4 minute read
Parceria de Conhecimento
PESQUISAS SOBRE TARTARUGAS MARINHAS EM ABROLHOS APERFEIÇOAM INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Coordenação geral, executiva e gestão dos recursos e gerenciamento: Fernando Pedro Marinho Repinaldo Filho (Parque Nacional Marinho dos Abrolhos/ICMBio); João Carlos Alciati Thomé (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas - Tamar/ICMBio).
Advertisement
Monitoramento da biodiversidade e programas de manejo e proteção de espécies raras ameaçadas de extinção estão entre as prioridades do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. “A unidade sempre apoiou ações de pesquisa lideradas por pesquisadores de Universidades na área do parque. Essas pesquisas, em geral, tinham caráter pontual e inviabilizavam a geração de uma base de dados consistente para avaliação de uma das ações prioritárias do Plano de Ação Nacional (PAN) Tartarugas Marinhas, a caracterização de Abrolhos como importante área de alimentação para a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), espécie criticamente ameaçada. Outro desafio constante é a capacitação da equipe, composta em grande parte por funcionários terceirizados e voluntários”, comenta Fernando Pedro Marinho Repinaldo Filho, chefe da unidade. PERFIL
Região com a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, o primeiro da categoria, protege mais de 90 mil hectares de áreas marinhas, abrangendo o Recife de Timbebas, o Parcel dos Abrolhos e o Arquipélago dos Abrolhos, composto pelas Ilhas Redonda, Siriba, Sueste, Guarita e Santa Bárbara, no sul da Bahia.
OBJETIVOS
Implementação de um programa de monitoramento de tartarugas marinhas, visando a geração de base de dados consistente, capacitação da equipe de terceirizados e enriquecimento da interpretação ambiental.
Foto: Acervo ICMBio
Foto: Enrico Marcovaldi
RESULTADOS
ࡿ Desenvolvimento de um protocolo de coleta próprio, envolvendo monitoramento de longo prazo, permitiu à UC avaliar a efetividade das suas medidas de manejo, além de contribuir para o cumprimento de ações prioritárias do Plano de Ação Nacional (PAN) Tartarugas Marinhas, como por exemplo, a caracterização de Abrolhos como importante área de alimentação para a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), espécie criticamente ameaçada. ࡿ Capacitação de monitores ambientais e servidores do parque para manuseio e coleta de dados e gestão da informação sobre as tartarugas marinhas. ࡿ Aperfeiçoamento da interpretação ambiental, com base nos resultados da pesquisa, possibilita que monitores compartilhem informações científicas sobre as tartarugas da unidade. ࡿ Identificação da necessidade de reforçar o controle/erradicação de espécies exóticas invasoras com danos constatados às tartarugas marinhas, por exemplo. Avaliar a eficácia do ordenamento da visitação, utilizando as tartarugas marinhas como indicadores.
Foto: Enrico Marcovaldi
INSPIRE-SE!
ࡿ Parceria entre Unidades de Conservação e Centros de Pesquisa e Conservação do ICMBio favorece a implementação de ação prioritária, com aplicação de protocolos nacionais de coleta de dados que podem ser replicados em outras áreas protegidas, permitindo assim padronizar e comparar cenários, a partir de base de dados consolidada. ࡿ Voluntários podem ser aliados em programas de monitoramento da biodiversidade. Condutores devem conhecer de perto as atividades de pesquisa desenvolvidas nas unidades. A medida agrega informações ao trabalho desses profissionais e melhora a experiência do visitante. ࡿ Informações obtidas em pesquisas também auxiliam na diversificação de atrativos. O programa das tartarugas marinhas dos Abrolhos permitirá subsidiar o planejamento controlado da visitação em momentos de abertura de ninhos.
METODOLOGIA
Em 2015, o monitoramento das tartarugas marinhas do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos passou a contar com a parceria do Centro Tamar que capacitou a equipe da unidade no manuseio e coleta de dados biológicos de tartarugas marinhas e na alimentação do sistema de banco de dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Nos dois primeiros anos, a capacitação incluiu duas visitas técnicas da equipe do parque à base do Projeto Tamar, em Regência, no Espírito Santo, e três visitas da equipe do Centro Tamar ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Durante a visita à unidade, a equipe do Centro Tamar ajudou a equipe do parque a desenvolver o programa de monitoramento, por meio de atividades de captura, recaptura de tartarugas marinhas e treinamento de aplicação dos protocolos do Centro na coleta de dados. Após esse período, a equipe da unidade começou a desenvolver um programa de médio/longo prazo de monitoramento das Tartarugas Marinhas (TM´s) visando a continuidade da parceria. O programa possui objetivos, metodologias, metas e cronograma que devem ser executados com expedições periódicas para geração de conhecimento sobre as TM´s na unidade. A parceria envolve suporte técnico continuado à distância. Para custear o deslocamento das equipes e equipar a unidade com instrumentos básicos de coleta
Foto: Enrico Marcovaldi
de dados foram utilizados recursos do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF-Mar), da Fundação Pró-Tamar, e da própria Unidade de Conservação. O programa garantiu ainda aproximação entre o Centro de Pesquisas do ICMBio e o parque. Os resultados obtidos no programa foram apresentados em dois eventos de referência: IX Seminário de Pesquisa e Iniciação Científica do ICMBio e o Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar. Emissoras da TV aberta veicularam matérias sobre o programa e multiplicaram assim o impacto na sociedade a respeito de práticas de conservação. Voluntários colaboraram no monitoramento e produziram dois vídeos sobre as tartarugas marinhas de Abrolhos, um deles registrou mais de 20 mil visualizações. O material foi publicado nos sites do ICMBio, Ministério do Meio Ambiente e do Projeto Tamar.
PERÍODO
Novembro de 2014 – em andamento.
PARCEIROS DO PROJETO
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas (Centro Tamar/ICMBio); Fundação Pró-Tamar; Programa de Voluntariado ICMBio; Marinha do Brasil.
Foto: Acervo ICMBio
GESTÃO INTEGRADA
Descubra os resultados obtidos com a aliança entre os múltiplos atores sociais, que vão desde o fortalecimento das comunidades, direito real de uso da terra, diversificação de atividade econômica até a potencialização das iniciativas voltadas ao uso público nas áreas protegidas.
Foto: Thiago Foresti