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Jurema . Cosmogonia
Ă“CIO .PURO . Zumbis Monga . Propaganda
5.
BOTAR A BOCA NO TROMBONE! Ocupe Estelita . Recife Resiste
MANIFESTE-SE.
MANIFESTE-SE.
MANIFESTE-SE.
MANIFESTE-SE.
AMORROMA
-MANIFESTO ART Í STICO
Estamos em Território Inimigo & o Inimigo está em nós. A primeira Grande Batalha contra o Império deve se dar dentro de Nossas Cabeças. Libertar nossa imaginação. Poderosos Feitiços Publicitários iludem nossos Desejos mais Puros, Belos & Loucos. Mau Olhado Policial que aprisiona nossa Espontaneidade Selvagem. Engodos Geopolíticos, Castração Gramatical contendo nossa linguagem transgressora. As raízes do Poder Total do Império estão em nossa psique e regem nosso cotidiano. O Assustador Buraco Negro do Poder que tudo absorve & que tudo subverte & que lucra zilhões com a revolta dos Pobres Formigomens, tristes Ibus declamando discursos libertários para um Céu de Concreto. Os Protestos & Discursos não devem mais ser Espalhafatosos & Coniventes com a lógica do Espetáculo & da Mídia. Devem ser em Silêncio & Invisíveis: SUBLIMINARES.
Uma Terrível Conspiração agindo no subconsciente das pessoas.
O Novo Ativismo Global encontra-se num beco sem saída: A “Geração de Seattle” encontra-se presa à sua própria mitologia. Os protestos contra a guerra não deram em nada. Os tanques nas avenidas de Bagdá são um Triste Retrato de uma derrota precoce. Precisamos de Novas Táticas. Teatro Secreto. Loucos Subversivos agindo na calada da noite. Vândalos & Bárbaros criando Novas Situações que arrebentem as correntes da Realidade Consensual. Panfletagem Aleatória despertando Estranhos Atratores numa caótica sociedade fragmentada “Tornai-vos Invisíveis Nada é Real-----Tudo é Permitido Bárbaros Invisíveis que Nada Respeitam. Vândalos que fodem com o Cotidiano (mas que devem, impreterivelmente, Gozar Dentro)” Comícios em forma de Jogos Secretos. (experimente fazer um comício em que as pessoas nem desconfiem tratar-se de um comício: PANFLETAGEM SUBLIMINAR) Terrorismo Postal & Sabotagem Ideológica (Santo Hakim), mas lembre-se que a Segunda Grande Batalha se dá no campo da Semântica Corrompida. .
Há tempos que a cidade não é anfitriã de uma família guerreira tão forte.
PURO
ÓCIO
Puro ócio. A mídia entra em nossas cabeças de maneiras cada vez mais inovadoras e alienantes. Há quem chame a esse fenômeno avassalador de “distração necessária”. A novela, o sangrento jornal policial matinal, o programa neo pentecostal que promete curas milagrosas e por aí vai. Cada um sabe a melhor maneira de abrir as portas da percepção... Mas, cá entre nós, programa dominical com velho gagá e crianças gospels desafinadas? Redução de danos tem sido a palavra de ordem – antes estragarmos um pouquinho nosso fígado e escurecermos de leve nossos pulmões à autofagia encefálica dividida em mais de cem canais (agora em alta resolução!). Redução de danos tem sido a palavra de ordem – antes estragarmos um pouquinho nosso fígado e escurecermos de leve nossos pulmões à autofagia encefálica dividida em mais de cem canais (agora em alta resolução!).
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CHARLATA EDITORES REUNIDOS S/A
ZOMBIENATION
*NOTA DO REDATOR - Zumbis. Todo mundo já viu um, quando não se Apoiando-se nas mãos, suas pernas caíra há é. Um ser regido apenas pelo instinto da fome mais de cinco anos (lepra), os dedos das mãos de consumo. Incapaz de esboçar qualquer pen- resumem-se a caroços. Cospe uma gosma esfersamento racional; podre, repleto de chagas e deada no chão e balbucia seu depoimento: feridas; medonho, malcheiroso; um pária. Esses - (Tosse) Vida, você veio aqui pra eu falar de vida? renegados há muito já deixaram de ser gente. Você acha que isso aqui é vida? Veja-se o senhor Miguel, conhecido nas redon- - (cossa os cotocos das pernas freneticamente e dezas por Miguelão. balança a cabeça) eu já nasci morto. O riso macabro de Miguelão prenunciou uma possível carnificina. Miguel morreu desde o seculo passado, com 35 anos. Foi funcionário público.
FRANÇA
Psicografia
TOCA
OGAN
Eu acho (...) pessoas privilegiadas, os manifestados. São pessoas que pensam num raciocínio fora da lógica normal. O que leva a novos caminhos, a descobertas.A maioria procura um caminho já trilhado, mais fácil. A maioria está preocupada mais com a aceitação imediata do que faz, com o reconhecimento – até com o mercado. Para mim sempre foi mais importante a luta pelo supermercado do que o mercado, entendeu? A coisa vem como consequência, ninguém consegue ficar fora da história da arte. A gente vai ser sempre, algum dia, museificado. Isso é uma coisa que não depende de nos. E, eu sempre trabalhei sem preocupação nenhuma. Eu sempre fiz o que eu quis, quando quis, como quis – sem me preocupar com nada. Acabei com minha auto estética, com minha autocensura. No dia que eu tiver censura eu me mato.Então (...) o pessoal, às vezes, diz assim “eu não entendi o que você fez, o que você quer dizer com isso”. Aí eu digo assim “eu, que faço, eu não sei tudo o que eu faço – quanto mais os outros”. Tem coisa que vem na telha e eu faço. Não estou preocupado com a utilidade, se é feio... Eu já perdi o conceito do que é feio e o que é bonito. Eu consegui, claro, isso com exercício, com o tempo, me desvencilhar dessas estéticas, dessas normas padronizadas que existem. É claro que eu faço trabalhos participativos, para as pessoas refletirem um pouco sobre eles mesmos, sobre a vida deles, não sobre meu trabalho – da reflexão de uma porrada, que nos anos 70 eu chamava da linguagem dos três P’s: porrada para pensar.
Então o meu trabalho era sempre uma porrada que dava no público em geral , para poder eles refletirem um pouco qual é a função deles, o que é que eles fazem, o que é a vida. Então o meu trabalho sempre teve essa provocação, entre aspas, para uma reflexão, para um raciocínio. Ou não. Eu mesmo gosto de ficar olhando para coisa na rua que não serve de nada, eu gosto de ficar olhando para objetos inúteis. Eu tenho uma exposição em Alagoas, numa universidade, onde eu construí com o pessoal – cada um levava um monumento à inutilidade. E as pessoas levaram o que elas achavam que era inútil – e, no caso, não faltou material. É. O Nadaísmo, a gente fez, nos anos 70 – e o Nadaísmo tinha uma relação com a censura. A galeria era toda de branca, não tinha nada e eu, na época estava ameaçado de morte. Eu tinha sido preso pelo exército e foi uma exposição denúncia, um manifesto. Eu tenho uma coisa que foi publicada, que eu chamo arte por telepatia, que é um futuro bem próximo – pelo caminho da ciência, eu estou vendo esse livro (...) tem que dar o pontapé inicial. Que é natalense, que mora nos Estados Unidos e está revolucionando a neurociência – agora me deu um tilt, Nicolelis! Esse cara está revolucionando, quer dizer, ele esta fazendo na ciência o que nós, artistas que trabalham com mídias está (sic) fazendo na arte. Eu sempre trabalhei com cérebro, desde os anos 70 eu trabalho com eletro encefalograma – coisas da medicina. E por isso que eu estou lendo esse livro que é uma obra de revolução, esse cara é fantástico – é um gênio.
Carlos Caninhos “Cifra, cifra, chifre, chifre, Chipre, Chipre, chope, chope... (risos) Aaaaaaaaaaaaafrika, frika, frika, cifra, cifra, chifre, chifre, choooope, chuuupe, chupa-me o corpo mutável.” - Foi assim que começamos o encontro com Carlos Caninhos, um ser das olindas, que vaguea nas ruas e praças com seu ente e sua canoíte musical. “Faço sons. Sons de cheiros.” Aproveita um papel e lápiz de cor para um desenho: “Isso aqui é um dragão... Isso é o símbolo do dragão. Um buraco. O buraco da boca. O buraco do rabo. Algum buraco. Do nariz. Da orelha. Algum buraco. O buraco do dragão. Aí tem a estrela, né? A estrela amarela, pô! A estrela parece que é... é... a estrela amarela de Oxum! Água doce!...”