Às vezes, a convite dos alunos, Palmira assistia os cultos na Igreja Batista. Um dia, sentada na galeria, ela avistou um homem cambaleante atendendo ao apelo do pastor e ficou petrificada quando reconheceu Eliseu, o cliente intratável. No dia seguinte, quando chegou no banco, Eliseu parecia outra pessoa, bem cuidado e educado, porque estava sóbrio, e isso começou a deixar Palmira intrigada. “E se ele pedisse estudos bíblicos a ela?” Mas, isso não aconteceria, ela pensava. Quatro meses depois, convidada para uma festa na casa de uns alunos, Palmira encontrou novamente Eliseu, e descobriu que ele era o aniversariante; e aí começou a ficar mais temerosa. O susto foi grande quando o aluno disse que o pai gostaria de conversar com ela, porque ele tinha contado que a professora sabia tocar violão. O assunto da conversa colocou Palmira em estado de choque, porque Eliseu queria aprender hinos, e virou se para ela dizendo que achava que ela poderia ensinar sobre a Bíblia para ele também. Palmira não teve mais como fugir. Quando contou para as melhores amigas Beatriz e Claudia, elas ficaram tão empolgadas, que passaram a ir todos os finais de semana para Casemiro de Abreu, onde semana após semana aumentava o número de estudantes da Bíblia. Não demorou muito até que foi necessário procurar o pastor que atendia a redondeza, alugar um salão e iniciar os cultos regulares.
O grupo foi crescendo tanto que, em 1986, um templo, em imóvel próprio, com capacidade para 200 pessoas, foi inaugurado. Logo, os jovens das outras igrejas do distrito começaram a interagir mais com o grupo apelidado e JACA (Jovens Adventistas de Casemiro de Abreu). Em um encontro esportivo realizado por eles, Palmira se rendeu ao amor, e, em 1991, ela se casou. Descobriu que não fugia de casamento, mas que só seria bom se fosse com alguém também interessado na missão, como encontrou. Algum tempo depois, Palmira conseguiu a transferência para Muriaé, MG. A cidade já tinha a presença adventista, mas ela e o esposo sentiram que deveriam ajudar no bairro Sao Cristóvão, onde há pouco havia sido iniciado um projeto evangelístico. Todavia, mesmo tendo duas igrejas inauguradas na própria história, Palmira sentia tristeza no coração por não ter sido uma missionária como havia sonhado a infância toda, vivendo aventuras no exterior.
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