Enquanto isso, Maria das Graças continuava sendo uma missionária na comunidade onde residia. Até que, aos 51 anos, recebeu o diagnóstico de um câncer agressivo, que a fez clamar a Deus por auxílio: O filho caçula era ainda muito novo para ficar sozinho, e por isso ela pediu pela bênção de mais 25 anos de vida. Após a cirurgia, por um erro, Maria das Graças não foi avisada de que teria que fazer quimioterapia. Para o tipo de câncer que os médicos haviam removido, o tratamento deveria ter acontecido imediatamente depois da retirada de pontos, e, como não fizeram, o medicamento não teria mais a ação esperada. Maria das Graças foi então orientada a tomar apenas uma medicação oral por cinco anos e acompanhar. Já curada, Maria das Graças pôde ver o primogênito, agora pastor José Mauro, assumindo o primeiro distrito; viu a Alzira Luciana se formando em Pedagogia e Psicologia e a Mauricéia em Enfermagem, ambas casadas com pastores. Depois de um tempo, o mais novo se tornou engenheiro químico. Os filhos eram o currículo de vida que Maria das Graças passou a apresentar orgulhosamente, por ver neles realizado o sonho de longas décadas de esforço e abnegação. Em 2019, Maria das Graças foi novamente diagnosticada com câncer, e iniciou rapidamente o tratamento. Nas internações hospitalares e nas sessões de quimioterapia ela sempre encontrou oportunidade para pregar. Passado quase um ano, em 4 de maio de 2020, ela faleceu, e a notícia publicada nas redes sociais mostrou à família um número imenso de pessoas que haviam conhecido a Jesus através do trabalho dela. Maria das Graças não deixou registros, mas há evidências e relatos de estudos bíblicos, batismos e abertura de igrejas. O único registro que deixou aos filhos é que todos os seus pertences particulares deveriam ser doados para pessoas necessitadas, e assim foi feito. Durante seu tratamento, Maria das Graças enviou áudios a uma amiga, que enfrentava a mesma doença, e as palavras de fé e esperança dela estão registradas para sempre.
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