rantida na União Europeia, por garantir que “não adora este pão”, afirmou, acrescentando que, além de pessoas individuais, algumas padarias e panificadoras têm vindo a envolver-se, o há adulterações” e pelo impacto no turismo e na que permitirá uma produção “mais comercial”. economia local. Salientando que a classificação tem como “grande vantagem” o Pedro Ribeiro reagiu assim à classificação publicada no Jornal Oficial da UE, a qual reconhece que a terem de ser produzidos no território, Pedro Ribeiro disse acreditar Sopa da Pedra de Almeirim resulta de um modo de que, no caso do melão, ficarão criadas as condições para existirem produção, transformação ou composição que corresmais produtores, assegurando que o valor económico fica no conponde a uma prática tradicional para esse produto celho. “Quem quiser tem que cá vir, porque é aqui que se produz e ou género alimentício. “Este é o reconhecimento que queremos pessoas no nosso território”, declarou. nos permite uma certificação que garante que não há Segundo o autarca, feita a certificação, a produção é rigorosamente controlada para que se cumpram as especificações. “Dá adulterações do que é a Sopa da Pedra de Almeirim”, trabalho, mas vai ter um valor acrescentado”, disse. disse Pedro Ribeiro. Segundo o autarca, o processo, que teve origem em 2017, iniciou-se porque “um pouco por todo o país ia havendo sopas a que davam nome de sopa da pedra, com outro tipo de feijão, com couve, com carnes que não são as de porco, com outros enchidos”, o que levava a que, quem as consumisse, viesse a concluir que “afinal não era grande coisa”. “Com esta certificação temos a certeza de que se cumprem as receitas, a utilização dos produtos”, disse, salientando que a Sopa da Pedra é o segundo produto português a receber a certificação de Especialidade Tradicional Garantida. Para o autarca, este reconhecimento “vai acabar por trazer ainda mais gente” ao concelho, o que para a economia local e para o turismo “é fundamental”. “O futuro é esse, da certificação, garantir que o que estamos a oferecer é o produto tradicional e não, como se costuma dizer, ‘gato por lebre’. Isto é uma garantia para todos e de que, no futuro, ninguém anda aqui a fazer coisas que não são bem aquelas, eventualmente para ter mais lucro. Portanto as carnes são aquelas, os enchidos são estes, o feijão é aquele e a forma de fazer, obviamente cada um tem os seus segredos, mas garantimos que para o futuro ninguém vai inventar”, acrescentou. Resultando de uma parceria do município com a associação dos restaurantes e o Turismo do Alentejo e Ribatejo, com o apoio da Confraria Gastronómica, o processo passou por uma primeira certificação nacional, obtida em 2020 junto do Ministério da Agricultura. As “primeiras conversas” começaram em 2017, porque, explicou, foi preciso “criar condições”, o que passou por um entendimento no seio da associação de restaurantes, “porque cada um tinha a sua forma de fazer” e foi preciso encontrar “uma matriz comum”, a qual deu origem ao caderno de especificações. Pedro Ribeiro sublinhou que o concelho tem mais duas certificações, lideradas pela associação de comerciantes, “que já passaram o crivo português”, a das caralhotas (pão tradicional cozido em forno a lenha) e a do melão de Almeirim. Os dois produtos são já indicações geográficas, faltando o reconhecimento de Indicação Geográfica Protegida, certificação oficial regulamentada pela União Europeia e que é atribuída a produtos gastronómicos ou agrícolas tradicionalmente produzidos numa região. O processo das caralhotas “está em Bruxelas”, devendo ficar concluído, “o mais tardar”, em 2023, disse, salientando que este tipo de processos, pela exigência e tempo que demoram, implicam grande resiliência. Para Pedro Ribeiro, se a Sopa da Pedra é “claramente” o produto mais conhecido do concelho, as caralhotas são o que tem maior potencial de crescimento. “Quem prova as nossas caralhotas, as verdadeiras, aquelas feitas no forno a lenha com todas as especificidades, www.gazetarural.com
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