Na época em que Irene nasceu, os farmacêuticos tinham uma atuação mais ampla no atendimento de doenças e acidentes, sendo muitas vezes o único suporte de saúde em uma região. Ainda criança, Irene começou a sonhar em ser uma médica, mas isto nunca foi realizado. Entretanto, atuando em diversos setores da clínica, não especificamente atendendo pacientes, ela pode vivenciar um pouco dos avanços que a medicina havia adquirido naqueles anos. Esta experiência se somou ao sonho, e foi extremamente relevante anos depois, no ministério desenvolvido no estado do Espírito Santo. Tanto nas igrejas de Recife quanto em Belo Horizonte, por onde passaram, Irene teve um comportamento bastante atuante como esposa de pastor; sempre foi envolvida em atividades ligadas ao departamento jovem e, principalmente, as Dorcas - departamento que antigamente coordenava as ações sociais dos adventistas e que, atualmente, se chama Ação Solidária Adventista. Sempre bastante criativa e animada, Irene desenvolvia gincanas e outras atividades que pudessem mobilizar os membros em grupos. Em Belo Horizonte, Irene voltou à sala de aula e se tornou Técnica em Nutrição. Chegando a Vila Velha, ES, Irene notou que havia uma sala da igreja que não estava sendo utilizada. Inicialmente projetada para atender as crianças do Rol do Berço, estava vazia porque as mães utilizavam outro espaço no templo que, por ser cercado por vidros, permitia a elas que assistissem aos cultos enquanto cuidavam das crianças. Irene teve a ideia de iniciar um trabalho médico-missionário, com apoio das dorcas, e desta forma, por algum tempo as pessoas da comunidade puderam ter atendimento com clínico geral, pediatra e ginecologista. Pouco tempo depois, Irene trabalhou como nutricionista no Hospital Adventista de Vitória. Quando foram transferidos de distrito, Irene assumiu a Secretaria de Ação Social a convite da prefeitura, quando iniciou um relevante trabalho na área de combate à desnutrição infantil. Entre 1976 e 1993 a LBA (Legião Brasileira de Assistência) coordenava um trabalho nacional, realizado nas sedes municipais, para redução dos índices de mortalidade infantil, ocasionados pela pobreza e desnutrição, e era Irene quem implantava as iniciativas na cidade. Não demorou muito para que a oficialização iminente do Ministério da Mulher se tornasse notícia no Brasil. A sede mundial da Igreja havia definido diretrizes orientando a todas as associações e uniões para terem uma líder dedicada em tempo integral ao trabalho feminino. Era, enfim, a formalização da iniciativa que, por volta de 1900, havia sido interrompida com a morte da idealizadora, Sarepta Henry. Irene foi convidada a assumir a liderança do MM na Associação Espírito Santense, inicialmente atuando como voluntária, durante nove meses. Havia uma dificuldade de entendimento e certa oposição por parte de alguns líderes no início do trabalho, mas não havia como negar que as mulheres sempre trabalharam para Deus.
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