Identidade e Resistência
Em cada número, uma característica específica da nossa identidade, sejamos nois negros, cafuzos ou galegos, brabos ou matutos - Nois é #1 Avoadx, #2 Manifestadx, #3 Maloqueirx, #4 Cabra da Peste, #5 Buliçosx, #6 Fuleirx, #7 Amostradx, #8 Cagadx, #9 Pirangueirx, #10 Lisx e Lesx. Em todos eles anunciamos um assalto aos princípios da realidade. Anunciamos portanto a resistência.
Copia, Remixa e Difunde
Todos os nossos “produtos” são livres de direitos e devem ser copiados, remixados e difundidos gratuitamente. Nossos “produtos” não nos pertencem, pertencem a quem os queiram tomar para lançar à linha de fogo.
Ação!
Utilizaremos métodos webnamitas, vendedores porta a porta do anti-consumo e ações de rua, que as ruas são de nois todxs! Todas as ações serão operações de festa e de revolta temporárias.
Alísta-te!
Chamamos todas as pessoas, todos os grupos, todxs xs submetidos à violência do cotidiano, todxs os insurretos. Aparece na txosna do Hala Bedi Bunker-Taberna ou chama ao mail vermelho (00zinenoise@gmail.com) e alísta-te num dos turnos. Por uma Vida Mágica.
Para que corra o ar, livre!
Noisé - Comitê Vandalista Editorial (difuso, nãoorganizado e invisível)
(EditoriaL)
Desta vez mostraremos nossa faceta mais evidente: NOISé Maloqueirx! Então, nada mais justo que trazermos à tona questões tão comumente marginalizadas quanto os indivíduos que carregam a alcunha dessa edição. Ser maloqueirx é criar por necrofilia, por tontura, por indigestão e por despeito e nem todxs são capazes de o entender, mas quem se importa? A Nois importa essencialmente o colapso da modernidade (já o anunciava o Manifesto Manguebit “Caranguejos com Cérebro”, de Fred Zero Quatro). De chinelo no pé, defenderemos a “nossa corda” até à morte! Somos malungos!
Viva os chacais e o Dadá! Salvê Chico! Chila, relê, domilindró!
SúMULA
maloqueiro
malocas Licença ao Tranca-ruas,
Viver em
guardião dos caminhos
badoque Subir em
árvores Tomar banho de canal (quando a maré encher)
Amorcegar ônibus Mangar
Fumar
flores
Uma cerveja antes do almoço (é muito bom pra ficar pensando melhor)
Aproveitar o melhor de cada
festa
Troçar (viver em carnavais) Brincar nas
Sambadas – S.A.Z
subterrâneo Panfletagem subliminar já! confessa-te!
Fazer grafite
poeta da sílaba tônica
mija aqui
Erickson Luna
O que tĂŞm em comum estes 3 nomes?
MamĂŁo
O Vivedor
O Mateus
Neno
Martelo
Assim nasce um vira-lata
OH!RISOFLORA! EM MEUS BRAÇOS TE LEVAREI COMO UMA FLOR PRA MINHA NA BEIRA DO RIO,MEU AMOR (CHICO SCIENCE)
MALOCA
VALE LEMBRAR QUE NOSSOS ANCESTRAIS MAIS REMOTOS VIVIAM EM CAVERNAS E MALOCAS. Assumindo a devida licença poética, alargamos esse conceito para agregarmos os barracos à beira de paredões de barro, as palafitas e as quitinetes mofadas do centro, onde sempre pulsa uma vida acolhedora e sublime e sempre há espaço para mais um - agregados, animais, parentes distantes ou amigos em maus lençóis, ...
TRA NCA
RUAS O GUARDIテグ DOS CAMINHOS ()
Somos os que escolheram o caminho da terra em vez das baldosas amarelas. Somos da rua! E para seguir, cantamos a ti, Tranca Ruas: Ele é, Capitão da Encruzilhada, ele é, Mas ele é, Ordenança de Ogum, Sua coroa quem lhe deu foi Oxalá, Sua divisa quem lhe deu foi Omulú Salve o cruzeiro, salve o sol e salve a lua, Saravá seu Tranca-Ruas, Que corre gira no meio da rua. (bis) Estava dormindo, Quando a Umbanda lhe chamou, Se levanta minha gente, Tranca-Ruas já chegou. (bis) Quando a lua surgir, Ele vai girar, ele vai girar, Chegou seu Tranca-Ruas, Para todo mal levar. (bis) Na fé de meu Pai Ogum, Ele vem trabalhar. (bis) Mas ele é, mas ele é, mas ele é, Tranca-Ruas das Almas. (bis) Oi viva as almas, Oi, viva a coroa e a fé, Oi, viva Exu das Almas, Mas ele é Tranca-Ruas Imbaié, Oi, viva as almas! Loroiê Exu... ...Exu é Mujubá!!!
bado qu
e
1- A ÁRVORE
A primeira coisa a fazer é escolher a árvore para subir. Com o tempo, conforme for pegando experiência, as árvores começam a te escolher. Há árvores de vários tipos, isso já sabemos, mas há também árvores com diversos humores e personalidades. Há árvores generosas, de galhos fortes, tronco largo e muita sombra. Nessas árvores há muitos galhos baixos (ou pelo menos um bom) para a subida inicial e há, certamente, bons encontros de galhos mais acima, onde se pode sentar ou até deitar e relaxar. Para os iniciantes, a melhor coisa a fazer é encontrar uma árvore generosa.
S U B I N D O
Á R V O R E S
2- EQUIPAMENTO
O equipamento mais básico para subir numa árvore é: 1- pés descalços 2- mãos livres 3- cabeça fresca Se você tem a sorte de ter os quatro membros inteiros e saudáveis (e isso, absolutamente, não é uma ironia) só lhe resta cuidar dos pensamentos. Para subir numa árvore é preciso se munir de pensamentos adequados à tarefa, tais como: - Atenção onde pisa e onde segura - Que bom que não tá chovendo! - Lá em cima da pra ver até onde? Além desses equipamentos pode-se querer usar roupas leves: shorts e camiseta. Os shorts são bem úteis. A camiseta é opcional, mas pode ser interessante se você precisar abraçar o tronco.
3- SEGURANÇA
Subir numa árvore pode ser mais seguro do que ficar em baixo. Aliás, segurança é uma palavrachave em cima da árvore: é preciso estar seguro o tempo todo; seguro dos seus atos e seguro nos galhos. Por isso é importante sempre testar a resistência de um galho antes de se apoiar nele. Para isso é bom ter o máximo de pontos de apoio, de preferência três (3). Acompanhe o cálculo: Usando-se: a) um (1) braço ou b)uma (1) perna para testar a resistência de um galho x, sobram: a)1 braço + 2 pernas ou b)2 braços + 1 perna Em ambos os casos o resultado final é igual a 3 membros para se apoiar. Portanto, só é recomendado se pendurar num galho não testado para os praticantes da modalidade kamikaze. Este método não se responsabiliza pelos danos sofridos pelo subinte, e repudia os danos infligidos à árvore.
4 – ALGUMAS RECOMENDAÇÕES ÚTEIS (E OUTRAS AGRADÁVEIS)
• Não atenda celular em cima da árvore. Excepcionalmente, se for inevitável, atenda se estiver acomodado em galhos confortáveis, mas desligue o mais rápido possível. O melhor é não levar o celular para a árvore. Caso tenha levado no bolso, sem querer, por distração, você pode jogá-lo lá de cima num lugar de terra macia; talvez ele não se quebre se você jogar com jeito. • Tente chegar no “olho” (o ponto mais alto) da árvore, mas não faça disso uma obsessão. As árvores, em geral, são intolerantes com comportamentos obsessivos. Se conseguir chegar no “olho” vai entender porque chamam de olho. • Evite horários e prazos ao subir em árvores. O tempo das árvores é vegetal. Uma árvore submetida a um prazo não passaria de uma plantinha ou um arbusto, no máximo.
5 – HABILIDADES ESPECÍFICAS ADQUIRIDAS COM A PRÁTICA DE SUBIR EM ÁRVORES • Dom da invisibilidade: quando você está na árvore, os seres do chão (sobretudo os humanos) costumam não lhe enxergar. • Super-visão: por outro lado, você vê tudo lá de cima e controla os eventos do chão simplesmente por estar nos galhos. • Resgate genético: quando um ser humano (Homo Sapiens Sapiens[?!]) sobe numa árvore ele realiza um resgate da diferença genética em relação aos outros grandes primatas (chimpanzés, gorilas, orangotangos e bonobos). Texto: Pedro Filho Amorim
“Não basta tomar banho de canal, tem de dar o mortal!”
tomar banho ::::: ::::::::::: de canal quando a :::::::::: :::: maré encher Fui na rua pra brigar, procurar o que fazer Fui na rua cheirar cola, arrumar o que comer Fui na rua jogar bola, ver os carros correr Tomar banho de canal quando a maré encher “Quando a maré encher” - Eddie
Esse é o clamor de um engajado grupo em prol da democratização do transporte público, uma luta entre o oprimido e espremido usuário dos coletivos contra os ‘barões dos busões’; obviamente os Corleones (apoiados por governo e mass media) levam larga vantagem. 2,15 já era roubo! Os estudantes saíram à rua e os protestos foram transformados pela mídia em “baderna”. Agora 2,25 é roubo e é fato... E por aí vai... Mas nem tudo está perdido, a graciosa maloqueiragem local nos oferece um leque de pos-
sibilidades de burlarmos o obsoleto sistema de cobrança utilizado pelo cartel rodoviário: antes bastava adquirirmos uma farda de cobrador para podermos sentar na parte da frente do ônibus e fazermos o caminho sem maiores percalços, mas os escrotos dos patrões se defenderam e hoje o cobrador é identificado por bilhetagem eletrônica. Pois bem, uma graninha a mais ao cobrador (sempre bem menor que o valor da passagem) e ele nos deixava passar por cima ou por baixo da borboleta – renda extra para ambos.
PASSE LIVRE JÁ!
Mais uma vez os desalmados patrões reagiram, meteram câmeras em todo coletivo para fiscalizar tal prática e punir severamente o funcionário contraventor – ainda tentaram nos fazer engolir que instalaram os Big Brothers móveis “para a nossa maior segurança”. Mas ninguém resiste aos astutos falsificadores de carteirinhas de deficientes – bastam uns trocados e temos em mãos um documento de PVC vermelho que nos dá o cobiçado passe livre. Surdez e loucura são as mais pedidas dentre as deficiências – impassíveis de serem descobertas em caso de fraude - afinal, de surdo e louco todo
mundo tem um pouco. Todavia, diante dessas burlas, a quem mais me cativa é a pura e simples baderna: saltar as borboletas, entrar pelas janelas, ignorando o opressor poder policial, sempre a serviço dos detentores de poder. No dia que todos os cidadãos tacarem o foda-se e decidirem não se submeter ao abusivo preço cobrado para usarem as latas de sardinha ambulantes e tomarem para si o que têm por direito, quem sabe, a história será outra. E, assim, o Passe Livre deixe de ser uma maloqueiragem subversiva e torne-se um direito constitucional.
MANGAR! VOCÊ QUER, VOCÊ TEM! De obter “por debaixo da manga”.
“Comprar “ é um exercício passivo, chato, alienante, um ato socialmente predeterminado. “Mangar” é uma prática criativa e excitante. “Roubar” se entende como um delito, mas... MANGAR não é roubo: a propriedade é roubo. Não “roubamos” , mas sim “mangamos”: fazemos magia, liberamos o desejo, a inteligência e a liberdade cristalizadas nas coisas que se oferecem para vender. Reapropria-te e faz circular, satisfaz os desejos e necessidades dos teus semelhantes. Produz ferramentas (roupas, acessórios, instrumentos) e manga! Manga este Zine! Sejamos felizes, insultantemente felizes.
FUMANDO FLORES
PELO DIREITO DE PLANTAR, PORQUE O
VERDE É VIDA!
Há muito tempo atrás, houve decreto real que incenti-
vava taxativamente o plantio de cânhamo nas sesmarias para extração de óleos e fibras ($). Enquanto o senhorzinho ganhava burras de ouro com os outros fins da planta e o negro fumasse somente nas senzalas, era tudo liberado. Tempos depois, os escravos foram enxotados com o selo de “livres” e sem porra nenhuma de assistência, viraram sem teto, sem grana e sem chance, mas levaram consigo velhos hábitos – entre eles, o ‘unzinho’. Logo, a elite associou o uso da maconha pelos negros à criminalidade. Desde então, maconheiro é sinônimo de maloqueiro – e, ainda hoje, os tradicionais (caretas) pais de família logo desconfiam quando os filhos ousam dizer que não é bem assim. Pensamento disseminado ao custo de vidas e bilhões de dólares ianques através da fracassada “Guerra às drogas”, nos enfiada goela abaixo pelas ditaduras, novelas e igrejas. Mas a era de Aquário deu o ar da graça, o império finalmente começa a declinar: é chegada a hora. Maloqueiros – digo maconheiros, uni-vos!
SÃO PEDRO AJUDAI! PELO FIM DA “SECA” EM PERNAMBUCO POR UM SÃO JOÃO SEM MISÉRIA!
Constituição
da República Independente
do Recife Antigo Nós, os boêmios, sob a proteção da noite, declaramos e promulgamos a República Independente do Bairro do Recife. Art. 1º - A República Independente do Bairro do Recife será organizada pela forma de frevocacia, regime anárquico musical, exercido por boêmios, músicos e portas.
UMA CERVEJA ANTES DO ALMOÇO - É MUITO BOM PRA FICAR PENSANDO MELHOR!
Art. 2º - Fica instituído como símbolo do Bairro do Recife a garrafa e a radiola de ficha. Art. 3º - São cores da bandeira do Bairro do Recife: o verde cana, o amarelo cerveja e o azul madrugada. Art. 4 º - Todas são iguais perante a primeira dose e desiguais perante depois da décima dose. Art.5º - Todos os bêbados terão assistência médica e social gratuita, com direito a albergue e soro glicosado e farão jus ao seguro etílico por conta do bar Gambrinus. Parágrafo Único - Os bêbados, para fins de direito, serão equiparados aos menores. Art. 6º - O Bairro do Recife é território da paz, das lutas amorosas e da felicidade compartilhada. Art. 7 º - No Bairro do Recife, situado do lado de baixo do Equador, fica abolido o pecado. Parágrafo Único - Todas as noites serão de noites de lua.
Art. 8º - No Bairro do Recife, o sistema de preços é capitalista e o pagamento de contas é socialista. Art. 9º -Fica criado o tabelionato de notas para registrar conversas e promessas noturnas. Art. 10º - Fica criado o patrimônio históricoetílico como objetivo de preservar todo o ecossistema lírico, alcoólico do Bairro do Recife. Tombados desde já, o Bar Gambrinus, 28 e Valdemar Marinheiro. Texto: Gustavo Krause
Aproveitando o melhor
festa
de cada Inteiramente
Grátis
IRMÃOS
EVENTO
!
*Os dois judeus, Joel e Abrahão Datz, ficaram tão famosos, eram tão ativos, abnegados e devotos na missão de comparecer a eventos, que se transformaram em uma espécie de ISO-9000 de festas, exposições, lançamento de livros e tertúlias mais movimentadas. “Até os Irmãos Evento estavam lá!”, era a garantia de que realmente a coisa tinha dado certo e o momento mágico aquele que os Irmãos Eventos ficavam saltitantes – o ataque efusivo aos salgadinhos.
(*) O TERMO “BODERLINE” FAZ ALUSÃO À LINHA DA BORDA, A CONDIÇÃO EMOCIONAL FRONTEIRIÇA ENTRE A NEUROSEEAPSICOSE.
vivendo
EM
CAR a vais
O grande lance do Carnaval é a anarquia, a possibilidade de poder ser irreverente, usando a crítica e a ironia, seja através de uma troça, seja através de uma máscara ou de uma ação...
Troçar significa ridicularizar, escarnecer, satirizar. Borderline é a linha tênue entre a sanidade e a loucura. As troças são uma forma espontânea de organização das classes populares, para, de forma cômica, manifestar suas histórias, seus problemas e suas lutas. Não são uma mera pândega. São resistência ao Carnaval idealizado pelas elites urbanas, que queriam eliminar o Entrudo das diversões momescas, tido como selvagem, indecente, bruto e bárbaro.
n
por
TERRORISMO POeTICO
HACKIM BEY ESTRANHAS DANÇAS NOS SAGUÕES de Bancos 24 Horas. Shows pirotécnicos não autorizados. Arte terrestre, trabalhos- telúricos como bizarros artefatos alienígenas espalhados em Parques Nacionais. Arrombe casas mas, ao invés de roubar, deixe objetos Poético-Terroristas. Rapte alguém e faça-o feliz. Escolha alguém aleatoriamente e convença-o de que ele é herdeiro de uma enorme, fantástica e inútil fortuna: digamos 8000 quilômetros quadrados da Antártida, ou um velho elefante de circo, ou um orfanato em Bombaí, ou uma coleção de manuscritos alquímicos. Mais tarde, ele irá dar-se conta de que acreditou por alguns poucos momentos em algo extraordinário, & talvez, como resultado, seja levado a buscar uma forma mais intensa de viver. Pregue placas comemorativas de latão em locais (públicos ou privados) onde experimentaste uma revelação ou tiveste uma experiência sexual particularmente especial, etc. Ande nu por aí. Organize uma greve em sua escola ou local de trabalho, com a justificativa de que não estão sendo satisfeitas suas necessidades de indolência & beleza espiritual. A Arte do grafitti emprestou alguma graça à metrôs horrendos & rígidos monumentos públicos.
Capitulo de “Caos, os Panfletos do Anarquismo Ontologico” A arte Poético-Terrorista também pode ser criada para locais públicos: poemas rabiscados em banheiros de tribunais, pequenos fetiches abandonados em parques e restaurantes, arte xerocada distribuída sob limpadores de pára-brisa de carros estacionados, Slogans em Letras Grandes grudados em muros de playgrounds, cartas anônimas enviadas a destinatários aleatórios ou escolhidos (fraude postal), transmissões piratas de rádio, cimento fresco... A reação da audiência ou o choque estético produzido pelo Terrorismo Potico deve ser pelo menos tão forte quanto a emoção do terror: nojo poderoso, excitação sexual, admiração supersticiosa, inspiração intuitiva repentina, angústia dadaísta — não importa se o Terrorismo Poético é direcionado a uma ou a várias pessoas, não importa se é “assinado” ou anônimo; se ele não muda a vida de alguém (além da do artista), ele falhou.
O Terrorismo Poético é um ato em um Teatro de Crueldade que não tem palco, nem assentos, ingressos ou paredes. Para funcionar, o TP deve ser categoricamente divorciado de todas as estruturas convencionais de consumo de arte (galerias, publicações, mídia). Mesmo as táticas guerrilheiras Situacionistas de teatro de rua já estão muito bem conhecidas e esperadas, atualmente. Uma requintada sedução levada adiante não apenas pela satisfação mútua, mas também como um ato consciente por uma vida deliberadementemais bela: este pode ser o Terrorismo Poético definitivo. O Terrorista Poético comporta-se como um aproveitador barato cuja
meta não é dinheiro mas MUDANÇA. Não faça TP para outros artistas, façao para pessoas que não perceberão (pelo menos por alguns momentos) que o que acabaste de fazer é arte. Evite categorias artísticas reconhecidas, evite a política, não fique por perto para discutir, não seja sentimental; seja impiedoso, corra riscos, vandalize apenas o que precisa ser desfigurado, faça algo que as crianças lembrarão pelo resto da vida — mas só seja espontâneo quando a Musa do TP tenha te possuído. Fantasia-te. Deixa um nome falso. Seja lendário. O melhor TP é contra a lei, mas não seja pego. Arte como crime; crime como arte.
S.A.Z. Quanto Tempo? “Uma vez que
o Estado se preocupa primordialmente com a Simulação e não com a substância” a S.A.Z. “pode, em relativa paz e por um bom tempo, ser verdadeiramente livre. Assim que uma S.A.Z. se relacionar com as estruturas de poder ou com a sociedade do espetáculo – o que não implica que pessoas que participam de uma S.A.Z. também se possam organizar a esse nível, mas como outro grupo e sem implicações para a S.A.Z. – ela deve desaparecer, para se refazer em outro lugar, em outro momento, novamente invisível ao poder. A sambada segue até o sol raiar.
Onde? Devemos tomar as ruas, os becos, as praças! O
espaço público é nosso, mas não é preciso limitar a S.A.Z. a esse espaço. “Aproveitam as estruturas que já existem. Em cidades maiores um bolo” (uma S.A.Z.) “pode consistir de um ou dois prédios, de um bairro pequeno ou de um complexo de prédios vizinhos. Você só tem que construir arcos de ligação e passarelas, usando os andares térreos como espaços comunais, abrindo passagens em certas paredes, etc..”
Quem? São convidadxs a participar da S.A.Z. todas as
pessoas, todxs xs maloqueirxs, todxs xs sambadores, folgazões, poetas e emboladores, juremeirxs, grafiteiros, pixadores, griôs, transformistas, magos, todxs xs submetidos à violência do cotidiano, todxs os insurretos, todas aquelas e aqueles para quem é tempo, enfim, de se reencontrar. Devem estar ausentes de uma S.A.Z. estruturas de poder, partidos políticos, sindicatos, confissões religiosas, ONGs, entidades bancárias ou corporações.
zona livre de capitalismo.
Organização - A forma de organização primordial é a
roda. A festa, a música, os encontros, são abertos, não estão regulados, nem submetidos a uma ordem, se nutrem da espontaneidade de todxs, sem câmaras de videovigilância, sem seguranças, sem amarras, sem cachés, vivos, livres sempre na harmonia e respeito de estar com a comunidade
Experimentação - A brincadeira é um espaço de experi-
mentação, de transposição de limites. Reordenação e comprovação de valores que reconfiguram o todo, dependendo sempre da relação e dos sujeitos envolvidos. “Brincadeira é coisa inventada”, “o cabra vai tirando e vai modificando”, segundo Seu Neco, brincador do Cavalo-Marinho de Várzea Nova/Paraíba.
Transformar a sociedade - A
brincadeira teria como um de seus maiores atributos a capacidade de abrir um parêntesis na vida cotidiana, suspendendo-a temporariamente, para em seguida a ela voltar de forma renovada. Ao estado de liminaridade, provocado pela brincadeira, atribuiu-se a responsabilidade por desencadear tais processos, a partir dos quais a realidade teria condições de ser rerformulada ou pelo menos revista. Porque para se conhecer uma determinada realidade é sempre necessário recontá-la, recantá-la e reencantá-la.
(homenagem à “T.A.Z.” de Hackim Bey)
ilustração: GaLo
grafitti subterrâneo! Em cada último Domingo de cada mês, várias pessoas se reúnem nas periferias do Recife, para fazer graffitti, rimas, passos de dança de rua, scratchts, projetar vídeos, comer junto com a comunidade e articular a desobediência - é o Mutirão de Grafitti. "Além da mobilização, estimulamos a idéia de produção independente, o “faça você mesmo”, o escambo, defendendo que a comunidade construa criativamente o que necessita. “A comunidade sabe o melhor para a comunidade.” avisa Galo de Souza, da Rede de Resistência Solidária. por ZOSEN Grafittti: expressão viva, gesto incontrolado, artista anônimo que invade as ruas. Noites de insônia tatuando a cidade. O Grafitti, que dá cor às cidades de cimento, se reproduz de maneira descontrolada, brota rapidamente depois de passar o último batalhão de limpeza e sai fora do controle dos políticos. Grandes marcas comerciais podem copiar a estética, mas não podem comprar a essência, a magia, o ato de pintar, a liturgia da manada
escavando os muros virgens, abandonados. Não tentem domesticar o Grafitti! Isso, se leva dentro, algo que se mama desde pequeno, nas ruas com os amigos! Autodidata, explorador de técnicas, truques que não saem na televisão e histórias de mil cores. É importante conhecer o terreno, as zonas, para poder mover-se com facilidade e misturar-se com o entorno. Missões preparadas na noite, ataques em plena luz do dia, a pele da cidade está mutando!
Estamos em Território Inimigo & o Inimigo está em nós. A primeira Grande Batalha contra o Império deve se dar dentro de Nossas Cabeças. Libertar nossa imaginação. Poderosos Feitiços Publicitários iludem nossos Desejos mais Puros, Belos & Loucos. Mau Olhado Policial que aprisiona nossa Espontaneidade Selvagem. Engodos Geopolíticos, Castração Gramatical contendo nossa linguagem transgressora. As raízes do Poder Total do Império estão em nossa psique e regem nosso cotidiano. O Assustador Buraco Negro do Poder que tudo absorve & que tudo subverte & que lucra zilhões com a revolta dos Pobres Formigomens, tristes Ibus declamando discursos libertários para um Céu de Concreto. Os Protestos & Discursos não devem mais ser Espalhafatosos & Coniventes com a lógica do Espetáculo & da Mídia. Devem ser em Silêncio & Invisíveis: SUBLIMINARES.
Uma Terrível Conspiração agindo no subconsciente das pessoas.
O Novo Ativismo Global encontra-se num beco sem saída: A “Geração de Seattle” encontra-se presa à sua própria mitologia. Os protestos contra a guerra não deram em nada. Os tanques nas avenidas de Bagdá são um Triste Retrato de uma derrota precoce. Precisamos de Novas Táticas. Teatro Secreto. Loucos Subversivos agindo na calada da noite. Vândalos & Bárbaros criando Novas Situações que arrebentem as correntes da Realidade Consensual. Panfletagem Aleatória despertando Estranhos Atratores numa caótica sociedade fragmentada “Tornai-vos Invisíveis Nada é Real-----Tudo é Permitido Bárbaros Invisíveis que Nada Respeitam. Vândalos que fodem com o Cotidiano (mas que devem, impreterivelmente, Gozar Dentro)” Comícios em forma de Jogos Secretos. (experimente fazer um comício em que as pessoas nem desconfiem tratar-se de um comício: PANFLETAGEM SUBLIMINAR) Terrorismo Postal & Sabotagem Ideológica (Santo Hakim), mas lembre-se que a Segunda Grande Batalha se dá no campo da Semântica Corrompida. .
Aproveite que o Demônio está embriagado com seu VINHO DE PODER e que os MAGOS não estão do lado do IMPÈRIO.Faça seu ATIVISMO SECRETO & suas LOUCAS CONSPIRAÇÔES e seja no mundo real: um delinquente, um inconsequente e demente. (delinquente por causa do estrupo do espaço, inconsequent epor causa do estrupo do tempo, demente por causa do estrupo da linguagem.
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( eu, maloquEirx ) Catarina escreveu: “vender CAIPIGALA na Rua 13 de maio durante o carnaval.” e “roubar a toalha de mesa do buffet pra fazer um vestido.”
Paulo escreveu: “mentir, sempre mentir. mentir é pura brincadeira: só quem mente é capaz de escapar: só os mentirosos conseguem se libertar dessas verdades todas.”
Josè Cleiton escreveu: “jogar coco na quadra da escola!”
Fátima Melo (amiga de Acre Recife) escreveu: “Acre Recife, obrigada por nao revelar as demais maloqueiragens nossas. ESTOU NAS SUAS MÃOS... KKKKKKKKKK”
( me
CONFESSo )
Mateus escreveu: "entradas sorrateiras no teatro guararapes, mercado eufrásio barbosa, por muros e telhados, desbravando salas e corredores escuros, ocupando salas escuras (maloqueiragem compartilhada por muitos)"
Pollyanne escreveu: “Foram boas as horas até o ato: amigos emaranhados , jogos de sedução ao pé do ouvido... desinibidos movimento de um segundo mês doce e mesmo que nevasse em trevas, conseguiríamos ali, naquele íngreme palco de barro esfumaçante transformar gelo no seu formato quadrado em pedaços de água-brasa-tinta. -É assim que se mata homem, pequeno e grande!...”
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Eduardo escreveu: “Passeata contra o aumento das passagens em 2005, eu estava lá. Confesso, as janelas quebradas e gritos de baixo calão.”
POETA DA SÍLABA TÔNICA
PSICOGRAFIA
ERIKSON LUNA
Erickson Luna, o último dos beatniks, faleceu em 2007 - deixou um legado unânime de liberdade, desprendimento e sagacidade. Maloqueiro por opção, graduou-se em Direito e Jornalismo antes de fazer do Mercado da Boa Vista seu escritório; palavras afiadas e pensamentos ácidos são seu legado. "Quem tem que comandar nossa vida é nossa cabeça, o corpo que se vire para ir atrás" - disse, ainda no hospital, referindo-se à recomendação médica de largar seu fiel companheiro (o álcool). Foi para a lama, de que confessara ser feito, aos 49. De lá, nos enviou importante conselho referente à burocratização da parte criativa que passa nosso zine... EPITÁFIO PARA UM BUROCRATA "Faz da gravata a forca a fina veste é tua mortalha e teu birô o teu esquife Do gabinete ao túmulo vade retro burocrata"
MAMAO
O VIVEDOR
O URSO CHEGA, DEITA E ROLA/ELE É O DONO DA BOLA/MAS SE VOCÊ PENDUROU A CHUTEIRA/DE NOITE NA CAMA NÃO DÁ NEM A PRIMEIRA/O URSO QUEBRA ESSE TEU GALHO/EITA URSO DO... AMPARO Como grande maloqueiro, Mamão se assume logo no início da entrevista “Eu sou um dos maiores maloqueiros de Olinda, mas meu irmão é pior! Apronta demais, mas todo o mundo gosta dele. 14 filhos, desempregado e todo o mundo ajuda, ninguém consegue ter raiva dele.” “Vivo tocando”, que “música é negócio de maloqueiro”. Toca pandeiro quando lhe chamam – em grupos de samba, de pagode, de coco. Tocou até com Bezera da Silva, um comparsa da malandragem... “No Amparo tem muito músico. Saindo uma geração e entrando outra... não para não!” Como todo o maloqueiro das Olindas que se preze, Mamão tem uma troça carnavalesca – Urso Cascudo, do Amparo. “O Hino do Cascudo é um dos hinos mais bonitos daqui, pô!” (ouvir na trilha) . Antes do Cascudo era a La Ursa. A la Ursa é massa! A gente pegava as latas de tinta, lata de leite ninho, lata de tinta, lata de qualquer coisa, botava a borracha e fazia o instrumento. Era um bombo, nê?! Armava um caixa... um tarol! aqueles caixa fininho... e saía tocando na rua! Aí vinha o estandarte e botava um cara no saco e fazia a La Ursa, improvisava,nê? Quando chegava numa rua e tinha outra La Ursa que vinha, meu amigo, acabava ali aquilo... o pau cantava! Tá, tá, tá... quebra a La Ursa, quebra o estandarte, mete o pau um no outro, corre pra lá, corre pra cá, lá vinha o pessoal “vou levar para o juizado de menores!”. Em moleque aprontei muito! Tinha uma véia, “Dona Anita”, que me dizia “esse cabelo enro-
scadinho é uma desgraça!”. Um dia mandou um balde de manga para mim. Tu acha que eu comi? Que nada, essa véia queria era me matar! Eu andava sempre de badoque e a bala oficial, que era carrapateira... A véia me perguntou “Como é que atira isso aqui?” “Puxa aqui e solta ali”, mas disse ao contrário... Quando ela soltou a borracha, trás na cara dela! Eita...A gente era o dono dos sítio! Dono dos sítio dos outros... a gente não dizia assim “vamo ali roubar”, a gente dizia “vamo lá no sítio da gente...”. Acordava às 4 hora da manhã pra pular nos quintais dos outros... chegava lá e já tinha gente, já tinha outros maloqueiro lá! Tudo roubando cajá, manga,...!” “Tive um bocado de apelidos... Em moleque era cheio de ferida nas pernas de jogar bola, eu jogava muito a bola em lama, aquelas lamas sujas, preta! E levava muito pau... jogava bem e a galera bate mesmo – me chamavam “Loja”, por ter aquelas feridas grandes.... Já me chamaram “Formiga”, que eu era muito artimanhoso... e agora esse “Mamão”. Mamão já virou artístico... Porquê? Isso é uma longa história... deixa isso pra lá... (risos)” “Não tenho medo de confusão. Se quiser matar pode matar, eu não quero é pagar pelos outros... se puder evitar eu evito...eu não pude evitar Domingo, no jogo do Santa Cruz (risos).” “O cara morre se for morredor, se for vivedor segue caminho!“ Olinda, XX/XX/XXXX
o MM AA T R T E E UL SO
O mais malok da Zona da Mata tinha que ser Mateus, personagem do cavalo marinho. Mateus tem espírito matreiro e arredio e se apresenta sempre entre o grotesco e o sublime, entre caretas, galanteios e piadas. Fomos na Sambada que teve em Condado, com o Cavalo Marinho Estrela de Ouro e falamos com Seu Martelo, um dos mais importantes brincantes da região, na companhia (quem mais?) do eterno companheiro de brincadeira, o Bastião “Bocó”. “É dois irmaõs - o Mateus e o Bastião.”, vai avisando logo, para se apresentar logo de seguida “Meu apelido é Martelo!” E nós com a pergunta já preparada “E se em vez de Martelo fosses Prego?” “Não pode ser! Eu sou o Martelo que bate na cabeça do Prego e quem fez o Martelo foi o Martelão!” “O cavalo marinho é muita coisa... Sai o bando, o “marguio”, o Ambrósio, sai o Soldado, sai o Bode, o Cavalo, sai o Empata Samba, o Mané do Baile, sai os Arcos,... (enumera algumas das “figuras” do Cavalo Marinho), “mas não tem como o Mateus...“ “Touf! Touf!” (imitando o barulho de bater com a bexiga de boi inflada, com que durante a brincadeira, bate em outras figuras, no público, no chão ou no próprio corpo, produzindo um som de pancada violenta) “matar, não mato ninguém... só muriçoca...”. Outros elementos característicos do Mateus são o rosto melado de cinza de carvão, o chapéu em forme de cone coberto de papel laminado colorido, a roupa estampada e o matulão que traz solto nas nádegas, feito de folhas de bananeira. “A loucura do Mateus é chegar na boca da noite e sair de manhã. Ele só sai no fim!”. E é no final da entrevista que Martelo nos desmonta “História de maloqueiro? Agarrar com as negas para fazer minino? Debaixo da moita.... debaixo do bambu, eh?”.
NENO
ilustrações: LaLo
Ainda ajeitávamos o equipamento para gravar Neno , já um transeunte disparava “O que não se faz para ganhar uma cerveja, não é Neno?” A resposta veio de imediato “este é um ator, môr canalha! Não serve para nada! Nem para frango serve, que nem bunda tem!” insinuava Neno, enquanto se ria... “Mas cerveja gosto demais! Chico dizia que uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor... eu acho que é antes do almoço, após o almoço, antes de dormir, pra mim cerveja é toda a hora... A primeira cerveja que tomei foi uma antártica, em 78, na praia do Janga, nunca mais me esqueço...”.
Omnipresente durante a entrevista esteve seu cachorro vira-lata Negão. “Pra onde eu vou Negão vai! Se eu como uma coxinha, é metade minha, metade dele. Se eu como uma sanduíche , é metade meu, metade dele. Se tomar cerveja aí eu tomo todas, vai ficar sem tomar! (risos). Eu bebo por ele...” E arremata “se daqui por quatro anos estivermos vivos, vamos fundar um partido, né Scuby?... Perfeito e Vice-Perfeito! “
“Tem muita história.... Tinha um véio que tomava conta da banda Henrique Dias, o apelido dele era Jujuba. A gente chegava com o serrote no dia do “Serra Véio” (#) e gritava “Dá-lhe Jujuba! Dá-lhe Jujuba! Vai deixar a banda pra quem?” Ele respondia “Pega esses maloqueiros!”. Nisso vinha um fusquinha azul da polícia militar, daquelas que pra sair de um canto tinha que empurrar... passava por aqui uma vez por ano... e nesse dia passou! Azar da gente... Aí o véio chamou a polícia e a gente corre e entra no “Elefante de Olinda”... no corredor tinha várias fantasias... entra eu e Edwin no meio das fantasias pra polícia não ver a gente. A gente ficou dependurado nos ganchos das fantasias das baianas. Quando a polícia espreitasse não dava para ver o pé... isso eu, que era maguinho, mas o Edwin era muito gordo... quando botava o pé torava os arames e não tinha como ficar suspenso...aí a polícia encontrou o Edwin e dá-lhe com o cassetete nas pernas “ai, ai....” o Edwin “não me bata não... eu entrego... o outro está ali!” aí me pegaram, porra! Foi a única vez...
“Fui radialista de várias rádios: Rádio Amparo, Central FM, Viração FM, Jovem Cap, várias...”. Com voz de locutor “Está entrando no ar o programa Eu vou arranjar uma namorada pra você!” e canta “Eu vou arranjar uma namorada pra você, mas ela fala 5 idiomas, fala o alfabeto e também o ABC – Ligue e participe! Tem um amigo meu, Júnior barata, que parecia uma formiga, daquelas saúba, louco pra arranjar uma namorada... Pedi a uma amiga pra ligar... tudo armação... Ela ligou e marcou o encontro: praia de Casa Caiada, às 10 horas do dia... no maior sol quente... Ele ficou lá até às 2 da tarde não apareceu ninguém... só quem eu tenha mandado lá levar água e entrevistá-lo. “(risos) “Levei o teatro para a rádio – eu sempre fiz teatro... fazia muitas personagens: o Véio Astrogildo, o Toni Preguiça, que era uma personagem que só pensava em comer cus-cus... Agora escuto a Rádio Universitária-FM (99.9 MHz) . O programa de José Mário Austregésilo, que fala de carnaval, dos frevos,...
(#) “Serra Véio” – atividade maloqueira que acontece entre as últimas horas da noite da quarta-feira de trevas e os primeiros momentos da Quinta-feira Santa. Começa com o ruído de uma lata sendo serrada. De repente, o mais gaiato do grupo grita o nome da vítima , normalmente um véio ou véia rabugenta,, anunciando: “Acorda pra ouvir teu testamento e não morrer como um jumento!” E, a partir daí, desvenda-se entre gritos e choro alto o testamento. De um modo geral, a reação é violenta...
MIJA AQUI
ilustração : Paulo do Amparo
Chega o Carnaval e Olinda transforma-se em negócio sujo. Ambev e Prefeitura fecham contrato de exclusividade, através de uma lei municipal especial, que permite a Skol tomar conta da cidade em troca de R$3 milhões, que ninguém sabe quem mete ao bolso. A AMBEV, empresa que fabrica a Skol, aproveita: coloca sinais exteriores de publicidade em todos os bares e botecos da cidade, transforma a biblioteca pública em depósito de bebidas, paga a fiscais que se dedicam a aterrorizar os ambulantes, perseguindo e confiscando qualquer marca de cerveja que não seja Skol, e pinta a cidade histórica com as suas cores vermelho e amarelo, o que constitui uma descarada mensagem publicitária subliminar, sem que o IPHAN levante qualquer problema... Não julguem eles - AMBEV, Prefeitura e IPHAN - que todos os moradores são cúmplices! Como forma de protesto, lançamos uma mensagem aos milhares de mijadores de rua de Olinda para se unirem aos moradores. O problema não é mijar, é mijar no lugar errado. Não mijem em nossas casas, o lugar certo é mijar na Skol, a patrocinadora oficial do mijo de Olinda. FORA DE OLINDA, PORCOS CAPITALISTAS! Salve a verdadeira Cultura Popular! Xs Vizinhxs
COMPANHIA DE BEBIDAS DAS AMÉRICAS - AMBEV, sociedade empresária com sede na Cidade de São Paulo-SP e filial na Cidade de Olinda-PE, com endereço à Avenida Presidente Kennedy, nº 4400, Peixinhos, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 02.808.708/0006-03, vem, pelo presente, expor e, ao final, requerer: A empresa notificante é a segunda maior produtora mundial de bebidas, sendo reconhecida internacionalmente pela reputação ilibada que detém junto à sociedade, preservando uma imagem íntegra e inabalável, construída com árduo esforço no decorrer do exercício de suas atividades, ante a estrita observância das leis. Como toda empresa do ramo de bebidas, participa de licitações públicas para patrocinar o carnaval de diversas cidades, promovendo a sua marca e contribuindo para a organização de uma das maiores festas do país. Assim, participou do procedimento licitatório para patrocinar o carnaval de Olinda/PE, havendo sido declarada vencedora, razão porque houve a montagem de ampla infraestrutura com a sua logomarca. Ocorre que o notificado, em ato flagrantemente ilícito, disseminou, através das mídias sociais e de panfletos, a mensagem de que a notificante havia entrado em conluio com a Prefeitura da Cidade de Olinda para ser a patrocinadora oficial do carnaval, desviando recursos, razão porque a população, como forma de protesto, deveria urinar na infraestrutura montada e em todos os locais em que estivesse presente a logomarca da notificante. Ademais,
o notificado pichou mensagens por toda a cidade, tanto na infra-estrutura montada para a festa, quanto em prédios históricos tombados. Os atos do notificado constituem crime de calúnia (Art. 138 do CP), em virtude de haver sido imputado responsabilidade à notificante e a Prefeitura de Olinda de fatos definidos como crime; de difamação (Art.139 do CPC), em virtude de haver sido imputado fato ofensivo à reputação da notificante, que denigre a sua reputação idônea; de incitação pública a prática de crimes (Art.286 do CP); de pichação, com o agravante dos atos haverem sido realizados em monumentos tombados, nos termos do Art.65, § único da Lei 9.605/1998. Diante do exposto, requer a notificante que o notificado: retire imediatamente todo o material divulgado nas mídias sociais (FACEBOOK, TWITTER, ORKUT, HI5, ETC), evitando a incitação a prática de mais atos ilícitos; recolha todos os panfletos distribuídos e restitua os monumentos e a infra-estrutura ao seu estado original, sob pena de tomada das medidas judiciais cabíveis, sem prejuízo da instauração de inquérito para apurar os fatos, bem como de ser realizada denúncia junto ao Ministério Público e a Polícia Civil. Recife, 03 de Março de 2011 COMPANHIA DE BEBIDAS DAS AMÉRICAS - AMBEV Por seu Advogado CARLOS ANTÔNIO HARTEN FILHO OAB/PE 19.357
Notícia no site www.manguecrewpe.blogspot.com
Nos encontramos com Sheik-Shiko, que se comprometeu a financiar todas as atividades dxs xs vizinhxs.
Difusos
e
desorganizados....
somos qualquer um.... até mesmo aí ao lado,
dentro do vosso camarote vip.
Continuação Xs Vizinhxs
de bom
Carnaval,
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BuguiNha dub “lombrA” (INSTRUMENTAL) mamÃo “urso cascaudo do AmpaRO”