Alertam cientistas das universidades de Washington e Princeton
Planeta em risco de viver extinção em massa nos oceanos Segundo o estudo, o mais provável é que os oceanos A Terra está em risco de assistir a uma nova extinção tropicais sejam os que mais espécies vão perder com as em massa, depois da vivida no Cretácico, há 65 mialterações climáticas, ainda que muitos animais possam lhões de anos, desta vez nos oceanos, alertam cientismigrar para latitudes mais altas e com condições mais fatas, num estudo publicado na revista Science. Desta voráveis à sobrevivência. Pelo contrário, as espécies polares vez, sublinham os investigadores, é o ser humano que devem extinguir-se, uma vez que o seu habitat” vai desaparepresenta a maior ameaça à vida terrestre. recer por completo.
Se as alterações climáticas não tiverem uma resposta drásNum comentário sobre este estudo publicado na mesma tica e rápida, os gases com efeito de estufa que aquecem edição da Science, os cientistas Malin Pinsky e Alexa Freos oceanos e lhe consomem o oxigénio, acrescidos da desdston, da Rutgers University, no Estado de Nova Jérsia, retruição dos “habitats”, a pesa excessiva e a poluição costeiforçam que “as alterações climáticas estão a expulsar as esra, vão acabar com a vida marinha. No artigo, assinado por pécies dos confins da Terra”. Os cientistas sublinham que a uma equipa de cientistas das universidades de Washington redução das emissões dos gases com efeito de estufa poderá e Princeton, recorda-se que a emissão de grandes quantireduzir o risco de extinção até 70%. Assim, concluem que evidades de gases com efeito de estufa está a alterar de fortar a perda generalizada de biodiversidade e a sexta extinção ma radical o sistema climático terrestre e a ameaçar muitas em massa é agora “uma prioridade mundial”. espécies. “Que a Humanidade enfrente o pior ou o melhor dos ceNo artigo, os investigadores reconhecem que o impacto nários vai depender das decisões que a sociedade tome, não do clima na biodiversidade é difícil de observar, especialapenas sobre as alterações climáticas, mas também sobre a mente na vida oceânica. Porém, adiantam, se se considestruição dos “habitats”, a pesca excessiva e a poluição das derar o registo fóssil que ilustra episódios anteriores de costas”, avisam. Só desta forma, com um foco coordenado que extinção massiva provocados por alterações ambientais aborde as múltiplas ameaças, “a vida oceânica como a conheceradicais, neste momento “o futuro da vida oceânica tal e mos tem oportunidade de sobreviver, este século e mais além”, como a conhecemos, sob uma alteração climática galoacrescentam os autores do artigo. pante, é incerto”. No final de 2018, uma investigação das universidades de WaRecorrendo a um abrangente modelo, que pondera shington e de Stanford, nos Estados Unidos da América, publicaos limites fisiológicos de uma espécie segundo as preda na Science, concluía que a maior extinção da história na Terra, visões de temperatura e oxigénio marinhos, os autores que marcou o fim do período permiano, há cerca de 252 milhões do estudo, Justin Penn e Curtis Deutsch, avaliaram o de anos, foi causada por alterações climáticas. A extinção no final risco de extinção das espécies oceânicas em distintos do permiano, no fim da era paleozóica e muito antes dos dinoscenários de aquecimento global. Concluíram que, se sauros, aconteceu quando o planeta estava repleto de plantas e o aquecimento global persistir sem alterações, é proanimais, que foram praticamente extintos. vável que os ecossistemas marinhos de todo o planeAs análises já realizadas a fósseis deixados em rochas no leito dos ta sofram extinções massivas similares em dimensão mares revelam um ecossistema marinho diversificado e próspero, e gravidade à do final do período permiano, que seguido de uma faixa de cadáveres indicando que cerca de 96% das ocorreu há mais 250 milhões de anos, e provocou o espécies marinhas foram exterminadas neste período. A investigadesaparecimento de mais de dois terços dos animais ção divulgada em Dezembro de 2018 por cientistas da universidade marinhos. de Washington e de Stanford, nos Estados Unidos da América, comAs reduções agressivas e rápidas das emissões de binou modelos das condições oceânicas e do metabolismo animal, gases com efeito de estufa são críticas para evitar com dados laboratoriais e registos paleoceanográficos, concluindo uma extinção em massa por perda de habitat aeróque essa extinção em massa nos oceanos terá sido causada pelo bico nos oceanos. EVAN DAVIS aquecimento global. 26
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