Jornaleco 525 agosto 2020

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PANFLETO CULTURAL

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ANO 27 • Nº 525 • AGOSTO DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 09/08/2020 21h15 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC

Av. XV de Novembro - Centro - Em frente ao Futurão Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

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Grande Prêmio Brasil de 1967 – a emoção da corrida mais famosa do Brasil s Mas o catarinense de Urussanga Antonio Ricardo, o “fenômeno das rédeas”, estava animado com o desempenho de Duraque. Ele diz a Renato: — Vamos ao GP Brasil com chance. A essa altura, João Araújo, seu treinador, já fora contaminado pelo otimismo de Ricardo. E assim, Duraque foi inscrito para a grande corrida de 6 de agosto. Na véspera do GP Brasil, choveu muito no Rio de Janeiro, e a grama ficou encharcada. Como Duraque corria de trás, e embora corresse em qualquer pista, ficaria mais difícil atropelar naquele terreno pesado. Mas era grande a confiança de Antonio Ricardo, o destemido jóquei de Duraque. E veio a surpresa. Na conversa no padoque, Ricardo sugere: — Para termos chance no páreo, temos que correr perto do Tagliamento e do Gobernado, porque eles são ligeiros, e se corrermos de trás não teremos chance. Renato ficou perplexo. Duraque era treinado para correr de trás e atropelar. Seria um grande risco fazê-lo correr fora do seu estilo, mas confiou na intuição do jóquei: — Corra como você quiser.

UMA PUBLICAÇÃO

A tática de Antonio Ricardo é fazer Duraque correr com o pelotão de frente

capa

Duraque deixa Gobernado para trás, assumindo a 2a posição

...e parte em perseguição a Tagliamento

A tocada de Ricardo para cima de Cosenza é espetacular

É dada a largada.

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Duraque se posiciona no pelotão de frente, em sexto, em quinto, e logo alcança a quarta colocação. Tagliamento avança na frente, junto a cerca, seguido de Gobernado, como era o esperado. O trem de corrida era forte, principalmente pelo estado da pista, e os argentinos vinham com tudo. E foi assim quase todo o percurso da reta oposta, com Duraque

CN

JORNALECO

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

Nos 100m finais Duraque ultrapassa o argentino para entrar na história

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

gradativamente ganhando terreno, até assumir a terceira posição, no fim da reta oposta. Renato, seu pai e amigos, quase não acreditavam no que viam. No final da curva, Tagliamento, por dentro, tinha meio corpo sobre Gobernado, e este, dois corpos de vantagem sobre Duraque. Já na entrada da reta final, Duraque ultrapassa Gobernado e fica a três corpos de Tagliamento, que aumentara um pouco a vantagem. Sob a enérgica tocada de Ricardo, Duraque persegue Tagliamento, montado por Orestes Cosenza, que não esmorece. Os dois seguem isolados dos demais. Nos 100 metros finais, diante de um público atônito, Duraque assume a ponta e cruza a linha de chegada, com um corpo e meio sobre o “argentino invicto”, para vencer o GP Brasil de 1967. Renato está eufórico com seu cavalo comprado ainda potrinho. Correndo fora de suas características, ele acaba de vencer os maiores craques da época: Tagliamento, Gobernado e Dilema. Diz Renato: — O GP Brasil foi ganho pela sensibilidade e direção de um grande jóquei e pelo coração de um valente cavalo. O resultado ficou assim: 1º Duraque (A. Ricardo), 2º Tagliamento (O. Cosenza), 3º Dilema (E. Araya), 4º Gobernado (L.C. Tápia), sucedido por Calcado, Gastão, Maverick, Korage, e os demais até a 15a posição. Com o sucesso no GP Brasil, Duraque foi convidado para correr no GP Carlos Pelegrini, na Argentina. Mas, infelizmente, aconteceu que aquela corrida seria a última de sua carreira. No alinhamento da largada, ele se assustou e derrubou Antonio Ricardo, deu uma volta na pista, saiu dela e ganhou a rua. Correndo por seis quilômetros no asfalto, Duraque arrebentou os cascos, e nunca mais se recuperou para correr outro páreo e tentar uma nova proeza. +p. 2 e 5 Adaptado do texto do Site Raia Leve www.raialeve.com.br/conteudo/50429/04/2013/3

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ARARANGUÁ-SC AGOSTO 2020 ANO 27 • Nº 525 DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA CORTESIA DOS ANUNCIANTES

Jóquei urussanguense venceu o GP Brasil de 1967 Antonio Ricardo foi saudado pelo CORREIO DE ARARANGUÁ como araranguaense. Mas ele nasceu em Urussanga (1934). Morto em 2010, foi sepultado, como era desejo seu, em Jacinto Machado, terra natal de sua esposa, Maria Possamai Ricardo

Antonio Ricardo e Duraque, na vitória do GP Brasil de 1967

Álbum “Balas Esportivas” de 1951. Entre times da Liga Tubaronense de Desporto (LTD; futura LTF) e da Liga Atlética da Região Mineira (LARM), estava o nosso GEA - Grêmio Esportivo Araranguaense. Com essa base, o GEA será campeão da LARM em 1952. (+J.470)

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I mportado da Argentina e criado no Paraná, Duraque era um cavalo indócil, e apesar de atingir a esfera clássica correndo em qualquer pista, grama ou areia, leve ou pesada, quase ninguém acreditava que ele fosse ter sucesso no Grande Prêmio Brasil de 1967, incluindo Renato Gaui Homsy, seu dono. Afinal, ele correria os 3.000 metros da pista de grama contra os melhores cavalos da América do Sul: o “argentino invicto” Tagliamento, que vencera com recorde o GP São Paulo, Gobernado, outro argentino clássico, os uruguaios Calcado e Korage, além dos melhores cavalos do Brasil, como Dilema, Gastão, Maverick, e outros excelentes corredores, todos montados pelos melhores jóqueis do continente. Renato Gaui Homsy, um pequeno proprietário, nunca havia inscrito um cavalo num Grande Prêmio Brasil. Duraque havia se credenciado a disputar o principal prêmio do país com uma boa colocação, apesar de largar mal, no GP Dezesseis de Julho. s p. 12


BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

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DEVANEIOS JOÃO PAULO ROCHA O relógio assinala o romper do dia. O som do tiquetaquear que vem da sala é interrompido pelo vento sul que açoita as folhas do ipê e se infiltra pelas frestas da janela, como se silabando canções em prelúdio ao novo amanhecer. Será um bom dia, quiçá melhor que ontem ou, talvez, nem tanto. A certeza que temos é que cabe a nós fazê-lo sempre o melhor, dia após dia, e viver a vida o mais intensamente que pudermos, agradecendo ao Pai por nos dar esta divina oportunidade.

ARLETE ZANERIPPE A cada parte de espumas Ondas formam sem cessar O mar chama entre brumas Humano pequeno pra olhar Uma interação neste alento Acontece como um buscar O corpo cala então e isento Numa alma leve se libertar

n 20 MELHORES LIVROS por ordem de votação: 1) Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, Minas Gerais (1956) 2) Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, Rio de Janeiro (1880) 3) Dom Casmurro, de Machado de Assis, Rio de Janeiro (1899) 4) Vidas secas, de Graciliano Ramos, Alagoas (1938) 5) São Bernardo, de Graciliano Ramos, Alagoas (1934) 6) A paixão segundo GH, de Clarice Lispector, nascida na Ucrânia 7) A rosa do povo, de Carlos Drummond de Andrade, Minas Gerais 8) Macunaíma, de Mário de Andrade, São Paulo 9) Educação pela pedra, de João Cabral de Melo Neto, Pernambuco 10) Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade, Minas Gerais 11) Os sertões, de Euclides da Cunha, Rio de Janeiro 12) A hora da estrela, de Clarice Lispector 13) Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade, Minas Gerais 14) O tempo e o vento, de Erico Verissimo, Rio Grande do Sul 15) A invenção de Orfeu, de Jorge de Lima, Alagoas 16) Angústia, de Graciliano Ramos, Alagoas 17) Laços de família, de Clarice Lispector 18) Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, Pernambuco 19) Menina morta, de Cornélio Pena, Rio de Janeiro 20) Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, Rio de J.

AMANHÃ RAFAEL MACHADO Ontem Manchei o meu futuro Pisei no tapete do amanhã Com os pés sujos de ontem Fui menos formas de vir-a-ser Esqueci de despir-me Ao ultrapassar o presente Tirar a pele ressequida Esvaziar os bolsos Limpar a mente Ontem Bebi café em vez de chá quente Abri a boca Quando devia cerrar os dentes

(Esses textos circulam na Net: o primeiro com autoria desconhecida; o segundo, atribuído a Luís Fernando Veríssimo)

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n 28 MAIORES ESCRITORES por ordem de votação:

WWW.CORREIOBRAZILIENSE.COM.BR

1. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite. 2. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria reuniões. 3. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental". 4. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. 5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida. 6. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance. 7. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. 8. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa. 9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito. 10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

BENJAMIN FRANKLIN

Em 2014, o Correio Brasiliense convidou 50 intelectuais de vários estados e instituições ligadas à literatura para eleger os melhores livros e autores da literatura brasileira. E deu:

COISAS QUE LEVEI ANOS PARA APRENDER

Não é palpável e acontece Alegria paz tão merecida O mar devolve a tua prece Neste amor pra toda vida!

A tragédia da vida é que nos tornamos velhos cedo demais e sábios tarde demais.

uplemento

No curso de Medicina, o professor dirigese ao aluno e pergunta: – Quantos rins nós temos? – Quatro! – responde o aluno. – Quatro?! – replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos. – Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala – ordena ao seu auxiliar. – E, para mim, um cafezinho! – disse o aluno ao auxiliar do mestre. O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno em questão era o "Barão de Itararé". Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre: – O senhor me perguntou quantos rins "nós temos". "Nós" temos quatro: dois meus e dois seus. "Nós" é um pronome usado para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim...

APREÇO

Ontem Fiquei esperando Por um Eu que não veio

A BANDA

COMPREENSÃO E CONHECIMENTO

AGOSTO 2020

Em março de 2000, quando elegíamos uma relação de “20 grandes nomes da história araranguaense no século 20” (J.106), informei ao Ronaldo Grechi que indicávamos o Moacyr, seu irmão, como araranguaense, no que ele concordou. Por fim, consultei o Alexandre Rocha sobre o problema, e ele fez uma ótima reflexão, via Whatsapp, que reproduzimos a seguir: Bom, eu mesmo tenho dificuldades de dizer que nasci e me criei na Suranga. Mas só pelo detalhe de ter nascido no Hospital Bom Pastor e ter que acrescentar isto. Mas de fato cabe a expressão, pois o hospital foi só pro nascimento e ficar uns dois dias ali, depois, Suranga até a vida adulta e madura. Da mesma forma, o caso de mães que foram ter seus filhos em outras cidades, como Turvo e Criciúma, e depois retornaram e registraram seus filhos aqui. Então não cabe dizer que são turvenses ou criciumenses. O detalhe do parto não pode ter o peso de configurar a naturalidade. Assim entendo. Sobre tua questão concreta, tive a oportunidade de entrar neste mesmo assunto quando morreu o Dom Paulo Evaristo Arns. Alguns conhecidos meus debatiam em Criciúma, uns afirmando que ele era criciumense, outros que ele era forquilhinhense. Eu pedi desculpas e discordei dos dois grupos, afirmando que era araranguaense. Eles consideravam apenas que Forquilhinha havia sido parte de Criciúma, esquecendo que Dom Paulo nasceu em 1921, quando Criciúma ainda pertencia a Araranguá. Então o teu personagem, se nasceu antes de 1962, data da emancipação de Morro da Fumaça, pra mim é urussanguense. Concluindo, decidi outorgar que Antonio Ricardo era, antes de tudo, urussanguense. Mas que, no final, escolhera Jacinto Machado para o z repouso final do seu corpo.

O desejo de ser amigo é um processo rápido, mas a amizade é uma fruta que amadurece lentamente.ARISTÓTELES

APOIO CULTURAL

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A matéria sobre o jóquei vencedor do GP Brasil de 1967 era para ser só uma nota de rodapé na página do CORREIO DE ARARANGUÁ. Ao pesquisar em busca de mais informações e para confirmar sua naturalidade, soube que ele não era araranguaense, como o jornal dizia, e que sua vitória havia sido espetacular. Então o rodapé prolongou-se, a ponto de ganhar capa e contracapa, com a conquista de Antonio Ricardo no GP Brasil de 1967 e o sucesso do seu filho, Jorge Ricardo, um dos maiores jóqueis do mundo, detentor absoluto, desde 2018, do recorde mundial de vitórias. Não sei de onde se tirou que Antonio Ricardo era araranguaense. Num site, encontrei que ele era natural de Urussanga, e que desejava ser sepultado em Jacinto Machado, terra natal de sua esposa. Agora precisava confirmar se ele era realmente de Urussanga. Então consultei o jacinto-machadense Enio Frassetto, que fez alguns contatos e me passou que Antonio nascera em Morro da Fumaça. Continuei verificando e vim a saber que Morro da Fumaça era distrito de Urussanga até 1962. E aí a grande dúvida: nosso jóquei era de Morro da Fumaça ou de Urussanga? Como a primeira informação, indicando Urussanga, provavelmente viesse de sua esposa, temos então que ele se dizia de Urussanga. Afinal nascera em 1934 e, quando casou, Morro da Fumaça ainda era distrito de Urussanga. O caso do Antonio Ricardo é muito subjetivo, creio que só ele poderia denominar sua origem. E minha intuição aposta que ele diria Urussanga, afinal a emancipação de Morro da Fumaça só se deu quando ele já era homem feito. Mesmo caso de Dom Moacyr Grechi (1936-2019), que nasceu no Turvo quando Turvo fazia parte de Araranguá (até 1949). Para casos assim, não deve haver uma regra; nem essa nem aquela cidade pode dar a palavra final sobre a origem da pessoa.

Poética AraranguaenseG

JORNALECO 525

SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

1) Machado de Assis, Rio de Janeiro (1839-1908) 2) Guimarães Rosa, Minas Gerais (1908-1967) 3) Carlos Drummond Andrade, Minas Gerais (1902-1987) 4) Graciliano Ramos, Alagoas (1892-1953) 5) Clarice Lispector, nascida na Ucrânia, naturalizada brasileira, viveu em Pernambuco e no Rio de Janeiro (1920-1977) 6) João Cabral de Melo Neto, Pernambuco (1920-1999) Cada votante listou 7) Castro Alves, Bahia (1847-1891) os cinco melhores 8) Gregório de Matos, Bahia (1636-1696) escritores e os cinco 9) Euclides da Cunha, Rio de Janeiro (1866-1909) melhores livros 10) Cecília Meireles, Rio de Janeiro (1901-1964) 11) Caio Fernando Abreu, Rio Grande do Sul (1948-1996) 12) Erico Verissimo, Rio Grande do Sul (1905-1975) 13) Gonçalves Dias, Maranhão (1823-1864) 14) Lima Barreto, Rio de Janeiro (1881-1922) 15) Nelson Rodrigues, Pernambuco (1912-1980) 16) Oswald de Andrade, São Paulo (1890-1954) 17) Cruz e Souza, Santa Catarina (1861-1898) 18) José de Alencar, Ceará (1829-1877) 19) Manuel Bandeira, Pernambuco (1886-1968) 20) Dalton Trevisan, Paraná (1925) 21) Autran Dourado, Minas Gerais (1926-2012) 22) Hilda Hilst, São Paulo (1930-2004) 23) Lúcio Cardoso, Minas Gerais (1913-1968) 24) João Ubaldo Ribeiro, Bahia (1941-2014) 25) Jorge de Lima, Alagoas (1895-1953) 26) José Lins do Rego, Paraíba (1901-1957) 27) Lygia Fagundes Telles, São Paulo (1923) 28) Rubem Braga, Espírito Santo (1913-1990)

Machado, o número 1

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Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá

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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva

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Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá

POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180

telefones para emergências

Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá

N.A. Narcóticos Anônimos

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

F A CRÔNICA DOS ANOS 1920/30 F

FAZENDA SÃO JORGE

Embora tenha interrompido a publicação de A Verdade, Praias um “Órgão do Partido Republicano Local” (1º/02/1928 a 20/

Centro de Reabilitação Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○

08/1929), para dar lugar ao Campinas como “Quinzenário Independente”, o novo jornal começou seguindo a mesma linha, apenas se desvinculando do viés Republicano para dar apoio à Aliança Liberal pela eleição de Getúlio Vargas, com a política ocupando quase que totalmente suas páginas.

TIPOS DE NEBULIZAÇÃO PARA SINUSITE Fonte: PORTAL TUA SAÚDE – TEXTO DE DRa CLARISSE BEZERRA https://www.tuasaude.com/nebulizacao-para-sinusite/ (acessado em 28/07/2020)

Homenagem a um professor

A nebulização é um ótimo tratamento 2. Nebulização com chá de ervas

Existem diferentes formas de fazer uma nebulização, sendo que as mais comuns incluem respirar o vapor da água do chuveiro, fazer nebulização com soro fisiológico ou respirar o vapor de alguns tipos de chá de ervas, como o de eucalipto.

1. Nebulização com água do chuveiro Uma boa forma de tratamento caseiro para sinusite é a inalação do vapor de água do chuveiro. Basta ficar no banheiro com a porta fechada e deixar a água do chuveiro bem quente, de modo que gere muito vapor. Depois, basta sentar-se confortavelmente respirando o vapor, não havendo a necessidade de se molhar. É importante que este procedimento seja feito por cerca de 15 minutos, várias vezes ao dia. O alívio dos sintomas é imediato e pode ajudar o paciente a adormecer mais facilmente.

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Mas esse não é um procedimento muito econômico, uma vez que se gasta muita água. Além disso, se o banheiro não estiver devidamente limpo e se tiver mofo ou bolor, este procedimento é contraindicado pelo risco de inspirar fungos e bactérias nocivas ao organismo, que podem agravar a sinusite.

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A inalação do vapor de ervas também é uma outra forma de tratamento natural para a sinusite, que consegue aliviar seus sintomas, trazendo uma melhor qualidade de vida. Basta preparar um chá de camomila, eucalipto ou cascas de laranja com limão, esperar amornar um pouco e, então, inspirar o vapor por aproximadamente 20 minutos. É preciso ter cuidado para não inspirar o ar muito quente, pois pode causar queimaduras nestes tecidos. Uma boa forma de utilizar esses chás é fazer uma inalação, colocando o chá numa bacia, posicioná-la numa mesa e sentar-se na cadeira, inclinando-se levemente para frente para conseguir inspirar o vapor.

3. Nebulização com soro fisiológico A nebulização com soro fisiológico é um ótimo auxiliar no tratamento da sinusite, pois além de facilitar a respiração, pode servir para a administração de medicamentos inalatórios prescritos pelo médico. Para fazer a nebulização em casa, devese colocar no copinho do nebulizador cerca de 5 a 10 mL de soro fisiológico, posicionar a máscara próxima ao nariz e, então, respirar aquele ar. Deve-se manter os olhos fechados e estar sentado ou recostado em uma cama confortavelmente. Pode-se fazer esta nebulização por 20 minutos ou até o soro acabar. Não é recomendado fazer a nebulização deitado, pelo risco de aspiração das secreções.

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net

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4. Nebulização com remédios A nebulização com remédios, como Berotec e Atrovent, geralmente é diluída com soro fisiológico, e só deve ser feita se for receitada por um médico. Também se pode fazer nebulização com Vick Vaporub, colocando 2 colheres de chá de Vick em uma bacia com 500 mL de água quente e inalar o vapor. No entanto, seu uso só deve ser feito sob orientação do médico, porque em alguns casos, o Vick pode aumentar o muco nasal ou inflamar as vias respiratórias. Este medicamento não deve ser usado em grávidas, mulheres a amamentar ou crianças com idade inferior a 2 anos.

Estamos em pleno verão; o sol, no dizer poeta, “manda-nos um cáustico de luz que nos abrasa”. Precisamos buscar um lugar onde possamos melhor resistir a esse cáustico, e o nosso pensamento volta-se instintivamente para o mar. A praia é, nestes tempos, a chanàn, a verdadeira terra prometida, e todos os que não suportam o calor, aspiram passar uns dias em contato com o salso elemento. Mas onde passar economicamente esses dias? Em Torres? Não, essa praia, apesar de dispor de grande conforto, é hoje a praia da aristocracia porto-alegrense, portanto está longe das cogitações dos pobres. Uma praia que poderia satisfazer economicamente as aspirações dos menos favorecidos da fortuna, a do Arroio do Silva, está de tal modo desaparelhada dos mais elementares meios de conforto, que afugenta todos os que aspirem passar lá alguns dias. Em toda parte, as praias são fontes de rendas para os municípios, e esses, por intermédio de suas municipalidades, estimulam as iniciativas em prol do desenvolvimento das mesmas. Por que não procura a nossa edilidade, estimular o desenvolvimento da nossa praia, isentando de determinados impostos as casas de pensões ou hotéis que se fundarem aí, auxiliando mesmo pecuniariamente, se as isenções não forem bastante? Prestará assim um auxílio à coletividade e desenvolverá uma parte do município, que só poderá desenvolverse com o desenvolvimento da praia. Campinas 6, 01/01/1930 ACERVO JORNALECO

Esta fotografia, que reúne a diretoria, professores, funcionários e alunos do Grupo Escolar Professor David do Amaral, bem pode ser um registro da ocasião festiva da homenagem a David do Amaral, registrada no Campinas, no final de 1929. O segundo garoto, à frente, da esq. p/ dir., é o aluno Ernesto Grechi Filho, que completaria nove anos de idade no dia 2 de fevereiro seguinte. Apesar de todo o reconhecimento daquelas pessoas ao professor David do Amaral, as gerações seguintes, sem conhecimento da história, simplesmente o ignoraram, num gesto desrespeitoso ao professor, sua família e a todos que o admiravam. RG

Quando a nebulização não deve ser realizada Não existem contraindicações para a nebulização com soro fisiológico e ela pode ser feita em bebês, crianças, adultos e, inclusive, durante a gravidez. Contudo, quando se trata de utilizar medicamentos, deve-se falar sempre com o médico antes de iniciar o tratamento. Além disso, antes de se utilizar plantas medicinais no tratamento da sinusite, também se deve informar o médico, devido ao risco de interação medicamentosa e de toxicidade. z

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Idealmente, a nebulização deve ser feita de 2 a 3 vezes ao dia, por, aproximadamente, 15 a 20 minutos e, de preferência, pela manhã e antes de dormir.

Por ocasião do encerramento das aulas no grupo escolar desta cidade, foi prestada uma sincera homenagem à memória do saudoso professor David do Amaral, sendo colocado no salão de honra do grupo o seu retrato. Ao descerrar-se a cortina que cobria o retrato do homenageado, falou a diretora do grupo, que pôs em destaque as qualidades daquele educacionista e mostrou o quanto era justa aquela homenagem. Falou a seguir o sr. Bonifácio Soares, que representava a família do homenageado. Agradeceu em breves palavras a homenagem prestada e traçou o perfil moral e intelectual de David do Amaral, sendo bastante aplaudido. As crianças presentes entoaram hino e canções patrióticas. Campinas 6, 01/01/1930 NJ: O jornalista Ernesto Grechi Filho (1921-1997) diversas vezes aludiu à injustiça feita ao professor David do Amaral, que teve o nome retirado do educandário, que passou a se chamar Castro Alves. A justificativa do Ernesto era que a escola, em 1944, apenas havia se mudado para uma nova edificação e poderia manter o nome. A Verdade de 20 de agosto de 1929 traz uma lista com alunos do David Amaral elogiados de acordo com um Regimento Interno, e Ernesto, do I anno, está entre eles.

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Director Proprietario DURVAL MATTOS Gerente BONIFACIO AGUIAR Redactor POMPILIO FERNANDES Collaboradores DIVERSOS Circulou cerca de 3 anos entre 1929-1931 e 1936-1937 “Cartões de visita, enveloppes, contas corrente, papeis para cartas, mata-borrão, facturas commerciaes etc. Nesta Typographia”

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Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS

joão batista de souza

Sinuca, missa, domingueira e cinema

Só existiam dois bares centrais – um deles possuía as maravilhas das mesas de sinuca – que a maioria dos homens, jovens e crianças frequentavam, principalmente aos domingos. Assisti disputas ferrenhas, com torcidas e tudo e, claro, discussões que quase despencavam para vias de fato. Os donos eram “de origem” (italianos). Seu Ítalo Naspoline (chamávamos de Naspolini), na velhice, passava horas e horas sentado escolhendo feijão, um a um, esparramados em uma mesa. Homem de modos e respostas práticas, rudes. Contam que um rapaz, feliz da vida porque havia conseguido uma nota de cinquenta mil cruzeiros, abanando a nota no ar para que todos a vissem, pediu em voz alta: – Seu Naspolini, “parte” essa nota de cinquenta ao meio. O velho rasgou-a bem no meio, conforme o pedido, e a devolveu. – Não, seu Naspolini! Era pra trocar por duas de vinte e cinco! – Ah! Pois é, né! Pediu, parti.

APOIO CULTURAL

Os Naspoline tinham três filhas e um filho, o Pupo. Uma não sei muito sobre ela, só que era a mais nova e mais bonita, outra era professora, outra,

– Senhor Ítalo Naspoline, tenho a honra de pedir a mão de sua filha em casamento! – Ah! Pois é, né! Só a mão eu não dou. Se quiser, leve tudo. Dona Perpétua era uma carola. Falava o português entrelaçado com o dialeto italiano. Nos domingos que havia missa na Capela, quando chegava às dez horas da manhã, se tivessem jogando sinuca, mesmo que com apostas altas, ela espalhava as bolas de bilhar e decretava: – Vamo à missa, (ra)paizada! No outro salão, dos Bon Figlio, menos frequentado, embora ficasse quase em frente à Capela de São Roque, era onde se promoviam domingueiras e, esparsamente, sessões de filmes, quase sempre faroestes. ○

O filme só começava quando seu Roque pressentia que não tinha mais ninguém pra entrar no salão escuro. Pelas cortinas da porta ele espiava e, satisfeito, bradava: “Descasca a lenha, Gasolina!” ○

Seu Roque, um “nego véio” que passava as tardes de domingos sentado em uma cadeira, na frente do bar, bebendo e tocando sua sanfona – desafinada e descompassada – era quem passava os filmes nas noites de sábado e tardes de domingos, quando não se promovia domingueiras. Como incentivo (seu Roque distribuía balas a rapaziada que participasse) e muita vergonha “aprendi”, lá, a dançar (parecia que todo mundo só ficava me olhando e rindo de minha falta de habilidade).

Nas sessões de cinemas, quem operava a “máquina” era o Gasolina, um consertador de bicicletas meio folclórico. O filme só começava quando seu Roque pressentia que não tinha mais ninguém pra entrar no salão escuro. Pelas cortinas da porta ele espiava e, satisfeito, bradava: – Descasca a lenha, Gasolina!

Com um público de quatro mil pessoas e uma renda de NCz$ 6.170, o Araranguá Esporte Clube lotou seu estádio no último dia 11, quando disputou a partida com o Joinville. O jogo transcorreu tumultuado, mas o Araranguá conseguiu o empate através do pênalti cobrado por Omar nos últimos minutos do segundo tempo. [...] A preocupação do treinador Áureo Malinverni é quanto à arbitragem de Santa Catarina e disse que a mesma ainda não encontrou o caminho certo. No próximo dia 18, o Araranguá Esporte Clube joga com o Marcílio Dias, em Itajaí. JUNHO 1989 Nº 2

Por falar em bicicleteiro, e por falar em folclórico, aqui em Araranguá tivemos duas figuraças, muito queridas de todos nós: O Darci da Bicicleta e o Valmor da Bala. Os dois foram candidatos à vereador. Valmor da Bala teria dito a esposa:

Congresso Lojista fica na história O XXIII Congresso Estadual do Comércio Lojista de Santa Catarina, realizado em maio, ficou na história de Araranguá. O número de participantes ficou em 570, que totalizaram 63 cidades do Estado. [...] Para a elaboração do Congresso, as comissões reuniram-se 24 vezes. Comissão Organizadora formada por: presidente, Alcidino Eduardo Fernandes; vicepresidente: Laudi Vieira Alano; secretários: Lédio Antonio Gomes e Deoclécio Pereira Machado. [...] Os CDLs de todas as cidades participantes elogiaram o trabalho dos organizadores do Congresso. [...] JUNHO 1989 Nº 2

– Mulher, eu já estou eleito, mas, nosso compadre não. Então, eu voto em mim e tu votas no Darci. Contados os votos, ficou assim: Darci com algumas dezenas de votos,Valmor da Bala: um voto. Como diria a “talianada”: Porco cane!

ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro

‘Arbitragem não encontrou o caminho’

Dois problemas: não raro a película se partia e era um pandemônio; e quando havia cenas meio “fortes”, sugerindo atos libidinosos, seu Roque punha sua mão à frente da lente de projeção. Não adiantava espernear: as mocinhas não podiam ver essas poucas vergonhas!

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APOIO CULTURAL

Nasci e me criei numa vila – Morro da Fumaça – sem indústrias (a não serem as olarias), sem prédios públicos de monta (a não ser uma escolinha, depois, Grupo Escolar, a estação de trem e os correios, que funcionavam na mesma casa do agente). Parecia que a vila havia parado no tempo.

Certa vez, um pretendente da grãfina aproveitou o almoço festivo da família e, solenemente, discursou:

A linha editorial do PRETO NO BRANCO segue nas edições seguintes, com destaque para a história de Araranguá e região. As notícias da cidade estão presentes nas realizações culturais do Governo Municipal, nos esportes, com boa cobertura do AEC e do atletismo, nos eventos da cidade, como a Festa do Peixe no Arroio do Silva, e diversas iniciativas culturais, da Educação e do entretenimento. Mas a marca principal do jornal é a memória, com amplo uso de acervos fotográficos. Na segunda edição, “Raízes do passado” inicia uma exposição de defesa do casario antigo da cidade que subsistia e já se intuía condenado. Na terceira edição surge Antonio Soares, aos 74 anos, que se tornaria seu maior colaborador e consultor, divulgando um grande acervo documental (às vezes sem registro de fonte) e publicando suas pesquisas e crônicas de história. A série de entrevistas segue com os empresários Gerci Pascoali, Heitor e Dilnei Almeida, Geraldo Mangela, entre outros, aparecendo também pessoas de outras áreas. Com circulação mensal, cada edição trazia farto material (nos verões, tinha anexo o “Jornal da Praia”). Foi um dos jornais de Araranguá mais prazerosos de se ler. Juraci Fernandes, a jornalista abnegada e idealista, também lidava muito bem com a área comercial para viabilizar o seu empreendimento. Com tanto trabalho, e por ser nova entre nós, teve dificuldades em anotar e revisar os nomes de pessoas e locais da cidade. Assim, quando detectamos algum erro, corrigimos o dado nas transcrições que fazemos. RG

Era uma forma de fidelização. Ele fazia assim: mocinhos e mocinhas podiam dançar de graça à tarde, até às três horas, depois, quem quisesse, teria que pagar. A cobrança de ingresso era sofisticada: Uma pessoa postava-se num canto do salão, só observando os dançarinos. No meio da “moda” (como se dizia para a música que estivesse tocando), o sujeito fechava a sala, batia palmas e o gaiteiro (seu Roque) parava de tocar. Daí, procurava aqueles que ainda não houvessem pago. Alguns, a contragosto, pagavam o valor estipulado, outros tentavam se esquivar, e outros negociavam, já que o dinheiro, numa época de empregos miseráveis, era enormemente escasso.

AGOSTO 2020

criança (olhem que lá se vão alguns carnavais – 75) os costumes e as ingenuidades sociais eram gritantes. Meus netos quando tinham cinco, seis anos de idade sabiam mais da vida que um velho ou velha nos tempos de antanho.

metida a grã-fina. Todas muito liberadas para a época e apesar dos costumes arcaicos dos pais.

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L embro como hoje. Quando era

F PUBLICADO ENTRE 1989 E 1992 F

Dr. Carlos Roberto de M.R. Barros Responsável Técnico - CRM 3270 - RQE 2755 Neurologia - Adulto e Infantil Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral

(48) 3524-1380 | 99675-3202 Av. Engenheiro Mesquita, 361 - Centro - Araranguá SC

[A morte do boto Tanso em 1966] Aos 11 de agosto de 1966, vem a faltar o pastor das tainhas. Morre um hábil e experimentado pastor do mar. Morre o velho boto Tanso, que durante um quarto de século conduziu com habilidade os cardumes de tainhas até as redes e tarrafas dos pescadores... Foi o fato mais sentido na cidade de Araranguá no mês que findou. O velho pastor do mar subiu pelo rio Araranguá e desembocou no rio São Bento, de onde os pescadores tiraram-no ferido de morte [...] Certo dia de junho, moradores das margens do rio São Bento, 100 a 200 quilômetros do rio Araranguá, trouxeram a notícia de que um peixe enorme e preto estava preso num poço do rio, sem forças para descer rumo de volta ao mar... Para os pescadores, a informação era preciosa, pois falava do melhor dos pastores marinhos, o boto Tanso, o mais velho e habilidoso guarda dos cardumes de tainhas, que são a fonte de sustento de algumas centenas de famílias espalhadas até a ponta norte da barra. Discutiu-se até tarde na casa do seu Nestor, todos concordaram que o boto Tanso teria que ser socorrido. Recolheu-se, de bolsos quase vazios, uma contribuição para as despesas, e já na manhã seguinte um grupo de pescadores, fretando um caminhão e levando redes e tarrafas, viajou para as cabeceiras do rio São Bento, na operação de salvamento. De povoação em povoação, foram colhendo informações, ouvindo de uns e outros, as notícias sobre a odisseia do enorme peixe preto que subiu o rio e parecia gemer de desespero por ter perdido a estrela do mar. Mais adiante, numa zona de agricultores descendentes de italianos, ouviram destes que, ignorando a utilidade do peixe, tinham disparado suas armas contra ele, ferindo-o e certamente assustando-o ainda mais. Por fim, depois de uma longa viagem, os pescadores descobriram seu pastor ilhado em um poço fundo do rio São Bento. Lançaram redes e caíques, tentando conversar com o velho Tanso, mas o boto estava ferido e mergulhou para as profundezas do poço, frustrando sua salvação. Alguns mais corajosos e jovens mergulharam nas águas frias e perigosas do rio para destocar o peixe. Depois de muito esforço, por fim, o boto Tanso foi recolhido pelas redes, isso pela primeira vez em sua vida... estava exausto, o velho pastor! No seu lombo sangravam profundas feridas, e os olhos não tinham a animação das manhãs de perseguições às tainhas! Mas estava vivo. E com carinho e delicadeza, os pescadores puseram o enorme pastor do mar na caixa do caminhão, com a cabeça imersa na água, e partiram rumo a Araranguá. Colocaram com cuidado o velho Tanso na água, o qual se sentiu já meio salgado, bateu mais animado as nadadeiras e avançou rumo a barra... Os pescadores sentiram a felicidade na cara uns dos outros e respiraram mais aliviados, mas... estava escrito que aquela seria a última viagem do velho boto, que morreria próximo do seu habitat, bem perto da ponta da barra de Araranguá. Tanso virou de barriga para cima, com o ventre claro, marcando o azul do rio dourado. Era o adeus do pastor das tainhas [...] Pesarosos como quem recolhe um pedaço da própria vida que se esvaiu, como se um pouco deles mesmos tivesse morrido, os pescadores recolheram o corpo do velho Tanso e o mumificaram, deixando nos seus restos um registro de dedicação e amor... Quem ama a natureza e respeita suas leis, identifica-se com ela, faz dela a sua própria vida. Arquivo, Antonio Soares JULHO 1989 Nº 3 NJ: Acreditamos que o texto (também pelo estilo) seja do próprio arquivista, escrito à época do fato.

Dr. Ivan Holsbach MÉDICO PEDIATRA CREMESC 2390

Fone (48) 3524-2483 Av. Engenheiro Mesquita, 371 - Araranguá SC


ANO VIII - AGOSTO E SETEMBRO DE 1967

Araranguaense* é o maior jóquei brasileiro Recebemos uma carta do cabo do Serviço de Identificação do Exército, Ires Gutierrez, acompanhada de um recorte do jornal “Última Hora”, do Rio de Janeiro, com extensa reportagem ilustrada sobre o maior jóquei brasileiro da atualidade, ganhador do Grande Prêmio Brasil. Trata-se de Antonio Alfredo Ricardo, natural desta cidade*, nascido em 1934. A reportagem diz que Ricardo quebrou o mito de Rigoni**, considerado até há pouco o ás do hipismo nacional. CA 160 19/08/1967 NJ**: O curitibano Luiz Rigoni (1926-2006) foi um maiores jóqueis brasileiros, campeão do GP Brasil de 1954, 70 e 71. NJ*: Antonio Alfredo Ricardo não era araranguaense, mas nascido em Morro da Fumaça, então distrito de Urussanga. O jóquei faleceu em 2010. Conforme relato de sua esposa, Maria Possamai Ricardo, ele havia dito uns dois anos antes que gostaria de ser sepultado no mesmo local em que estava o sogro, Natal Possamai, em Jacinto Machado, terra natal de Maria. Antonio era pai de Jorge Antonio Ricardo (Rio, 1961), o maior vencedor da história do turfe, recordista mundial em 2018 (então radicado na Argentina), com 12.846 vitórias, quando ultrapassou definitivamente o canadense Russell Baze, que se aposentara em 2016, e com quem vinha alternando a marca desde 2009. Em 2014, no Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre, foi realizado o Desafio Internacional de Campeões entre os dois maiores vencedores da história do turfe mundial, Jorge Ricardo e Russell Baze. Foram disputados cinco páreos, com confronto direto entre os dois jóqueis. A decisão veio no quinto e último páreo, com Jorge Ricardo vencendo e conquistando o Desafio dos Campeões por 37 a 36 – apenas um ponto de diferença. Mas o pai do campeoníssimo Jorge, Antonio Alfredo Ricardo, campeão do Grande Prêmio Brasil de 1967 com o azarão Duraque numa vitória espetacular, era considerado por alguns como tecnicamente ainda melhor que o filho. Alfredo Antonio Ricardo foi o grande professor de Jorge. Quando faleceu, aos 75 Os jóqueis anos, atuava como treinador. Ricardo

Capas da revista: carnaval em 1951; Juscelino Kubitschek e a inauguração de Brasília em 1960; Tarcísio Meira e Glória Menezes, em 1969

Os diretores da revista O Cruzeiro queriam criar um personagem fixo e já tinham até o nome, adaptado de uma famosa anedota. Dois caçadores conversam em seu acampamento: — O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente? — Ora, dava um tiro nela. — Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo? — Bom, então eu matava ela com meu facão. — E se você estivesse sem o facão? — Apanhava um pedaço de pau. — E se não tivesse nenhum pedaço de pau? — Subiria na árvore mais próxima! — E se não tivesse nenhuma árvore? — Sairia correndo. — E se você estivesse paralisado pelo medo? Então, o outro, já irritado, retruca: — Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça? Wikipédia

INTERNET

O AMIGO DA ONÇA

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Fontes: esportes.estadão.com.br (08/02/2018); jockeyrs.com.br; jcb.com.br; Wikipédia; leia em gauchzh.clicrbs.com.br sobre detalhes dos cinco páreos na vitória de Jorge Ricardo em 2014 no Desafio dos Campeões.

+p. 2 e 12

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APOIO CULTURAL

ZEFERINO, VAI ALI ATRÁS QUE EU OUVI UM PIADO DE CURIÓ

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

ilustrada, lançada no Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 1928, editada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Foi a principal revista ilustrada brasileira da primeira metade do século 20, deixando de circular em julho de 1975. Estabeleceu uma nova linguagem na imprensa brasileira: inovações gráficas, publicação de grandes reportagens, ênfase no fotojornalismo. Fortaleceu a parceria com as duplas repórterfotógrafo, a mais famosa sendo formada por David Nasser e Jean Manzon que, nos anos 40 e 50, fizeram reportagens de grande repercussão. Entre seus diversos assuntos, a revista O Cruzeiro contava fatos sobre a vida dos astros de Hollywood, cinema, esportes e saúde. Ainda contava com seções de charges, política, culinária e moda. Cobrindo o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954 a revista atingiu 720.000 exemplares. Até então, o máximo alcançado fora a marca dos 80.000. O fim da revista aconteceu em julho de 1975, com o fim do império dos Diários Associados de Chateaubriand.

AGOSTO 2020

“O AMIGO DA ONÇA”, DE PÉRICLES / O CRUZEIRO

j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)

O Cruzeiro foi uma revista semanal

JORNALECO 525

PÉRICLES de Andrade Maranhão (Recife PE 1924 - Rio de Janeiro RJ 1961). Por volta de 1942, chega ao Rio de Janeiro e ingressa nos Diários Associados de Assis Chateaubriand (18921968). A partir de 1945, ilustra os textos de Millôr Fernandes na seção Pif-Paf da revista O Cruzeiro. Laurindo e Miriato Gostosão são outros personagens criados por Péricles, mas o de maior sucesso é O Amigo da Onça, publicado pela primeira vez em 1943. Em popularidade, O Amigo da Onça tem antecedentes na história do humor gráfico brasileiro em figuras como Zé Povo, Jeca Tatu e Juca Pato. No entanto, diferentemente destes, não está associado aos oprimidos e sua luta. Ao contrário, em mais de mil páginas semanais, o Amigo da Onça assume diversos papéis sociais: é tanto o mendigo como o grã-fino, o chefe e o subalterno, o adulto e a criança, o ladrão e o policial, o retirante nordestino e o gaúcho, o náufrago e o comandante. Tal mobilidade indica a universalidade na falta de valores e na suspensão de juízo crítico que orienta o personagem. Apesar dos diversos trabalhos de alta qualidade executados ao longo da vida – por exemplo, ao lado de Millôr Fernandes (1923-2012) durante dez anos na coluna O Pif-Paf, também na revista O Cruzeiro, ou com charges políticas –, é com a figura baixinha do Amigo da Onça que o desenhista encontra fama nacional. Após seu suicídio, em 1961, o personagem passa para as mãos de Carlos Estevão (1921-1970), sendo publicado até 1972. enciclopedia.itaucultural.org.br

Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy

Vândalos agem na cidade Cabeludos ou não, desajuizados e irresponsáveis, talvez birutas da atualidade, estão colocando em pânico moradores de diversas zonas da cidade, derrubando muros, cercas, esburacando rebocos das casas e outras proezas. [...] Altas horas da noite, principalmente aos sábados, bandos de moleques, embriagados, fazem algazarras nas ruas, proferindo palavras de baixo calão e roubando o sossego daqueles que repousam. E não se trata de vagabundos, pois essas cenas se repetem à saída dos bailes de nossas sociedades. [...] CA 161 16/09/1967

DA EDIÇÃO ANTERIOR Odilon Coral Pietsch participou do desfile

de máquinas agrícolas pela av. Getúlio Vargas, na visita do governador Ivo Silveira a Araranguá em 1967. Ele lembra que estava a quatro dias de completar seus 11 anos.

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Eu não creio nas mulheres Nem quando dizem – Meu bem! Se a boca fala e mexe, Nem coração elas têm. Eu não creio nas mulheres Nem quando estão rezando; Mãos postas no coração, O pensamento voando. Eu não creio nas mulheres Nem quando estão cantando; Seus olhos estão alegres, O coração está chorando. Eu não creio nas mulheres Nem quando estão jurando; A boca está prometendo, O coração está negando.

APOIO CULTURAL

LAURO PACHECO DE FREITAS (1896-1982). Pai do ator de telenovelas da TV Globo Gilberto Martinho (Ilhas, Araranguá 1927 Rio de Janeiro 2001). Deixou o livro Poesias de Lauro Pacheco de Freitas (1982), publicado no Rio de Janeiro por Gilberto Martinho.

Mais chego no seu Maneco Não tem que vê no buteco Uma cana eu vô tomá.

ERNESTO GRECHI FILHO (Lages 1921 Araranguá 1997). Veio de São José com a família em 1927 para Araranguá, onde se tornaria nosso mais prolífero jornalista. Foi editor e redator do Correio de Araranguá, quinzenário que fundou em parceria com o Dr. Wladinir Luz, circulando entre 1960 e 1975 (nosso único jornal no período, exceto em 1964, com O Sul, de Osmar Nunes, e, a partir de 1974, com o retorno do mesmo O Sul), e foi correspondente do Correio do Povo, de Porto Alegre, e de O Estado, de Florianópolis. De 1975 a 1991, escreveu para quase todos os jornais de Araranguá e alguns de Criciúma. A maior parte dos seus poemas é da juventude. “A feira do caboclo” é de 1940, escrito em Florianópolis, quando servia no Exército.

Bebo uma, cuspo fora, Peço otra e faço agora Um pito pra eu fumá. Dispois mi assento e cumeço A preguntá pro Bastião Cumo vai a fiarada, A cumadre, o garanhão. Já o soli vai quentando, Bom pra gente lagartiá. Passo a mão na minha cesta, Cango os boi, encilho a besta E continuo a viajá. Mais ô diabo! a gente cansa Vô chegá cá no seu França E vô um trago tomá. São só nove e meia em ponto E eu já tô quais bem tonto É di tanto caminhá. Discanso mais um pouquinho. Vem o Chico e mais um trago Já tou cum olho di bago. Mais não mi importa não Pois não mi farta curage Vô segui minha viage Ainda tenho dez tostão. Lá embaixo da figuera Que sombra bunita e facera Eu aqui vô discansá. Drumo em riba dos pelego Aqui só há paiz e sussego Dá da gente inté sonhá. Mi acordo e vejo o sóli Já vai alto no arrebóli Puxa diabo qui drumi...

APOSENTADORIA / REVISÃO INSS APOSENTADORIA | AUXÍLIO-DOENÇA | CÁLCULOS REVISÃO DE BENEFÍCIOS | ACRÉSCIMO 25%

As estrelas são faróis Que iluminam a direção A luz é a sinaleira Piloto é meu coração Meu barquinho encalhou Na rocha da falsidade Quem fez meu barco encalhar Foi o peso da saudade Saudade é barco sem leme Enfrentando um furacão Pro amor não tem fronteira Não tem cerca e nem prisão

Recanto vazio O espelho

Somos quatro que moramos Neste recanto vazio Eu, a saudade e o mar E o vento minuano frio

AYRES KOERIG Coloca-te na frente dum espelho... Ele revela o que tu sempre vês. Se és velho, ele reflete como és velho. Se és moço, ele reflete a tua tez.

Quando a triste noite chega Trazendo seu negro manto Sempre me encontra chorando Para secar o meu pranto

Vermelho, também diz o que é vermelho; Sem roupa, vai mostrar tua nudez... Porém, agora vou dar-te um conselho – Não deixes que ele diga o que não és!

Quando o dia amanhece Neste canto abandonado Só o sol pode aquecer Este coração gelado

Conforma-te que o tempo vai passando E te ensinou que sejas mais prudente, Pois o que foste não serás jamais...

Somos quatro que padecem Neste canto sem querer Eu e o vento e o mar E a saudade de você

Recorda apenas tua vida, quando Fazias tudo muito irreverente... Aquilo que passou não volta mais! AYRES KOERIG (Palhoça 1919 - Araranguá 2016). Viveu 75 anos em Araranguá, aonde chegou em 1941 para lecionar. Em 1999, aos 80 anos, publicou seu livro de poesia Flores de Outono. Em 2007, lançou um segundo livro: De Onde Viemos e Para Onde Vamos.

João Vianey Luciano CRC 13.856-SC

WhatsApp (48) 98812-3136 Praça Hercílio Luz, 602 - Sala 36 Araranguá SC - Anexo à Rodoviária

Não cobro consulta

MARIA LEOFRÍSIO URBANO FRANCISCO (1925-2008). Teve três livros publicados: História sem saudades do passado (Vozes, 1986), Borbulhinhas do Mar (Orion, 1999) e Só eu e o mar (Orion, 2005).

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A morte ANTÔNIO SOARES Saudade de alguém que morre Significa, no fundo Aroma do roseiral Que o morto plantou no mundo A morte não provocada É bênção que Deus envia Lembrando noite estrelada Quando chega o fim do dia A O O A

terra — escola bendita sofrimento — lição corpo — a prisão da vida morte — libertação

Para quem cumpre o dever Por mais que o dever enfade A morte é a cadeia aberta No dia da liberdade Procura o bem, faze o bem Não perca tempo nem vez Que a gente leva da vida Somente a vida que fez ANTÔNIO SOARES DE SOUZA, o “Antoninho Fogueteiro”, nasceu em Florianópolis em 1906, vindo para Araranguá com a mãe aos 5 anos de idade, onde faleceu em 1992. Antônio deixou diversos poemas e crônicas da história local em jornais como Nosso Tempo e Preto no Branco.

‘Arquivo da Alma’ NEGO BONI PARTIDA A cada vez do teu partir, sempre esqueces alguma coisa aqui. Como seria bom se esquecesses de partir. DO BÊBADO O bêbado não só perdeu a vida. Enquanto bebia perdeu de viver. BONIFÁCIO DE SOUZA SILVEIRA (Araranguá 1938-2002). Colaborador do Jornaleco, publicou o Arquivo da Alma (Orion 1999), e deixou outro livro pronto, o Uma alma em arquivo.

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Eu não creio nas mulheres Nem quando estão sorrindo; Os olhos estão piscando, O coração está fingindo.

Meu barco vai flutuando No lago azul do espaço O vento vai me levando Pra me jogar nos teus braços

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Eu não creio nas mulheres Pelas lágrimas caindo; Se a boca está chorando, O coração está rindo.

O remeido disto agora É vortá pra casa a pé Puis a hora do mercado A di hoje já si foi.

APOIO CULTURAL

Eu não creio nas mulheres Nem nas certezas que dão; Se a boca diz que — sim, O coração diz que — não.

Mi levanto Lavo os óio, Faço fogo E dispois bóio E vô pra vila negociá.

MARIA LEOFRÍSIO

AGOSTO 2020

Eu não creio nas mulheres Nem quando estão dormindo; Os olhos estão fechados, As sobrancelhas bulindo.

Barco de nuvem

ERNESTO GRECHI FILHO

PESQUISA E SELECÃO: RICARDO GRECHI (1 de 2)

JORNALECO 525

LAURO PACHECO DE FREITAS

oito poetas

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O mais bunito qui a ruana Aquela besta sacana Fugiu e levô os boi.

A feira do caboclo

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As mulheres

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POética Araranguaense G

araranguaenses do século 20 O amor NILSON MATOS PEREIRA O amor é sentimento controverso Ódio ou paixão, tristeza ou alegria Eterna chama, às vezes dura um dia No mundo inteiro existe em prosa e verso. O amor é sentimento do desejo Só nasce e se alimenta do contato Entre os sentidos se destaca o tato Vinga e morre com um tapa ou um beijo. O amor é sentimento muito estranho Não tem cor, não tem raça e nem tamanho Impossível ser feliz sem o amor. Aparece quando menos se espera Vai embora, permanece na quimera É guerra e paz, felicidade e dor. NILSON MATOS PEREIRA. Nasceu e morreu em Araranguá (1939-2005). Goleiro profissional, professor de português, jornalista. Deixou organizado um livro de poesia.

Estações WALTER QUADROS MARTINS Canta a PRIMAVERA o milagre dos ninhos e a messe das flores; é toda – luz, amores. Ri o VERÃO, exuberante de luz, transbordante de vida; é todo – festa, perpetuação. Queda-se o OUTONO na agonia da vida e da morte das folhas; é todo – desespero, horrores. Chora o INVERNO, irmão bastardo das estações; é todo frieza, desolação. WALTER QUADROS MARTINS (1919-1996). Publicou o livro Diadema (1988).

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