O São Paulo - 3431

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São Paulo: o missionário unido a Cristo que inspira a evangelização na metrópole
PAULO
Luciney
Martins/O SÃO

Acabo de chegar de uma visita ao bispo e à diocese de Cruzeiro do Sul, no Acre, sudoeste da Amazônia brasileira. A diocese foi criada em 1931, como prelazia territorial do Juruá, e con ada aos missionários alemães da Congregação do Espírito Santo (Espiritanos). Até 2018, os bispos locais pertenceram a esse mesmo Instituto missionário. Atualmente, o bispo é Dom Flávio Giovenale, um missionário salesiano.

A diocese abrange toda a bacia do Alto Juruá, que nasce no Peru, um extenso a uente da margem direita do Solimões. A extensão territorial da diocese é de mais de 126 mil km2, correspondendo a bem mais de um terço do estado de São Paulo, onde há 42 dioceses. Quatro das 15 paróquias da diocese cam no estado do Amazonas e as demais, no estado do Acre. Diversas delas são acessíveis apenas por avião ou barco. A população não chega a 400 mil habitantes; mais de um quarto vive na cidade de Cruzeiro do Sul. Há numerosos ribeirinhos, em boa parte descendentes dos “capitães da borracha” cearenses que entraram oresta adentro à procura dos seringais já na segunda década do século

Missionários como São Paulo

XX. A população indígena também é numerosa e, no interior da oresta densa, mais perto da fronteira com o Peru, ainda há grupos de indígenas isolados.

Foi notável constatar o imenso trabalho missionário desempenhado naquela região remota do Brasil. Além do trabalho religioso e da organização das comunidades, com suas igrejas bem construídas, houve o implante de escolas, estruturas de saúde e assistência social, que continuam prestando relevantes serviços à população. Uma bela catedral moderna foi edi cada em Cruzeiro do Sul em meados do século XX. É um verdadeiro monumento de fé e cultura, erguido às margens do rio Juruá, para cuja construção o ferro foi importado da Europa e precisou de meses para subir os rios e chegar ao seu destino no fundo da Amazônia. Os incontáveis tijolos do majestoso templo foram fabricados ali mesmo, numa olaria dos missionários. Da mesma indústria da cerâmica também saíram tijolos para pavimentar ruas e edi car casas para o povo.

O clero autóctone, formado no seminário diocesano local, ainda não é numeroso. Há diversas congregações religiosas femininas atuantes na diocese, dedicadas sobretudo à educação, saúde e assistência social, além do trabalho pastoral na Igreja. Muitos leigos atuam nas diversas pastorais e também na coordenação de

comunidades da Igreja. Naquela diocese remota da Amazônia, encontrei as mesmas preocupações com a missão da Igreja que também temos nas metrópoles do Brasil. Há um esforço grande na renovação da catequese, na formação dos leigos, sobretudo em vista de sua presença no mundo, na caridade social, no atendimento aos pobres, dependentes químicos, indígenas e idosos. Infelizmente, também lá existe o problema das drogas e do trá co. Há duas unidades da Fazenda da Esperança: uma masculina e outra feminina.

A população, em sua maioria, é bastante pobre, mas vive dignamente. A alimentação conta com muito peixe e farinha de mandioca local, bem saborosa. A renda da população, em grande parte, vem do serviço público municipal, estadual e federal, de programas sociais, como o Bolsa Família, e de aposentadorias. Nos centros urbanos, sobretudo em Cruzeiro do Sul, o comércio é vivaz e também abastece as populações do interior. Os produtos vindos do centro e sul do Brasil acabam tendo preços bem elevados, até mesmo por causa do frete e do fator de risco com o transporte. A cidade de Cruzeiro do Sul tem conexão aérea com linhas regulares, três vezes por semana, com o resto do Brasil. As localidades do interior são servidas regularmente por pequenos aviões.

Durante minha visita, corria a novena em preparação à festa de São

Sebastião, muito venerado por lá. O povo católico, ainda maioria da população, acorria para os festejos em grande número. Durante a novena, visitei a comunidade de Jordão, um município isolado e só acessível de barco em quatro dias, desde a localidade mais próxima (Tarauacá), ou com um pequeno avião, com uma hora de sobrevoo da oresta praticamente intocada, também a partir de Tarauacá. Jordão estava cheia de gente vinda dos “seringais” – assim chamam as aldeias ribeirinhas. Muitos indígenas saíram de suas reservas e também participaram. Houve mais de 150 batizados durante a novena, a maioria dos quais era de lhos de indígenas. O testemunho da fé do povo simples, verdadeira e lial, era comovente.

Fiquei me perguntando: qual teria sido a motivação tão forte que levou os missionários a abandonar suas terras de origem para se dedicar ao povo do interior ainda muito desa ador da Amazônia? Que força os levou a amar aquele povo e aquele pedaço do Brasil, a ponto de doarem suas vidas inteiramente, sem nada pedirem em troca, querendo também compartilhar a sepultura com o povo? Uma única coisa explica isso: a fé profunda em Deus e o amor ao Evangelho. Como São Paulo, “ zeram-se tudo para todos”, para levar a luz, o fermento e o sal do Evangelho do reino de Deus àquele povo. Não há outra explicação. E o prêmio deles será muito grande!

2 | Encontro com o Pastor | 25 a 31 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
ODILO
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Espiritualidade

As virtudes de São Paulo Apóstolo

Sabemos que Paulo se converte a Deus de todo o coração, e o mesmo ímpeto com que antes perseguia os cristãos – aumentado e fortalecido pela graça divina – colocará a serviço do grandioso ideal que acaba de descobrir. O Senhor disse a Ananias que “este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos lhos de Israel. Eu lhe mostrarei tudo o que terá de padecer pelo meu nome” (At 9,15-16).

Paulo mereceu o título de apóstolo e

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:

Em 10/01/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, no bairro Central Parque Lapa, na Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre João Inácio Rodrigues, RCJ, pelo período de 03 (seis) anos.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro do Jardim Anhanguera, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Airton Conceição de Almeida, RCJ, pelo período de 06 (seis) anos.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Santíssima Trindade, no bairro do Conjunto Habitacional Recanto dos Humildes, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre José Miguel Portillo, CSSp, pelo período de 06 (seis) anos

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Pirituba, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Francisco Antônio Rangel de Barros, pelo período de 06 (seis) anos

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, no bairro do Jardim Cidade Pirituba, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Jaime Izidoro de Sena, pelo período de 06 (seis) anos

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Santos Apóstolos, no bairro de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, o Reve-

recebeu o encargo divino de difundir o Evangelho. De fato, na prática, ninguém percorreu tantos quilômetros como ele, por terra e por mar, com a única nalidade de anunciar o Evangelho. Em suas cartas, fala como foi escolhido pela graça de Deus com a revelação de Jesus, tendo em vista o anúncio aos pagãos. “Não sou eu livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, Nosso Senhor?” (1Cor 9,1). Eu vi o Senhor: este é o motivo da sua transformação: encontrei Jesus, ou melhor, fui encontrado por Jesus. Deus entrou em minha vida de uma forma imperativa. Esta é a primeira condição para ser apóstolo: ser testemunha de Jesus Cristo ressuscitado. Tomará como própria a mensagem que os outros apóstolos receberam e que Cristo nos transmite: “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Paulo aceitou esse compromisso e fez dele a razão da sua vida. É um exemplo vivo para nós, que também vivemos nossa vocação de discípulos missionários nesta cidade imensa.

Aprendamos de suas virtudes: “O apóstolo interessava-se pessoalmente por cada um dos convertidos, e ouvia as suas dúvidas, di culdades e pedidos; com a sua extraordinária simpatia, introduzia-se no coração de cada um e punha a serviço de todos a sua espantosa força persuasiva, a sua encantadora amabilidade, a sua entrega absoluta. Todos estavam presentes no seu coração e na sua memória: os impetuosos, os exuberantes, os medrosos, os que duvidavam, os que tinham di culdades, os críticos, os hesitantes e os tímidos... Este homem maravilhoso manejava os mais ternos e delicados recursos do coração e toda a rica gama dos sentimentos humanos. Tecia-se, assim, um laço da mais íntima amizade entre ele e os seus neó tos. Essa ternura pessoal é uma das principais características do seu método apostólico. Não provinha do cálculo nem obedecia à necessidade egoísta de estar rodeado de amigos; era o desejo de trazer os éis para a mais estreita intimi-

Atos da Cúria

rendíssimo Padre Silvio Costa Oliveira, pelo período de 06 (seis) anos

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 13/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Santa Cecília, no bairro de Santa Cecília, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Nilo Massaaki Shinen, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, no bairro do Jardim Rincão, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Robinson Sérgio dos Santos, CRL, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro da Vila Miriam, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Armênio Rodrigues Nogueira, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Rei, no bairro do Jardim Britânia, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Genésio de Morais, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Santos Apóstolos, no bairro de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Alécio Ferreira da Silva, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, no

bairro do Parque Panamericano, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Ezael Juliatto, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro do Jardim Anhanguera, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Anderson Adriano Teixeira, RCJ, “até que se mande o contrário”.

Em 12/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São José, no bairro de Vila Palmeiras, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Márcio Campos da Silva, CSCh, “até que se mande o contrário”.

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 10/01/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Vigário Paroquial da Paróquia São Pedro Apóstolo, no bairro Central Parque Lapa, na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo Padre Luciano Grigório, RCJ, pelo período de 01 (um) ano

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL:

Em 12/01/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia São José, no bairro de Vila Palmeiras, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre José Carlos da Silva Leite, CSCh, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Mãe

dade com Cristo...” (Holzner, Paulo de Tarso, p.223).

Antes de mais nada, Paulo procurava em cada pessoa a sua faceta genuinamente humana, para fazer dela a sua aliada: “Fiz-me fraco com os fracos, a m de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para salvar a todos” (1Cor 9,22). Procurava pontos em comum. Sabia colocar-se na situação dos outros, entrar no miolo da personalidade das pessoas, muitas vezes bastante diferentes dele, em mentalidade, cultura etc. Por exemplo, quando vai a Atenas, fala do altar ao deus desconhecido (cf. At 17,23). No nal da vida, quando se encontra quase sozinho, abandonado no fundo de uma prisão em Roma, chegará a escrever: “Estou inundado de alegria em todas as minhas tribulações” (2Cor 7,4). A felicidade de Paulo não consistiu na ausência de diculdades, mas em ter-se encontrado com Cristo e em tê-lo servido com todo seu coração e com todas as suas forças. Saibamos imitar seu exemplo.

de Deus, no bairro da Vila Albertina, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Frank Antônio de Almeida, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, no bairro do Jardim Guarani, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Gutemberg Pereira, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no bairro do Jardim Sydney, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Álvaro Moreira Gonçalves, “até que se mande o contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Vila Francos, na Região Episcopal Brasilândia, o Reverendíssimo Padre Rafael de Araújo Nolli, “até que se mande o contrário”.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE

PASTORAL:

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Assistente Pastoral da Paróquia Santo Antônio, no bairro de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, o Diácono Permanente Otoniel Pro ro de Morais, “até que se mande ao contrário”.

Em 09/01/2023, foi nomeado e provisionado como Assistente Pastoral da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Vila Zatt, na Região Episcopal Brasilândia, o Diácono Seminarista Miguel Lisboa Aguiar Marcondes, pelo período de 01 (um) ano

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A conversão que mudou a história da Igreja Editorial

Em 25 de janeiro, celebramos a Conversão de São Paulo Apóstolo e, também, o aniversário de fundação da cidade que, em homenagem a ele, ganhou o seu nome.

A ocasião convida-nos a re etir sobre a importância da vida e conversão de São Paulo e o quanto a sua ação missionária determinou os rumos da história do Cristianismo. Tanto é assim que a Igreja Católica dedica a ele duas datas comemorativas: a de sua conversão e a de seu martírio, em 29 de junho, quando celebramos também o martírio de São Pedro Apóstolo. Ambos são considerados as colunas da Igreja. Enquanto Pedro é venerado por ser a “pedra” sobre a qual o Senhor edi cou a Igreja (razão pela qual se celebra a Cátedra de Pedro em 22 de fevereiro), Paulo é o apóstolo responsável pela expansão do Evangelho aos diferentes povos, missão

essa que não existiria sem a experiência transformadora vivida no caminho para Damasco.

Quando falamos da conversão de São Paulo, não nos referimos apenas a um esforço meramente humano de mudança de vida. Saulo, como antes era conhecido, não encontrou o Cristo, mas, sim, foi encontrado por Ele e teve a sua vida interiormente transformada. Se o pescador Simão se tornou Pedro, a pedra para a edi cação da Igreja de Cristo, Saulo, ao ser alcançado pela graça e misericórdia de Deus, tornou-se Paulo e, de perseguidor implacável da Igreja, tornou-se um incansável apóstolo do Evangelho de Cristo.

Não temos como precisar quanto tempo durou o processo de conversão de São Paulo, mas sabemos que não foi imediato. Sabe-se que, após a experiência de Damasco, ele viveu três anos na Arábia antes de se encontrar com os outros apóstolos. É

como se ele precisasse amadurecer a experiência vivida. Além disso, dado quem ele era, as pessoas não iriam acreditar de imediato na sua transformação radical. Era preciso um tempo para assimilar essa existência trans gurada.

Imaginemos se ele tivesse vivido em nossos tempos, quando cada passo ou atitude ca registrado nas redes sociais. Será que daríamos credibilidade à pregação de alguém como Paulo, após vermos seu histórico de perseguição aos cristãos? Acreditaríamos em sua conversão? Talvez, Paulo seria “cancelado”, como acontece com muitas personalidades públicas hoje em dia.

Imaginamos, porém, que aqueles que tiveram contato com esse apóstolo logo perceberam que sua conversão não consistiu apenas na mudança de alguns aspectos, hábitos ou discursos. Foi algo muito mais profundo que deu credibilidade ao seu apostolado.

Opinião

A dupla face da metrópole São Paulo

PADRE ALFREDO J.GONÇALVES, CS

A gigantesca extensão urbana que há 469 anos chamamos São Paulo representa hoje uma das economias mais dinâmicas e robustas do Brasil e da América Latina. Além disso, permanece uma metrópole que acolhe todos os povos e nações. Caminhando por suas ruas e praças, “tropeçamos” o tempo todo com pessoas de todas as línguas, etnias, bandeiras, credos, culturas e valores. Cidade cosmopolita por excelência, de braços abertos à riqueza multiétnica e pluricultural. A mescla e a fusão de tamanha diversidade constitui o maior legado aos cidadãos e cidadãs que aqui vivem e se movem, na busca de seus sonhos e esperanças.

Ao longo dos séculos e da experiência, São Paulo prova que as diferenças, sejam elas de caráter histórico ou identitário, longe de signi car um problema, e menos ainda uma ameaça, con guram-se como uma verdadeira oportunidade. Quem vem de fora sempre tem algo a nos dizer, não somente sobre si mesmo, mas em particular sobre os que estão destinados a recebê-lo. A migração mantém vivo e ativo o intricado processo da identidade, o qual representa, dinamicamente, uma formação jamais acabada, mas em constante movimento.

Semelhante metamorfose contínua ocorre por meio do encontro, do diálogo, do confronto e do intercâmbio de povos, culturas e valores. De tudo isso resulta que saímos todos mais enriquecidos.

Entretanto, explícita ou implicitamente, os porões, periferias e centros degradados de São Paulo revelam uma outra cara da cidade. Aí se encontram inúmeras situações de precariedade e vulnerabilidade, decorrentes, entre outras coisas, da concentração de renda e da exclusão social. Ao lado do esplendor

iluminado dos shopping centers, dos condomínios de luxo, dos carros importados e dos helicópteros privados, por exemplo, o retrato mais el da desigualdade socioeconômica está nas capitais dos estados, de forma especial na metrópole paulista.

Evidentemente, a migração rural-urbana das últimas décadas, a chegada de outros uxos de imigrantes cada vez mais vulneráveis, o desemprego e subemprego em massa, a cobiça da especulação imobiliária, a pobreza, miséria e fome, o consu-

Houve uma mudança radical que o levou a um amor incondicional à pessoa de Jesus Cristo, a quem ele não só passou a servir e anunciar, como também buscou con gurar toda a sua vida, a ponto de a rmar: “Já não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Não temos dúvida de que a Igreja não existiria hoje sem o testemunho dos apóstolos transmitido de geração a geração. Ao contemplarmos a pessoa de São Paulo, ousemos nos perguntar: o que seria da Igreja de Cristo sem aquele encontro transformador que fez Saulo “cair por terra” e o impulsionou a levar a pregação cristã aos “con ns do mundo” da época?

Como São Paulo, Patrono de nossa Arquidiocese, deixemo-nos também nós ser alcançados por Jesus Cristo, o único capaz de transformar as nossas vidas e nos tornar suas testemunhas nesta cidade e no mundo.

mo de drogas, de modo particular na chamada cracolândia – tudo isso é resultado do abismo crescente entre o pico e a base da pirâmide social. Essa discrepância entre milionários e bilionários, de um lado, e povo deserdado de outro, tanto em nível internacional quanto nacional, fez aumentar também a população de rua. Várias praças do centro se convertem em uma espécie de favelas de lona, onde não poucas pessoas e até famílias inteiras passam a viver da caridade pública.

Desnecessário acrescentar que a pandemia de COVID-19 acabou escancarando e agravando ainda mais o cenário. O fato é que este 469º aniversário da capital paulista ocorre num momento de profunda ambiguidade, seja ela social, econômica ou política. Temos o que celebrar, sem dúvida, mas temos pela frente desa os tão grandes quanto a própria cidade. Em semelhantes condições, a metrópole ergue aos céus um grande clamor, ao mesmo tempo silencioso e ruidoso, no sentido de exigir de todos os cidadãos e cidadãs o empenho pelo bem-estar de sua população, com destaque para os setores de baixa renda, nos quais a vida se encontra mais ameaçada.

4 | Ponto de Vista | 25 a 31 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem,necessariamente,osposicionamentoseditoraisdojornal O SÃO PAULO
Arte: Sergio Ricciuto Conte
PadreAlfredoJoséGonçalves,CS, pertence à Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos).

Você Pergunta Comportamento

O controle das mídias sociais

Neste mês, o Centro Dom Bosco, uma associação de éis católicos que divulga em suas redes sociais mensagens e vídeos defendendo a fé católica e denunciando abusos, teve seu per l removido do YouTube.

Segundo informaram, não houve qualquer noti cação ou explicação do que motivou tal ação por parte da empresa proprietária da plataforma.

Como sabemos, os casos de bloqueio, remoção ou censura dos conteúdos das redes sociais se tornaram corriqueiros, e não é de hoje. Particularmente no Brasil, tais bloqueios têm duas origens: ou os tribunais superiores, – Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou Supremo Tribunal Federal (STF) –, ou os próprios “sistemas de controle” das plataformas.

Com relação aos bloqueios realizados pelas próprias plataformas, não é assunto novo. Se voltarmos alguns anos no tempo, encontraremos um dos primeiros e mais emblemáticos casos de bloqueio a conteúdos cristãos, da Prager University, que rendeu ações judiciais nos tribunais norte-americanos contra o Google, proprietário do YouTube.

A universidade protestante de Dennis Prager é bastante conhecida por seus excelentes conteúdos com fundo cristão. Na época, a universidade questionou a desmonetização e a limitação do alcance de vários de seus vídeos impostos pela plataforma, incluindo vídeos como “Os dez mandamentos: não matar” e “A minoria mais perseguida do mundo: os cristãos”. Em sua comunicação o cial, o YouTube informou que classi cara esses e outros cerca de 200 vídeos como “conteúdo impróprio” ou “discurso de ódio”.

As plataformas usam suas “políticas de uso de serviço” para justi car seu direito de controlar o conteúdo. Contudo, nos Estados Unidos, tais plataformas são classi cadas como “publicadores” e não “editores” de conteúdo, o que acendeu a discussão por lá o que, na lei local, mudaria seu conjunto de direitos e responsabilidades.

Do lado dos usuários, a reclamação é que as motivações dos bloqueios nunca são claras, não sendo indicado, por exemplo, qual ponto objetivo da “política de uso” fora desrespeitado ou em que ponto o conteúdo teria ferido tal termo. As formas de recorrer ou obter respostas são também sempre difusas.

Sob o aspecto do controle, discute-se que a linha pouco clara seria proposital, permitindo censura baseada em conceitos de interpretação questionável ou até mesmo a intenção de esconder do público a real linha ideológica seguida.

Naturalmente, nos tempos atuais, não podemos ser ingênuos em não perceber que as mídias sociais se tornaram meios de comunicação, e que a falta de controle deixa pessoas poderosas muito nervosas, como já abordei aqui no artigo “A pós-verdade e o controle da mídia”.

E não se trata apenas de viés corporativo por questões comerciais. Essas empresas estão envolvidas no esforço globalista e da ordem mundial, e sabemos qual o conjunto de ideologias estão alinhadas por tais ideais e que devem ser “impulsionadas” na sociedade.

Assim, o mundo, que se encaminha em direção ao “ m dos tempos”, vai se tornando um ambiente cada vez mais anticristão, e a incômoda mensagem de Cristo não deve ser mais divulgada, como já havia previsto Paulo em sua segunda carta a Timóteo:

“Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas”

2 Timóteo 4,3-4. Por esse e outros motivos, muitos produtores de conteúdo cristão e político estão migrando seus per s para outras plataformas que prometem não ter o mesmo comportamento restritivo ou de censores com viés pouco claro. São os casos (anote aí) das plataformas de vídeos rumble.com, da comunidade locals.com ou a rede social truthsocial.com

Nessa linha, aguardemos ainda a evolução do novo Twitter sob o comando de Elon Musk.

Do nosso lado, para o cristão, é muito importante estarmos atentos a todos esses movimentos e nos esforçarmos para sair das teias do controle da informação. Por isso, torna-se vital procurar informações fora dos grandes produtores de conteúdos, seja TV, jornal ou plataformas, principalmente aquelas com aspecto de “o ciais”.

Não nos deixemos enganar pelo inimigo que irá agir “a ponto de seduzir, se isso fosse possível, até mesmo os escolhidos” (Mt 24,24). De nossa parte, como cristãos, continuemos vigilantes e no caminho do Senhor, como nos instrui Paulo:

“Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério”

2 Timóteo 4,5.

LuizVianna éengenheiro,pós-graduadoem MarketingeCEOdaMult-Connect,umaempresa detecnologia.Autordoslivros“Preparadopara vencer”e“SocialTransformationeseuimpactonos negócios”,étambémmúsicoepaidetrês lhos.

O que acontece com uma criança que morre sem ser batizada?

A Neuma Lacerda escreve para mim diretamente do Ceará, com as seguintes dúvidas: “Padre, quando uma criança morre sem o Batismo o que acontece? Eu também gostaria de saber se uma pessoa separada pode receber a Comunhão”.

Neuma, vamos lá. Você quer saber o que acontece com uma criança que morre sem ser batizada. Minha querida irmã, os mais velhos se lembram de que no passado se falava que essas crianças sem Batismo iam para um lugar chamado Limbo, um lugar sem luz. Graças a Deus, Neuma, a Igreja deixou de falar nisso, e por vários motivos.

O primeiro é que a misericórdia de Deus é in nita. Não dá para acreditar que Deus condena uma criança porque ela não recebeu o Batismo. Deus ama a toda pessoa humana criada à sua imagem e semelhança. A criança morreu sem Batismo? Paciência. Não lhe faltará jamais a ternura de Deus.

Uma outra razão vem da certeza de que a Igreja ensina que Deus leva em conta também, além do Batismo com água, o Batismo de sangue e o Batismo de desejo.

Sua outra pergunta é se uma pessoa separada pode comungar. Eu digo a você, Neuma, que pode nas seguintes condições: se uma mulher foi abandonada pelo marido sem nenhuma razão para isso. Elacou sozinha, não tem relacionamento com outro homem, e cuida dos lhos como mãe e pai. Esta mulher precisa da força da Comunhão, precisa de Jesus em sua vida.

O mesmo pode acontecer com o homem. Abandonado pela esposa, está sozinho, não vive nem se relaciona com outra mulher, pode comungar, sim. Em outros tipos de união, sem o sacramento do Matrimônio, a pessoa ca impossibilitada de comungar. Em qualquer situação, sempre é bom pedir a orientação do seu pároco. Deus abençoe você aí no sertão do Ceará.

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São Paulo: apóstolo e

As principais fontes para conhecer a história do apóstolo São Paulo, cuja conversão a Igreja celebra na quarta-feira, 25, são os textos do Novo Testamento, como o livro dos Atos dos Apóstolos e suas próprias cartas. Há, ainda, outros relatos históricos da época, que ajudam a conhecer um pouco da sua personalidade e do contexto em que ele viveu.

O que se sabe é que Saulo nasceu entre os anos 5 e 10 da era cristã, na cidade de Tarso, na Cilícia Oriental. Judeu da diáspora, isto é, do grupo que morava fora de Israel, falava grego, apesar de ter um nome de origem latina, e possuía cidadania romana. Na adolescência, Saulo deixou Tarso e se mudou para Jerusalém para ser educado pelo mestre Gamaliel, segundo as mais rígidas normas do farisaísmo.

PERSEGUIDOR

No m dos estudos, retornou a Tarso, onde alternava os trabalhos na sinagoga e na fabricação de tendas. Alguns anos depois, quando retornou a Jerusalém, viu a popularização do movimento dos seguidores de Jesus de Nazaré, o qual considerava uma ameaça à identidade e tradição judaicas, tornando-o um perseguidor do Cristianismo. Chegou, inclusive, a testemunhar, sem objeção, o apedrejamento de Santo Estêvão, primeiro mártir cristão.

O Sacerdote austríaco Josef Holzner, que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da vida de São Paulo, destaca não haver evidências de que Saulo tenha conhecido Jesus pessoalmente, tanto que o próprio apóstolo não faz alusão alguma a qualquer encontro com o Mestre. Em seu livro “Paulo de Tarso”, considerada a mais completa biogra a do Apóstolo dos Gentios, o biógrafo ressalta que “um homem com o seu temperamento apaixonado” como Paulo “não teria podido se manter neutro” caso tivesse contato pessoal com Cristo: “ou se teria oposto frontalmente a Jesus, ou se teria tornado seu discípulo”.

CONVERSÃO

Os textos bíblicos contam que, certa vez, quando estava a caminho de Damasco, na Síria, para perseguir cristãos, teve uma experiência mística, sendo envolvido por uma grande luz que o cegou e o fez cair por terra. Então, ele ouviu uma voz que identi cou como sendo do próprio Cristo, que lhe indaga: “Saulo, por que me persegues?”.

Essa mesma voz o ordena a ir ao encontro de Ananias, em Damasco, que o batiza e lhe impõe as mãos, e imediatamente recupera a visão. Assim, ele se converte ao Cristianismo e passa a adotar o seu nome romano, Paulo. Em se-

guida, Paulo retirou-se para a região da Arábia por aproximadamente três anos.

Ao falar da conversão de Saulo, Josef Holzner ressalta que a maneira como se deu esta transformação é e continuará a ser um mistério. No entanto, enfatiza que Saulo renasce igual a si mesmo, com as mesmas qualidades que sempre possuíra. As características e energias de sua personalidade, antes utilizadas para perseguir e destruir, após o encontro com Cristo, são empregadas para “amparar, fertilizar e abençoar a humanidade”.

“Nenhuma psicologia poderá explicar completamente como se efetuou a demolição e a nova edi cação do mundo religioso de Saulo; nesses dias, o apóstolo teve de submeter-se a um processo de reeducação em que o orgulho humano se despedaçou e o metal nobre se acrisolou, para com ele se forjar um ‘vaso de eleição’”, explica o biógrafo.

APÓSTOLO

Ao retornar da Arábia, Paulo iniciou publicamente a sua vida apostó-

lica, marcada por inúmeras viagens missionárias. A primeira teve como destino Antioquia, onde, acompanhado de Barnabé, iniciou a missão entre os gentios. Na costa síria, atravessaram a ilha de Chipre, de Salamina a Pafos; de lá, chegaram à costa do sul de Anatólia, hoje Turquia, passando por Atalía, Perge de Pan lia, Antioquia de Psidia, Icônio, Listra e Derbe, desde onde regressaram ao ponto de partida.

Depois disso, Paulo, dessa vez com Silas, realizou sua segunda viagem missionária. (cf. At 15,36 – 18,22). Após percorrer a Síria e a Cilícia, voltou a ver a cidade de Listra, onde tomou consigo Timóteo, e fez com que se circuncidasse. Atravessou a Anatólia central e chegou à cidade de Trôade, na costa norte do Mar Egeu. Entre outras cidades, foi para a Macedônia, Acaia, Filipos, Atenas e Corinto.

Na terceira viagem (cf. At 18,23 – 21,16), Paulo partiu de Antioquia para Éfeso, de onde escreveu as Cartas aos Tessalonicenses e aos Corín-

tios. Após voltar a atravessar a Macedônia, desceu de novo à Grécia, onde provavelmente escreveu a Carta aos Romanos.

PRISÃO

Voltou a passar pela Macedônia, chegou de barco a Trôade e, depois, passando pelas ilhas de Mitilene, Quíos, Samos, chegou a Mileto. O destino seguinte foi Tiro e Cesareia Marítima, até chegar a Jerusalém, onde foi acusado de haver pregado contra a Lei, além de ter introduzido no templo alguns judeus de origem grega que foram confundidos com pagãos. Após um período na prisão, Paulo, por ser cidadão romano, havia apelado ao imperador, sendo enviado para ser julgado em Roma.

Na viagem a Roma, passou pelas ilhas mediterrâneas de Creta e de Malta, Siracusa, Regio de Calábria e Pozzuoli. Em Roma, cou em prisão domiciliar, de onde continuava a anunciar o Evangelho.

Até o ano de 62, Paulo escreveu as seguintes epístolas: 1ª e 2ª aos Tessalonicenses, aos Gálatas, aos Filipenses, aos Coríntios, aos Romanos, a Filêmon, aos Colossenses, aos Efésios, 1ª e 2ª a Timóteo. Alguns biblistas atribuíram a autoria da Carta aos Hebreus também a Paulo. Porém, os estudos atuais não con rmam esse dado.

MARTÍRIO

São Paulo foi martirizado em Roma entre os anos 67 e 68. Após o incêndio na capital do império, em 64, cuja responsabilidade recaiu sobre os cristãos, o apóstolo foi preso e levado para os arredores de Roma. Após ser condenado à morte por Nero, morreu decapitado. Seu corpo foi sepultado fora dos muros da cidade de Roma, onde foi erguida a Basílica a ele dedicada.

A identi cação com a cruz de Cristo é uma característica forte da vida de São Paulo. Tanto que ele a rma: “Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu: é Cristo que vive em mim” (Gl 2,19-20).

Não é possível dizer com exatidão quanto tempo foi necessário para que Paulo alcançasse um profundo conhecimento de Cristo. Mas, por meio de seus textos, é perceptível que, com o passar dos anos, a ideia que ele tinha de Cristo se tornou mais profunda, até atingir a plenitude de visão própria do homem maduro (cf. Ef 4,14), tendo como meta a con guração com Cristo (cf. Gl 4,19).

A inscrição gravada em um dos altares da Basílica de São Paulo Fora dos Muros resume com as próprias palavras de Paulo a natureza e o segredo do Apóstolo dos Gentios: “Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1,21).

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Cathopic

Paulo: ‘O novo rumo da minha vida se deu a partir do encontro com o Cristo ressuscitado’

A exemplo de Cristo, a vida do apóstolo Paulo (leia mais na página E1) é uma inegável demonstração de despojamento e entrega à causa do Reino. Como um discípulo que se espelha nas pegadas do Mestre e Dele

pecados. Essa condição de vida não depende das nossas eventuais boas obras, mas de uma mera graça de Deus, pois, sem o merecermos, somos justi cados pela sua graça, em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus (cf. Rm 3,24). A rmo que o novo rumo da minha vida se deu a partir do encontro com Cristo ressuscitado.

Como é viver a vida sob os desígnios de Cristo?

É preciso ter em mente que, uma vez tendo encontrado a pessoa de Cristo, não se vive mais para si mesmo, para a própria justiça. Vive-se de Cristo e com Cristo, entregando-se a si mesmo, não mais procurando e se construindo a si mesmo, mas deixando aprende em profundidade, Paulo testemunha com veracidade sua adesão ao Senhor, o que faz com que suas palavras, escritos, vivências e ensinamentos se tornem, mais que um importante legado de fé, um itinerário de como ser um autêntico cristão, destinado aos éis de todos os tempos.

Incansável na pregação dos valores evangélicos ainda nas sinagogas da era cristã primitiva e, num segundo momento, disposto a enfrentar perigos, fadiga, perseguição e trabalho duro em longínquas nações para alcançar os povos pagãos, é certo que, dado seu fervor apostólico e se vivo estivesse, Paulo faria das plataformas do mundo digital de hoje o seu grande areópago.

Como um exercício, O SÃO PAULO convida você, leitor, a acompanhar a seguir uma hipotética entrevista com o Apóstolo dos Gentios, a respeito de sua experiência pessoal e de alguns temas centrais da fé cristã, cujas respostas são extraídas do teor de suas cartas, presentes nas Sagradas Escrituras.

O SÃO PAULO – A exemplo de sua própria história de conversão, como se dá o encontro de um ser humano com Jesus Cristo? E qual a relação que surge a partir de então?

Apóstolo Paulo – Irmãos, é preciso que, em primeiro lugar, compreendamos o valor absolutamente fundante e insubstituível da fé, pois estamos convencidos de que é pela fé que o homem é justi cado, independentemente das obras da Lei (cf. Rm 3,28). Como ensinei, o homem não é justi cado pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo; por isso, também nós acreditamos em Cristo Jesus para sermos justi cados pela fé Nele e não pelas obras da Lei; porque pelas obras da Lei, nenhuma criatura será justi cada (cf. Gl 2,16). “Ser justi cados” signi ca ser tornados justos, ser acolhidos pela justiça misericordiosa de Deus e entrar em comunhão com Ele. Isso nos possibilita estabelecer uma relação muito mais autêntica com todos os nossos irmãos, tendo antes, como base, o perdão dos nossos

Antes da minha conversão, embora não fosse um homem afastado de Deus e da sua Lei – pelo contrário, era um observante el, a ponto de beirar o fanatismo –, compreendi que tinha procurado me edi car a mim mesmo, à minha própria justiça e, com ela, tinha vivido de maneira egoísta. Compreendi que era preciso reorientar minha existência, pois a vida que agora tenho na carne a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim (cf. Gl 2,20).

que Ele se torne o centro de nossas vidas. Esta é a nova justiça, a nova orientação que o Senhor nos deu, que a fé nos deu. É preciso deixar que Ele seja soberano e que nos deixemos conduzir por Ele. Diante da cruz de Cristo, que nada mais é que a expressão extrema da sua autodoação, não há ninguém que possa se vangloriar a si, à própria justiça. Assim, devo lembrar-lhes de que aquele que se gloria, deve se gloriar no Senhor (cf. 1Cor 1,31), porque tenho consciência de que não devo de

nada me gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está cruci cado para mim e eu para o mundo (cf. Gl 6,14).

Quais são os pontos centrais propostos por Cristo para se viver uma vida segundo os valores do Reino?

Para vivermos segundo o que o Senhor nos pede, irmãos, é preciso

que sejamos sóbrios, nos revistamos da couraça da fé e do amor, e do capacete da esperança da salvação, pois Deus a ela nos destinou. Nossa fé deve ser ativa, dinâmica, pois Jesus Cristo morreu por nós a m de que nós vivamos em união com Ele (cf. 1Ts 5,8-10). A cruz do Senhor é salvadora e redentora por estar impregnada do seu amor. Assim, uma vez que o exemplo parte Dele e como discípulos devemos imitá-lo, não nos esqueçamos, portanto, de que o amor é fundamental.

De nada adiantaria falar a língua dos homens e dos anjos, ter o dom da profecia, conhecer todos os mistérios e toda a ciência, ter toda a fé, distribuir todos os bens em sustento dos pobres e até mesmo entregar o próprio corpo para ser queimado pois, se não houver amor, nada disso valeria. O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta! Lembrem-se: o amor jamais acabará! Por ora, permanecem estes três pontos centrais: a fé, a esperança e o amor; o maior deles, porém, é o amor (cf. 1Cor 13,1-13).

A que nossa vivência da fé deve nos conduzir?

A fé, irmãos, como dom dado por Deus, deve ser cultivada de maneira assídua na vida cotidiana. Deve manter-nos, no entanto, numa atitude de constante humildade perante Deus, levando-nos, antes, a louvá-lo e adorá-lo. O que somos como cristãos devemos unicamente a Ele e à sua graça. Uma vez que nada e nem ninguém pode ocupar o seu lugar, é preciso que não ofereçamos a outrem o louvor e a adoração que Lhe são devidos. No entanto, a nossa pertença radical a Cristo e o fato de que “existimos Nele”, deve infundir-nos uma atitude de total con ança e imensa alegria para que, assim, possamos exclamar continuamente, juntos: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8,31). A resposta é que ninguém poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso (cf. Rm 8,39). Que nossa vida se baseie na rocha mais estável e segura que se possa imaginar, pois tudo podemos Naquele que nos fortalece (cf. Fl 4,13).

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Liberty Fund/Reprodução

Favelas em São Paulo: territórios de

A história da formação de uma favela quase sempre tem o mesmo enredo: um grupo de famílias pobres, sem local para morar em áreas urbanas, ocupa uma propriedade pública ou privada ociosa e monta habitações precárias. Quando conseguem resistir no local, após meses ou anos, os moradores negociam com o poder público o acesso a serviços como os de saneamento básico e eletri cação, e buscam a regularização de suas casas.

No Brasil, existem mais de 13 mil favelas, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE), que classi ca estes locais como “aglomerados subnormais em que residem, em geral, populações com condições socioeconômicas, de saneamento e de moradia mais precárias”. O número é do ano de 2019 e representa mais que o dobro das 6,3 mil favelas registradas pelo Censo de 2010.

Também na cidade de São Paulo, o número de pessoas vivendo em favelas tem crescido, ainda que as quantidades variem conforme a fonte de informação. A Prefeitura indica a existência de aproximadamente 1,7 mil favelas, nas quais há 397 mil domicílios, 6 mil a mais que em 2019. Já o IBGE aponta para cerca de 530 mil domicílios nas favelas da maior cidade do País. Por sua vez, o Instituto Cidades Sustentáveis/ Rede Nossa São Paulo, que anualmente realiza o Mapa da Desigualdade, trabalha com o número de 391,8 mil domicílios em favelas da cidade, aumento de 1,3% em relação aos 386,6 mil registrados em 2016.

Na avaliação de Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis/Rede Nossa São Paulo, o aumento da quantidade de domicílios em favelas se deve ao acirramento da crise econômica no País. “Há números sobre este agravamento no que se refere ao aumento das pessoas passando fome ou em insegurança alimentar, maior quantidade de desempregados, entre outros indicadores que explicam o porquê de as pessoas viverem em favelas”, comentou ao O SÃO PAULO

Entre 2020 e 2021, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, houve aumento de 70% na quantidade de ações de despejos e de reintegração de posse na cidade.

MENOR QUALIDADE DE VIDA

Aproximadamente 9,4% da população paulistana vive em favelas, muitas delas instaladas nos distritos mais pobres. Para esses moradores, conforme revela o Mapa da Desigualdade 2022, o acesso à internet móvel é mais difícil que em outros bairros, há menor oportunidades de emprego formal no próprio território, os salários são menores – na Brasilândia, na zona Noroeste,

um trabalhador com emprego formal recebe R$ 1.693,82 mensais, enquanto a média de remuneração na cidade é de R$ 4.002,2; e o acesso aos serviços de Saúde demora mais para ocorrer – nos Distritos de Campo Grande, na zona Sul, e Cidade Líder, na zona Leste, quem precisa de uma consulta na rede básica de saúde aguarda 39 dias, enquanto a média de espera na cidade é de 19 dias.

“Alguém que vive em Heliópolis, por exemplo, tem uma condição de atendimento de saúde pior, uma educação de menor qualidade, vai conviver em uma habitação mais precária, se deparar com uma violência local maior, um elevado número de homicídios, sobretudo de jovens, e uma mortalidade infantil maior. Tudo isso gera re exo na qualidade de vida das pessoas. O Mapa da Desigualdade 2022 mostra que a idade média ao morrer nos locais mais vulneráveis da cidade é 21 anos menor se comparada aos distritos mais ricos”, detalhou Jorge Abrahão.

O OLHAR DO PODER PÚBLICO

“Não teremos nenhuma favela sem atendimento público de saúde. Haverá atendimento dos nossos agentes em todas. Também temos a meta de construir 49 mil unidades habitacionais, além de um programa da Secretaria Municipal de Habitação para requalicação desses locais”. Esse compromisso foi assumido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), em novembro de 2021, em um evento pelo Dia da Favela.

Até o m de 2024, a atual gestão pretende entregar, especialmente por meio do programa “Pode Entrar”, moradias a famílias com renda bruta de até seis salários mínimos. Quanto à requali cação dos locais, as ações mais

comuns da Prefeitura têm sido o reassentamento de famílias em novas unidades habitacionais, obras nas redes de água e esgoto, canalização de córregos e eliminação de áreas de risco.

Jorge Abrahão aponta que a construção de habitação digna é um passo importante para a melhoria da realidade nas favelas, mas deve ser acompanhada de outras ações, como o aumento da oferta e da qualidade dos serviços de saúde, educação e cultura: “Hoje, via de regra, não existem espaços culturais nos bairros mais periféricos. Também é preciso assegurar uma mobilidade de qualidade, pois estas pessoas cam, em média, duas horas e 30 minutos nos transportes, entre o ir ao trabalho e voltar para casa. Deve haver, também, geração de emprego nessas comunidades. Estes são desa os postos que, aos poucos, podem ser vencidos. Quando a condição de vida das pessoas nas favelas melhora, a cidade como um todo ca melhor, mais e ciente, mais produtiva”.

POTENCIALIDADES

Nem tudo, porém, está atrelado à ação do poder público. Em muitas dessas favelas, a própria população tem se organizado para promover melhorias pontuais, ajudar a quem mais precisa –algo muito observado no auge da pandemia de COVID-19 – e buscar suporte em instituições para a geração de renda.

“O empreendedorismo é um fator muito importante de inclusão e transformação nas comunidades. Em muitos casos, a falta de oportunidade no mercado formal leva ao empreendedorismo, que passa a ser visto como uma oportunidade de sobrevivência, ou seja, adquirir renda para manter uma vida digna e ter acesso a bens e serviços que

antes a pessoa não tinha. Empreender na favela não é apenas gerar renda, mas também é exercer a cidadania, é participar e ser responsável pelo desenvolvimento de sua comunidade”, destacou à reportagem Renata Candida de Souza, analista de Desenvolvimento Territorial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A especialista lembrou que um dos empecilhos para empreender nas favelas é o acesso a capital para investimento, além da falta de equipamentos e de infraestrutura adequados. “A favela tem di culdades básicas, como, por exemplo, não conseguir receber entregas por ter CEPs bloqueados ou não obter alvará por falta de estrutura”, detalhou.

“Os casos de sucesso dos empreendedores da favela estimulam a ressigni cação da imagem da favela como um território de múltiplas potencialidades, em oposição ao senso comum que a associa à precariedade e falta de oportunidades. Outro fator positivo é o fortalecimento cultural, que já é bem característico nas comunidades”, destacou Renata.

Nas páginas a seguir, apresentamos a dinâmica de algumas das favelas de São Paulo e como seus moradores têm sido protagonistas de melhorias desses locais. Também destacamos a ação evangelizadora e caritativa da Igreja Católica, sempre testemunhando a sua opção preferencial pelos mais pobres: “O amor da Igreja pelos pobres se inspira no Evangelho das bem-aventuranças, na pobreza de Jesus e na Sua atenção aos pobres. Tal amor se refere à pobreza material e, também, às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 184).

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Luciney Martins/O SÃO PAULO Vista de Paraisópolis, a segunda maior favela da capital; Prefeitura diz que existem 397 mil domicílios nas mais de 1,7 mil favelas da cidade

Paraisópolis é sinônimo de empreendedorismo e transformação social

Passava das 9h quando a reportagem do O SÃO PAULO chegou ao Pavilhão Social da Favela de Paraisópolis, na zona Sul. Algumas pessoas já se organizavam em la para aguardar a distribuição de marmitas. Em um dos pontos mais altos da Avenida Hebe Camargo, um dos trajetos para se chegar ao Pavilhão, é possível avistar a segunda maior favela de São Paulo, um cenário de contraste ao lado do Morumbi, um dos bairros mais ricos da cidade.

Aproximadamente 100 mil pessoas moram na favela centenária, que pertence ao Distrito da Vila Andrade, e possui uma área de quase 9km², dividida em bairros internos.

Na estreita e íngreme Rua Itamotinga, sede do Pavilhão Social, estavam lideranças e trabalhadores de vários empreendimentos da comunidade que integram o G10 Favelas, bloco que reúne as dez favelas do Brasil com maior poder econômico e que busca organizar líderes e empreendedores para que proporcionem impacto social positivo.

“Antes, este lugar onde se encontra o Pavilhão era alagadiço, tinha lixo e era tachado de região violenta. Ninguém queria vir para cá. Buscamos revitalizá-lo e hoje temos várias organizações que potencializam a comunidade”, recordou Jaildo Barreto dos Santos, fundador da agência Cria Brasil Comunicação, que busca desmisti car a imagem negativa da favela na mídia tradicional e cuida do marketing de Paraisópolis.

Ao longo de um extenso corredor na parte interna do Pavilhão, há várias salas com escritórios e uma cozinha industrial. A parte superior acomoda salas de aula, escritórios e estúdios com janelas que dão vista para o horizonte. Na parte externa, existe uma horta comunitária.

POTÊNCIA DA FAVELA

Paraisópolis possui hoje potência logística, empreendedores e bancos. A força feminina é parte dessa dinâmica. Flávia Campos Rodrigues, 25, atualmente preside a União de Moradores e Comércio do Bairro. Filha de nordestinos, Flávia viveu muitas adversidades com sua família numerosa. Aos 17 anos, começou a participar da Associação de Moradores, se envolveu nos serviços voluntários e, tempos depois, passou a presidir a Associação de Mulheres do bairro. Posteriormente, foi convidada para liderar a Associação de Moradores.

Ela foi a primeira dos 12 irmãos a fazer uma faculdade e atualmente está cursando uma segunda graduação. Flávia contou que o objetivo da Associação é dar visibilidade às mulheres pretas que movimentam a economia da comunidade, sobretudo aquelas vítimas de violência doméstica.

“Sempre tivemos aqui a ‘tia do bolo e do salgado’. São mulheres que já eram empreendedoras. Dentro da Associação, nós fortalecemos as produções dessas mulheres para que sejam independentes, porque acreditamos que a mulher com dinheiro no bolso consegue sair do ciclo de violência”, avaliou.

Gilson Rodrigues, 36, coordenador do G10 Favelas, defende que o potencial da favela vai além da economia local.

“Observei que as pessoas saíam daqui para ir a Santo Amaro ou a Pinheiros comprar móveis, mercadorias e pagar contas no banco. Assim, buscamos os meios e em pouco tempo foi inaugurada uma loja de móveis. Depois, uma agência bancária. Percebemos que podíamos ir mais longe, buscamos ajuda de parceiros, políticas nanceiras e enxergamos o nosso potencial. Hoje são 48 iniciativas, frutos de nossos sonhos”, destacou.

INOVAÇÃO PARA LIGAR PONTOS

Giva Pereira, 22, é nordestino e passou por muitas di culdades com a família ao chegar a Paraisópolis, ainda criança. Ele, porém, nunca parou de estudar e de sonhar.

Durante a pandemia, Giva coordenou a rede “Presidente de Rua”, iniciativa que com o mapeamento de ruas e vielas conseguiu monitorar a comuni-

dade no período mais crítico e distribuir alimentos e máscaras.

Pensando em ações para recuperar a economia da comunidade no pós-pandemia e vendo a di culdade e bloqueios das empresas de e-commerce para entregar produtos, Giva criou uma operação de logística para entrega de produtos comprados pela internet: a Favela Brasil Express, startup que surgiu em 2022. O projeto faz parte do G10 Favelas e já está em outras comunidades de São Paulo e outras cidades do Brasil. Na favela de Paraisópolis, são em média 4 mil entregas por dia e a iniciativa emprega 47 pessoas.

“Este projeto amanhã fará transformações de vidas, gerando trabalho e renda. Paraisópolis representa tudo em minha vida, pois foi aqui que percebi que o mundo é além de onde alcanço”, assegurou Giva Pereira.

AS MARIAS QUE ALIMENTAM ESPERANÇA

Há seis anos, Maria Nilde e Suéli Feio presenciaram mãe e lhos sendo agredidos por um homem. As cenas de violência motivaram as amigas a pensar ações para mudar esse panorama. E foi assim que surgiu o Costurando Sonhos.

O projeto consiste em pro ssionalizar mulheres no campo da moda. A iniciativa começou em um pequeno

espaço com quatro máquinas e capacitou dez mulheres. Hoje, mais de mil mulheres já passaram pelo projeto, que teve itens mostrados até na Fashion Week.

“Nós furamos a bolha. Sermos vistos em Milão, na Fashion Week, é muito mais que o recurso, é a forma de estas costureiras serem vistas como potência, que podem se empoderar e ter seu próprio dinheiro”, avaliou Suéli.

“O principal objetivo é capacitar essas mulheres para que possam ter autonomia, oportunidade de gerar sua renda ou entrar no mercado da alta-costura”, a rmou Nilde. Atualmente, mais de 40% das famílias de Paraisópolis são che adas por mulheres.

Elizandra Cerqueira e Juliana Costa sempre tiveram interesse pelos problemas sociais da comunidade. Hoje, elas conduzem um projeto social na área da gastronomia, que surgiu por meio da Associação de Mulheres. A iniciativa possui duas bases: uma é a capacitação com cursos de pani cação, confeitaria, comidas típicas brasileiras, doces e salgados; outra, é o restaurante com serviços de bufê e que atendeu mais de 4 mil mulheres.

“Eu acredito neste projeto porque o empreendedorismo social é um dos caminhos reais e possíveis no processo de transformação da favela. Só há desenvolvimento com o coletivo para conquistar o nosso espaço”, a rmou Elizandra. “Quando a gente transforma a vida de uma mulher no Mãos de Maria, estamos transformando a vida de uma família”, avaliou Juliana.

G10 BANK

O G10 Favelas acaba de criar o G10 Bank, primeiro banco ntech social da favela. Entre os serviços ofertados está a abertura de contas digitais para pessoas físicas e jurídicas, com taxas menores, já tendo sido feitas mais de 90 operações de créditos para investimentos.

Jaqueline Amorim, gerente do G10 Bank, ressalta que a proposta é atender pessoas que querem montar o próprio negócio, mas não têm dinheiro. Também há preocupação com a educação nanceira, a m de que os moradores administrem a renda e invistam de forma segura.

“O G10 Bank é uma espécie de ‘BNDES das favelas’, que vai colaborar para as iniciativas dos projetos, vamos bancarizar as pessoas da favela, principalmente as mulheres”, a rmou Jaqueline.

“Vejo no G10 Bank uma possibilidade real para gerar milhares de oportunidades, pois seremos mais vistos. Em vez de nos enxergarem com problema, estamos dizendo que podemos ser parte das soluções; em vez de doações, precisamos de investimentos para transformar vidas. Queremos moradia digna, não queremos o básico, queremos o sol que é de todos”, concluiu Gilson Rodrigues.

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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO Gilson Rodrigues, coordenador do G10 Favelas, destaca o potencial econômico de Paraisópolis Flávia Campos, líder da Associação de Moradores Juliana e Elizandra, no bistrô Mãos de Maria

faz a diferença para o bem da comunidade

Diversa. É assim que o Padre Israel Mendes, Pároco da Paróquia Santa Paulina, na Região Episcopal Ipiranga, resume a rotina dessa comunidade eclesial localizada no bairro de Heliópolis, na periferia da zona Sul de São Paulo.

Em Heliópolis, a maior favela da capital paulista, vivem cerca de 200 mil pessoas em um território de 1 milhão de m² – uma área onde caberiam aproximadamente três unidades do Shopping Aricanduva, o maior do Brasil.

Responsável pela Paróquia desde 2018, Padre Israel conhece bem as demandas do local composto por ruas estreitas e movimentadas, casas amontoadas e inúmeras vielas que facilitam o ir e vir dos moradores.

“Temos de tudo: desde uma família que vem pedir ajuda, o atendimento ao povo, o aconselhamento. As demandas de uma paróquia na periferia são diferentes”, disse o Pároco ao O SÃO PAULO

“Existe uma realidade de violência doméstica muito grande, há muitas pessoas que passam di culdades, pessoas que migram para São Paulo em busca de um lugar melhor e acabam dentro de Heliópolis, se confrontam com realidades [da periferia]”, continuou.

Padre Israel lembrou que, passada a fase mais aguda da pandemia, questões relacionadas à saúde mental se tornaram demandas urgentes na comunidade.

“A saúde mental e psíquica das pessoas geralmente é muito fragilizada por causa da própria história de vida, e tudo isso acaba chegando até aqui na Paróquia e exigindo de nós uma resposta, uma interação com aquela realidade”, comentou, lamentando que nem sempre a Paróquia consegue dar respostas a todas as situações que chegam.

‘MORO AQUI E SOU UM DELES’

Segundo o Sacerdote, para ser padre na periferia é fundamental gostar de estar com o povo. “E ser um com o povo”, enfatizou.

“Não estou aqui cumprindo só uma função. Moro aqui e sou um deles. A vida deles é a minha, o sofrimento deles é o meu, as alegrias e tristezas deles são também as minhas.”

Padre Israel destacou que mantém com o povo de Santa Paulina um vínculo de família e amizade, que permite lidar com as demandas, especialmente por meio da mobilização das pastorais, sobretudo as sociais, além do engajamento das pessoas.

“Nós nos mantemos próximos. Procuramos sempre estar atentos às realidades, identi car as famílias que precisam, os moradores de rua no entorno da comunidade”, ressaltou.

“A Santa Paulina é uma paróquia em que, de verdade, vemos um povo sempre muito solidário. É uma comunidade que se mobiliza muito rápido para estender a mão e ajudar aqueles que precisam”, frisou o Pároco, citando como exemplo situações em que a comunidade paroquial se uniu para ajudar famílias a retornarem aos seus locais de origem, seja dentro, seja fora do Brasil.

“O retorno disso tudo é a alegria que sentimos quando vemos vidas e famílias que são alcançadas pelas pastorais, que, nada mais, nada menos, é a evangelização; uma evangelização que transforma aqueles que por ela são alcançados”, concluiu o Pároco.

COMUNIDADE MISSIONÁRIA

A Paróquia Santa Paulina foi fun-

dada em 2017. Apesar disso, a Igreja Católica se faz presente em Heliópolis desde a origem do bairro, por meio das pastorais da Favela e da Moradia, ligadas às Paróquias Santa Edwiges e São João Clímaco.

Em 1991, foi criada uma área pastoral no bairro por onde passaram missionários de diferentes ordens: os Xaverianos, auxiliados pelos Oblatos de Maria Imaculada e por seminaristas Camilianos, os missionários da Consolata, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição e as Irmãs Franciscanas Angelinas.

“Desde os primeiros missionários, sonhávamos com uma paróquia”, diz Josefa Benedita dos Santos, 71, que integra o Apostolado da Oração e a Pastoral do Batismo.

Josefa mora no bairro há 38 anos e vê a presença da Paróquia como uma conquista coletiva. “É a realização de um sonho. Ela é fruto da mobilização de todos. Fizemos várias campanhas de arrecadações aqui e em todas as regiões de São Paulo para a construção”, comentou.

Com amorosidade, Josefa também destacou a importância da comunidade no bairro. “Temos uma Igreja linda dentro de uma periferia e uma padroeira maravilhosa que cuida de doentes e da fome. Fazemos como Santa Paulina, acolhemos as pessoas famintas e as crianças. Não poderíamos ter outra padroeira”, completa.

Hoje, a Paróquia tem três comunidades: São Benedito, Santa Isabel e Santa Clara, que segundo Josefa se mantêm unidas e articuladas.

AÇÕES PASTORAIS

Entre as pastorais ativas na Santa Paulina estão as da Família, da Caridade e a de Rua, que trabalham inte-

gradas para atender a comunidade.

Leandro Alves Nunes, 39, participa das três e contou à reportagem que na maioria das vezes é na entrega de cestas básicas às famílias e marmitex às pessoas em situação de rua que os agentes de pastoral descobrem outras demandas.

“Embora as mais atendidas sejam da parte de alimentação, as pessoas também nos procuram muito para algo espiritual e com questões voltadas a problemas familiares. Trabalhando em conjunto, conseguimos auxiliá-los”, contou Nunes.

Foi atuando assim que a Paróquia identi cou a necessidade de atendimento psicológico, em especial para as mulheres, que desde 2020 contam com um espaço de partilha e acolhimento por meio da ajuda de um psicólogo focado na saúde emocional.

Nunes ressaltou que muitas vezes o que as pessoas querem é alguém que as escute, as faça se sentir importantes, amadas e acolhidas: “Por isso, também oferecemos o ombro e uma palavra para mostrar que todos podem ser felizes”.

Maria Santana Moreira, 41, também integra a Pastoral da Caridade, que “tira a fome de dezenas de famílias, trazendo esperança e amor”, enfatizou.

“A Igreja é caridade, isso faz com que as pessoas se sintam abraçadas e acolhidas, o que as aproxima mais da Igreja e do Senhor”, frisou.

Bruna Mendes da Silva, 25, é uma das assistidas pela Pastoral da Caridade. Há cerca de seis meses, ela recebe uma cesta básica mensal, que divide com o pai e duas lhas pequenas. “É algo que me ajuda muito. Faz muita diferença para nós. Meu pai não é aposentado, e vivemos com um auxílio de R$ 440. Não sobra para fazer compras”, contou.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO Paróquia Santa Paulina Padre Israel Mendes e paroquianos da Santa Paulina em procissão pelas ruas do Heliópolis Entrega de cestas básicas a famílias é uma das ações caritativas promovidas pela Paróquia

são sinal de esperança para os mais pobres

ALIANÇA DE MISERICÓRDIA E MISSÃO BELÉM DESENVOLVEM TRABALHOS COM CRIANÇAS, ADOLESCENTES E SUAS FAMÍLIAS EM FAVELAS DA CAPITAL

Ruas estreitas e sem asfalto, casas pequenas e feitas de madeira, papelão ou alvenaria. Na megalópole dos contrastes, é perceptível o crescente número de pessoas morando em favelas e tantas outras que se encontram em situação de rua. Em meio às muitas diculdades que enfrentam, elas encontram a mão estendida da Igreja em São Paulo, conforme constatou a reportagem do O SÃO PAULO nas atividades de evangelização e promoção humana realizadas pela Comunidade Aliança de Misericórdia, na Comunidade do Moinho, na região central; e pela Missão Belém, na Favela Nelson Cruz, no Belenzinho, zona Leste.

RESSURGIR DAS CINZAS

A Favela do Moinho, como é conhecida, surgiu da ocupação por pessoas de baixa renda de um terreno sob o viaduto Engenheiro Orlando Murgel, onde se localizava o antigo Moinho Central, uma indústria de processamento de farinha e fabricação de rações para alimentação animal, desativada na década de 1980.

Cercada entre os ramais da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no bairro de Campos Elísios, a Favela do Moinho se formou na década de 1990 e, atualmente, abriga mais de 5 mil pessoas, em 1,2 mil famílias.

Em 2022, após três décadas de luta por urbanização e acesso ao saneamento básico, a comunidade conseguiu na Prefeitura a garantia desse direito. Desde então, essas famílias são bene ciadas com a tarifa social de água e esgoto.

Os moradores do Moinho sonham ainda com a regularização fundiária, ampliação da coleta de lixo e implantação de um sistema preventivo de combate a incêndio, já que, por duas vezes, a comunidade foi parcialmente destruída pelo fogo. As chamas foram contidas em um mutirão organizado pela Capela Nossa Senhora Aparecida, da Comunidade Aliança de Misericórdia, que na época era o único edifício de alvenaria do Moinho.

ESTENDER A MÃO

Desde o ano 2000, a Comunidade Aliança de Misericórdia atua no Moinho, na comunidade chamada Fraternidade Belém – Moinho. No local, reli-

giosas lideram várias ações: Catequese; pastoral de rua; doação de alimentos e roupas; evangelização de crianças, adolescentes e jovens; visita às casas; a evangelização São Dimas, que busca restaurar a dignidade de homens e mulheres envolvidos no trá co; o Oratório São Domingos, que evangeliza 120 crianças; o Centro de Educação Infantil (CEI) São Miguel Arcanjo; o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) São Domingos Sávio; além de iniciativas voluntárias para o resgate de vidas na Cracolândia.

No CEI, por exemplo, são atendidas 100 crianças até 6 anos, moradoras do Moinho, e mais de 80 mil refeições são servidas por ano. Também há atividades com os pais. Já o CCA atende 120 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos no contraturno escolar.

Joiciane da Cruz, 28, é consagrada da Aliança de Misericórdia. Nascida em São Paulo de Olivença (AM), ela é missionária no Moinho há dois anos e ressaltou que a presença das religiosas

é “ser sinal da presença de Jesus, ser sal e luz em meio a tantas realidades de sofrimento humano e espiritual”.

Ela também falou do sonho de construir uma quadra de esportes paras as crianças que são atendidas. “É um projeto que esperamos que, muito em breve, seja concretizado, pois será um espaço de lazer dentro da comunidade”, pontuou.

Wellington chegou ao projeto em 2017, aos 7 anos de idade. Ele tinha di culdades de socialização, comportamento agressivo e diculdades em aceitar as regras de convivência do projeto. A equipe do CCA, então, começou um trabalho com sua família. Hoje, aos 12 anos, ele participa assiduamente das atividades.

Viviane, hoje com 6 anos

de idade, ingressou no CEI quando tinha 1 ano e meio de vida. Sua família veio do Nordeste em busca de melhores condições em São Paulo, mas o pai acabou se tornando viciado em álcool. Aos poucos, com a orientação da Aliança da Misericórdia, a família se reestruturou, e hoje todos se alegram com o fato de a menina que adora cuscuz já ter começado a aprender letras e palavras, e até contar as histórias que lê.

As religiosas Joiciane, Rúbya e Aline dedicam no Moinho seu tempo à oração e à ação evangelizadora às famílias, crianças e jovens, e avaliam que suas atividades são uma pequena “gota” que oferece esperança e consolo à população frente aos desa os que vivenciam.

NOVO SENTIDO

Na zona Leste, na Favela Nelson Cruz, no Belenzinho, vivem aproximadamente 700 famílias. Ali, a Missão Belém é conhecida por sua ampla atuação em favor da população, com ações evan-

gelizadoras e caritativas na Comunidade Nossa Senhora Aparecida.

Os consagrados e voluntários se empenham nos grupos de evangelização para crianças (Ajarai), adolescentes (Efatá), jovens (Yeshua), adultos (Ruah) e casais (Caná).

Beatriz Viviane de Souza, 23, é voluntária. Todo m de semana, ela e outras 20 pessoas se dedicam à Catequese de aproximadamente 130 crianças, adolescentes e jovens.

“Nossa missão é apresentar um novo sentido de vida, longe dos prazeres do mundo, para que, ancorados na fé e na espiritualidade, possam encontrar um novo sentido para suas vidas”, frisou Beatriz, enfatizando que a Catequese é lúdica – com teatro, música e brincadeiras – e que ajuda a minimizar nos pequenos os impactos daquilo que os cerca no dia a dia: trá co de drogas, extrema pobreza e violência.

SERVIR A CRISTO NOS POBRES

Desde 2005, a Missão Belém, fundada pelo Padre Gianpietro Carraro e a Irmã Cacilda da Silva Leste, atua no resgate de pessoas em situação de rua e em drogadição. Mais de 100 mil pessoas foram acolhidas pela Missão. Atualmente são assistidos 700 enfermos que antes viviam nas ruas e são acolhidos 2,3 mil “irmãos de rua”, em 180 casas, tudo isso feito de forma gratuita e voluntária.

Padre Gianpietro destacou à reportagem que a Missão Belém age pautada na evangelização e não somente na assistência social: “Com a obra, queremos transmitir o amor de Deus e resgatar o sentido da vida dessas pessoas”.

CONHEÇA AS NOVAS COMUNIDADES E COLABORE

Aliança de Misericórdia: www.misericordia.com.br

Missão Belém: www.missaobelem.org

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Comunidade Aliança de Misericórdia Luciney Martins/O SÃO PAULO Joiciane da Cruz, da Aliança de Misericórdia, conduz momento de evangelização na Capela Nossa Senhora Aparecida, na Favela do Moinho Irmã Cacilda e Padre Gianpietro na Favela Nelson Cruz

Como a Igreja Católica se organiza na maior metrópole do País

A origem da capital paulista está intrinsecamente ligada à Igreja Católica. Fundada em 25 de janeiro de 1554, na Festa da Conversão do Apóstolo São Paulo, pelos jesuítas Padre Manoel da Nóbrega e São José de Anchieta, a pequena Vila, batizada de São Paulo de Piratininga, assim como todo o território brasileiro, fazia parte da Diocese de São Salvador da Bahia, que depois se tornaria a Arquidiocese Primaz do Brasil.

Em 1575, São Paulo passou a fazer parte da recém-criada Prelazia Territorial de São Sebastião do Rio de Janeiro, atual Arquidiocese do Rio de Janeiro. Nesse período, foi criada a primeira paróquia de São Paulo, instituída em 1591.

A igreja mais antiga da cidade, no entanto, é a Capela de São Miguel Arcanjo, em São Miguel Paulista, na zona Leste, construída pelos indígenas e missionários jesuítas em 1560 e que, em 1622, foi reconstruída e permanece em funcionamento. Vale recordar que a atual igreja do Pateo do Collegio é de 1979, réplica da original, demolida no século XVII.

Em 6 de dezembro de 1745, o Papa Bento XIV criou a Diocese de São Paulo, que, na época, abrangia todo o estado de São Paulo, o Paraná e sul de Minas Gerais.

Com a criação da Diocese de São Paulo, a igreja matriz da cidade se tornou a primeira catedral, conhecida como a Antiga Sé. Essa igreja foi demolida em 1911, para a construção da atual Catedral da Sé, inaugurada em 1954, nas comemorações do IV Centenário da cidade.

No dia 7 de junho de 1908, o Papa Pio X elevou a Diocese de São Paulo à dignidade de Arquidiocese, a qual, durante muitos anos, abrangeu outros municípios do interior paulista que depois se tornaram dioceses, como Santos, Sorocaba, Bragança Paulista, Santo André, Aparecida e Mogi das Cruzes.

Em 1989, houve o último desmembramento da Arquidiocese, quando São João Paulo II criou mais quatro dioceses autônomas com seus respectivos bispos. A atual con guração é a seguinte:

Arquidiocese de São Paulo – Cardeal Odilo Pedro Scherer (Arcebispo Metropolitano); Diocese de Campo Limpo – Dom Valdir José de Castro; Diocese de São Miguel Paulista – Dom Algacir Munhak; Diocese de Santo Amaro – Dom José Negri; Diocese de Osasco – Dom João Bosco Barbosa de Sousa.

NÚMEROS

Dessas circunscrições, São Paulo, São Miguel Paulista e Santo Amaro correspondem aos limites da capital. Já Campo Limpo e Osasco também possuem outros municípios em seu território. Dos 12,33 milhões de habitantes da cidade (IBGE2020), cerca de 80% são católicos, somando as cinco dioceses. Ao todo, vivem e atuam na capital aproximadamente 1,5 mil padres, entre diocesanos e religiosos. Já o número de religiosas consagradas passa de 2,3 mil.

A CIDADE DE SÃO PAULO POSSUI 607 PARÓQUIAS, SENDO:

307 da Arquidiocese de São Paulo (298 territoriais e 9 pessoais);

112 da Diocese de Santo Amaro; 110 da Diocese de São Miguel Paulista; 76 da Diocese de Campo Limpo; 2 da Diocese de Osasco.

IGREJAS

O menor templo católico da Arquidiocese é a Igreja Nossa Senhora dos A itos, datada de 1775, na Liberdade, com capacidade para 34 pessoas. Já o maior templo arquidiocesano é a Catedral da Sé, com 5.700 m² e capacidade para 1,8 mil pessoas sentadas.

Considerando toda a cidade, o maior templo é o Santuário eotokos – Mãe de Deus, na Diocese de Santo Amaro, inaugurado em 2012, com capacidade para abrigar 25 mil pessoas numa área de 25 mil m²

NA CAPITAL PAULISTA, EXISTEM SETE CATEDRAIS CATÓLICAS:

Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção - Sé (Arquidiocese de São Paulo);

Catedral Diocesana de São Miguel Arcanjo (São Miguel Paulista);

Catedral Diocesana de Santo Amaro (Santo Amaro);

Catedral Diocesana da Sagrada Família (Campo Limpo).

*A Catedral de Osasco está localizada na cidade de Osasco

HÁ, TAMBÉM, AS CATEDRAIS DAS IGREJAS PARA OS FIÉIS CATÓLICOS DE RITO ORIENTAL COM SEDE NA CIDADE:

Catedral Nossa Senhora do Líbano (Eparquia Católica Maronita no Brasil);

Catedral Nossa Senhora do Paraíso (Eparquia Católica Greco-Melquita no Brasil);

Catedral São Gregório Iluminador (Exarcado Católico Apostólico Armênio para a América Latina).

‘DEUS HABITA ESTA CIDADE’

Em entrevista concedida ao O SÃO PAULO em setembro de 2019, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, destacou que a Igreja na capital paulista é marcada pela cultura e pelo ambiente da metrópole.

“É uma Igreja viva, presente capilarmente em toda a cidade. Temos milhares de expressões organizadas da Igreja dentro e fora das paróquias, de leigos e religiosos. A Igreja não está presente somente por meio de suas estruturas mais visíveis; ela está na base, e essa é sua força mais importante”, a rmou.

Ao se referir aos desa os da ação evangelizadora, Dom Odilo salientou como o principal a dispersão: “No interior, quando toca o sino, sabemos que vai haver missa. Aqui, nem se escuta o sino em meio às milhares de vozes que chamam as pessoas.”

“Precisamos trabalhar muito para interagir com a cidade, com as pessoas, com seus católicos. Isso tudo requer de nós repensarmos a nossa forma de interagir com a cidade e com as pessoas concretamente”, completou o Cardeal, sublinhando que essa foi a intenção do sínodo arquidiocesano convocado em 2017 e que se conclui este ano, cujo lema é “Deus habita esta cidade: somos suas testemunhas”.

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O SÃO PAULO
Luciney Martins/

Em 67 anos de história, mais de 3,4 mil edições do jornal O SÃO PAULO já foram publicadas. A primeira foi em 25 de janeiro de 1956. A criação do semanário arquidiocesano que passava a circular no lugar de O Legionário foi uma iniciativa do Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta.

“Se a imprensa, a boa imprensa, é órgão indispensável na estrutura de qualquer organismo da sociedade moderna, também para a Igreja é elemento necessário à propaganda e à defesa da fé e da moral, da doutrina e da prática da religião”, escreveu o então Arcebispo Metropolitano de São Paulo na primeira edição.

Nestes 67 anos, os atos e discursos de sete papas (Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco) e de cinco arcebispos (Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, Dom Agnelo Rossi, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Cláudio Hummes e Dom Odilo Pedro Scherer) foram retratados pelo jornal, bem como os fatos do mundo, do Brasil, da cidade e da Igreja, sempre pautados no princí-

pio de que O SÃO PAULO é um jornal católico de notícias, que lê “os acontecimentos dentro e fora da Igreja, sob a ótica do Evangelho, da ética e da moral cristã”, como indica o ponto 18 de seus atuais princípios editoriais.

NO COMPASSO DO TEMPO E DA TECNOLOGIA

Até maio de 1960, o jornal circulou em formato tabloide. Depois, passou ao tamanho standard. Desde o princípio, o O SÃO PAULO não se limitava a reportar os fatos do interno da Igreja: resultados de concursos públicos, notas informativas sobre acontecimentos na cidade, agenda de eventos culturais e até notícias esportivas são encontradas nas 12 páginas semanais das edições das duas primeiras décadas, em meio a notícias sobre a Igreja e artigos formativos. Na fase mais aguda da ditadura militar no Brasil, o jornal chegou a ter páginas censuradas.

Na edição de 20 anos do jornal, em 24 de janeiro de 1976, notam-se algumas mudanças incorporadas ao longo dos anos: na capa, os principais destaques da edição são apresentados em textos curtos (chamadas) e nas páginas internas estava mais nítida a separação

dos conteúdos. Uma década depois, na edição 1.551, de 24 de janeiro de 1986, percebe-se o número expressivo de charges e ilustrações que ajudavam o leitor a melhor compreender as notícias, e já havia informações dispostas em editorias. Muitas também eram as reportagens sobre a presença dos católicos nas diferentes mobilizações sociais daquela década.

Nos 40 anos do jornal, em 1996, as máquinas de escrever já tinham dado lugar aos computadores na redação, nos quais os jornalistas podiam redigir seus textos e digitar informações chegadas via fax, bem como os artigos de colaboradores escritos à mão. Também nos anos 1990, a diagramação das páginas – a forma como os textos e as fotos são dispostos – também passou a ser feita no computador, resultando em melhoria signi cativa na qualidade do jornal impresso.

No jubileu de ouro, em 2006, o jornal, com 12 páginas, já era publicado semanalmente com a capa e a contracapa colorida, havia maior quantidade de reportagens temáticas e se manteve o expediente prioritário de noticiar as iniciativas da Arquidiocese e da presença da Igreja na vida

da cidade. Na redação, a chegada da internet no início dos anos 2000 facilitou a captação das notícias e a recepção dos textos de colaboradores por e-mail. Com o avanço da computação, o processo de diagramação permitiu mais alternativas para a disposição da informação, com grá cos e fotomontagens.

Às vésperas da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em julho de 2013, o jornal passou do formato standard para germânico, tendo todas as páginas coloridas desde então. Em 2014, foram criadas algumas editorias, como Viver Bem, Pelo Brasil, Pelo Mundo e Com a Palavra. Também se tornaram mais frequentes reportagens especiais e, mais recentemente, surgiram os cadernos temáticos, como os de “Fé e Cultura”, “Fé e Cidadania”, “Pascom em Ação” e “Laudato si’– por uma ecologia integral”.

Com o crescente interesse dos leitores pelo conteúdo do semanário Arquidiocesano, o jornal O SÃO PAULO ingressou no ambiente on-line em 2017, apresentando notícias atualizadas diariamente em www.osaopaulo.org.br, e postagens em nossas redes sociais (@jornalosaopaulo).

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BRASILÂNDIA

‘Minha grande honra na vida é ser discípulo missionário de Jesus’, diz Dom Angélico aos 90 anos

No 3o Domingo do Tempo Comum, dia 22, com uma missa na Paróquia São Judas Tadeu, na Vila Miriam, Setor Pereira Barreto, Dom Angélico Sândalo Bernardino, Bispo Emérito de Blumenau (SC) e que por 25 anos foi Bispo Auxiliar na Arquidiocese de São Paulo, celebrou 90 anos de vida, sendo cercado de amor e alegria.

“Com 90 anos, eu me considero um garotinho nos braços de Nossa Senhora. E minha grande honra na vida é ser discípulo missionário de Jesus. Ele é o meu caminho, a verdade e a minha vida”, disse Dom Angélico no começo da missa.

Entre os concelebrantes estiveram Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes (SP) e Presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e os Padres Antônio Leite Barbosa Júnior, Pároco, e Ezael Juliatto, Vigário Paroquial. Na assembleia de éis estavam parentes e amigos do aniversariante, incluindo algumas autoridades como Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário; Luiza Erundina, deputada federal; e Paulo Fiorilo, deputado estadual.

Em sua homilia, Dom Angélico relembrou Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), de quem foi Bispo Auxiliar em São Paulo, e que o encorajava e a todos a ir avante, de esperança em esperança, nos momentos difíceis que o Brasil viveu durante a ditadura militar.

O Bispo ressaltou que Jesus pede sempre que todos caminhem juntos, solidários e misericordiosos, perdoando, acolhendo-se com amor fraterno. Nesse sentido, o

Bispo pediu que os brasileiros possam se unir, apesar das diferenças de opinião que tenham, sempre convivendo de modo respeitoso. Lembrou ainda que, onde quer que esteja, o cristão é sempre chamado a anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus, pela Palavra e o testemunho de vida.

Autoridades que não puderam estar presentes também manifestaram gratidão a Dom Angélico por meio de mensagens lidas antes do m da missa. Dilma Rousse , ex-presidente da República, destacou que “Angélico é Dom”, não apenas por sinal, mas por reconhecimento popular. “O ‘Dom’ do bispo Angélico é substantivo. É talento, virtu-

de e graça. É ‘Dom’ no coração do povo.”

O atual presidente, Lula, seu amigo de longa data, manifestou: “Quando uma pessoa chega aos 90 anos espalhando a Palavra de Jesus Cristo, ela é digna de nossa profunda admiração. Quando essa mesma pessoa, aos 90 anos, insiste em pregar o amor nestes tempos de tanto ódio, ela se torna merecedora de todas as homenagens do mundo”.

BIOGRAFIA

Nascido em Saltinho (SP), em 19 de janeiro de 1933, Dom Angélico foi ordenado padre em 12 de julho de 1959. Nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese

de São Paulo por São Paulo VI, em 12 de dezembro de 1974, recebeu a ordenação episcopal pela imposição das mãos de Dom Paulo Evaristo Arns em 25 de janeiro de 1975. Na Arquidiocese, foi Vigário Episcopal nas Regiões Leste 1 (atual Região Belém), em 1975, Leste 2 (atual Diocese de São Miguel Paulista), entre 1976 e 1989, e Brasilândia, de 1989 a 2000, quando foi nomeado Bispo de Blumenau (SC), onde permaneceu até fevereiro de 2009, quando renunciou em razão da idade. Entre 1977 e 2000, Dom Angélico foi diretor do jornal O SÃO PAULO.

(cominformaçõescomplementares da Redação de O SÃO PAULO

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[SÉ] Ao m da missa do 3º Domingo do Tempo Comum, no dia 22, na Catedral da Sé, o Padre Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral, foi homenageado por ocasião do seu 53º aniversário natalício. Ele recebeu mensagens de carinho do Padre Helmo Cesar Faccioli, Auxiliar do Cura, e da senhora Christina Saddi. “Desejamos que o Deus da vida lhe conceda as melhores bênçãos, hoje e sempre, com muita saúde, paz e lhe dando uma vida longa e feliz. Conte sempre conosco e nossas orações”, disse a leiga. Padre Baronto agradeceu a todos o carinho e preces feitas em sua intenção e agradeceu aos seus pais, instrumentos de Deus, para que viesse ao mundo. (por Ruy Halasz) Luciney Martins/O SÃO PAULO
CRB-SP
Ruy Halasz

LAPA

Padre João Inácio assume a Paróquia São Pedro Apóstolo

No domingo, 22, em missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, o Padre João Inácio Rodrigues, RCJ, tomou posse como Pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, no Central Parque, Setor Lapa. A missa teve entre os concelebrantes o Padre Geraldo Tadeu Furtado, RCJ, Superior Provincial.

No início da celebração, Dom José cumprimentou o novo Pároco, e pediu aos éis da comunidade que o auxiliem e colaborem no serviço de evangelização. Na sequência, foi feita a leitura do

decreto de nomeação do novo Pároco e da provisão pelo período de três anos. Em seguida, Padre João Inácio fez o juramento de delidade à Igreja.

Após a homilia, Dom José convidou Padre João Inácio a fazer a renovação de suas promessas sacerdotais. Depois, houve a entrega das chaves da igreja e do sacrário ao novo Pároco.

Antes da bênção nal, foi feita a leitura da ata de posse e da nomeação do novo Pároco. Por m, Padre João Inácio agradeceu a presença de Dom José Benedito, demais padres, à comunidade pela acolhida, bem como a presença dos éis da Paróquia Nossa Senhora das Graças, do Morro Doce, na Região Brasilândia, onde foi Pároco.

[SÉ] A Paróquia Senhor Bom Jesus dos Passos, no Setor Pinheiros, realizará as Exercitações do Movimento por um Mundo Melhor. Trata-se de um “retiro” de carnaval, que acontecerá entre 18 e 21 de fevereiro, no salão paroquial. As vagas são limitadas. Informações e inscrições pelos telefones (11) 3085-9740 ou (11) 991220989 (com Ana Maria) ou pelo e-mail exercitacoescarnaval2023@gmail.com.

(por Centro de Pastoral da Região Sé)

[SÉ] Em 31 de janeiro, a Paróquia Bom Jesus do Brás, no Setor Brás, dará início à festa de “San Biagio”. O tríduo acontecerá de 31 de janeiro a 2 de fevereiro, com a celebração eucarística todos os dias às 12h. As festividades prosseguem até 5 de fevereiro, com procissão, missas, a tradicional bênção da garganta e barracas. A igreja matriz está localizada na Avenida Rangel Pestana, 1.421, no Brás.

(por Centro de Pastoral da Região Sé)

8 | Regiões Episcopais | 25 a 31 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
[LAPA] Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, no domingo, 22, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora do Líbano, Setor Pirituba. Na homilia, ele citou a tragédia humanitária do povo Yanomani, recordou o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade e Fome”, e pediu que os paroquianos participem mais ativamente da Igreja. (por Stela Lopes) [SANTANA] No domingo, 22, na Paróquia Santa Inês, Dom Jorge Pierozan presidiu a missa solene em honra à Padroeira. Concelebrou o Padre José Esteves Filho (Padre Gabriel), assistido pelo Diácono Márcio Cesena. (por Silvano e Lenivaldo Jacobino) [SÉ] Em 15 de janeiro, o grupo do Movimento Mães que Oram pelos Filhos, da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, Setor Aclimação, celebrou o início das atividades deste ano, com missa presidida pelo Padre José Elias Fadul. O movimento começou em 2011, na cidade de Vitória (ES), com o objetivo de um amadurecimento da fé, a evangelização de forma simples, além de orientar as pessoas sobre como orar e discernir o que pedir a Deus pelos seus lhos e a família. (por Centro de Pastoral da Região Sé) [BELÉM] Na noite da sexta-feira, 20, foi celebrada a festa do padroeiro da Paróquia São Sebastião, no Sapopemba, com uma missa presidida pelo Padre Amaxsandro Feitosa, MCCJ, Pároco. A festividade de São Sebastião foi marcada por um tríduo, que recordou momentos da vida do Santo, além de ressaltar o tema da missão e da esperança. (por Fernando Arthur) Benigno Naveira Silvano e Lenivaldo Jacobino Joni Oliveira Pascom paroqial Patrícia Midões

Aos 90 anos, morre o Padre José Gilberto Beraldo

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

A Arquidiocese de São Paulo comunicou, com pesar, o falecimento do Padre José Gilberto Beraldo, na madrugada da quinta-feira, 19, aos 90 anos de idade, em sua residência, em São Paulo.

Nascido em 14 de março de 1932, ele foi ordenado sacerdote em 20 de dezembro de 1958, pertencendo ao clero da Arquidiocese de Botucatu (SP). Des-

de 1975, residia na capital paulista, após ser nomeado Assessor Nacional do Movimento de Cursilhos de Cristandade, cargo que exerceu até 2010.

Na Arquidiocese de São Paulo, Padre Beraldo, como era conhecido, colaborou durante 30 anos na Paróquia Santa Cecília e na Capela São Vicente de Paulo – Casa Pia, ambas na Região Episcopal Sé. Seu corpo foi velado e sepultado no Cemitério Santíssimo Sacramento, no bairro do Sumaré.

[LAPA]

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[BELÉM] Em 4 de fevereiro, das 8h30 às 12h, acontecerá no Centro Pastoral São José o encontro de Estudo da Campanha da Fraternidade 2023, que tem como tema “Fraternidade e Fome”. O encontro é promovido pelo Fórum das Pastorais Sociais da Região Belém. Em carta-convite ao povo de Deus na Região, o Padre Marcelo Maróstica, Coordenador Regional de Pastoral, ressaltou que é um momento “de olhar para o agelo e o escândalo que é a essência da fome em nosso País”. O Centro Pastoral São José está localizado na Avenida Álvaro Ramos, 366, Belenzinho. (por Fernando Arthur)

[LAPA] O Curso de Teologia para Agentes de Pastoral da Região Lapa está com inscrições para a turma de 2023. A atividade será por meio de encontros virtuais via Google Meet. Com duração de nove semestres, o curso terá início em 6 de fevereiro, sempre às segundas-feiras, das 20h às 22h. Saiba mais em ctapnslapa@gmail.com ou caciamaral@uol.com.br, e pelo telefone (11) 99197-2038, com Pavanelli. (por Benigno Naveira)

[SÉ] A Paróquia Santa Maria Madalena e São Miguel Arcanjo realizará um estudo bíblico, que neste ano percorrerá o segundo livro da Bíblia, o Êxodo. O primeiro dia de estudo será em 2 de fevereiro, às 19h30. Para mais informações, entre em contato na secretaria paroquial, pelo telefone (11) 3032-4594. (por Centro de Pastoral

No site do jornal O SÃO PAULO, você acessa conteúdos atualizados sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Em vídeo, Papa encoraja jovens para a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa https://bityli.com/4HNi3

Educação: ‘sonho’ comum da Populorum progressio e da Fratelli tutti https://bityli.com/Kgy17

No Líbano, vítimas de insegurança alimentar podem subir mais de 25% até abril

https://bityli.com/Ks8PK

A Igreja Católica sempre foi contra o aborto? https://bityli.com/5rQCR

Rio: Memorial do Holocausto abre as portas ao público https://bityli.com/fsg63

da Arquidiocese na Região Santana, no domingo, 22, foi apresentado como Vigário Paroquial da Paróquia São Francisco Xavier, no Setor Medeiros, o Padre Alan Santos Leite. Concelebrou o Padre Jorge Silva, Pároco, assistidos pelos Diáconos Gilson Crema e Felipe Marcelo Reis. (por Robson Francisco)

[IPIRANGA]

Na sexta-feira, 27, às 19h30, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidirá missa em ação de graças pelos 60 anos de fundação da Paróquia São João Batista, na Vila Guarani. A celebração será transmitida pelo facebook paroquial @saojoaobatistavilaguarani. (por Redação)

[LAPA] A Região Episcopal Lapa realizará em 28 de janeiro, às 8h30, no salão da Paróquia Nossa Senhora da Lapa, o primeiro encontro do Conselho Regional de Pastoral (CRP) em 2023. Padres, diáconos e coordenadores de pastoral de paróquias da Região são convidados a participar. (por Benigno Naveira)

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Dom José Benedito Cardoso bem como o Padre Messias de Moraes Ferreira, Pároco da Paróquia São José, Setor Pirituba, integra o grupo de triatleta – pedal (Bike), corrida e nado – Nossa Senhora de Fátima da Vila Leopoldina. (por Benigno Naveira) da Região Sé)
[SANTANA] A Paróquia São Sebastião, Setor Vila Maria, comemorou, na sexta-feira, 20, com várias missas, a festa de seu Padroeiro e os 101 anos de criação da primeira capela. A missa solene foi presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana. Concelebrou o Padre Luiz Cláudio Vieira, Pároco, assistidos pelo Diácono Eduardo Ricardo V. Sierra. Também participaram os seminaristas Gabriel dos Santos Felipe e Talvanes Taborda. (por Fernando Fernandes) [SANTANA] Em missa presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar [BELÉM] Na noite do domingo, 22, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu missa na Paróquia São Pedro, na Mooca. A celebração do 3º Domingo do Tempo Comum foi assistida pelo Diácono Seminarista Yago Ferreira. (por Pascom Paroquial)
Arquivo pessoal
Pascom paroquial Fernando Fernandes Robson Francisco

Papa: ‘É o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora’

A Santa Sé divulgou na terça-feira, 24, a mensagem do Papa Francisco para o 57° Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em 21 de maio, com o tema “Falar com o coração, ‘testemunhando a verdade no amor’ (Ef 4,15)”. É tradição que a divulgação da mensagem ocorra na memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

O Pontí ce se detém sobre o “falar com o coração”, destaca que “foi o coração que nos moveu para ir, ver e escutar, e é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora” e recorda que sempre é preciso proclamar a verdade, ainda que seja incômoda.

“Só ouvindo e falando com o coração puro é que podemos ver para além das aparências, superando o rumor confuso que, mesmo no campo da informação, não nos ajuda a fazer o discernimento na complexidade do mundo em que vivemos. O apelo para se falar com o coração interpela radicalmente este nosso tempo, tão propenso à indiferença e à indignação, baseada por vezes até na desinformação que falsi ca e instrumentaliza a verdade”, prossegue o Papa.

Francisco aponta para a necessidade de um “comunicar cordialmente” e faz alusão ao encontro do Senhor com os discípulos a caminho de Emaús: “A eles, Jesus ressuscitado fala com o coração, acompanhando com respeito o caminho da sua amargura, propondo-Se e não Se impondo, abrindo-lhes amorosamente a mente à compreensão do sentido mais profundo do sucedido”. Além disso, destaca que no atual momento marcado por polarizações e oposições,

Pontífice destaca que a Palavra de Deus vale para todos

No Domingo da Palavra de Deus, celebrado pela Igreja em todo o mundo, no 3º Domingo do Tempo Comum, dia 22, o Papa Francisco enfatizou que a Palavra de Deus vale para todos e chama cada pessoa a se converter e se colocar em missão.

“o empenho em prol de uma comunicação ‘de coração e braços abertos’ não diz respeito exclusivamente aos agentes da informação, mas é responsabilidade de cada um. Todos somos chamados a procurar a verdade e a dizê-la, fazendo-o com amor”.

O Papa também destaca São Francisco de Sales como “um dos exemplos mais luminosos e, ainda hoje, fascinantes deste ‘falar com o coração’”, e recorda que em 2023 se celebra o centenário da proclamação do Santo como padroeiro dos jornalistas católicos. “O Santo Bispo de Genebra nos recorda, por meio dos seus escritos e do próprio testemunho de vida, que ‘somos aquilo que comunicamos’: uma lição contracorrente hoje, num tempo em que, como experimentamos particularmente nas redes sociais, a comunicação é muitas vezes instrumentalizada para que o mundo

nos veja não por aquilo que somos, mas como desejaríamos ser.”

Francisco também escreve que sonha com uma “comunicação eclesial que saiba se deixar guiar pelo Espírito Santo, gentil e ao mesmo tempo profética, capaz de encontrar novas formas e modalidades para o anúncio maravilhoso que é chamada a proclamar no terceiro milênio” e a todos exorta para que desarmem os ânimos, a m de que, também por meio da comunicação, se possa promover a cultura de paz. “Como cristãos, sabemos que é precisamente na conversão do coração que se decide o destino da paz, pois o vírus da guerra provém do íntimo do coração humano. Do coração brotam as palavras certas para dissipar as sombras de um mundo fechado e dividido e construir uma civilização melhor do que aquela que recebemos”, conclui.

Uma vez que a salvação é para todos, “o anúncio da Palavra deve ser a principal urgência da comunidade eclesial, como foi para Jesus”, disse o Pontí ce, alertando: “Que não aconteça de que professemos um Deus de coração largo e sejamos uma Igreja de coração estreito; isto seria – permita-me dizer – uma maldição (...) saber que somos chamados a levar o anúncio do Reino e transcurar a Palavra, dispersando-nos em tantas atividades secundárias. Aprendamos com Jesus a colocar a Palavra no centro, a alargar as fronteiras, abrir-nos às pessoas, gerar experiências de encontro com o Senhor”, a rmou.

O Papa comentou, ainda, que a Palavra de Deus “mexe conosco, inquieta-nos, incentiva-nos à mudança, à conversão: põe-nos em crise, porque ‘é viva, e caz e mais a ada que uma espada de dois gumes (...) e discerne os sentimentos e intenções do coração’ (Hb 4,12). É verdade! À semelhança de uma espada, a Palavra penetra na vida, fazendo-nos discernir sentimentos e intenções do coração, ou seja, fazendo-nos ver qual é a luz do bem a que havemos de dar espaço e onde, ao contrário, se adensam as trevas dos vícios e pecados que temos de combater”. (DG)

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Media
Vatican

China

80% da população chinesa já teve COVID-19, afirma cientista

Cerca de 1,12 bilhão de pessoas, ou 80% da população chinesa de 1,4 bilhão, já foram contaminadas com o coronavírus. Os dados foram divulgados no sábado, 21, por Wu Zunyou, epidemiologista-chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, segundo informou a rede CNN Zunyou anunciou os números um dia antes das celebrações do Ano Novo Lunar, iniciadas no domingo, 22. Sua manifestação surgiu em meio ao temor pelo grande deslocamento de pessoas em todo o país em função da data especial. Como os festejos se estendem por 40 dias, a expectativa do governo é de que até 2 bilhões de viagens ocorram na China nesse período.

Peru

A emissora estatal chinesa CCTV informou que mais de 26 milhões de viagens foram feitas somente no sábado, 21. E os números não estão nem perto do que se costumava registrar antes da pandemia, uma vez que cerca de 50 milhões de deslocamentos haviam sido registrados em 2019.

Assim, as autoridades de saúde entraram em alerta para o risco de uma nova onda da doença nos meses seguintes de 2023, sobretudo no interior, para onde muitas pessoas se dirigem a m de visitar familiares. Zunyou, porém, diz não acreditar nessa hipótese.

“Nos próximos dois a três meses, a possibilidade de uma retomada em larga escala da COVID-19 ou de uma segunda onda de infecções em todo o país é muito pequena, justamente porque o vírus já infectou

Escalada de tensão faz crescer o número de feridos e vítimas

No Peru, com a morte registrada no sábado, 21, subiu para 46 o número de vítimas desde o início dos protestos, em 7 de dezembro. As manifestações começaram após a destituição e detenção do presidente de esquerda e de origem indígena, Pedro Castillo. Ele foi acusado de tentar um golpe de Estado ao querer dissolver o Congresso, controlado pela direita, que estava a ponto de destituí-lo do poder por suspeita de corrupção.

No domingo, 22, o governo peruano estendeu por 30 dias o estado de emergência em Lima, Cuzco, Callao e Puno, na tentativa de interromper os protestos. Na quinta-feira, 19, as regiões Amazonas e La Libertad, ambas no norte, e Tacna, esta última na fronteira com o Chile, foram incluídas no estado de emergência. Com isso, quase um terço do país, que conta com 25 regiões, é afetado por esse

Durante a celebração do VII Congresso Mundial de Juristas Católicos simultaneamente com as VIII Jornadas Hispânicas de Direito Natural , a União Internacional dos Juristas Católicos associação de direito pontifício, com sede em Roma , reunida em assembleia, na quinta-feira, 19, na cidade mexicana de Guadalajara, reelegeu para sua presidência, pelos próximos quatro anos, por unanimidade de votos dos delegados presentes e representados, o desembargador Ricardo Dip, do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Liturgia e Vida

4º DOMINGO DO TEMPO COMUM 29 DE JANEIRO DE 2023

‘Pobres em espírito’

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

cerca de 80% da população”, disse ele.

As autoridades sanitárias chinesas, no último balanço o cial sobre a doença, disseram que cerca de 60 mil pessoas morreram em razão da COVID-19 entre os dias 8 de dezembro de 2022 e 12 de janeiro deste ano. Entretanto, o governo diz que o pico do surto atual já passou e que, daqui em diante, as internações e mortes diminuirão.

Em seu mais recente balanço sobre o atual surto, porém, a empresa britânica de análise de dados de saúde, Airnity, a rmou que os dados relatados pela China escondem a dura realidade da situação. Relatório divulgado na semana passada estima que 608 mil pessoas morreram em virtude da doença na China entre o dia 1º de dezembro de 2022 e 17 de janeiro passado.

Estados Unidos Bispos promovem concurso de cantos eucarísticos

O Sermão da Montanha (Mt 5-7) encerra o núcleo da mensagem moral e espiritual do Evangelho. O seu coração são as Bem-Aventuranças (Mt 5,3-12), sentenças que retratam o Coração de Jesus e revelam o que é uma vida realmente feliz, segundo os critérios de Deus. Quem vive as bem-aventuranças já encontrou o Reino de Deus!

A primeira delas resume todas as demais: “felizes os pobres em espírito, pois deles é o reino dos Céus” (Mt 5,3). A pobreza em espírito se confunde com a humildade, fundamento de todas as virtudes. Consiste no esvaziamento de si mesmo e na total abertura e con ança em Deus. É uma condição para o adorarmos e para amarmos nosso próximo. Temos de ser pobres: esvaziados de nós mesmos e do que alimenta em nós o pecado, a cobiça e a soberba.

Somos “ricos em espírito”, por exemplo, ao não tolerarmos as di culdades. Gostaríamos de resolver os problemas imediatamente e não admitimos ser contrariados e a igidos. Aferramo-nos ao bem-estar como a um tesouro e, por isso, nos fechamos à consolação que o Pai concede aos lhos na tribulação (cf. 2Cor 1,4). Injúrias e perseguições se tornam ocasião de pecado, em vez de santi cação, por causa do apego – da avareza! – que temos por nós mesmos.

regime até meados de fevereiro.

Com a medida, os militares cam autorizados a intervir junto com a Polícia em nome da ordem pública. Isso, porém, não resultou em uma desaceleração dos confrontos.

A repressão policial aos protestos em Ilave desencadeou a revolta da população, que incendiou a delegacia de Polícia ao amanhecer do sábado, 21, segundo imagens televisivas. Os confrontos entre os moradores aimaras e as forças de segurança dessa cidade também deixaram dez feridos, de acordo com fontes hospitalares. Imagens que se tornaram virais nas redes sociais mostram policiais atirando contra manifestantes na praça principal de Ilave, uma pequena cidade a 3,8 mil metros de altitude, perto do lago Titicaca, na fronteira com a Bolívia. (JFF)

Fonte: RFI Brasil

Por ocasião do Congresso Eucarístico Nacional, que ocorrerá de 17 a 24 de julho de 2024, em Indianápolis, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês) está promovendo um concurso de cantos eucarísticos.

Segundo o Secretariado para a Evangelização e Catequese da USCCB, o objetivo do evento é “renovar o zelo pela Eucaristia de uma forma que as palavras não podem expressar, estabelecendo um relacionamento vivo com o Senhor Jesus Cristo na Eucaristia”.

Poetas, músicos e compositores católicos que desejarem participar da competição terão até o dia 21 de abril para se inscrever em uma das duas categorias: composição de hinos ou músicas-tema. Os participantes do concurso serão encorajados a proclamar o ensino da verdadeira presença de Nosso Senhor Jesus na Eucaristia e a expressar a unidade da Igreja Católica no Corpo de Cristo.

As canções originais serão avaliadas por um júri composto por especialistas, tendo o foco na poesia, musicalidade, criatividade, solidez teológica e doutrinária, beleza, adequação ao uso litúrgico e expressão da missão do renascimento eucarístico. Os vencedores serão anunciados no dia 9 de junho e os compositores das canções escolhidas em cada uma das categorias do concurso receberão uma premiação no valor de 2,5 mil dólares. (JFF)

Também a falta de amor pela justiça provém da ausência de pobreza em espírito. Apegados às expectativas e juízos próprios, agimos com um “senso de justiça” falso, duro e ressentido. Ou, então, paralisados pelo egoísmo e pelo comodismo, vivemos uma caricatura de bondade – somos apenas “bonzinhos” – e sacri camos a justiça e o senso das proporções em troca de nossa boa imagem. Com a consciência anestesiada, damos ar de “misericórdia” ao que não é senão pusilanimidade, indecisão, injustiça.

Quando falta a pobreza em espírito, não há lugar tampouco para a pureza de coração. A vontade própria e os prazeres prevalecem sobre o amor e o bem. Não querendo abrir mão de nós mesmos e do gosto imediato, tornamo-nos reféns da impureza, da sensualidade, da preguiça ou da gula. Podemos até justi car tais atitudes como uma simples “fraqueza”… No entanto, elas escondem uma “avareza de espírito” que retira a liberdade e sufoca a caridade.

Um dos sintomas da falta de pobreza em espírito é a ausência de paz. Como um rico que jamais se satisfaz com o que tem e, ao mesmo tempo, teme perder o que já possui, tentamos nos agarrar desesperados a mil pequenos apegos e desejos: coisas, manias, opiniões, diversões, comodidades, títulos, cargos, mágoas, seguranças, vícios etc. A vida se torna uma casa repleta de bugigangas e desordem. E assim, amesquinhados, deixamos de desejar o reino dos Céus.

O desapego de si é condição para se desejar e encontrar o Senhor. Por isso, Ele promete: “deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres, no nome do Senhor porão sua esperança” (Sf 3,12). Que o Senhor nos faça realmente felizes – segundo Deus – neste mundo, para que sejamos felizes no Céu. “Felizes os pobres em espírito, pois deles é o reino dos Céus”!

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Fonte: Gaudium Press
O SÃO PAULO
Luciney Martins/

Igreja pede justiça pelo povo Yanomami, vítima de maus-tratos em Roraima

O Ministério da Saúde enviou a Boa Vista (RR), na segunda-feira, 23, prossionais da Força Nacional de Sistema Único de Saúde (SUS), após técnicos do Ministério terem encontrado crianças e idosos desnutridos, além de pessoas com infecção respiratória aguda e outras doenças na terra indígena Yanomami, em Roraima. Tal situação teria levado à morte de ao menos 570 crianças indígenas naquele território desde 2019.

Um hospital de campanha foi montado pelo Exército Brasileiro na capital do estado diante dessa situação emergencial. Além disso, cerca de 4 mil toneladas de alimentos foram enviados à terra indígena no último m de semana.

As imagens de pessoas “a pele e osso” correram o mundo e geraram revolta em entidades e grupos que atuam em atenção aos indígenas, incluindo pastorais e organismos da Igreja Católica.

No sábado, 21, os bispos do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestaram indignação perante “as imagens dos cor-

pos esqueléticos de crianças e adultos do povo Yanomami no estado de Roraima”. Também recordaram que o Governo Federal anterior “liberou as terras indígenas já homologadas para o garimpo ilegal e a extração de madeira, que destroem a oresta, contaminam as águas e os rios, geram doenças, fome e morte”; e enfatizaram: “Estamos diante de mais uma situação em que se repete o que foi denunciado pelo Papa Francisco na [exortação] Querida Amazonia: ‘os povos nativos viram, muitas vezes, impotentes à destruição do ambiente natural que lhes permita alimentar-se, curar-se, sobreviver e conservar um estilo de vida e uma cultura que lhes dava identidade e sentido” (QA,13).

Também a Comissão de Bioética da CNBB expressou, no domingo, 22, “indignação e um profundo sentimento de tristeza” diante da situação vivenciada pelo povo Yanomami. “Queremos nos unir a todos aqueles que, impactados com a situação de vulnerabilidade e fome que se faz presente, especialmente dos povos originários, se unem, sem medir esforços, para recuperar a dignidade dos nossos irmãos e irmãs indígenas. Jamais podemos aceitar negociar qualquer aten-

tado contra a dignidade da vida, desde o nascer até o morrer, sem nenhum tipo de ideologia, partidarização ou interesses que não sejam o do respeito absoluto ao outro, irmão e irmã.”

Na segunda-feira, 23, foi publicada a manifestação da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil): “A morte de nossos irmãos e nossas irmãs Yanomami deve comprometer toda a sociedade brasileira para promover ações emergenciais, mas também justiça e reparação para que a vida desses povos seja protegida. É dever de todos nós, mas é compromisso maior do Estado brasileiro, a efetivação de políticas públicas e cazes e duradouras. Por isso, ressaltamos a necessidade de que todos os entes federados, em todas as instâncias, sejam incluídos nesta força-tarefa e nas ações posteriores”.

A Repam-Brasil também pede que o Governo Federal, os governos estaduais e outras instituições se comprometam com a suspensão imediata do garimpo ilegal nos territórios indígenas, em especial na terra indígena Yanomami; responsabilizem políticos e grandes empresas que promovem o garimpo ilegal; que

não haja a aprovação de projetos de lei e outras iniciativas legislativas que preveem a liberação da mineração em terras indígenas; que se fortaleçam as instituições públicas para scalização e controle do desmatamento, das queimadas e das invasões de terras indígenas; e que sejam efetivadas políticas públicas de saúde para os povos indígenas.

RESPONSABILIZAÇÕES

No sábado, 21, Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, anunciou a abertura de inquérito policial para apurar eventuais crimes ambientais e de genocídio cometidos na terra indígena Yanomami. As investigações serão conduzidas pela Polícia Federal.

Procuradores do Ministério Público Federal, por meio de nota, na segunda-feira, 23, apontaram que a degradação da saúde dos indígenas Yanomamis foi causada pela omissão do Estado brasileiro. “Com efeito, nos últimos anos veri cou-se o crescimento alarmante do número de garimpeiros dentro da terra indígena Yanomami, estimado em mais de 20 mil pela Hutukara Associação Yanomami”, indicaram.

No Acre, Dom Odilo destaca o ardor missionário da Igreja na Amazônia

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

O Cardeal Scherer concluiu no sábado, 21, sua visita fraterna à Diocese de Cruzeiro do Sul, que abrange o interior do Acre e alguns municípios do Amazonas. Desde o dia 14, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo visitou comunidades e celebrou com os éis dessa área conhecida como Amazônia Ocidental.

Como em anos anteriores, Dom Odilo dedica parte do período de férias para visitar realidades missionárias, especialmente na Amazônia. Ao comentar sobre a viagem, o Arcebispo de São Paulo destacou o imenso trabalho realizado pelos missionários, muitos estrangeiros, como o atual Bispo Diocesano, Dom Flávio Giovenale, SDB, que é italino, ao longo de décadas.

“Além do trabalho religioso e da organização das comunidades, com suas igrejas bem construídas, houve a implantação de escolas, estruturas de saúde e assistência social, que continuam pres-

tando relevantes serviços à população”, destacou (leia mais na coluna Encontro com o Pastor, na página 2).

Pelas redes sociais, o Cardeal compartilhou algumas das experiências como a visita à Paróquia São José, em Tarauacá, de onde viajou em um avião de pequeno porte para Jordão, um município isolado no meio da selva, cuja viagem de barco dura quatro dias. Nessa cidade, Dom Odilo celebrou o sacramento da Con rmação (Crisma) durante as festividades do padroeiro da comunidade local, São Sebastião. Também houve 150 batizados realizados pelo sacerdote que atende a comunidade. “O testemunho da fé do povo simples, verdadeira e lial, era comovente”, relatou o Arcebispo, que também conheceu a comunidade indígena do povo Huni kuin.

Dom Odilo ressaltou que viagens como essa são oportunidade para abrir horizontes e perceber as realidades e desa os da Igreja em determinadas loca-

lidades, sobretudo sua missionariedade. “Isso também traz inspirações e motivações para o nosso trabalho na metrópole”, completou.

Escola de Música do Estado de São Paulo oferece cursos gratuitos

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

Até o domingo, 29, a Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp Tom Jobim), mantida pelo governo

paulista e gerida pela organização social Santa Marcelina Cultura, está com inscrições abertas para mais de 50 cursos gratuitos e livres, em diversos instrumentos e preparatórios para os cursos regulares.

Entre os cursos disponíveis estão o preparatório para Piano; Teoria Musical Básica (oferecido no formato EAD) e Música Antiga – cravo. Trata-se de capacitações que podem aprimorar, por exemplo, o desempenho das pessoas que

atuam nos ministérios de música das comunidades paroquiais.

Para consultar todos os cursos, formas de inscrição e os critérios da Emesp Tom Jobim para a seleção dos candidatos, acesse: https://emesp.org.br/cursos-livres-2023

12 | Pelo Brasil | 25 a 31 de janeiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Diocese de Cruzeiro do Sul

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