pais me ensinaram a ser missionária
Meus
A
s memórias de infância são de uma menina alegre, de cerca de cinco anos, correndo com os amigos entre areia e blocos, se escondendo em cômodos não finalizados. Enquanto isso, os homens adultos se empenhavam no trabalho pesado de alvenaria, em esquema de mutirão aos domingos e, pontualmente, ao meio dia as mulheres apareciam com a refeição. Era um tempo em que todos os membros se reuniam para erguer templos, depois de anos de luta para comprar terrenos, enquanto congregavam em salões alugados. Hoadie Kelly Amaral dos Santos nasceu em Poço Verde, SE, em uma família de adventistas. O pai e os tios dela haviam se convertido anos antes, e já trabalhando como colportor, vendendo livros, o pai conheceu a moça que viria ser sua esposa. Ele deu estudos bíblicos para ela e também para toda a família, e juntos eles formaram uma família missionária. Desde sempre, os pais de Kelly foram envolvidos na implantação de congregações e construção de templos, e ela também começou a atuar desde cedo na igreja; e já na adolescência assumiu uma classe dos primários, na Escola Sabatina. Aos 15 anos, quando teve a oportunidade de estudar em um internato adventista, continuou sendo bastante participativa. Quando deixou o colégio, Kelly foi morar em Vila Velha, ES, em decorrência de complicações de saúde da avó, com quem ela era muito apegada. Como não conhecia muitas pessoas na nova igreja, foi aos poucos deixando de atuar, mas, logo percebeu que esse comportamento era prejudicial para a espiritualidade. Para voltar a ser quem era antes, ela procurou o Ministério da Mulher, e logo foi envolvida em diversas atividades, o que a fez ter a certeza de que para se sentir viva espiritualmente deveria estar sempre em ação. Quando terminou a faculdade de Pedagogia, foi trabalhar como professora e, naquela época, a avó já estava completamente curada. Após o casamento com Hyster Martins Ferreira, aconteceu uma nova mudança, desta vez para a cidade de Uberlândia, MG, o que não provocaria tantas modificações na rotina não fosse o fato de que, agora, ela frequentava uma congregação pequena, chamada de grupo. 84