5 minute read
Educomunicação
VISIBILIDADE DO MOSAICO AUMENTA COM FORTALECIMENTO DE JOVENS LIDERANÇAS
Coordenação geral: Cassandra Oliveira (ICMBio). Coordenação executiva: Cassandra Oliveira (ICMBio) e Edilza Serrano (Instituto de Pesquisa e Formação Indígena - Iepê). Gestão dos recursos e gerenciamento: Nayara Araújo (consultora) e Sueli Pontes (ICMBio).
Advertisement
O reconhecimento do Mosaico de Áreas Protegidas do Oeste do Amapá e Norte do Pará, em 2013, foi uma conquista para os povos indígenas, agricultores e extrativistas, após quase 10 anos de mobilização. No Amapá, como em outros Estados, o tema Unidades de Conservação ainda não é consenso. “A opinião pública local era bastante reativa à ideia de áreas protegidas, sendo muito forte a sensação, no Amapá, de que essas áreas “engessavam” o desenvolvimento. Dessa forma era preciso criar uma estratégia para apresentar esses territórios como indutores de oportunidades regionais e difundir os conceitos de gestão integrada e do próprio Mosaico”, afirma Cassandra Oliveira, analista ambiental do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, uma das unidades que integra o Mosaico.
INSPIRAÇÃO
O Projeto Jovens Protagonistas, que envolve jovens dos diferentes territórios do Mosaico, desde 2014. A iniciativa alinhada ao Plano de Comunicação do Mosaico traz como referência as atividades do Grupo de Trabalho de Audiovisual do ICMBio, em especial as Oficinas de Educomunicação com jovens - sobre linguagens do audiovisual e da fotografia - desenvolvidas pelos servidores Cassandra Oliveira e Roberto Zanin, desde 2016.
PERFIL
O Mosaico de Áreas Protegidas do Oeste do Amapá e Norte do Pará, também conhecido como Mosaico da Amazônia Oriental, conta com 12,4 milhões de hectares onde estão seis Unidades de Conservação (UCs) e três Terras Indígenas (TIs): Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque; Floresta Nacional do Amapá; Floresta Estadual do Amapá; Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru; Parque Natural Municipal do Cancão; Reserva Extrativista Beija-Flor Brilho de Fogo; Terra Indígena Wajãpi; Terra Indígena Parque do Tumucumaque e Terra Indígena Rio Paru d’Este. Foto: Wirley Almeida
OBJETIVOS
Integrar as agendas das Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Assentamentos Agrícolas, envolvendo os jovens de forma transversal na discussão dos temas relacionados ao Mosaico de Áreas Protegidas da Amazônia Oriental. Sistematizar e contribuir para a geração de conhecimento sobre a importância do Mosaico. Promover o melhor entendimento do papel do conselheiro, responsável por informar comunidades, aldeias e instituições (imprensa e poder público) sobre as ações voltadas ao desenvolvimento regional.
Foto: Gabriela Marques
RESULTADOS
ࡿ O aumento da visibilidade do Mosaico na região, pelas ações nas mídias locais, com valorização das práticas e conceitos relacionados às UCs desencadeou a reflexão das comunidades locais sobre as identidades territoriais e os modelos de desenvolvimento atualmente propostos. ࡿ Engajamento jovem fortalecido na gestão das UCs com destaque para as parcerias com o Coletivo Jovem de Meio Ambiente e os Jovens Protagonistas do Mosaico, que compartilharam o trabalho com o público em questão. Participação mais efetiva do Conselho Consultivo no Projeto de Educomunicação, durante as escolhas da identidade visual e da abrangência da temática nos materiais. ࡿ Duas oficinas de Educomunicação no Rio Araguari e na Perimetral Norte mobilizaram 60 jovens de diversas comunidades. Também foi promovido Encontro com Comunicadores (PressTrip) para a Floresta Nacional do Amapá com 50 participantes, entre comunicadores, acadêmicos, conselheiros e parceiros do Mosaico. ࡿ No período do projeto, o Mosaico foi tema de 45 publicações, entre blogs, sites, TV, impresso e rádio. A fanpage do Mosaico registrou aproximadamente 4 mil interações ativas (reações a postagens, compartilhamentos, comentários) com alcance superior a 90 mil pessoas.
METODOLOGIA
Na reunião de Planejamento Interno para o biênio 2015/2016, a equipe de gestão integrada do Mosaico elaborou um Plano de Comunicação como forma de traçar estratégias capazes de contribuir para uma nova percepção da sociedade quanto às áreas protegidas. Nessa esfera, o projeto Jovens Protagonistas, que teve início em 2014, articulou a comunicação com o fortalecimento do protagonismo juvenil na gestão do território. O Projeto Educomunicação do Mosaico de Áreas Protegidas da Amazônia Oriental selecionado pela Chamada 001/2016, do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), contou com orçamento de R$ 313 mil. A coordenação da proposta foi do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Jornalistas e comunicadores locais puderam refletir quanto à importância das áreas protegidas do Amapá. Jovens comunitários produziram materiais de comunicação sobre o próprio território. A atividade buscou identificar caminhos para aumentar a presença de temas relacionados às UCs e TIs na mídia local. A execução das atividades, em especial das oficinas com jovens, foi compartilhada entre ICMBio e parceiros do Coletivo Jovem e dos Jovens Protagonistas,
que conduziram a maior parte das atividades com esse público. O Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) apoiaram a avaliação metodológica e de conteúdo das atividades e, quando necessário, a logística no território. A equipe visitou as prefeituras de Porto Grande, Pedra Banca do Amapari e Serra do Navio, no Amapá, para divulgar o projeto e envolver a gestão municipal nas atividades realizadas nos territórios.
PERÍODO
Janeiro de 2017 a março de 2018.
PARCEIROS DO PROJETO
Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé); Fundação Nacional do Índio (Funai); Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Amapá; Jovens Protagonistas do Mosaico.
Foto: Alessandra Lameira
INSPIRE-SE!
ࡿ Oficinas de comunicação que incluem análise crítica das matérias publicadas sobre as Unidades de Conservação, em diferentes veículos, são importantes para a formação dos jovens e o posicionamento das comunidades. Os jovens, inclusive com orientação, podem assumir o papel-chave de articular saberes e os múltiplos interesses dos diversos atores sociais (presentes ou ausentes nas matérias) no momento de compartilhar as percepções com a comunidade.
ࡿ Nessas oficinas será possível observar temas que não estão na mídia, mas que, se desenvolvidos por comunitários e articulados à esfera regional, podem aumentar a visibilidade da área protegida. ࡿ Textos, vídeos, fotos e áudios produzidos pelos jovens fazem mais do que revelar a cultura, eles aumentam a conexão das futuras lideranças com a própria identidade e disseminam modelos de desenvolvimento alinhados às áreas protegidas.