Jornaleco 523 mai-jun 2020

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JORNALECO

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ANO 27 • Nº 523 • ABR-JUN DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 02/06/2020 16h00 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC

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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

UMA PUBLICAÇÃO

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

1956

por Salvador

ARARANGUÁ-SC ABR-JUN 2020 ANO 27 • Nº 523 DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA CORTESIA DOS ANUNCIANTES

26 anos do mais longevo periódico da história de Araranguá

sta preciosa fotografia de José Genaro Salvador testemunha um momento singular e breve na E paisagem urbana de Araranguá: a convivência da antiga igreja com a nova. Durante um ano suas

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torres compartilharam o centro da cidade. Até 1957, quando a antiga matriz foi demolida e a nova inaugurada. Estivesse ali ainda, a igrejinha, abençoada em 1º de janeiro de 1902, seria uma pérola histórica de quase 120 anos entre nós. E agora, de centenário, só temos o “Morro do Centenário”.

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JULHO 2019 - Nº 514 z Breve história do futebol de salão de Araranguá z O capelão boêmio z Funeral da moça morta z Vai que é tua, Cascata!

casa e construção

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Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)

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JUNHO 2019 - Nº 513 z Irmão Celeste e sua era esportiva em Araranguá z Passagem do 1º avião sobre Araranguá e sua queda em Tijucas z As balsas da Itoupava

AGOSTO 2019 - Nº 515 z Pilotos famosos morrem em Araranguá z 16 de dezembro de 1942. Desfile vem pela avenida Getúlio Vargas e dobra em direção ao Jardim SEGUE NA P. 2


JORNALECO completou seu ano 26 em maio. Mas, devido à quarentena de contenção da pandemia do novo coronavírus, não houve as edições em abril e maio. Agora, estamos de volta pra seguir com 2020, um ano que deixará marcas nefastas no país – que já vinha muito mal antes da Covid-19 (com um pífio +1,1% no PIB em 2019: índice pior que nos famigerados anos de Temer; e o desemprego, no primeiro trimestre de 2020, atingindo absurdos 12,9 milhões de trabalhadores) –, com aumento do índice da miséria e do desmatamento da Amazônia, recorde da desvalorização do Real, retrocesso nas áreas da Educação e das Ciências, desmonte de anos de conquistas sociais e econômicas, descrédito total do Brasil aos olhos do mundo etc. E essas entidades medonhas assombrando a nação brasileira: ignorância, ódio, preconceito, fake news, fanatismo, clã Bolsonaro, Paulo Guedes, Onix, Salles, Weintraub, Araújo, Damares, Moro (a gente não esquece), Heleno et al. Mas já saímos de crises assim antes. Se não por amor, pela dor. RG

A ‘enciclopédia de Araranguá’ completa 26 anos ○

S

Amor é um deus exilado nos corações humanos.

LEONARDO BOFF (n. 1938)

A BANDA uplemento

VOCÊ CONHECE A ‘BAÍA DOS PERDIDOS’? Conheça alguns fatos sobre Santa Catarina FONTE:

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O italiano Sebastião Caboto, a serviço da Espanha, chega com sua expedição em 1526 e, ao publicar seus mapas referentes à região, denominava a Ilha de Santa Catarina de “Porto dos Patos”. O nome de Santa Catarina aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro, de 1529. Há divergências quanto ao responsável pela denominação de Santa Catarina: alguns autores atribuem a Sebastião Caboto, em homenagem à sua esposa, Catarina Medrano; outros defendem que tenha sido em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja católica em 25 de novembro.

SETEMBRO 2019 - Nº 516 z Dom Moacyr Grechi z Diário de um soldado chamado Deoclécio z Aventura na Serra Geral z História do trem no Sul de Santa Catarina z Estimativa populacional de SC em 2019 z Grupo Escolar Castro Alves z Hospital Bom Pastor ○

OUTUBRO 2019 - Nº 517 z Lanchas no Araranguá (anos 1960) z Manuel Antonio Soares (Manequinha Barbeiro) z 1956. A primeira corrida de bicicleta em Araranguá z Formatura com pompa e circunstância z 1966. Fronteira Clube: baile das debutantes ○

NOVEMBRO 2019 - Nº 518 z Padre Antonio Luiz Dias (1) z Cozinha, culinária e nutrição no Araranguá de 100 anos atrás z Resultado das eleições de 1966 em Araranguá z Formatura da primeira turma do Colégio Normal z Um jovem professor na escolinha isolada ○

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ABR-JUN 2020

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Com pimenta e sem pimenta A melhor companhia do seu lanche Experimente!

MARÇO 2020 - Nº 522 z A lista dos Zés e o Zé da Malacacheta z Uma turma da Suranga z E.C. Amizade (anos 70) z Submarino abatido na nossa costa na II Guerra z A mesma praça... z Padres, lobisomens, bruxas e o açude do velho Scott z Amor de priminhas...

Com a descoberta das ricas terras do Brasil, Santa Catarina logo entrou na rota dos navegadores europeus. A primeira expedição significativa a chegar a Santa Catarina foi a do português Juan Dias Solis, em 1515. O litoral catarinense era habitado por índios carijós, do grupo tupi-guarani. O navegador deu o nome de “Baía dos perdidos” às águas entre a Ilha de Santa Catarina e o continente por conta do naufrágio de uma embarcação no local.

Em 1739, Santa Catarina passou a ser o posto português mais avançado da América do Sul, o que ambicionou os espanhóis que decidiram invadir a ilha, em 1777. Os espanhóis expulsaram tropas e autoridades para o continente, sendo a ilha devolvida para Portugal após o Tratado de Santo Idelfonso naquele mesmo ano.

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DEZEMBRO 2019 - Nº 519 z Padre Antonio Luiz Dias (2) z Eventos do Museu Histórico de Araranguá - 2017 a 2019 z Cartas de Amor (Neda e Ernesto) z O cinema de Sander Hahn z Verão de 1966 z 1966. Dados de Araranguá

FEVEREIRO 2020 - Nº 521 z Combate no Araranguá (dos diários de Bernardino) z 1894. Araranguá sitiada z 1955. Ponte sobre o rio Araranguá z Anos 60. Ônibus da Empresa Ubirajara: linha Bom Jesus-Araranguá z 1967. Plantão das praias z O verão de 1984

JACQUES DE BOURBON-BUSSET (1912-2001)

O Estado começou a ser realmente povoado em 1637, com a chegada dos bandeirantes, que iniciaram a ocupação da futura capital, Nossa Senhora do Desterro, mais tarde nomeada de Florianópolis. Em 1660, foi fundada a vila de Nossa Senhora da Graça, hoje São Francisco do Sul. Em 1714, era criado o segundo município de Santa Catarina, chamado de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, conhecido hoje como Laguna.

ITALIANOS NO BRASIL

JANEIRO 2020 - Nº 520 z Pedro e Flóscula z 1973. Postos de salvavidas do Arroio do Silva z Um caso dum tal Zé Pereira, serrano valentão... z Seu Cláudio da União z 1947. A questão da anexação de Araranguá ao RS z O curió do Eroni e o curió do Getúlio Bidé

O amor é um rio no qual as águas de dois ribeiros se misturam sem se confundir.

Os imigrantes alemães chegaram na região em 1829 e os italianos em 1877, onde instalaram diversas colônias. A primeira colônia europeia em Santa Catarina foi instalada em São Pedro de Alcântara em 1829. Eram 523 colonos católicos vindos de Bremem, Alemanha. A colônia de Blumenau, no Vale do Itajaí, foi fundada em 1850 por Hermann Blumenau.

Em 1839, aconteceu a Revolução Farroupilha, que tinha como principal objetivo transformar Santa Catarina em uma República, separada do restante do país. Os farrapos tomaram a cidade de Laguna nomeando-a cidade Juliana de Laguna, onde foi instalado o Governo da República Farroupilha. Em 1845, os farrapos foram derrotados. O Estado também esteve envolvido na Guerra do Contestado, que aconteceu no ano de 1912 e durou até 1916.

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Fonte: SITE MINHA VIDA – TEXTO DE LETÍCIA GONÇALVES http://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias. Acessado em 28/04/2016

ERVA CIDREIRA é aliada do sistema digestivo e ainda ajuda a aliviar gases. “O chá de erva cidreira é ótimo para ser tomado depois das refeições por pessoas que tem problemas de digestão”, conta a nutricionista Flávia Cyfer. A nutricionista Bruna Murta, da Rede Mundo Verde, lembra que o chá de erva cidreira atua como um calmante, um sedativo natural.

CAMOMILA. Também de ação calmante, a camomila é boa para combater ansiedade e insônia e tem sido muito usada para aliviar a enxaqueca. “Essa opção é muito indicada no período da TPM, já que ajuda a amenizar cólicas, além da ação calmante”, conta Bruna. E Flávia dá outra dica: “Quem quiser dormir melhor à noite pode misturar uma colher de camomila e outra de erva cidreira, para um efeito sedativo melhor”.

HORTELÃ. Essa folhinha de aroma revigorante serve como antiparasita e antifúngica, ou seja, ajuda a matar bactérias ruins, principalmente do intestino, e auxilia pessoas que estão com complicações de gases. Bruna acrescenta que ela é ótima para melhorar a digestão, combatendo azias.

ALECRIM. “É um digestivo excelente, me-

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lhor ainda do que a hortelã”, conta Bruna. O alecrim também é muito usado para ajudar pessoas que querem controlar o peso, pois aumenta a sensação de saciedade De acordo com Flávia, esse chá ainda tem ações antipasmódica e anti-inflamatória – boas para cólica renal e menstrual –, ação

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antifúngica – ótima para ajudar a mandar embora o fungo cândida do organismo – e ação desintoxicante. Um verdadeiro tônico para o fígado.

ERVA DOCE. O aroma dessa erva é muito

usado como forma de relaxante. O chá, além de propiciar esse benefício, também ajuda no combate a cólicas e gases, além de melhorar a digestão.

CHÁ MATE tem ação termogênica e antio-

xidante, bom para acelerar o metabolismo e evitar o envelhecimento precoce. É preciso um cuidado, apenas, com o seu poder estimulante, por conter cafeína. “Pessoas com hipertensão precisam evitar exageros, porque o chá mate aumenta a circulação e ainda pode irritar ainda mais a parede do estômago de quem tem gastrite”, lembra a nutricionista Bruna Murta.

CHÁ DE CANELA. A canela pode ser

uma ótima aliada no controle de diabetes. Bruna explica que ela ajuda na redução da glicemia, regulando o açúcar no sangue. Além disso, Flávia lembra que ela ajuda a diminuir a vontade de comer doces e melhora a circulação. Um estudo, realizado pelo Kansas State University, nos EUA, constatou que consumir meia colher de sopa por dia de canela ajuda a regular o colesterol. Os pesquisadores acreditam que tal redução é resultado da ação dos antioxidantes, que ajudariam a eliminar parte da gordura ruim que ingerimos com maior rapidez.

CHÁ VERDE “é desintoxicante, ajuda a

fortalecer o sistema imunológico, previne problemas cardiovasculares por controlar o colesterol e ainda tem vários princípios ativos que ajudam na prevenção do câncer”, afirma Bruna. E Flávia complementa que essa bebida ajuda a combater cáries – basta fazer bochechos com ela – e serve de protetor solar interno, ajudando a proteger a pele contra raios ultravioletas. Tomar o chá, no entanto, não dispensa o uso do protetor solar externo. O chá verde também é muito famoso pela ação termogênica, ou seja, acelera o metabolismo na queima de gorduras e pode contribuir para quem quer

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net

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Centro de Reabilitação ○

perder os quilos extras. Mas vale lembrar que a bebida não é milagrosa e nem ajuda a emagrecer sozinha – sempre é preciso aliar uma dieta equilibrada com exercícios físicos.

CHÁ DE HIBISCO. Segundo Flávia, o hibisco ajuda no controle do colesterol e é muito diurético, capaz de fazer uma varredura de toxinas no organismo: “Ele ajuda a eliminar gordura e pode ser uma boa opção para hipertensos, porque tem menos cafeína que o chá verde, mas benefícios semelhantes”. Já Bruna explica que o fator que torna o chá de hibisco aliado do combate ao excesso de peso é a ação anti-inflamatória. “A bebida ajuda a diminuir a inflamação da obesidade, que é considerada um estado inflamatório do corpo”, afirma.

Já nos anos 70 e 80, definitivamente todos os caminhos levam àquele espaço da Getúlio Vargas. Ali estão a maioria das casas comerciais mais tradicionais de Araranguá: a famosa Gomes Garcia, na esquina com a Sete, que pouco depois cederia o espaço à Sapataria São José; Pernambucanas (sim, nós já tivemos uma filial da casa do “quem bate? é o frio!”); Joalheria e Ótica Alcidino e as relojoarias do Juca e do Labes; Farmácia Minerva, do seu Antoninho, Panificadora Salete, do Zé Guidi, Casa Nova, do Pedro Marto, Líder Calçados, do Alfredo; a Casa Vitória, a Santa Rosa, a Omega, a Boutique do Dadinho; o Giassi, nosso primeiro supermercado, inaugurado em 1972, e o Panelão, do Altamiro Mattos, em 1974 (que em 1984 daria lugar à Casa Nena); a NK Caça e Pesca, do Norberto Kindermann; a Gráfica Orion, do seu Ernesto; a Livraria Coan; o Foto Akiko; o Mazzuco Cine Foto Som; a Rádio Araranguá, que transmitia do andar superior do prédio da Casa Nova. E havia até, no prédio ao lado da padaria, um barzinho onde atendiam mulheres de programa.

anti-inflamatórios que temos na natureza”, diz Flávia. Ele também atua no sistema digestivo contra cólicas e gases e ajuda no combate à celulite. A nutricionista ainda indica esse chá para combater enjoos e náuseas, principalmente em gestantes, que não podem usar muitos remédios durante a fase da gestação.

CHÁ DE LIMÃO. Além de a fruta ser rica em vitamina C, Flávia conta que ela tem ação alcalinizante, ou seja, ajuda a deixar o pH do sangue dentro do nível alcalino, que é como ele deve ficar. “Com esse nível estabilizado, não há perda desnecessária de nutrientes e todos os sistemas do corpo atuam da forma correta, garantindo saúde plena”, diz. Seu conselho é fazer o chá junto à casca, que tem uma ação muito forte de desintoxicação do organismo.

MARACUJÁ já é famoso por ajudar a

acalmar os nervos. As nutricionistas indicam esse chá para combater ansiedade, estresse, insônia, irritação e agitação.

MAÇÃ tem ação calmante, além de ótima

para ajudar na digestão. A nutricionista Flávia Cyfer também indica que ela é diurética, com efeito laxante.

CHÁ DE ALFAZEMA ajuda a aliviar

cólicas. De propriedade calmante e bactericida, a alfazema também é muito usada para amenizar dores de cabeça. z

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Avançando os anos 1960, o trecho da avenida Getúlio Vargas entre as esquinas das avenidas Sete de Setembro e XV de Novembro seguia sua vocação para “coração” da cidade.

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inha mãe contava que, quando moça, na virada dos anos 1940 e 1950, a juventude no centro da cidade tinha seu reduto no trajeto entre a Igreja Matriz e a antiga sede do Fronteira Clube (onde hoje está o edifício Fronteira). Passeavam no Jardim, tomavam sorvete no Café Brasil, frequentavam as festas no Clube, assistiam filmes no primeiro Cine Roxy (o prédio onde futuramente seria o Giassi).

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Os benefícios de 14 chás Chás quentinhos são muito bem-vindos quando os termômetros despencam. Para aproveitar as vantagens terapêuticas que eles fornecem, no entanto, é preciso saber a forma correta de preparo. “Desligue o fogo assim que a água começar a ferver e acrescente duas colheres de sopa para um litro ou duas colheres de chá para cada 250ml. Abafe por três a cinco minutos e coe”, explica a nutricionista Flávia Cyfer, do Rio de Janeiro. Ela ainda aconselha a armazenar sempre na geladeira ou na garrafa térmica e jamais reaquecer a bebida, porque parte de suas propriedades serão perdidas. Confira abaixo os benefícios de 14 chás diferentes.

POR RICARDO GRECHI

Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá

POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180

telefones para emergências

Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá

vvv

EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

Outros estabelecimentos surgiriam pouco depois, como a Casa Tropical, a Casa Nena, a Koerich, a Lanchonete Plaza. E o Bar Central, que nos anos 50 e 60 rivalizava com o Café Brasil

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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva

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Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá

Cenário da Getúlio Vargas em 1980: o ‘Calçadão’ antes de ser calçadão

Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá

as

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as

ARQUIVO HISTÓRICO DE ARARANGUÁ

Trecho do atual Calçadão, visto de pouco antes da frente do Bar Central, no início dos anos 1980; no destaque, o Cine Roxy

CÉSAR GRECHI

A.A. Alcoólicos Anônimos

(fechado em 1965 — vide J.24), agora era o mais tradicional da cidade (e o foi até 2006); o Bar Campinas, do outro lado da rua, desde final dos anos 60 e até a virada dos anos 80 e 90, era a alternativa. O Fronteira não promovia mais seus bailes, mas a cancha de futebol de salão ainda era usada para peladas, já que o campeonato municipal se transferira para o Ginásio de Esportes Pe. Ézio Julli, então nossa única quadra coberta. Uma inovação marcou aquela época: o Moraco (depois Bruxa’s Center), local pioneiro no preparo de x-salada e drive-in, e que seria o point de encontro e concentração dos jovens antes das festas na boate Eve’Som.

O trecho da Getúlio, que desde 1989 vem a ser o Calçadão, também era a nossa Wall Street: ali se abrigavam três dos cinco bancos à época na cidade: Bradesco, Caixa Econômica Federal, e o Besc (no andar térreo do edifício Ghizzo), mais a agência dos Correios. Neste espaço da Getúlio, em 1980, o Gringo consertava geladeiras e o Bubi tinha sua tornearia mecânica. Ali atendiam Altair Acorde, o antigo dentista; João Duz, o novo dentista; Denir, a cabeleireira; Juca Leite e Eroni, consertando rádios e televisores. E, como cereja do bolo, nosso amado Cine Roxy, que desde 1959 (até 94) encantava toda gente, com sessões diárias às 8h e aos domingos às 2, 4 e 8. z

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HOJE se espera vinte minutos, ou

mais, para apanhar um ônibus circular e viajar por menos de cinco minutos. Assim que cheguei a Araranguá (1981) morei no Edifício Asteca. Um vizinho mandava seu filho até o centro chamar um táxi para levá-lo à rodoviária. O folgado trabalhava de garçom em Criciúma. Setenta, oitenta anos atrás isso era coisa impensável, mesmo para folgados como esse garçom; não haviam as comodidades de hoje. Morro da Fumaça, onde nasci e vivi até os dezoito anos de idade, fica distante uns quinze quilômetros da praia do Torneiro. Seu Manoel frequentemente caminhava até essa praia para pescar. Um dia meu irmão Pedro, adolescente, foi junto... descalço. Partiram madrugadinha. Na volta, o mano estava “estropiado”, cresceu-lhe umas bolhas d’água nas plantas dos pés; se viu mal.

* * *

Para quem gosta das estórias sobre Pedro Malazarte: Estava o Malazarte, como sempre deitado na beira da estrada debaixo de uma árvore, quando pararam dois viajantes desanimados, cansados, ensolarados. — Moço! Pode nos dizer quanto tempo ainda levaremos para chegar até a próxima vila? — Vão andando! Vão andando! — Mal educado! Custaria nos informar quanto tempo ainda levaríamos! — Vão andando! Vão andando! Irritados e esbravejantes, os andarilhos reiniciaram a caminhada. — Ei, moços! Nesse ritmo vocês levarão umas duas horas!

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Muitos bailes de interior à noite, na minha juventude, fui e voltei a

pé, eu e meus amigos. Às vezes também íamos de carro. Ford Mercury, do Zezinho, filho dos Macari. Só para bailes em locais longos, pois o dinheiro era escasso. Para viagens longas, o povo que tinha dinheiro ia de ônibus (Morro da Fumaça tinha um) ou na velha e boa Maria Fumaça (também passava por lá). O ônibus do “Toninho do Ônibus” fazia rota até Criciúma; ia de manhã e voltava no final da tarde. Aos domingos apanhava os passageiros (cativos) em casa para levá-los ao cinema. Era casado, mas, às vezes, levava também a amante, e, pelo espelho retrovisor, iam namorando. Viajar de ônibus era quase um acontecimento social. O trem. Ah, o trem! A Maria Fumaça, velha, preta, meio enferrujada, barulhenta, fumacenta, lerda como uma tartaruga, era a maior fonte de distração dos habitantes da vila. Todos os dias, às cinco horas da tarde, as pessoas se reuniam na estação de passageiros para assistir as chegadas e partidas, conversar com os passageiros, namorar. A gurizada aproveitava para ganhar alguns trocados vendendo de tudo: doces, frutas da época, água... Também praticava (só os mais arrojados, como eu) uma espécie de surf: subia nas plataformas de embarques dos vagões e descia com o trem iniciando a corrida. Sabias que quando o trem de passageiros surgiu pelo mundo afora, substituindo as carruagens, foi um pandemônio? Sua incrível velocidade de mais de trinta quilômetros por hora assustava até as autoridades. Nos Estados Unidos, algumas Igrejas excomungavam quem viajasse de trem, pois sua velocidade exagerada não era coisa de Deus. Companhias de seguros não acei-

TEXTO DE

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Alexandre Rocha

MANDATO DE SEARA caminhava para seus últimos meses. Apesar de bastante perseguido pelos ferrenhos conservadores do Partido Republicano local que, junto ao Conselho Municipal, tentaram estagnar seu mandato, Seara se manteve com o firme propósito de organizar a administração do município, avançando em alguns pontos e esbarrando nos limites da cidade em outros. Os republicanos históricos não perderam tempo e já foram articulando junto ao então governador eleito, Fúlvio Aducci, a candidatura de Abel Esteves de Aguiar para o próximo pleito. O jornal Campinas, de 14 de setembro de 1930, entre uma propaganda do Hotel Esperança, que possuía “preço razoável”, e do remédio Mitigal, que “conseguia extinguir prontamente as coceiras”, abriu manchete: “Abel Esteves de Aguiar – Candidato do Partido Republicano a Prefeitura Municipal”, acompanhada de longo texto. O próximo número do quinzenário somente seria publicado no dia 30 de novembro com a manchete “Glória a Getúlio Vargas”, transcrevendo o discurso de posse do líder da Revolução Liberal de 1930, que tinha como princípio básico acabar com os vícios do sistema político da República, até ali, depois denominada Primeira República. Uma nova ordem fora instalada no país sob o impacto do fortíssimo discurso de Getúlio em direção aos anseios do povo. Em Santa Catarina, Estado que resistiu por mais tempo às forças revolucionárias, assume o governo o General Ptolomeu Assis Brasil. Inicia-se o período dos interventores (governadores indicados,

* * *

Agora, para descontrair, uma pequena anedota, ingênua, mas digna de um passageiro do “Cavalo de Ferro”: Um português, recém-chegado ao Brasil, que nunca tinha visto um trem, resolve embarcar em um para ver até onde ia, como diz a música, “sem lenço, sem documento”. O cobrador, depois de cada parada, pede a passagem aos viajantes e a fura com um alicate especial para marcar quantas estações eles já passaram. Chega ao português: — Passagem! — Que passagem? Depois de várias tentativas frustradas, o agente, irritado, aplica-lhe um safanão na cabeça. Outra parada, outras tentativas, outro safanão. Depois de umas dez paradas, nosso gajo encontra um compatriota numa estação e começam a conversar. — Até onde vais, Manoel? — Pois, pois. Se minha cabeça aguentaire, pretendo ir até o fim da z linha...

ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro

Forças Revolucionárias tomam o poder

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ABR-JUN 2020

Maria Fumaça

tavam bancar as passagens de trens, por suas velocidades temerosas. A Guerra do Contestado, entre 1912 e 1916, na divisa dos estados de Santa Catarina e Paraná, motivada pela construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande (Ferrovia do Contestado), foi um massacre de sertanejos miseráveis e muitos jagunços. Também criou algumas lendas. Uma delas, a lenda do Dragão de Ferro: Teria uma sertaneja, idosa, com suas faculdades mentais abaladas, cismada com um dragão de ferro vomitando fumaça preta que surgia do nada através de sua caverna. Certa vez, encheu-se de coragem, apanhou seu facão mateiro e postou-se na entrada da caverna para combater o maligno. O dragão gritava, gritava, soltando fumaça e fogo pelos pés. Mas, nossa heroína, firme no seu propósito em dar cabo ao filho do mal. Não teve jeito, o trem lhe passou por cima.

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joão batista de souza

ou, indiretos) e nos municípios. Alcebíades Seara é deposto, assumindo no seu lugar o coronel Israel Fernandes. Como na maioria dos municípios, Araranguá acabava de entrar num período altamente prejudicial ao seu desenvolvimento, no que dependesse da administração municipal. Os grandes propósitos pregados pela Revolução não tiveram reflexos no âmbito local, o que se pode constatar pelo desmando administrativo e sucessivas trocas de governantes que entravam e saíam de cena, ora por desistência, ora por problemas de saúde, ora por força dos desencontros de afinidades com o interventor do Estado, que também mostrava novos protagonistas de uma hora para outra.

Uma crônica de Bernardino Campos assim descreveu o momento: “Foi, pelo ditador Getúlio Vargas, nomeado interventor de Santa Catarina um tal General Assis Brasil, que veio do Rio Grande comandando uma força revolucionária. Pelo governo provisório de Santa Catarina,

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foi nomeado um prefeito interino de nome Israel Fernandes, morador há um ano, ‘ave de arribação’, vinda do Rio Grande (...)”. Não seria, ainda, o momento de Abel Esteves de Aguiar assumir a prefeitura de Araranguá. Quanto a Seara, sabe-se que seguiu seu caminho profissional, abrindo estradas e ganhando concessão para abertura da Serra da Rocinha, uma estrada que há muito se discutia, desde o seu governo, e que foi levada a efeito por volta de 1936. Um fato bastante discutido até os dias atuais relembra a morte de Alcebíades. O ex-prefeito, segundo relatos, foi vítima de uma tocaia enquanto transitava nas imediações das obras. O crime nunca foi devidamente esclarecido, e caiu como um mistério nas narrativas repassadas pelos que viveram e melhor lembram do episódio e sua repercussão.

TRECHO DE TEXTO REDIGIDO E ASSINADO POR ALCEBÍADES SEARA (FOTO) FONTE DE PESQUISA: ARQUIVO HISTÓRICO DE ARARANGUÁ

Como homenagem ao ex-prefeito, foi edificado na gestão de Caetano Lummertz um obelisco em meio ao Jardim da Praça Hercílio Luz, que passou a chamar-se Jardim Alcebíades Seara. z

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Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy

PIADAS E CURIOSIDADES PUBLICADAS EM NOSSAS PRIMEIRAS EDIÇÕES ○

Ayres Koerig ○

PUBLICADO NO J.16, DE 25/01/1995

ENQUANTO

ISSO EM

PORTUGAL...

— Esta carta é muito pesada. O senhor vai ter que pôr mais selo nela. — Mas aí é que vai ficar mais pesada ainda! — Os peixes grandes comem sardinhas, sabias? — Não digas? E como é que eles fazem para abrir as latas? — Por que o navio não anda? — A culpa é da calmaria, seu Cabral. — Pois joguem esta tal Maria para fora do navio! O mundo vai acabar, seu Manoel! — Que me importa? Embarco hoje para Portugal...

ADIVINHA Um homem diz: “O pai daquele padre é filho

ANO VIII - ABRIL E MAIO DE 1967

Era uma vez o Fiado... 6 NOTA DE FALECIMENTO: vítima de colapso financeiro faleceu hoje, neste estabelecimento, o ilustre Dr. Fiado, deixando viúva dona Conta, e os filhos: Cano, Pendura e Depois Eu Pago. A família, inconsolável, pede encarecidamente que não mandem flores, e sim, dinheiro. 6 Se vendo fiado, perco dinheiro; se não vendo, perco o amigo. 6 PROMOÇÃO DE HOJE: Peça um fiado e ganhe dois nãos. 6 Por causa de alguém, não vendo fiado a ninguém. 6 Fiado é que nem droga: vicia; fiado é que nem doença: contagia. 6 Fiado é brinquedo do diabo e aqui não é o inferno. 6 Não sinta inveja de mim, porque não sou rico, não vendo fiado e apenas trabalho. 6 Fiado só acima dos 90 anos e acompanhado pelos pais.

6 Fiado só em 30 de fevereiro. 6 Fiado é que nem barba:

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se não corta, cresce.

Coisas que eu ouvi...

Quadrinhas que eu ouvi cantar Eu vi minha mãe rezando Aos pés da Virgem Maria. Era uma santa escutando O que outra santa dizia. É tão verdade Maria Que estás em meu coração, Que o teu nome principia Na palma da minha mão! Margarida foi no mato, Esqueceu-se do papel... Quem pagou com a brincadeira Foi o lenço do Manoel! Si tuti cornute Portasse lampioni, Mama de Diu, Quanta iluminacioni! Resposta da adivinha: É o homem que está falando.

6 Freguês educado não pede fiado. NET

Há pessoas que não gostam de piadas, e minha esposa é uma delas. Talvez a sua cruz consista em ter casado comigo, mas o que se há de fazer?! Ontem ela me estimulou: — Por que tu não escreves para o Jornaleco algo diferente? Publica aquelas quadrinhas que em solteira me dizias quando me cantavas... Como sempre apreciei literatura, e para relembrar o antigo romantismo, também para atender ao seu pedido, porém escorregando para a baixaria, resolvi escrever:

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

único do meu pai?” Quem é o pai? Resposta no rodapé.

(Livro da Família, de Guido Lang, 1995 – J.13, 10/12/1994)

FALTA MUITO... Se os quinze bilhões de anos de nossa existência no universo fossem representados por um ano, o período de que existem registros históricos ocuparia apenas os últimos quinze segundos.

O BILHETE Leony, esposa do Eládio Garcia, enviou à sua prima Zélia um

bilhete anunciando que seu primo Osmar Soares ia pedir Zélia em casamento. O bilhete, trazido até a Orion pelo próprio Osmar em dezembro de 1994, foi reproduzido no J.14. Zélia Pereira Wendhausen falecera em 21 de setembro daquele ano, depois de 55 anos de casamento com o Osmar, que estava com 79 anos (nascido no Cedro, Araranguá, a 15 de agosto de 1915) e viveria até os 84. Abaixo, transcrevemos o bilhete escrito pelas mãos da Leony e ditado pelo coração do Osmar. (Se em 1939 existisse Whatsapp, a mensagem teria se perdido e esta pérola jamais chegaria até nós.) RG

Boa prima Zélia Saúdo-te Escrevo-te este a pedido do priminho Osmar, para te fazer ciente que vais ser pedida hoje à noite. Manda ele, dizer-te que prepares um café. Zélia, não é necessário que fiques nervosa, pois a queda é pequena. Podes acreditar que de hoje não passa. Queiras aceitar mil beijinhos desta tua prima que toda felicidade te deseja. Leony Araraguá, 5 de janeiro de 1939 Zélia, se tiveres tempo, vem aqui hoje que tenho muito que te contar, a mesma.

Quatro meses depois, em 11 de maio de 1939, Osmar e Zélia casaram. (+J.101)

Inaugurada a Rui Barbosa

[A volta do Grêmio Araranguaense]

Com uma singela solenidade, será aberta ao tráfego a Avenida [sic] Rui Barbosa, que após três meses de trabalho, teve seu leito totalmente revestido a paralelepípedos. [...] Figurando como empreendimento prioriRui Barbosa cerca de 30 anos antes tário no programa de ação da pavimentação em 1967 do prefeito Osmar Nunes, a população recebe a monumental avenida com real contentamento. Um verdadeiro sonho concretizado. [...] Embora o custo das obras se elevasse a alguns milhões de cruzeiros, integralmente custeados pelos cofres municipais, os contribuintes, proprietários de terrenos marginais, não foram onerados além de uma taxa razoável. Apesar de a lei facultar ao poder executivo a cobrança de taxas de melhorias relativas ao custo total da obra, o que incluiria serviços de urbanização, terraplanagem, iluminação pública etc., a prefeitura houve por bem estabelecer um sistema de colaboração mais humano, a fim de não sobrecarregar somente aqueles que possuem terrenos na citada avenida, pois a obra veio em benefício de toda a população. [...] CA 153 31/03/1967

Agradável vitória do Grêmio frente ao Barão

Notícias / Fatos da Cidade n Foi inaugurado o novo prédio dos Correios e Telégrafos. n Possivelmente, dentro de poucos dias, serão iniciados os trabalhos preliminares do prolongamento da Avenida Sete de Setembro, parte norte, onde irá atingir as proximidades do Rio dos Porcos. A Sete de Setembro, depois de concluída, terá cerca de dez quilômetros de extensão. NJ: A obra não se realizou. Atualmente, ela atravessa a Vila São José e atinge o Parque Alvorada. n Estiveram na cidade representantes de uma firma de terraplanagem que, juntamente ao prefeito municipal, visitou o local de prolongamento da Avenida Sete de Setembro. [...] O projeto compreende o prolongamento até a BR-101, nas imediações de Mato Alto. O projeto anterior desviava a estrada na Cidade Alta, com um balão, alcançando o entroncamento próximo ao Posto Texaco. CA 154 22/04/1967 NJ: O prolongamento ao sul se realizaria no início dos anos 1970. A Sete dobrava para a Mario David Andreazza (hoje, Presidente João Goulart), nossa primeira via asfaltada, e desembocava na BR-101.

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Coisas que eu ouvi contar

j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)

Com um escore que se constituiu em verdadeira surpresa, o novo Grêmio Araranguaense [Grêmio Fronteira] levou de vencido o esquadrão do Barão [Içara], vice-líder da LARM, pela contagem de 3x0. [...] No esquadrão do Grêmio todos jogaram bem. Entretanto, vamos destacar a atuação de Nori, Navalha, Cabo, Tatavo e outros. Cabo é responsável pelo chute mais possante. Um verdadeiro petardo. Antenor, ou Nori, é um endiabrado. Navalha merece destaque especial pelo seu esforço, espírito de luta, entusiasmo e, sobretudo, pela sua inteligência nas jogadas.

Dirigentes do Grêmio satisfeitos com primeiro jogo Os mentores do Grêmio Araranguaense, na sua nova fase, não esconderam a satisfação pela brilhante vitória alcançada pelos pupilos de Zé Gaúcho. [...] Segundo palavras de Munir Bacha, o dirigente máximo do Grêmio Araranguaense, esperava-se um bom desempenho de seus jogadores, mas eles ofereceram muito mais [...] A opinião de Zé Gaúcho, técnico do Grêmio, é a mesma. [...] Os outros dirigentes do Grêmio também estavam radiantes. Hélio, De Boni, Krieger, Saturnino não escondiam sua satisfação.

Vamos assistir futebol Tarde fresca. Ensolarada. De maio. [...] Rumo ao campo de futebol. [...] Comendo pinhão com casca na hora das boas jogadas, como o Eduardo Krieger. Ou engolindo bergamotas inteiras, com semente e tudo, como o Waldemar Pacheco. [...] Tudo isso é muito bom. Melhor ainda é acompanhar a sequência de gols. Quando o quadro da gente está dominando parece haver maior número de jogadores. Isso é como jogada de canastra. Quando se tem um péssimo jogo na mão, geralmente se confere o número de folhas. Tem-se a impressão que se tem cartas de menos. [...]

Boa renda apresentou o embate Grêmio 3x0 Barão Alcançou quase quinhentos cruzeiros a renda da tarde de domingo. Considerando-se a qualidade de jogo que o embate oferecia, a ausência de propaganda e o desinteresse ainda reinante dos aficcionados do futebol, foi razoável. No futuro, as rendas prometem ultrapassar a casa dos mil. CA 155 13/05/1967 NJ: Textos do Ernesto. O CA 156, de 27 de maio, traz: “G RÊMIO ENFRENTA C OMERCIÁRIO . Amanhã, domingo, o Grêmio Fronteira deverá enfrentar a categorizada equipe do Comerciário, de Criciúma, em partida amistosa. O Grêmio já foi registrado na LARM, tendo tomado parte no torneio início. Nesse torneio, venceu o Boa Vista, perdendo para o Metropol”.

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112


A história da ponte que desabou na inauguração com políticos, curiosos e até o padre

Sábado, 22 de dezembro de 84, foi o dia que Clóvis prefeito bom e [ sensato tentou mas não conseguiu apertar a mão do Renato

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Travessia que liga Torres (RS) a Passo de Torres (SC) foi palco de incidente improvável em 1984 ○

FONTE: JÉSSICA REBECA | GAUCHAZH.CLICRBS.COM.BR (25/01/2019)

prefeito de Torres marchava com secretários e vereadores de um lado. Do outro, liderando a comitiva catarinense, vinha o chefe do Executivo de São João do Sul — hoje emancipado, Passo de Torres era distrito desse município na época. O protocolo previa pompa: os dois se encontrariam exatamente no centro da nova ponte para pedestres, dariam um sorriso cheio de dentes para as câmeras dos fotógrafos e descerrariam a fita inaugural da estrutura sobre o Rio Mampituba. Nunca chegaram nessa parte. “O padre dá a bênção... E a nova ponte pênsil despenca.” Foi esse o título da reportagem na ZH de 24 de dezembro de 1984. Incluindo políticos, curiosos e o próprio vigário, pelo menos 40 pessoas foram lançadas na água quando a peça responsável por esticar um cabo de aço se quebrou e a ponte inclinou-se para um lado. Algumas pessoas tentaram se segurar, ficando penduradas por um momento, mas acabaram submergindo também. Como não houve mortes e ninguém ficou gravemente ferido, logo foi possível rir do incidente. E foi exatamente o que a imprensa nacional fez. Historiador e gestor de Cultura de Passo de Torres, Jaime Luis Batista ainda se lembra das palavras de Cid Moreira no Fantástico. O apresentador fez referência ao emblemático personagem Odorico Paraguaçu, político de O Bem-Amado que, na novela de Dias Gomes, era interpretado por Paulo Gracindo: — Um fato “sucupirano” (Paraguaçu era o prefeito da fictícia Sucupira) aconteceu na divisa de Rio Grande do Sul e Santa Catarina: quando os prefeitos iam apertar a mão, a ponte caiu. Então chefe do Executivo municipal de São João do Sul, Renato Porto Santos, hoje com 74 anos, também tem essa repercussão na memória. Ele garante não ficar ofendido — diz que “foi uma piada mesmo”. Questionado sobre o que lembra daquela manhã, não perde a graça: — Lembro do banho que levei. De acordo com a reportagem de ZH daquele dia, a ação rápida de moradoAPOIO CULTURAL

res e outros presentes, em grande parte pescadores, e o fato de a antiga ponte ficar muito próxima à nova ajudaram para que todos fossem salvos. O jornal ressaltou o pânico na hora do acidente e o alívio pós-resgate. O então secretário de Turismo de Torres deu entrevista garantindo que a prefeitura determinaria uma perícia rigorosa para descobrir se havia ocorrido sabotagem. Entre a população, até hoje, circulam dois comentários: teria “alguma energia negativa” naquele aperto de mão dos dois prefeitos ou a ponte caíra “porque havia muito pecado” sobre ela. O ex-prefeito Santos é menos fantasioso. Não tem dúvida de que a culpa foi o peso, muito acima do permitido (hoje, a capacidade é de 15 pessoas). Se as reportagens mencionam que havia pelo menos quatro dezenas sobre a ponte, testemunhas falam em mais gente: 60, talvez até 70 pessoas. O ex-prefeito relata que não foi apurada a responsabilidade “porque não houve vítimas”. A peça estragada foi substituída e levou poucos meses para a ponte pênsil ser reaberta. Sem cerimônia. — Foi botado bem quietinho — confessa Santos. A inauguração da obra era um evento aguardado nos dois municípios porque a ponte antiga, de 1964, era muito mais estreita e baixa (tinha capacidade para três pessoas por vez). Com maré alta, era comum os moradores atravessarem de um Estado a outro com água pelas canelas. Santos foi um dos que creditam à ponte velha, que ficava a metros da nova, a sua salvação. Conta que deu umas braçadas — aprendera a nadar no rio Sertão — e a alcançou sem maiores dificuldades. Mais de duas décadas antes da construção da ponte de concreto sobre o Mampituba, não havia muitas alternativas para ir de Passo de Torres a Torres, ou vice-versa. Podia-se, também, atravessar de canoa ou balsa. Ou era necessário dar uma volta de carro “de uns 15 quilômetros”, lembra o exprefeito, passando pela BR-101. Aquele mandato foi o primeiro e

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último de Santos — ele diz que nunca gostou de política. Professor de português, aposentado desde 2006, hoje curte o tempo com os filhos e os netos, dividindo-se entre a moradia em São João do Sul e a casa na praia Rosa do Mar. Calcula que já faz cinco ou seis anos que não passa pela ponte pênsil. Convidamos o ex-prefeito a retornar para tirar a foto que não foi feita em 1984, mas ele recusou: — São lembranças do passado. O acontecimento foi até eternizado em versos, alguns ricos em liberdade poética. (...) A trova que relata o incidente do ponto de vista torrense é do garçom Janir Silveira da Silva, 67 anos. O homem estava trabalhando no momento da “tragédia” — como ele e outros moradores se referem ao acidente —, mas costurou uma divertida narrativa a partir de relatos de testemunhas. — Cheguei em casa, peguei um caderno e falei para a mulher: vou entrar para dentro do quarto com essa caneta e tu não me chama pra nada. (...) Um dos personagens citados nos versos é Sérgio Batista da Silva, o Sedinha, 66 anos, hoje conselheiro tutelar de Passo de Torres. Na imaginação do trovador, Sedinha “subiu na ponte com pinta de doutor/ quando foi jogado na água, chegou a perder a cor”. Sedinha foi à inauguração com o irmão e o sobrinho. Aproveitou a folga no hotel em que trabalhava para prestigiar o evento importante, e também estava curioso para ver como era a tal ponte pênsil. Ele garante que foi “o primeiro que caiu na água e o primeiro que saiu também”. — A gente recém tinha subido na ponte, caminhou uns 10 passos e ouviu o estouro. E daí “voemos” por cima — relata o morador, que depois de sair da água não quis mais voltar: — O pessoal gritava: “Salva Ciclano! Salva Fulano!” E eu: “Não vou salvar ninguém”. Nós “tava” de calça comprida, já “tava” apavorado. O irmão dele, "muito nadador", salvou três pessoas, segundo Sedinha.

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Estava sendo inaugurada a ponte [ pênsil do Passo as colunas de concreto sustentavam [ os cabos de aço seguia a multidão marcha lenta [ passo a passo. (...) Quando no meio da ponte separados pela fita estavam todos chegando numa alegria infinita de a ponte está pronta a hora estava predita

Ponte entre Torres e Passo de Torres caiu durante a inauguração Foto tirada depois do acidente, ocorrido em 22 de dezembro de 1984 (Luiz Avila / Agência RBS) A ponte pênsil recebe gente todos os dias até hoje. Gente que passa apressada porque está atrasada, gente que anda sem pressa fitando a paisagem, gente que pula só pela diversão de vê-la balançar, gente que xinga quem está pulando só pela diversão de vê-la balançar, gente que exibe sua coragem caminhando com as mãos para cima, gente que foi especialmente ali para conhecê-la — a travessia é tratada como “o mais tradicional ponto turístico de Passo de Torres”. (...) Assim como a regra de “proibido pular e balançar a ponte”, descrita em placa na entrada, a capacidade de 15 pessoas por vez segue não sendo respeitada. Na verdade, quem chega lá nem fica sabendo qual é o limite: no lado de Torres, a placa que indica o número máximo de pessoas teve o número rasurado. Desde o incidente de 1984, a ponte pênsil foi interditada mais de uma vez e passou por várias obras. (...) Há uma instabilidade inerente à estrutura, característica das pontes suspensas como essa. Vanessa Torres, 36 anos, aumentou o ritmo na passada na reta final. Até cogitou fazer o marido buscar o carro do outro lado para apanhá-la na volta, poupando-a de repetir a aventura. — Fiquei com medo, guria. Balança demais. E não dá para olhar para baixo

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que desequilibra — diz a moradora de Canoas. A tática da engenheira civil Mariana Lopes, 24 anos, de Novo Hamburgo, foi exatamente oposta: caminhou devagarzinho, segurando na lateral. Não parecia menos apavorada. Ainda mais quando contei a ela que, na inauguração, a ponte arrebentou. — Ai, meu Deus — balbuciou. Vendendo saídas de banho ao lado da ponte há 20 anos, a ambulante Maria Zenaide de Castilhos, a Dona Maria, afirma que já testemunhou de tudo por ali. Já viu gente derrubar a chave do carro no Mampituba; acompanhou muitos chapéus saírem voando da cabeça dos donos e afundarem lentamente no rio; já presenciou o episódio em que um barco mais alto passou, encostou na estrutura da ponte e dela arrancou três pedaços de madeira. Com prática em cruzar a ponte, ela caminha rapidinho e sem se segurar. Atravessa até com café quente na mão. E, quando tem gente que pula para ver a ponte tremer, repreende: — Se não parar eu vou pegar pelas perninhas e atirar dentro do rio! (...)

TROVAS DA “TRAGÉDIA” A seguir, os versos de Genésio Gomes, que relatou o ocorrido do “ponto de vista catarinense”, seguido da visão do gaúcho Janir Silveira da Silva:

O acidente sinistro não passou de um grande susto pois o destino é irônico e muitas vezes injusto material de terceira sempre é maior [ o custo. .......................... A 22 de dezembro um fato foi [ registrado inaugurava-se uma ponte que [ separava os dois Estados ao invés de cortar a fita o cabo é que [ foi cortado. O senhor Jaime do Farol homem muito delicado quando caiu naquela água nadava desesperado ao invés de nadar para o sul nadava para o outro lado querendo bater o recorde que era do Ricardo Prado. (...) O senhor padre Sérgio, o Vigário homem do Nosso Senhor quando caiu na água rodava como motor Perdeu óculos, relógio e cachimbo coisas de muito valor. Me desculpem, meus amigos por eu ser indelicado procurei fazer o certo mas sei que saiu errado espero que os senhores não fiquem incomodados. z

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