Jornaleco 529 dezembro 2020

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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 27 • Nº 529 • DEZEMBRO DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 06/12/2020 11h10 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

PANFLETO CULTURAL

TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC

Av. XV de Novembro, 1767 - Centro | (48) 3524-5916 (48) 99982-7783 | graficacasadocarimbo@gmail.com

ORION EDITORA

ESTACIONAMENTO EXCLUSIVO PARA CLIENTES

Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil

COTIDIANO ○

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

POR

ALEXANDRE ROCHA

UMA PUBLICAÇÃO

Episódio de Hoje:

Caída portalegre

terça-feira, pouco mais de 9 e meia, e Forno segue rápido, parecendo ter horário sob pressão. Além de sua tiracolo, carrega nos braços alguns pacotes, fazendo com que seu andar rápido e decidido fique um tanto balançante e desconsertado. Estava o prefeito de Porto Alegre visitando algumas obras com seu secretário até que, em determinado momento, sentiram dificuldades na localização exata de uma pequena rua periférica da área central e que não era das mais conhecidas. Isto é natural, afinal a capital gaúcha é enorme e pouquíssimos poderiam conhecer todos os logradouros, ruelas e servidões. Procura daqui, procura dali, entra numa quadra, sai na outra, até que num rápido olhar o prefeito avista um cidadão e lhe chama: – Tchê, tu não és o Forno? – Sim, sou eu sim, senhor! – Como vai? Tudo bem, tchê? – Tamo levando! – Ô Forno, me diz uma coisa, tchê, tu sabes onde fica a Rua das Amoreiras, que fica cá pra estes lados? Qual não foi a surpresa do prefeito, quando Forno, depois de olhar umas duas vezes para os lados e buscar a sua referência, começou a fazer as tradicionais indicações gesticuladas: – Faz assim, galo velho, pega à esquerda, dobra à direita, passa uma sinaleira, desce mais um pouco e, mais adiante, quebra a esquina. Lá é a Rua das Amoreiras, uma ruelinha, na verdade. E se for por ali, tem foi capa do um atalho, o caminho é mais curto. Forno Jornaleco de 1º/12/2004 Perguntado se poderia levá-los ao local, Forno prontamente aceitou, desde que antes pudesse deixar suas encomendas em dois pontos. No retorno, estendendo uma carona até a rodoviária, Forno acabou aceitando saborear um cafezinho com o prefeito antes da próxima partida da Santo Anjo.

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

O milagre dos peixes JORNAL

DA

MANHÃ

29/05/1985

APOIO CULTURAL

História fictícia, homenagem ao Forno, figura tradicional de Araranguá e grande conhecedor de Porto Alegre, para onde viajava quase diariamente, atendendo aos muitos pedidos dos amigos, sempre que podia. Osni Alves, o Forno, faleceu em 2004, aos 59 anos (+ J.217).

CN

REPR. JORNAL / FOTO PAULO MENDES

É

contribuição das empresas A e profissionais, mais o apoio da

ARARANGUÁ-SC DEZEMBRO 2020 ANO 27 • Nº 529 DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA CORTESIA DOS ANUNCIANTES

Os edifícios mais altos

Municipalidade e a parceria da GRÁFICA CASA DO CARIMBO com o JORNALECO – essas marcas que estampam nossas páginas! – é que têm assegurado a realização e a gratuidade desta obra cultural araranguaense. Assim, chegado o final de mais um ano, sentimo-nos felizes em agradecer aos apoiadores culturais, colaboradores, leitores e amigos. Que os desafios e crises de 2020 nos tornem mais justos, solidários e fortes!

SALVADOR/ANO S 1950

POST.TV.BR/JAN.2020

Durante cerca de 30 anos, o prédio do Moinho Belinzoni, construído no início dos anos 1950, na rua Rui Barbosa, Cidade Alta, foi nosso mais alto edifício (abaixo apenas da torre da Igreja Matriz). Só seria superado em 1983 pelos sete pavimentos do edifício Embaixador n Em 20 de novembro, foi inaugurado o primeiro arranha-céu de Araranguá, com 16 pavimentos, no centro da cidade n Abaixo, nosso primeiro edifício de apartamentos, construído em 1969 n

Não se trata do milagre bíblico. Apenas um cardume de gordas e ovadas tainhas que, somente por milagre, entraram pela barra do rio para desovar. Ignoram o veneno do carvão que as espera. Mas, inocentemente, quiseram imitar seus antepassados, que aos milhares procuravam as águas claras do caudaloso rio, transformando-o em grande maternidade para procriar. Os pescadores estão eufóricos e surpresos. Há anos que não se repetia o original e inacreditável método de pescar tainhas com caniço. E são enormes e gordas. Infelizmente, tudo é passageiro. As fêmeas que conseguem desovar logo verão cardumes de filhotes dizimados pelo veneno das águas poluídas pela pirita, é só acontecer a primeira chuva de inverno. O pequeno rio Sangão, caudatário do grande Araranguá envenenará suas águas, assassinando impiedosamente toda a sua fauna. Enquanto isso a burocracia e a falta de interesse emperram qualquer iniciativa do desviar o leito daquele insignificante afluente. Seria a redenção de milhares de habitantes ribeirinhos, inclusive mineiros aposentados das minas de carvão, que estão localizando (sic) nesses locais à beira do rio.

CASA NENA CANOAS / RS

JORNALECO !

ARARANGUÁ / SC

p. 9

A obra do cineasta araranguaense Renan Ramos Rocha p. 6 e 7

RICARDO GRECHI

casa e construção

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Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)

A P O I O C U LT U R A L

JORNALECO

A P O I O C U LT U R A L


chapéu, atacantes perdem gol feito, cartolas contratam mal, técnicos escalam pernas-de-pau, juízes engolem o apito, bandeirinhas esquecem a bandeira em casa, e a mãe de todo mundo continua pagando o pato. Isso é do jogo: apesar de nossas santas mãezinhas, todos somos falíveis e a partida segue. E aí vem o VAR matar o espírito do futebol. z A Ku Klux Klan citava Gênesis 19,27

para justificar o racismo e assassinar pessoas. Charlatões e políticos hipócritas adoram lembrar João 8,32. Fundamentalistas recorrem a remoticidades bíblicas para condenar os LGBTI+ e subjugar as mulheres, na mesma perspectiva que também legitimaria, conforme a ordem de Deus em Nm 15,32-36, apedrejar até a morte uma pessoa que recolhesse lenha num sábado. A Bíblia é um dos maiores patrimônios espirituais da humanidade, mas é preciso reconhecer seus arcaísmos e contradições. Aqueles que a pregam como absoluta palavra de Deus acabam por colocar na boca de Deus suas próprias palavras e intenções. z “E reconhecereis a mentira, e o reco-

nhecimento da mentira vos libertará” — perspectiva atualizada de João 8,32 contra o vírus do fascismo que infecta espíritos incautos no Brasil.

MAFALDA Criação do argentino QUINO (1932-2020)

APOIO CULTURAL

Bom dia, senhor. Quero que me faça a chave da felicidade

GUIMARÃES ROSA

Prof. MSc. Pedro Paulo de Miranda

O filme Deus é Brasileiro é uma adaptação do conto “O Santo que não acreditava em Deus”, de João Ubaldo. Em 2003, Cacá Diegues adaptou o roteiro para o cinema, com o ator Antonio Fagundes representando “Deus”. Dentre os diálogos, um é provocante, aquele em que o ator principal exclama “[...] que mania é essa de vocês em querer ser feliz”. Esse é o recorte para a reflexão nos permitindo considerações, visando discutir as suas implicações no cotidiano ao aceitar tal exclamação como válida. Seguindo esta lógica, o dicionário Vocabulaire de La Psychologie, de Henri Piéron, conceitua “mania” como “[...] ausência habitual de enfraquecimento intelectual”, isto é, “turbinação” cerebral constante. No entanto, no dicionário Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, de André Lalande, “mania” pode ser explicada como “[...] todas as formas de alienação mental que apresentam um estado de sobreexcitação”, ou seja, algo acima do normal em que, sob tal condição, não responde por si. A exclamação do ator associa duas palavras, quer seja, “mania” e “felicidade”. En passant é possível discorrer sobre a palavra “felicidade”, contudo no âmbito filosófico, pois não encontramos determinado termo no dicionário de psicologia que serviu de baliza para o seu entendimento. No dicionário de Lalande, felicidade é “[...] estado e satisfação completa, que toma conta de toda a consciência”. Da mesma forma que a frase extraída do filme e sem o seu contexto original possa dimensionar a razão da sua manifestação, os conceitos igualmente podem sofrer alterações, dado um cenário singular, todavia a questão não é essa, mas dito para que o leitor possa flexibilizar o raciocínio apresentado. Reconhecidamente como “lugar comum”, o pensamento cotidianamente manifestado “o importante é ser feliz” dá a dimensão da “mania”, que por sua vez procura embaçar a outra ponta da jornada existencial, ou seja, o aspecto trágico e/ou “oneroso”. Não existe “pílula mágica”, embora até pouco tempo atrás, uma determinada medicação ansiolítica ocupava o segundo lugar de mais vendida no país. Vende-se o ideal de felicidade como meio e fim de uma trajetória, onde qualquer situação frustrante e desconfortável deve ser evitada e/ou eliminada. A felicidade é o lugar que pode/deve ser alcançado, mas como efeito de uma “marcha” laboriosa associada à capacidade de escolhas. Fortalecer o físico e o cérebro é condição para compreender que felicidade e liberdade são propósitos que raras vezes caminham lado a lado, porque há situações em que ser feliz exige abrir mão da liberdade, por outro lado, para exercitar a liberdade, muitas vezes a condição é abrir mão da felicidade. Por fim, “a felicidade está nas pequenas coisas” é possível, pois é o lugar razoável para aceicom muito tar as coisas como são, prazer, menina. esperto, porque se acredita natutrouxe o o velhinho! modelo? ral, mas é o inconformismo que nos obriga a repensar a naturalidade do que está colocado. Desafiar-se é entrar no campo das incertezas. Então, como fica a felicidade? z

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S S

A BANDA

Não há equívoco maior do que confundir homens inteligentes com sábios.

uplemento

Cuidado! A Globo ainda é o lobo Quem pavimentou a ascensão do bolsonarismo foi a Rede Globo, a partir de sua cumplicidade com o Golpe Militar, passando por sua produção novelesca para eleger Collor, “o caçador de marajás”, até o apoio a Aécio Neves, com a ostensiva campanha de ódio ao PT e o Golpe Parlamentar. Já outras bancadas — da bíblia, da bala, do boi, das fake news — dariam forma definitiva à criatura. Hoje, a empresa dos Marinho posa de justiceira, combatendo os barbarismos bolsonaristas, porém defendendo com unhas e dentes seu neoliberalismo perverso e entreguismo do patrimônio nacional. Mas, para o bem de todos e felicidade geral da nação, a onda Bolsonaro tomou um caldo nessas eleições municipais, perdendo a disputa pela prefeitura nas principais capitais do país. No Rio, Crivella foi rechaçado e Carlos Bolsonaro perdeu o posto de vereador mais bem votado para Tarcísio Motta, do PSOL. Em São Paulo, Russomano nem foi ao 2º turno. Em Fortaleza, Capitão Wagner, tentando se desvencilhar da imagem do presidente na reta final, perdeu de todo jeito. Em Santa Catarina, os candidatos a prefeito ligados a Bolsonaro foram derrotados em quatro das cinco principais cidades: Florianópolis, Blumenau, Joinville e Criciúma; só deu em Chapecó, onde dois candidatos disputavam a tapa o slogan bolsonarista. Foi o pior desempenho de um presidente na Nova República como cabo eleitoral em eleições municipais. As causas do insucesso bolsonarista são muitas e

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APOIO CULTURAL

z Goleiros batem roupa, zagueiros levam

O que lembro, tenho.

DEZEMBRO 2020

A Bíblia manipulada e o VAR

Felicidade e liberdade: questões do nosso tempo

JORNALECO 529

SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI

evidentes: o PIB pífio em 2019, a irresponsabilidade do presidente na condução do país, sua postura de se colocar acima dos partidos. Esse processo de decadência reflete um governo que desde o início já não conseguia conter o desemprego e a alta do dólar e ultrajava a civilização brasileira com o desrespeito ao ser humano e ao meio ambiente, a servidão aos EUA e a desmoralização na política internacional. E aí chegou a Covid-19 para agravar ainda mais a situação geral e revelar de vez o descaso do governo Bolsonaro para com a saúde pública, que já em seu primeiro ato, ainda no governo Temer, havia dispensado os médicos cubanos do programa Mais Médicos, deixando desamparados milhões de brasileiros. Agora, Trump não é mais o síndico do Planalto. Recuou-se a tentativa de golpe no governo de Santa Catarina. E o Brasil, afinal, respira um pouco melhor depois dessas eleições. Mas se o bolsonarismo implode, a Rede Globo, por sua vez, continuará maquinando seus golpes e gerando suas criaturas, direta ou indiretamente. * * * Em Araranguá, é chegada a vez de César Cesa, eleito com expressiva votação (39,85%: 13.967 votos), devendo assumir a prefeitura com uma expectativa otimista por parte dos araranguaenses, enquanto Daniel Viriato, que o sucedeu nos números (23,95%: 8.611 votos), em sua primeira candidatura a prefeito, estabelece-se como nome forte a futuros pleitos.

RICARDO GRECHI

PIADAS QUE CONTAGIAM SELEÇÕES READER’S DIGEST Fonte: www.selecoes.com.br/humor

Dois prisioneiros foram colocados numa mesma cela. – Quantos anos você pegou? – pergunta o primeiro. – Trinta! E você? – Peguei vinte e oito. – Então você pode ficar com a cama perto da porta, já que vai sair primeiro! Wanderson Santos, Araguatins * * * Os três Reis Magos parecem muito generosos, mas é preciso lembrar que aqueles presentes eram, ao mesmo tempo, de Natal e de aniversário. Comediante Jimmy Carr

* * * Um velho fazendeiro está inconsolável, pois seu cachorro desapareceu. A mulher dele sugere que coloque um anúncio no jornal, e é isso que ele faz. Porém, duas semanas depois, ainda não havia nenhum sinal do cão. – O que você escreveu no anúncio? – pergunta a mulher. Denise Stewart – Vem cá, Totó! – responde ele. A – – – –

* * * dona de casa vai ao açougue: Quanto está o quilo da carne de segunda? Oito reais e oitenta e cinco centavos! Credo, que roubo! O senhor não tem coração? Tenho sim! 7,50 o quilo! Rose Pimenta, Niterói

* * * Uma jovem convida o noivo para ir à sua casa conhecer seus pais. Depois do jantar, o pai da moça chama o noivo para uma conversa particular em seu escritório. – Que projetos tem para seu futuro? – pergunta o pai. – Eu estudo Teologia – responde o noivo. – Ok, mas como fará para dar à minha filha uma boa casa? – Estudarei, e Deus proverá. – E como vão sustentar os filhos quando chegarem? – Deus proverá. Quando os dois saem do escritório, a mãe da moça chama o marido num canto e pergunta: – O que achou dele, querido? – Não tem dinheiro nem planos de arranjar emprego. E o pior de tudo é que ele acha que eu sou Deus! Caleb Chiu

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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva

Director Proprietario DURVAL MATTOS Gerente BONIFACIO AGUIAR Redactor POMPILIO FERNANDES Collaboradores DIVERSOS

N.A. Narcóticos Anônimos

Circulou cerca de 3 anos entre 1929-1931 e 1936-1937

Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá

POLÍCIA MILITAR: 190 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ABUSO INFANTIL /DENÚNCIA: 100 ATENDIMENTO À MULHER: 180 PREVENÇÃO AO SUICÍDIO: 188

telefones para emergências

Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

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F 15 DE JANEIRO DE 1931

Três meninas morrem afogadas quando procuravam tomar banho em um rio

APOIO CULTURAL

Simbolizado por uma fita vermelha, o Dezembro Vermelho visa alertar a população sobre os números da Aids no Brasil e conscientizar sobre a importância da sua prevenção — não só dessa doença, mas de outras infecções sexualmente transmissíveis. Esse mês foi escolhido porque o Dia Mundial contra a Aids é comemorado no 1º de dezembro em todo o mundo. Além disso, a campanha busca informar as pessoas sobre a necessidade de dar início ao tratamento o quanto antes, de modo a aumentar a sobrevida do paciente. Essa adesão precoce ao

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Um panorama da Aids no Brasil Quem viveu a década de 1980 se acostumou a ver notícias sobre a Aids estampadas em revistas e jornais, principalmente quando relacionadas a alguma figura pública, como o cantor Cazuza. Felizmente, com o tempo, o número de casos da doença diminuiu no país e os tratamentos se tornaram mais efetivos. Por conta disso, contudo — e até graças às políticas públicas bastante

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net

F 31 DE JULHO DE 1930

De 2010 a 2018, enquanto registrouse uma queda nos novos casos de Aids no mundo, no Brasil houve um aumento de 21% segundo informações da Unaids, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) especializada na doença. De acordo com o Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2018, foram registrados 926.742 casos de Aids no Brasil. Somente em 2017, foram identificados 37.791 casos. Nesse período, a distribuição dos casos aponta uma concentração nas regiões Sudeste (51,8%) e Sul (20%), sendo 606.936 (65,5%) registrados em homens e z 319.682 (34,5%) em mulheres.

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Dr. Mario Azevedo Silveira Acha-se, de novo entre nós, e desta vez com intenção de transferir para aqui sua residência, o ilustre médico Dr. Mario Azevedo Silveira. Este distinto esculápio, que já clinicou, durante alguns dias, nesta cidade, deixou um nome venerado entre aqueles que recorreram aos recursos de sua ciência. Além de médico muito distinto, é também um cavalheiro de fino trato e um amigo assaz leal. “Campinas”, saudando o distinto médico, faz fervorosos votos para que ele fixe, definitivamente, sua residência nesta cidade.

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O sr. José Firmino Leitão, aproveitando o motor e dínamo de sua fábrica, já estendeu, em toda a extensão da rua Joe Collaço, os fios condutores, a fim de fornecer luz às pessoas que a desejarem em suas casas. Já foram feitas instalações no Café Liberal, nas casas do sr. Ivo Cordeiro, Pe. Antonio Luiz Dias, Pacífico Nunes (na rua), e Hotel Labes. Consta-nos que serão também feitas instalações na casa do sr. Antonio Freitas, Barbearia Soares e Hotel do Comércio (antigo Sardinha). Segundo informações obtidas, a inauguração será em 1º de fevereiro vindouro. A Exma. Sra. D. Petronilha Fernandes acaba de fazer aquisição do hotel que pertencia ao Sr. Bonifácio Soares, a qual pretende introduzir, neste estabelecimento, importantes melhoramentos, inclusive instalação de luz elétrica.

E. F. T. C. Segundo estatística, a Estação de Barranca (Araranguá) é a que mais renda tem dado a esta via férrea.

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Prevenimos aos srs. assinantes do nosso jornal [...] que as pessoas que deixarem de satisfazer seus débitos, terão o desgosto de verem seus nomes publicados nesta folha.

APOIO CULTURAL

O objetivo do Dezembro Vermelho

Luz elétrica

eficazes na luta contra Aids — as gerações mais novas talvez não entendam a gravidade de contrair o vírus HIV, e acabam subestimando o risco envolvido. Por isso, é fundamental não deixar de falar da prevenção — o que inclui o apoio de hospitais e clínicas médicas à campanha do Dezembro Vermelho.

DEZEMBRO 2020

É muito importante que todos participem para informar a população sobre essas doenças, suas formas de prevenção e diagnóstico.

No Brasil, o tratamento para Aids vem apresentando resultados bastante animadores. Um estudo recente apontou que 70% dos adultos e 87% das crianças — que descobriram a doença entre 2003 e 2007 — conseguiram uma sobrevida superior a 12 anos. Antes do início das políticas públicas voltadas para o combate à Aids, essa sobrevida era de 5 anos.

A quatro do corrente, três filhinhas do sr. Domingos Serafim, residente no lugar Sangão, município de Criciúma, tencionando tomarem banho em um baixio existente ao lado oposto do rio, e para não darem volta pela ponte, tentaram atravessar o mesmo, a pé. Porém, como este é coberto por um espesso lençol de limo, as infelizes meninas erraram o vau, e caindo em perau, pereceram afogadas. Contavam as inditosas crianças 7, 9 e 14 anos. O sr. Domingos Serafim, que tivera o desgosto de perder a poucos dias um filhinho, acha-se, também com sua esposa, aguardando leito, em estado de inspirar cuidados. Quantas provações para um pobre homem!

JORNALECO 529

Se celebramos o Outubro Rosa, conscientizando acerca do câncer de mama, e o Novembro Azul para lembrar os homens sobre o câncer de próstata, fechamos o ano com o Dezembro Vermelho, alertando a população sobre a importância de se prevenir contra a Aids.

tratamento, além da disciplina do paciente em tomar a medicação de modo adequado, podem reduzir a carga viral no seu organismo, tornando-a indetectável. Desse modo, além de qualidade de vida, esse paciente não desenvolverá a doença e não transmitirá o vírus adiante.

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Lamentável desastre

Por Heloisa C. Mello (fonte: https://blog.MEDICALWAY.com.br/dezembro-vermelho (02/03/2020) possível se envolver com campanhas de conscientização na área da saúde durante o ano todo. A cada mês, um tema diferente ganha os holofotes para que a população tome conhecimento de uma doença importante e se cuide, adotando ações de prevenção.

Dezembro Vermelho: prevenção contra a Aids

É

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Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS

joão batista de souza ○

“Eu fico com a pureza das respostas das crianças...”

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“João! (era como a maioria dos alunos me tratava) Eu arranjei, lá na Urussanguinha, uma ‘gatinha’ bem bonita.” “Oh, que bom! Arranjastes uma namorada.” “Eu, não!” “Como não?” “Não é pra mim. É pra ti! Eu já tenho namorada...”

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Meus alunos especiais adoravam receber compromissos. Um aluno (16 anos) com problemas cardíacos graves não podia desenvolver atividades físicas intensas, então “nomeei-o” meu secretário; dava-lhe meu apito, um cronômetro e uma prancheta para me “ajudar”. Tinha dificuldade para articular as frases, mas eu entendia o que me queria dizer. De quando em quando me abordava, com um telefone antigo, desses residenciais e me dizia: “Oão (João)! O vinhão (avião) quer falar contigo!” Eu “falava” com o avião e dizia: “Agora não me ligue mais, fale apenas com meu secretário.” Daqui uns dois a três minutos vinha ele: “Oão!...” Também trazia

sua prancheta, rabiscada, para eu dar o visto. Uns estagiários do Curso de Fisioterapia da UFSC vieram nos visitar. Meu aluno, todo orgulhoso, bradou-lhes bem alto: “Eu sou o OTÁRIO do Oão!” Os estagiários: “Otário?” Tratei de consertar: “SECRETÁRIO!” Numa aula, em sala de aula, com mais de uma turma, uma aluna estava meio agitada, irritante, no que outra aluna (de uns trinta anos) lhe retrucou, cobrando mais respeito: “Fulana! Não incomode o professor. Não vês que ele é um idoso?” Só pude dizer: “Obrigado, filha!” Embora a maioria dos meus alunos tivesse idades adultas, a alguns, com mais de 50 anos, eu chamava, carinhosamente, “minhas crianças”, e me deleitava com suas espertezas e inteligências especiais. Uma aluna (Down) me disse: “Professor! Por que o senhor não ‘fica’ (namora) com minha mãe?” Eu lhe respondi: “Não posso, filha! Já tenho namorada.” “Ora...! Eu queria botar ciúmes no meu pai!” Depois fiquei sabendo que os pais eram separados. Outra pérola, de um aluno: “João! (era como a maioria dos alunos me tratava) Eu arranjei, lá na Urussanguinha, uma ‘gatinha’ bem bonita.” “Oh, que bom! Arranjastes uma namorada.” “Eu, não!” “Como não?” “Não é pra mim. É pra ti! Eu já tenho namorada...” Antigamente, inteligente era quem dominasse todos os meandros intricados da matemática. Hoje se sabe que existem várias formas de inteligência: a analógica, a artificial (dos instrumentos), a emocional, a motora... Pelé foi um gênio quanto à inteligência motora, no entanto, não teve a mesma sorte, por exemplo, nos negócios. Já, Pedro Malazarte não sabia ler nem escrever, porém, ninguém lhe passava para trás; sabemos bem das peripécias z desse personagem folclórico.

ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro

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O primeiro prédio de apartamentos construído... ...em Araranguá foi em 1969, por Ary Oliveira Souza. O prédio tinha dois andares e cinco apartamentos, e no andar térreo uma sala para loja. O primeiro inquilino foi o advogado Alécio Campos. NJ: Desde então, o prédio construído na av. Engenheiro Mesquita (Inco) recebeu vários melhoramentos. Na foto, uma faixa informa: “Breve aqui Supermercado Tadi”. É o primeiro registro que temos do termo “supermercado” em Araranguá, que o Giassi só viria em 1972. Na segunda metade dos anos 1970, surge o conjunto residencial Gabriela, seguido do Asteca, ambos na Cidade Alta. Em seguida, vão surgindo outros edifícios residenciais com quatro pavimentos no Centro. Em 1983, o primeiro edifício com elevador na cidade, o Embaixador, é inaugurado com sete pavimentos, então superando em altura o Moinho Belinzoni, construído no início dos anos 1950. Já nos anos 2000, surgem os edifícios de nove pavimentos. Atualmente, Araranguá conta vários de 12 pavimentos e acabou de inaugurar, em 20 de novembro passado, seu primeiro aranha-céu, projetado pelo araranguaense Osmar do Canto, com 16 pavimentos — o “Infinity Business & Residence”, na street corner da Caetano Lummertz com a XV de Novembro Boulevard.

O primeiro cinema em Araranguá... ...nasceu em 1910 e foi de propriedade de Felipe Bacha. Situava-se na antiga Praça XV de Novembro, hoje Praça Hercílio Luz, no prédio do antigo Hotel Paraíso. Segundo Antonio Soares, este cinema funcionava com luz própria a motor. Já o segundo cinema desta cidade situava-se na av. Cel. João Fernandes, de propriedade de Antonio Ignácio Machado e gerenciado por Antonio Soares. NJ: Difícil confirmar 1910 como ano da nossa primeira sala de projeção, quando não encontramos menção de Bernardino Campos ao fato, e que só há dois anos Florianópolis havia inaugurado sua primeira sala fixa.

A primeira corrida de bicicleta... ...de Araranguá aconteceu em 1956. O campeão, Guilherme Carlos Hahn, conta que a competição iniciou em Sombrio e veio até Araranguá. “Foram 25 quilômetros de estrada de chão, percurso que eu fiz em 40 minutos”. Participaram da prova dez pessoas e o organizador foi Hervalino Campos. NJ: Guilherme era pai do Evandro Hahn.

ENDURO Piloto local é classificado FOTO REPRODUÇÃO DO JORNAL Uma placa traz propaganda

eleitoral da Arena para deputados estadual e federal.

Programação do Cine Roxy para abril [1990] De 1º a 5 — Condenação Brutal [1989], com Silvester Stallone De 8 a 10 — Os Fantasmas Contra Atacam [1988] (10 anos) Dias 11 e 12 — Garotas Sacanas [1988] (18 anos) De 13 a 19 — De Volta para o Futuro 2 [1989] (livre) De 20 a 26 — Batman [1989] (livre) Dias 27 e 28 — Tex e o Senhor do Abismo [1985] (14 anos) De 29 a 1º de maio — Missão Alien [1988] (14 anos)

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Está certo que alguns indivíduos têm suas idades mentais e afetivas desproporcionais às suas idades cronológicas, mas suas inteligências, assim mesmo e guardando as proporções, são incríveis; fazem e dizem coisas inacreditáveis. Tive um aluno (autista) de uns oito para nove anos de idade que não falava, mas se lhe entregasse – e adorava isso – letrinhas em cartolinas recortadas, as colocava aleatoriamente e, de traz para frente, formava frases, sempre em inglês.

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APOIO CULTURAL

APOIO CULTURAL

onzaguinha disse muito bem. Nada é mais lindo que a sinceridade, a falta de malícias, em qualquer que seja o indivíduo. Trabalhei como “professor primário” por mais de 50 anos: 35 como professor do Ensino Regular e uns 16 no Ensino Especial. As crianças do Ensino Regular, e minhas “crianças” do Ensino Especial, davam “banho” de sinceridade, honestidade, pureza em suas respostas ou observações pessoais. Minha neta, Cristine, com apenas uns três aninhos, me veio com essa: “Vô! Tu é guei?” “Por quê?” “Porque tu cruza as pernas!” Gosto de observar as pessoas falando (não de pessoas faladoras) e tento analisar o que dizem e o que pretendem realmente dizer. Uma criança costuma dizer o que pensa, e às vezes causa embaraços, mas é assim mesmo; ainda não conhece as mazelas do mundo. Muito me orgulha a ideia de que o final de minha carreira de professor tenha sido em uma APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), de Araranguá, instituição educacional criada pela sociedade civil para atender pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais. São especiais no sentido de que muitas vezes nos superam – a nós, os autoproclamados “normais” – em tudo: inteligência, sensibilidade, doação... Certa vez um aluno (trinta e tantos anos) incomodou tanto o motorista do ônibus de transporte urbano que recebeu um tapa na cabeça. A notícia se espalhou na APAE e todos ficaram tão impressionados com isso, tão comovidos, que até me fez lembrar um enxame de abelhas que, quando uma é morta por alguém, todas as demais se alvoroçam. Numa competição de corridas um aluno (Down) caiu durante o percurso. Os outros voltaram para lhe prestar solidariedade.

F MARÇO 1990

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PUBLICADO ENTRE 1989 E 1992

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A última prova do campeonato se realizou em Blumenau, onde participaram, em média, 150 pilotos. [...] Evandro Hahn é o único piloto a representar Araranguá nas competições, e na classificação final (categoria Novatos) ficou em terceiro lugar. Com esta colocação, ele foi promovido para a categoria Graduado. “Uma das vantagens do graduado ... é que o piloto é um dos primeiros na escala de largada”, salienta Evandro. Na última prova em Blumenau, o piloto lamenta a “zebra”, onde teve que trocar a roda da moto durante a prova, o que fez com que ele chegasse em quinto lugar. “Se não tivesse acontecido nenhum imprevisto, eu teria alcançado o segundo lugar”. PB dez/1990 nº 8

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112


A R A R A N G U A E N S E

De ponto em ponto, de cor em cor, de hora em hora, dia a dia. A cada instante, cria, cria... Cozinha, varre, limpa, lava, costura, tece! Caminha, para, contempla, medita, [ escreve... Deita, descansa, desencana, se cuida, [ se ama! Cuida da casa, do pátio, do planeta, do vizinho e daqueles a quem se fez ninho. Planeja, sonha, confia! Usa máscara, sorri com os olhos, lava as mãos, a mente, a alma o coração! Toma vitamina C, vitamina D, se hidrata. Água, sol, frutas, legumes e vegetais [ e outros cuidados mais! Caminha, ouve música, canta, dança, [ dança! Usa álcool (nas mãos), uma taça de vinho, suco de uva, ou um cacho da fruta, (depende da condição, idade e permissão). Uma sessão de filme ou seriados, palestras, leituras; na rede, na cama, na varanda, mas não encana! Tem pausa para um café com bolo [ quentinho de banana! Uma reza, uma bênção, uma oração. Um pensamento favorável, emanado, [ compartilhado! Porque somos teia, somos rede, mandala! Assim como os pontos que unem cada uma das partes dos seus coloridos [ mantos!

DOS DIÁRIOS DE BERNARDINO CAMPOS

SELEÇÕES READER’S DIGEST Fonte: www.selecoes.com.br/humor

Minha mãe sempre quis tocar piano. Meu pai, então, comprou um de presente para ela. Dias depois, liguei para saber o que ela estava achando da experiência. – Devolvi o piano. Convenci sua mãe a tocar clarineta – disse papai. – Por quê? – perguntei. – Porque com a clarineta ela não consegue cantar junto – explicou ele. Don Foster * * * Eu estava na seção de congelados de um mercado e vi um homem fazendo compras com o filho. Quando passei perto deles, o pai olhava para a lista de compras e falava ao filho, em tom “conspiratório”: – Se fizermos tudo errado, nunca mais precisaremos fazer isso de novo. Janet Campbell * * * O rapaz vai passar por uma delicada cirurgia e o médico tenta tranquilizá-lo: – Não tenha medo, companheiro. Sou muito experiente nessa área. Olhe bem para minha longa barba e tenha confiança.

F 22 /DEZEMBRO /1967 Quando você voltar da anestesia, conversaremos. Após a cirurgia, o rapaz abre os olhos e depara com uma enorme barba. Não se contendo de alegria, ele exclama: – Obrigado, doutor! Eu sabia que podia confiar no senhor! – Que doutor nada, homem! Eu sou São Pedro!

O popular atleta Carlos Garcia Zacateca, que há tempos realizou uma prova de resistência sobre o selim de uma bicicleta nesta cidade, está se apresentando nas diversas praças das cidades do Vale do Araranguá. Moço idealista, cheio de entusiasmo, Zacateca, o mexicano, através de suas andanças pelo país, tem colhido os aplausos e simpatia do brasileiro. Dentro em breve, Zacateca fará nova apresentação nesta cidade, propondo-se a superar todos os recordes. NJ: Zacateca se apresentava em REPR. CLICHÊ muitas cidades, com o apoio de patrocinadores que arranjava em cada lugar, em eventos ciclísticos de resistência muito comuns à época, em que um ciclista ficava pedalando, ininterruptamente, numa rua ou em torno de uma praça, sem parar ou botar o pé no chão. A prova exigia grande resistência dos atletas, que ficavam por 50, 60 horas ou mais pedalando, enfrentando a fome, o sono e o cansaço. Segundo o audaxsantacruz.blogspot.com, depois de uma apresentação do Zacateca em Santa Cruz-RS, em 1964, pedalando por 50 horas em torno da Praça Getúlio Vargas, o santacruzense Lotário Waechter resolveu tentar quebrar o recorde mundial. E conseguiu: pedalando em torno da Praça Saldanha Marinho, ele fez 1.207 quilômetros em 82 horas, superando Zuluaga, um colombiano anunciado à época como detentor do recorde mundial, com 1.200 metros em 82 horas.

* * * Dois velhos amigos sentados num banco de praça. Primeiro amigo: – Ganhei uma indenização ótima do seguro. Minha casa pegou fogo. Segundo amigo: – Que engraçado, acabei de ganhar uma indenização ótima também. Minha casa inundou. (Pausa) Primeiro amigo: – Como você começa uma inundação? Evelyn Painter

1918 Chegando ao Araranguá a epidemia da Espanhola, que grassa há dois

meses em todo o Brasil e tem feito inúmeras vítimas. Também em casa fomos obrigados a pagar tributo. A 14 de dezembro caiu de cama a Judith, a 16 a Carmen, a 19 a Ambrosina, a 20 Julieta. O Mingo depois de levantar-se caiu de novo, dando-lhe pneumonia, que tratei eu mesmo, melhorando. Em casa deu em todos, com exceção de mim. Todo pessoal da vila foi atacado de tal enfermidade, falecendo algumas crianças e algumas senhoras. Esteve enferma também a Alzira, marido e filhos. Em 26 de dezembro faleceu Elisa Maciel, irmã da Ambrosina, filha do compadre José Maciel, esposa do Oscar Berendt. Um dia antes falecera um cunhado dela. Memórias do Araranguá, org. Pe. João Leonir Dall’Alba, Lunardelli, 1987, p. 133

Gripe espanhola foi uma pandemia do vírus influenza que se espalhou pelo mundo entre 1918 e 1920. Nunca se descobriu o local de origem da pandemia. Calcula-se que tenha causado a morte de 50 milhões de pessoas no mundo. Com 35 mil mortos, o Brasil não estava entre os mais atingidos.

F 17 /MARÇO /1968

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Zacateca, ás do guidom

Aparecida Plazza P. Boscaini

A gripe espanhola

Depoimento de quem viu a prova do Zacateca

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M ARTA G RECHI

F A CRÔNICA DOS ANOS 1960 F

PIADAS PARA MORRER DE RIR

NILSON NUNES FILHO lembra, de quando garoto, que assistiu a prova de resistência do ciclista mexicano Zacateca, realizada em torno do Jardim Alcebíades Seara, em meados dos anos 1960. Nilsinho conta que Zacateca fez uma prova que durou vários dias, com intervalos apenas para ir ao banheiro. “O vô Ramiro acompanhou ele um tempo, e todo o povo de Araranguá vinha ali pra assistir, e as pessoas queriam andar junto com ele, pedalavam junto. Na época, o movimento na oficina de conserto de bicicletas do seu Valentim aumentou muito, ele não dava conta, todo mundo queria arrumar a sua bicicleta. Foi uma febre. Difundiu muito a bicicleta em Araranguá. Foi muito bom pra nós todos. Até o seu Elane Garcia vendeu mais bicicleta”.

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DOS SEUS DIAS

j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)

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P O É T I C A

Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy

F 15 JUNHO /1968

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NOTAS ESPORTIVAS GRÊMIO LEVOU UMA ESFREGA Domingo passado, jogando em Siderópolis, O Grêmio Araranguaense deixou as penas no campo. Apanhou de 6x0. O Itaúna massacrou sem piedade o campeão do 1º turno da LARM.

A COISA NÃO FOI COMO CONTARAM A Rádio Difusora de Criciúma sensacionalizou a notícia do massacre de jogadores no Estádio Barriga Verde. Não foi nada do que aconteceu. Apenas alguns torcedores exaltados, desses que existe em qualquer lugar, acertaram um jogador do São Cristóvão que, por sua vez, agrediu estupidamente um elemento do Grêmio. NJ: Até a rodada anterior, o Grêmio tinha Nedo entre os três goleiros menos vazados, com 4 gols. Os mais vazados eram Pinter, do Ouro Preto, com 13 gols, e Waldir, do São Cristóvão, com 8 (CA 170 17/maio).

3524 1520 | 99628 1360 roberta.daniel@hotmail.com Rua Amaro José Pereira, 1303 Coloninha - Araranguá - SC

Artigos para Festas Produtos de Confeitaria Produtos para Sorveteria Produtos para Lanchonete


Renan Ramos Rocha, trabalhador da cultura Acompanhe a trajetória do cineasta araranguaense, criador da Iashar Filmes, com diversos documentários abordando as temáticas étnico-racial e socioambiental – legado de resistência, que conta a trajetória do primeiro Grupo de Estudos Étnico-Raciais de Santa Catarina, de iniciativa da professora doutora Maria Aparecida Rita Moreira, na EEB Aderbal Ramos da Silva, em Florianópolis. O curta foi exibido em muitas escolas públicas de Santa

Fabio Garcia sobre o expoente negro nascido no período do pós-abolição em Florianópolis; e sua última produção, o média-metragem Paulina Chiziane – do mar que nos separa à ponte que nos une, apresenta a escritora moçambicana em sua visita a Florianópolis, em julho de 2019, e aborda as diretrizes para uma literatura decolonial. Uma coprodução Brasil/Moçambique idealizada pelas professoras Eliane Debus e Maria Aparecida Rita Moreira. As produções da Iashar filmes estão disponíveis nas plataformas digitais e redes sociais na internet.

ENTREVISTA

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Catarina, no FAM 2019 e agora faz parte da programação da TV Câmara de São José. Ainda em 2019, no dia 10 de abril, lançou na Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina, o documentário Uma herança, um dom – aspectos da vida e obra do intelectual Ildefonso Juvenal, baseado na pesquisa de 15 anos do historiador

J ORNALECO: Quando se interessou por cinema? Que filmes e cineastas o influenciaram? R ENAN : Me arrisco em dizer que a fagulha inicial dessa admiração pelo cinema surgiu quando vi o filme Cinema Paradiso, aos 8 anos de idade. Me identifiquei com a personagem do menino Totó, e constato isso agora refletindo que um filme pode nos influenciar positivamente quando nos vemos, de certa forma, representados na telona. Nossas afinidades com as personagens dos filmes projetam nossos ideais como seres humanos, inspirando até mesmo nossas escolhas conscientes e inconscientes. O esforço da indústria cinematográfica norte-americana em

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J ORNALECO: Sua idade, filiação e local de nascimento: RENAN: 33 anos. Filho de Ézio Camilo Rocha e Dorotea Ramos Rocha, nascido em Araranguá.

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RENAN RAMOS ROCHA é um trabalhador da cultura catarinense e como cineasta fundou a Iashar Filmes na cidade de Araranguá, no ano de 2012, com o objetivo de contribuir para uma sociedade mais justa, livre de preconceitos e com o intuito de transformar a realidade das pessoas utilizando o audiovisual como ferramenta de inclusão social. Os principais documentários da Iashar Filmes abordam, basicamente, as temáticas étnico-racial e socioambiental. Dentre seus principais trabalhos estão os curtas EMAYE (2011), trabalho de conclusão de curso em comunicação social, que faz alusão a história e profecia Rastafari a partir das máscaras antropomorfas produzidas pelo artista Almirenio Barbosa — EMAYE foi selecionado para o primeiro Festival de Cinema de Blumenau e está acessível na plataforma Afroflix; o curta de 5 minutos Bernunça Composteira (2015), vencedor do Prêmio Nacional DIADESOL 2015, que trata da educação básica e os resíduos sólidos na Escola de Educação Básica Batista Pereira, no Alto Ribeirão da Ilha de Florianópolis, foi seleciocionado para diversos festivais internacionais; o média-metragem Agroecologia no Parque Estadual do Rio Vermelho (2016), sobre a gestão agroecológica do CEPAGRO no Parque Estadual, em Florianópolis, teve lançamento no Festival Internacional de Cinema Socioambiental PLANETA.DOC 2016. Em 2018 lançou, na Semana da Consciência Negra da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, o documentário Toque de Melanina

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preservar seus valores morais, estereótipos e padrões comportamentais só fazem sentido se reforçarem o famoso “american way of life”. Diante disso, passamos a identificar o branco como normal, e o outro passou a ser enquadrado nas mais variadas definições, menos normal, tais como: negro, indígena, nordestino, árabe, imigrante, refugiado, pobre, mulher etc. O cinema como indústria do entretenimento teve um papel fundamental na manutenção dessa forma de colonialismo, submetendo a essa normatização da branquitude os povos originários do Brasil e da África. Vejo Araranguá como reprodutora dessa normatização da branquitude. Na época eu não sabia, mas analisando hoje vejo que, para mim, um menino de 8 anos, branco e de classe média, se identificar com a personagem do menino Totó era quase inevitável. É por isso que nos trabalhos em audiovisual que realizo procuro inverter essa normalidade branca eurocêntrica, apresentando temas que valorizem as expressões sócioculturais provenientes do continente africano, enraizadas nos afro-brasileiros. Nossa cidade tem um nome indígena e uma população afro-descendente pequena. Um fato curioso na localidade Vila Samaria é que antigamente era chamada de Buraco Quente, e que, sendo o lugar com maior predominância de pretos na cidade, revela um indício de que Araranguá tem na sua configuração o elemento do racismo. Mas essa consciência eu adquiri depois de formado em Comunicação Social, antes disso fui influenciado pelos mistérios dos filmes de M. Night Shyamalam, que me inspiraram a cursar Cinema na faculdade. Lá também descobri o cinema pelas alegorias de Glauber Rocha, pelo pan-africanismo de Ousmane Sembene, na sensibilidade de Coline Serreau, nos épicos africanos de Cheik Omar Sissoko, no cinema de baixo custo de Godard, pelo realismo fantástico do Emir Kusturica, pelo neorrealismo de

Luchino Visconti e os documentários de Eduardo Coutinho. O cinema africano e o neorrealismo italiano me cativaram pela maneira como envolviam as comunidades onde esses filmes eram rodados, com atores não profissionais e uso de locações reais. O ato de sair dos estúdios e levar o aparato cinematográfico para as localidades rurais, urbanas e pobres, me fizeram entender que o cinema é um agente de transformação social e autoafirmação dos sujeitos. Visando colocar o cinema a serviço de questões emergentes da realidade brasileira que continuamos produzindo documentários em Santa Catarina.

desde o governo Temer. Como funcionário público da Fundação Catarinense de Cultura, não posso participar de editais de financiamento do governo, nem registrar a Iashar filmes como empresa, por isso são as parcerias do movimento negro e socioambiental de Florianópolis que me possibilitaram produzir estes documentários. Isso não me faz alheio às lutas dos trabalhadores do audiovisual diante da tentativa de desmonte da Ancine e da Cinemateca Brasileira, que vem travando o desenvolvimento de políticas públicas para o setor cultural conquistadas com muita luta pelos trabalhadores culturais.

JORNALECO: Como avalia as dificuldades com o atual momento da cultura e do cinema no Brasil? RENAN: O Brasil está passando o pior momento econômico dos últimos 20 anos. A inflação alta dificulta os produtores independentes na hora de adquirir um equipamento importado de qualidade. O setor cultural no Brasil vem sofrendo diversas retaliações

JORNALECO: Quais são seus futuros projetos? RENAN: O próximo projeto da Iashar filmes é voltado para a comunidade de Araranguá, um documentário sobre as irmãs Souza, do Distrito de Hercílio Luz, em parceria com o professor Gabriel Cruz de Souza, mestre e doutorando em história pela Universidade Federal de Santa Catarina. z

“O setor cultural no Brasil vem sofrendo diversas retaliações desde o governo Temer”, avalia Renan, que tem como próximo projeto um documentário sobre as irmãs Souza, do Distrito de Hercílio Luz.

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