha a faca e o rimental e dois grupos escolares em queijo na mão”. Finalizando a sua palestra, o sr. BerJacinto Machado e Sombrio, este ainda toncini, assim se expressou: em fase de construção”. — “Pois é, seu repórter, já que você Voltando o sr. Bertoncini a insistir em suas assertivas anteriores, disse- me descobriu aqui, e veio me pedir para nos ainda: — “É lamentável a pretensão lhe dizer algo sobre a anexação, não se z dos adeptos da anexação, porque Ara- esqueça: Diga que sou do contra...”.

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3 Paciência é uma coisa que mamãe

A questão da anexação de Araranguá ao Rio Grande do Sul

Não é a primeira vez que a imprensa local se ocupa em páginas de reportagens e entrevistas várias sobre a propalada questão da anexação de Araranguá, do Estado de Santa Catarina, ao Rio Grande ao Sul. Muita celeuma se levantou e muita gente opinou sobre o assunto. Até o presente momento, entretanto, nós ainda nada tínhamos informado sobre o caso. Estando hospedado num dos hotéis da Capital o sr. Artur Bertoncini, que na cidade de Araranguá é vereador pelo PSD, além de sócio da Sociedade Hahn Wendhausen & Cia. Ltda., Granja São Gabriel e Fábrica de Café Bertoncini, naquela cidade. Inicialmente o sr. Bertoncini assim se expressou: — “Saiba, sr. repórter, que eu pessoalmente sou contra a anexação. Sou contrário, porque acho que não traz nenhum brilho a Santa Catarina a anexação de Araranguá ao Rio Grande do Sul e esta minha opinião é também a da maioria do município. — “Reconheço que o Rio Grande do Sul é um grande Estado e um grande povo e seria mesmo uma honra se fôssemos anexados a ele, mas as razões para tal apresentadas são cheias de falhas, porque — esclarece —, antes de 1930, Araranguá era uma comuna que vivia nas trevas e que desta data até agora, especialmente no período de governo do sr. Nereu Ramos, houve um surto de progresso tão expressivo que não justifica o documento apresentado à Câmara por um vereador local. — “Entre os grandes empreen-

C ATA D O S N A I N T E R N E T

Algumas das definições espontâneas e achados poéticos de crianças entre 3 e 11 anos de idade, compilados por Pedro Bloch (Ediouro, 1998)

A questão da anexação de Araranguá ao Rio Grande do Sul

MATÉRIA PUBLICADA EM 1947 EM UM JORNAL RIOGRANDENSE

C L A S S I F I C A D O S

Arlete Zanerippe Busco? Em vão O ir? Se perdeu Em tudo ilusão Nada floresceu Sementes na terra Crenças desditas Nada se encerra Voltei...

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O caso dum tal Zé Pereira, serrano valentão, morto pelo garoto Reduzino Pitoco numa briga de bar, em Volta Grande, uns cem anos atrás

ANO VII - JANEIRO E FEVEREIRO DE 1967

FATOS DA CIDADE

AGÊNCIA RBS

n Calçamento da av. Rui Barbosa vai a todo vapor. Dizem os empreiteiros que dentro de mais 60 dias, no máximo, entregarão a obra. E que obra! Serviço bem feito. Justamente, agora, veio demonstrar a competência dos elementos do DNER, que fizeram um levantamento perfeito. NJ: A edição de 31 de março de 1967 anunciará na capa: “Inaugurada oficialmente a Av. Rui Barbosa”, artigo que reproduziremos no próximo JORNALECO. n O movimento de turistas ainda não alcançou o ponto desejado. Não começaram a surgir os grandes ônibus de excursões. Isso, naturalmente, dever-se ao pavoroso estado das rodovias. Nesse pavoroso estado, inclui-se a BR-101. Daqui a Florianópolis é um pavor. Dizem que um trecho de Osório a Torres está tão ruim, que o automobilista deixa seu carro na primeira cidade e apanha uma carona até a segunda. E a dizer que é uma das mais importantes rodovias do País, relegada a secundários planos. São os técnicos... n No Arroio do Silva, Paulista construiu um restaurante bem apresentável. Conta com magnífica vista para o mar. n Morro dos Conventos, como “aperitivo”, tem recebido muitos turistas do Uruguai. n Oberdan, o craque catarinense, que formou no selecionado brasileiro e pertenceu por muitos anos ao Santos, visitou a cidade. Ele é cunhado do Dr. Norberto da Costa Baracui, engenheiro do Posto Agropecuário. CA 150 15/01/1967 NJ: Oberdan Vilain (Florianópolis, 1945), zagueiro técnico, iniciou a carreira em 1963 no Coritiba, transferindo-se em 1965 para o Santos de Pelé. Em 1975 voltou ao Coritiba, e em 1977 foi para o Grêmio, sendo campeão gaúcho daquele ano, lá aposentando-se em 1978.

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O curió campeão do Eroni e o curió no dedo do Getúlio Bidé Está crescendo o número de aficcionados [criadores] dos curiós, um esporte que vem empolgando aqueles que se dedicam à criação de pássaros canoros em todo o País. Ainda há pouco, em São Paulo, um pássaro dessa natureza conseguiu alcançar o valor de três milhões de cruzeiros. Esse curió milionário procedia de Santa Catarina. Em Brasília, o campeão do canto alcançou a elevada soma de quatro milhões de cruzeiros. Em Araranguá, o campeão se encontra nas mãos do Dr. Eroni Gomes, que segundo seu tratador, consegue ultrapassar o tempo de canto do campeão brasileiro. O curió do Dr. Eroni lhe custou apenas cem mil cruzeiros. E por falar em curió, o Getúlio Bidé viajava para o Rio Grande levando consigo uma gaiola e dentro dela um curió. Quando da passagem da balsa do Mampituba, os fiscais não permitiram que o pássaro fosse transportado para o outro lado sem pagar impostos. Getúlio não se intimidou. Resolveu simplesmente soltar o passarinho. Atravessou a balsa somente com a gaiola vazia nas mãos. Mas quando chegou do outro lado, pouco depois, o curió já estava dobrando muito contente em seu dedo. Getúlio apenas acenou para os guardas. Assim são os bons curiós. CA 151 04/02/1967 NJ: Naquele tempo, a cultura do passarinho preso não respeitava nenhuma espécie, incluindo o curió, tanto, que diversas espécies de pássaros silvestres estiveram à beira da extinção até a proibição da caça e fiscalização da Polícia Ambiental. Os canários-da-telha, por exemplo, que estavam desaparecidos devido à caça, hoje enchem a cidade com seu canto e belo colorido. “Oberdan, em sua chegada a Porto Alegre, mostrou a virtude de um capitão. Anunciou que anularia Escurinho, personagem principal do rival. O zagueiro ergueu a taça da conquista, encerrando o período de oito anos de domínio vermelho” (GaúchaZH). Comandado por Telê Santana, o Grêmio conquistou o campeonato gaúcho de futebol de 1977, no Estádio Olímpico, com uma vitória de 1x0, gol de André aos 42/1º t (Tarciso tinha perdido pênalti aos 25min). FOTO: de pé: Eurico, Vítor Hugo, Corbo, Oberdan, Ladinho e Cassiá; agach.: Tarciso, Tadeu Ricci, André Catimba, Iúra e Éder (s Vilson e Alcindo).O Inter jogou com: Benitez, Beretta, Marinho, Gardel, Vacaria, Caçapava, Batista, Escurinho, Valdomiro, Luisinho e Santos (s Jair e Dario); técnico: Carlos Gainete. Tempos em que os maiores jogadores brasileiros, a maioria dos melhores do mundo, jogavam todos no Brasil, condição que começaria a se diluir a partir na segunda metade dos anos 80. RG

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DALL’ALBA, Pe. João Leonir. Histórias do Grande Araranguá. Araranguá: Orion, 1997. [P. 173-74]

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

JANEIRO 2020

NA VOLTA GRANDE [que hoje se chama Jacinto Machado], moravam duas grandes famílias. Lá ou era Pinto ou era Borges. E as duas faIlustração: Ricardo Grechi mílias não se davam. Brigavam e se matavam de vez em num dos irmãozinhos e a mãe quando. Mas houve uma morte manda ele até a venda, na Volta que não foi dentro daquelas leis de Grande, pra comprar um vidrinho sempre. de óleo de rícino e umas folhas de Foi assim. Muitos serranos, com sena pra fazer um purgante. O grandes tropas, vinham pra Volta menino foi. Montou a cavalo e foi. Grande comerciar com os negociA bem dizer, não tinha arma neantes e com os colonos, diretamen- nhuma, mas tinha uma faquinha te. Entre os fazendeiros donos de bem afiada, mais pra cortar cipó tropas, havia um tal de Zé Pereira. pra arapuca do que pra defesa. Mas Vinha, vendia, comprava, trocava. aquilo no bolso sempre dava uma Aí mandava de volta os peões e coragenzinha a mais. ficava dias e dias aqui, vivendo Chegou na venda. Estava cholargado. E bebia e exigia, e des- vendo. Além do bodegueiro, só harespeitava famílias. Um valentão via esse tal serrano encostado no que todos temiam. balcão, bebendo umas cachaças, Tinha o Reduzino Pitoco, um sozinho, porque os homens do lugar rapazinho, filho de caboclo pobre, tinham medo dele. aí das redondezas. Mas não devia O Reduzino Pitoco entrou. Comter muito medo, porque, bem no prou o rícino e a sena. anoitecer, dá uma dor de barriga — Escuta aqui, rapaz, onde tá o

teu pai? — Não tenho pai, não, senhor! — Ah, mas então toma uma caninha comigo... — Não, senhor, eu não bebo... — Tu bebe, se não te taco no zolho! — Não, senhor, não! — Taco porque taco, pra tu ficá hômi! Quando ele levantou o copo de cachaça, o Reduzino atirou-se nele com a faquinha. Abriu aquele talho, da boca do estômago até embaixo. Caiu a buchada. A polícia foi lá. Trouxeram o Reduzino Pitoco. Ele ficou uns 15 dias na casa do juiz. Depois, foi mandado pra casa. Muitos anos depois, mudou-se e veio morar na Barranca. Um dia ele apareceu na minha serraria. — Ô, seu Reduzino, apeia! — Vem cá, tu me conhece?! — Conheço desde criança, pois todos falavam do senhor, o menino que matou o mais valente dos serranos, o Zé Pereira... — É, mas eu nem quero falar disso. Eu me arrepio todo! Eu era guri. Fiquei com medo dele. Ele teria me sovado, era o maior perigo do mundo. Um Lampião!

j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)

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Celestídio Emerim, com 79 anos de idade em 1986, conta o fato ao padre João Leonir Dall’Alba, que grava e redige o texto para publicação no livro Histórias do Grande Araranguá

Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy


Ficamos tristes por que há menos serotonina, ou há menos serotonina por que ficamos tristes? ○

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sobre a condição trágica e cômica de nossos assuntos humanos) e SINTOMA (como privação de liberdade e realização simbólica de um desejo recalcado).

são é realmente a diminuição da recaptação de serotonina no interior dos neurônios, ou esta é apenas uma descrição do processo?

Dimensões que se cruzam, mas não creio que seja a mesma reflexão ética em cada caso, logo não deveriam exprimir a mesma ambição clínica. Quando perdemos a linha divisória entre sintoma e sofrimento, ou entre sofrimento e mal-estar, acabamos como Simão Bacamarte, o personagem de Machado de Assis (O Alienista) que termina internando toda a cidade no asilo do qual só ele tinha a chave.

izer que existe uma coocorrência entre desequilíbrio neuroquímico e depressão não autoriza atribuir a esse desequilíbrio uma função causal. Ou seja, ficamos tristes por que há menos serotonina, ou há menos serotonina por que ficamos tristes? O que causa a depres-

Descobertas sobre neuroplasticidade cerebral, estudos com métodos derivados da neuroimagem e pesquisas comparativas sobre a eficácia de tratamentos psicoterápicos insistem no caráter reversível da equação depressiva. O problema não está em mostrar que a depressão é reversível por meio de intervenções no cérebro, mas em mostrar por que ela também é reversível por meio de inúmeras outras práticas não químicas (psicoterapêuticas, narrativas, experienciais). Hipóteses serotoninérgicas e similares são descritivas, não causais ou etiológicas.

DISTINÇÃO ÉTICA Dizer que a depressão é uma doença tratável não implica endossar a disciplina higienista, a medicalização massiva e a recusa do detalhamento diagnóstico. A depressão pode ser comparada com a febre. Acontece em vários quadros e significa coisas distintas em situações clínicas distintas. Assim como a febre pode ser contida por antitérmico, a depressão pode ser contida por antidepressivo. É uma temeridade pensar que, se a depressão é um transtorno ou uma doença, então ela deve ser erradicada, pois é algo supérfluo que pode ser tirado sem consequências. Assim como não se pode continuar a dizer que o sofrimento salva e redime, não se pode dizer que uma vida sem sofrimento seria uma vida feliz e que o sofrimento exprime um tipo de fracasso moral ou déficit químico que temos de eliminar. Há uma distinção ética a fazer entre SOFRIMENTO (como categoria moral, que contém uma história, que forma vínculos que unem ou separam pessoas), MAL-ESTAR (como posição existencial

Todo sintoma exprime um trabalho subjetivo. Além de um problema, exprime uma forma de “solução” criada pelo paciente. Suprimir isso pode ter consequências. Todo medicamento só é eficaz porque realiza “por outras vias” um trabalho ou função que o organismo ou o sujeito pode fazer em condições normais. Ao introduzir o medicamento sem fornecer meios para que o sujeito recupere a possibilidade de realizar esse trabalho, produzimos uma espécie de “efeito colateral”, uma “atrofia” das já debilitadas funções psicológicas

requeridas para realizar tanto o trabalho positivo da depressão (como força de reparação e integração) como o trabalho negativo da depressão (distanciamento da experiência e redução da capacidade de satisfação).

DESACORDO DIAGNÓSTICO Entre psicanálise e psiquiatria há um desacordo diagnóstico e um relativo consenso semiológico sobre a depressão. Por isso a psicanálise não

distingue a depressão apenas por sua apresentação típica ou atípica, grave ou moderada, como uma patologia ou transtorno localizado do humor. Todavia, assim como a psiquiatria, a psicanálise considera três grupos distintos de depressão:

aquelas que parecem reagir a uma experiência isolável, aquelas que atuam de forma crônica em vínculos intersubjetivos de reconhecimento e aquelas que afetam uma condição ou posição básica e permanente da subjetividade.

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o sujeito exagera, intensifica ou prolonga a resposta esperada para a perda, ausência ou indisponibilidade de algo ou alguém. Encontramos aqui os mesmos sinais do luto: tristeza, idealização da perda, lentificação da fala, culpa por ter sobrevivido, dificuldade de começar de novo, memória ruminante sobre a perda, indignação, impaciência e irritabilidade contra aqueles que não estão no mesmo “momento pessimista”. O traço fundamental aqui é a dor de existir. Vivida no corpo, no impedimento do sono e da alimentação, essa dor tira a “graça da vida”. Há depressões cujo modelo é a CRISE NARCÍSICA. Nelas ocorre uma

pane do sistema sociossimbólico de reconhecimento subjetivo do desejo. Ao não reconhecer seu próprio desejo, o sujeito não sabe mais se está indo a favor ou contra seus propósitos. Ele interpreta adversidades como sinal e permissão para a desistência. Os triunfos são sentidos como derrotas e as realizações, como sinais de insuficiência (perfeccionismo). Isso pode fazer com que o deprimido desista de fazer seu desejo reconhecido. Isso ocorre de forma circular. A falta de dedicação aos sonhos e projetos leva a decepções que confirmam a insuficiência e a impotência, reduzindo a autoestima.

Podemos aproximar o modelo psicanalítico da depressão baseada no luto patológico da depressão episódica ou reativa; a depressão narcísica poderia traduzir-se no transtorno distímico e no episódio depressivo maior; finalmente, a depressão estrutural evocaria a depressão melancólica e o transtorno bipolar. SEGUE NA PÁG. 7

Na verdade, não se trata apenas de um estudo isolado que mostrou isso, mas um tipo de pesquisa conhecido como metaanálise, uma análise de centenas ou milhares de pesquisas tomadas em conjunto comparativo (Leichsenring, F.; Rabung, S. Effectiveness of Longterm Psychodynamic Psychoterapy. Journal of American Medical Association, October, 1, v. 300, n. 13, 2008).

depressão mais leves a psicanálise, sem uso de medicação, apresenta melhor resultado do que a psicanálise associada com medicação.

ANTIDEPRESSIVOS E INEXISTÊNCIA DA CURA Isso põe em questão o conceito de cura atinente à depressão. Se entendermos por cura a completa erradicação do mal, sua exclusão permanente e indelével, em todos os tipos e modalidades, espero sinceramente que nunca encontremos a cura para a depressão. Poderíamos nos tornar mais saudáveis, mas seríamos certamente menos interessantes. Se restringirmos a noção de cura ao controle do exagero, à recuperação da autonomia e à melhor orientação na vida desejante, posso dizer que a depressão tem cura. A depressão deve ser tratada com todos os recursos de que dispomos: psicoterápicos, psicanalíticos, farmacológicos, laborterápicos, nutricionais, e assim por diante.

O terceiro tipo de depressão refere-se à capacidade psíquica de reconstituir objetos e reparar laços. Em

alguns casos essa posição fracassa sistematicamente e então não estamos mais diante de um sintoma ou um diagnóstico de segunda, mas de um quadro clínico dotado de maior autonomia diagnóstica. Fala-se aqui, com restrições, em depressão estrutural. Ela estaria ligada a certas experiências primárias marcadas pela antecipação. No conjunto a depressão não deve ser confundida com a síndrome composta por tais signos, pois ela não é só luto e nem apenas crise narcísica ou impossibilidade de posição, mas exageração, intensificação e prolongamento de um funcionamento psíquico.

recente mostrou que a psicanálise apresenta resultados mais consistentes e mais persistentes.

É possível que o antigo consenso apontasse para a maior aptidão da psicoterapia cognitivo-comportamental em conjugar-se ao método psiquiátrico de verificação de resultados. Essa mesma meta-análise trouxe um resultado difícil de interpretar. Em alguns tipos de

Quanto ao uso da medicação, há algum tempo firmou-se o consenso de que o melhor tratamento para a depressão, excluindo-se o tipo bipolar, é a estratégia combinada de antidepressivos, psicoterapia e atividades complementares. A modalidade mais indicada seria a psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC). Contudo, um estudo

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REVISTA CULT N º

Há depressões cujo modelo de formação é o LUTO PATOLÓGICO. Nelas

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C HRISTIAN I NGO L ENZ D UNKER |

Mas o problema não é só de ajuste de nomenclaturas. As boas descrições, psiquiátricas ou psicanalíticas, são feitas tendo em vista estratégias de intervenção e transformação. Elas não são o neutro reflexo das coisas como tais, mas descrições ajustadas e intencionadas conforme fins terapêuticos que lhes são próprios.

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O urso-polar e a baleia

OS TRÊS TIPOS DE DEPRESSÃO

O consenso merece ser reformulado para: a utilização de medicamentos é necessária, benéfica e deve ser acompanhada pela participação ativa e continuada do paciente na decisão de recorrer ao tratamento, nas alterações de dosagens, no controle dos efeitos colaterais, no programa de descontinuação, na elaboração da estratégia geral de tratamento.

Tal participação não é apenas necessária para maior aderência ao tratamento (evitando os casos, infelizmente cada vez mais comuns, de supermedicalização e emprego continuado de antidepressivos, por décadas, sem supervisão, geralmente em subdoses ou com mediações inadequadas), mas também para evitar a “medicalização selvagem” (por não psiquiatras) e a automedicação.

VILÕES DA HISTÓRIA? Não gostaria de situar os medicamentos como vilões da história. Tivemos a fase da “pílula da felicidade”. Chegamos agora ao momento mais sóbrio, e mais “administrado”, por meio do qual o antidepressivo tornou-se banal. Menos do que nos levar ao céu, ele apenas nos

afasta do inferno. Uma versão desse

debate vale para a eletroconvulsoterapia, que pode ser útil para casos específicos envolvendo catatonia, não responsividade a nenhum medicamento e paralisação geral do contato com o outro. Ela é simplesmente inadmissível como uso “popular” e “barato” para contornar a inépcia diagnóstica e a ausência de empenho terapêutico. É assustador verificar o retorno dessa técnica sem que se tenha desenvolvido qualquer teoria consistente sobre seu meio de ação, sobre as razões de sua eficácia ou suas consequências iatrogênicas (permanentes em termos de lesões no cérebro e funções psicológicas associadas). É indignante constatar que os incrementos técnicos na eficácia da ciência médica tenham gerado uma espécie de efeito colateral, a “autoridade biossecuritária”, que induz estados de docilidade e passividade não só no paciente, mas nos familiares e responsáveis, diante de técnicas brutais como essa. Infelizmente há muito disso atravessando as políticas de saúde mental. Ou seja, o medicamento traz efeitos colaterais ruins, mas uma relação ruim com o medicamento traz efeitos ainda piores. Assim como qualquer tecnologia, o que está em juízo é a maneira como nós a empregamos, interpretamos e incluímos em nossa vida. Em alguns casos de depressão, de tipo mais grave, há um difícil dilema clínico. Ao tomar a medicação, o sujeito melhora, mas sente que a vida “perdeu o sabor”. Tudo tem “gosto de papelão”, a boca seca, o encontro sexual piora, a pessoa sente que está “funcionando bem”, mas os picos e oscilações que dão “tempero” à existência desaparecem.

Muitas vezes não é uma troca do tipo 3 por 10, mas uma troca do tipo 3 por 5. Entre o urso-polar e a baleia, a única coisa certa é que a água está subindo para todos.

Fonte: site AMEMS – Associação Médico Espírita de Mato Grosso do Sul.

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