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Ah! QUANTAS LEMBRANÇAS
70, depois mudamos para Turu e, posteriormente, fomos morar numa casa no Alto do Calhau até chegarmos no resnasença.Nos meus 15 anos, maioria dos meus amigos ganhou uma viagem para os Estados Unidos, só que ela e meu pai decidiram dar-me um presente inusitado: uma casa. Além de já estarem pensando em assegurar minha moradia futura, como também em criar um ambiente propício para eu que recebesse os meus amigos. E por muitos anos esta casa foi o cenário de muita alegria, diversão e boas risadas. Ela conhecia todos os meus amigos pelo apelido, bem como os pais e a história da família de cada um, demonstrando mais uma vez a sua habilidade em criar e manter laços de afetividade e respeito com o outro ser humano, bem como revelava a sua memória invejável. Pois apesar de eu não ter tido irmãos biológicos, a vida me presenteou com os melhores amigos que um ser humano pode ter. Eu não vou citar nomes, para não cometer nenhuma indelicadeza, mas meus olhos conseguem enxergar muitos aqui presentes, sem a ajuda dos quais eu não poderia estar aqui hoje. O meu sentimento por vocês, meus queridos, é o da mais sincera gratidão. Juntamente com meu pai, ela sempre foi uma incentivadora para que eu despertasse para o universo da leitura e do conhecimento. Estudei no Colégio Marista de São Luis, um dos melhores da cidade, e posso dizer que tive acesso ao melhor que meus pais puderam fazer por um filho. Eu tive tudo o que uma criança pode querer, principalmente no que se refere ao amor e, dentro do possível, as questões materiais. Tive a oportunidade de estudar inglês em Londres, local onde pude manter contato com um outro tipo de educação e aspectos culturais. Fiz faculdade na cidade do Rio de Janeiro, onde morei durante quatro anos. Estudei também na PUC em Campinas/SP. Tudo isso porque minha mãe sempre acreditou que a educação era o único caminho para se fazer uma melhor trajetória pela vida. Infelizmente, eu não consegui na época entender e mesmo absorver todos os ensinamentos que ela quis me passar. E, por volta dos meus vite e poucos anos de idade, num determinado momento da minha vida, eu fiz escolhas que não estavam ligadas a todo esse amor e zelo que recebi dos meus pais. Não é segredo, tampouco motivo de vergonha, os problemas que tive com drogas desde a adolescência, e agravaram-se ao ponto de eu precisar de ajuda. Este momento foi talvez o mais difícil que enfretamos juntos. Lembro da minha mãe dizendo: “Filho, as únicas coisas que fiz na minha vida foram estudar e trabalhar, mas te confesso que eu não me preparei para este problema que se abateu em nossa família.” Mas, como não poderia ser diferente, ela recebeu todo o apoio que necessitava naquele momento para poder enfrentar a situação. Gostaria de agradecer ao Sr. Rui Luna e a Professora Regina Luna que na época foram as pessoas que estendera-na as mãos, pessoas a quais ela fora extremamente grata. Registro meu muito obrigado aos Tios Rui e Regina, bem como meu parinho Antonio Gaspar, Anrea Pires, Ozinete, Josilene meu estimado e amado primo Bruno Alvim. Estendo inclusive a todos os outros que direta ou indiretamente ajudaram-me na busca da recuperação. Minha mãe nunca se envergonhou de tudo o que passei ou mesmo desistiu de mim. Não era de sua natureza desistir. É evidente que foi muito doloroso para meus pais ver o único filho sofrer os terrores de uma adicção, tendo que lidar com o sentimento de impotência perante a esta situação. Aos 60 anos de idade, ela levantou esta bandeira e foi atrás de estudar e aprender sobre a dependência química, bem como as formas de tratamento existentes para poder ajudar-me. Meus pais gastaram o que tinham e o que não tinham para me salvar, desde a contratação de Tratamentos em São Paulo e Fortaleza, e tudo o mais que foi possível fazer para que passássemos esta fase juntos. Em meus piores momentos de crise e dor, ela olhava-me nos olhos e dizia que que iria me curar pela força do amor. Iria alimentar-me e manter-me vivo porque tinha certeza de que um dia ela me veria vencendo esta batalha. Só por hoje, ela viu. Estou vencendo as drogas um dia após o outro e encontro-me limpo. Sou um Técnico em Dependência Química e trabalho como terapeuta numa instituição de referência em Fortaleza/Ce. E se algo hoje pode reconfortar o meu coração é o fato dela ter vivido este momento da minha vida e poder ver minha vitória diária. Posso não carregar em meu ser a contribuição genética dos meus pais, contudo herdei de Dona Moema a educação, a paixão pelos livros e pela cultura, o amor pela vida e o respeito ao próximo e, sobretudo, o humor. Em vários lugares em que fui e apresentei-me como filho da Professora Moema, deparei-me com as portas sempre abertas, em sinônimo de respeito à sua ombridade. Atualmente, destaca-se na mídia o fenômeno
social da ostentação, que está muito ligado a uma forma de alguém exibir ao outro as suas posses materiais. Para a minha mãe, ostentação era utilizar corretamente a língua portuguesa, ter lido obras literárias, conhecer sobre a história e a cultura do seu povo. Era saber onde estava cada livro dos mais de mil livros constantes do seu acervo, e ela sabia a localização exata de cada um na prateleira. Era mais ser do que ter. Se eu puder citar um defeito, eu diria que era quando ela metia-se em política, ocasião em que atraía para si alguns bons debates sobre o assunto. Mas, até nisso, ela era sempre impecável no desenvolvimento dos seus argumentos e na sua sagacidade crítica. Mesmo estando aposentada há alguns anos, vivia recebendo alunos e professores que a visitavam no intuito de consultá-las sobre os mais diversos temas, bem como solicitar revisões ortográficas em livros e trabalhos acadêmicos. Nos últimos tempos, o termo que ela mais gostava de ser chamada era o de alfarrabista, que é aquela pessoa que compra e vende livros antigos. Ela destinava boa parte do seu tempo e dedicação ao Sebo Papiros do Egito, do qual era proprietária, e que virou referência para grandes escritores, tais como Josué Montelo e o ex-presidente da República José Sarney. Sempre conectada com seu tempo, virou uma figura pública na internet através das redes sociais e do blogg que mantinha sobre a história da cidade de Pinheiro/MA: Pinheiro em Pauta. Eu recebi muitas mensagens de apoio e condolências de várias partes do mundo, tais como Alemanha, Estados Unidos, Eslovênia, Inglaterra, Itália, como também de vários recantos do Brasil mais principalmente de sua terra natal pinheiro. São muitas lembranças boas da minha mãe e que carregarei comigo ao longo da minha Vida. A pessoa que sou hoje devo muito a ela e a meu pai. Minha mãe foi uma mulher que soube como ninguém conjugar o verbo amar. E para Dona Moema de Castro Alvim este verbo era de ação. Mais do que fazer moradia em seu peito, o seu amor era algo a ser compartilhado com o próximo. Talvez esse seja o seu maior legado. Eu não sei como será a minha vida agora na ausência dela. Mas seguirei grato por tudo o que vivi e aprendi com ela. E, se ela pudesse ouvir um única frase minha antes de partir eu diria: “Minha Rainha, muito obrigado por tudo. Faça uma boa viagem minha querida minha benção. Lembre-se de que “eu te amo”. Certaremente ela me sorriria com o olhar e diria: “Meu filho, não é ´eu te amo´ é ´ EU A AMO.
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FLOR DE VERÃO. Aymoré Alvim, ALL, AMM, APLAC.
Flor de verão és tu, minha querida, Que te gerei durante a primavera Nem imaginas quanto eu quisera Poder te ver um dia, nesta vida. Realidade ou sonho, eu só queria Materializar-te e ver quem eras E ter de ti uma visão eterna Se não pudesses minha ser um dia. Assim eu vou fazendo a travessia Criando sempre uma estrela-guia Que possa conduzir-me ao meu poente. Criei um mundo pra mim de fantasia De sonhos, frustrações e nostalgia Vivendo de um passado sem presente.
AYMORÉ ALVIM
A Medicina quer na área clínica ou cirúrgica, é rica em epônimos. Mas, ultimamente, pelas dificuldades que causam ao médico e ao estudante, vêm sendo mudados. Por exemplo. O Ponto de Mc Burney que coincide com a projeção do apêndice cecal, na parede da fossa ilíaca direita, foi substituído por Ponto apendicular. Na Faculdade de Ciências Médicas do Maranhão, o nosso professor de Clínica Cirúrgica era o Mestre Antônio Hadade. Dentre os vários procedimentos por ele abordados, em sala de aula, um deles foi o Sinal de Blumberg. Quando se faz uma compressão, no ponto de Mc Burney, dói. Mas essa dor se intensifica bastante se, em seguida, se provoca uma súbita descompressão. Isto é sugestivo de irritação peritoneal no local e está, geralmente, associado com apendicite aguda. Esse epônimo foi uma homenagem ao grande cirurgião alemão Dr. Jacob Moritz Blumberg. No dia da inauguração da nova sede da Academia Maranhense de Medicina, conversando com um colega sobre casos da época, lembrei-me de um ocorrido num plantão do Pronto Socorro, um prédio de dois andares que ficava à Rua do Passeio, ao lado dos fundos da Santa Casa de Misericórdia. Quando eu fazia o quinto ano médico, um colega pediu-me, um dia, para tirar o seu plantão noturno, na Equipe do Prof. Zilo Pires. Da equipe fazia parte um quartanista cujo nome não me recordo, mas o apelido dele era “Burrinha”. Por que? Não sei. Em dado momento, quando saí para atender uma ocorrência no Goiabal, deu entrada no plantão um senhor com queixas de dor na barriga e vômitos. Prof. Zilo, como estava terminando outro atendimento pediu ao acadêmico “Burrinha” para iniciar os procedimentos. Daí a pouco ele retorna e Prof. Zilo pergunta-lhe: - Como é, já concluiu? -Tá tudo bem, professor. - Tudo bem o que, rapaz? E o Blumberg? - Blumberg? Sei não, senhor. - Mas você não conhece o Blumberg? - Professor, eu nunca vi esse sujeito por aqui, Mas se o senhor quiser vou perguntar ao pessoal. Talvez alguém o conheça. Bastou. A risada foi geral. Burrinha ficou meio desconfiado. - Vem cá, meu filho. Deixa eu te mostrar como se procura o sinal de Blumberg. - Professor, ele não tem sinal nenhum. Nem no rosto, nem no peito. Não vi nada. Quando entraram na sala de exames... - Ah! Professor, esse tal de Blumberg é esse cara aí? Ele me deu outro nome. Só se for o apelido dele. Prof. Zilo para não perder a paciência, o que era muito difícil, resolveu fazer tudo sozinho. Quando eu voltei, me contaram o ocorrido. Eu não sei como, mas no outro dia, quando eu cheguei à Faculdade que funcionava, ainda, no atual prédio do Hospital Universitário Presidente Dutra, todo mundo já sabia.
Passaram, então, a chama-lo de Dr. Blumberg. No começo, ele quis se aborrecer, mas depois achou que melhor seria chama-lo de Dr. Blumberg do que Dr. Burrinha e assim ficou. No outro ano ele foi concluir o curso no Rio ou São Paulo. O certo é que nunca mais o vi. Como podem ver, quando não se aprende, o tempo ensina
Aymoré Alvim
No final do século XIX e limiar do XX, Pinheiro era, ainda, uma vila pequena com seu comércio pouco desenvolvido, voltado mais para as transações internas. O número de eleitores, distribuídos, por três seções eleitorais, não ultrapassava 400 inscritos. Os investimentos públicos eram precários. O orçamento que vinha sendo elaborado desde a instalação da primeira Câmara de Vereadores, em 1861, não era suficiente nem para cumprir os compromissos com os servidores públicos. O fato de Pinheiro está assentado numa sesmaria de índios, muito dificultou por em prática uma eficiente política de ordem fiscal. Quando essas terras foram integradas ao patrimônio da Câmara, em 1888, e criado, oficialmente, o município de Pinheiro pela Lei N° 02 de 14 de setembro de 1892, foi, então, elaborada uma nova legislação para a administração municipal. O Regimento Interno, o primeiro Código de Posturas e o Orçamento do novo município só foram entrar em vigor, quase dois anos depois, na sessão solene da Câmara Municipal de 1º de julho de 1894, segundo o que dispunha o Artigo 1° das Disposições Transitórias da citada Lei. Na senda de novas oportunidades que passaram a surgir, despontou um grande comerciante, considerado o mais rico da época, o cidadão Frederico de Sá Peixoto. Com uma visão bastante avançada para o seu tempo, entendia o coronel Frederico que os lucros auferidos, no trabalho empreendido, deveriam ser aplicados, em parte, na região ou no local onde eram gerados. Imbuído desse elevado espírito de cidadania, iniciou uma transformação na área, que fica em frente ao campo, onde, mais tarde, se instalou a Organização Albino Paiva, Câmara Municipal e por todo o quarteirão limitado pelas atuais Ruas Paulo Ramos, Luís Domingues e Josias Abreu até o antigo prédio da usina elétrica, hoje, sede da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências - APLAC, conforme “Cidade de Pinheiro”, 1955. Todo esse espaço era um pântano com muito mato e lama, principalmente, no período das chuvas. As águas que inundavam o campo, no período invernoso, avançavam até a Rua do Sol atual Rua Luís Domingues. Buscando recuperar esse setor, o coronel Frederico tomou para si a tarefa de mandar aterrá-la e urbanizála. Construiu várias casas residenciais e de comércio. Preparou, no espaço entre as casas e o campo, no local onde mais tarde seria edificada a Casa Veneza dos Gonçalves, uma bonita avenida, bem arborizada, com canteiros centrais e bancos que recebeu da Câmara o nome de Bulevar Frederico Peixoto e que passou a ser o ponto de encontro das famílias e dos jovens, nas tardes de domingo. Sua visão futurista o levou mais adiante. Instalou, no local onde se encontra a Organização Albino Paiva, uma grande casa comercial e, ao longo do Bulevar até em frente ao prédio da APLAC, implantou sua indústria com a inauguração da primeira máquina para descaroçamento de algodão e o primeiro motor para pilar arroz. A partir dessa iniciativa, o comércio de Pinheiro passou a experimentar um bom surto de desenvolvimento, atraindo vários outros empreendedores que começaram a chegar e se instalar com seus negócios, na emergente vila de Santo Inácio.Em 1905, já haviam se instalado Doroteu Raimundo Durans, Simões Oliveira & Cia, Custódio Sousa, Felipe Mariano Reis e outros. Em 1908, chegou José Paulo Alvim inaugurando a sua Farmácia da Paz. Em 1912, foi a vez de Albino Paiva que se tornou um grande empresário. Em meado de 1914, Alexandre Aboud abriu a Casa Otomana, e outros negócios, no ramo de tecelagem. Agostinho Ramalho Marques, Francisco Castro, João Bertoldo Ferreira, Filadelfo Mendes, Abreu& Campos, Francisco da Costa Leite, Adelino Machado, João Moraes são outros que ajudaram bastante o desenvolvimento do município aproveitando as boas oportunidades ofertadas pela Vila para seus negócios. Na política, o coronel Frederico militou por algum tempo. Eleito um dos vereadores mais votados, nas eleições de 31 de agosto de 1909, tomou posse juntamente com seus pares, em 1° de janeiro de 2010, para um mandato de três anos. Voltou a ser reeleito, em 1912.
Após a morte da esposa, o coronel Frederico talvez não resistindo a separação veio a falecer, em seguida, em 1915. Não deixou filhos mas legou aos pinheirenses uma herança de força de vontade, desprendimento, cidadania e coragem, além da total dedicação à terra que o acolheu.
Ah! QUANTAS LEMBRANÇAS. Aymoré Alvim, APLAC, AMM, ALL.
Não sei por que de ti eu não esqueço E já faz anos que nos separamos Se não me engano esse é o grande apreço De quem te amou e, mesmo assim, inda te ama.
Quando de ti me aproximo, já não me ufano Tudo é estranho, foi-se toda a alegria Daqueles dias que em teu colo descançava Quantas saudades! Bons momentos nós passamos.
Já faz bom tempo que te sinto indiferente Por mais que tente tu já não me reconheces E nem parece te lembrares quem eu era.
Quantas lembranças se quedaram em minha mente, Dos bons momentos que se foram para sempre Junto de ti, Pinheiro, minha terra.
CADEIRA 18 HENRIQUE MAXIMIANO COELHO NETO
ARTHUR ALMADA LIMA FILHO Fundador
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![](https://assets.isu.pub/document-structure/211218132436-2d79f31808c72be91f7fcc9327f3a2a6/v1/e445f20da5ae4afb0a7f51164b5b3826.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
Vítima de problemas cardiorrespiratórios, faleceu em São Luís, próximo às 5h da manhã de 27 de outubro de 2021, Arhur Almada Lima Filho, desembargador, educador, escritor, pesquisador da História e Cultura caxienses, fundador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. Deixa cinco filhos e nove netos e viúva (em segundas núpcias), a professora universitária Antônia Miramar Alves Silva (UEMA).
Arthur Almada Lima Filho nasceu em em Caxias (MA), em 17 de outubro de 1929. O corpo será cremado, atendendo a desejo pessoal manifestado há muito tempo. As cinzas, atendendo também a pedido, serão lançadas no Morro do Araim, próximo à BR-316, em Caxias, em data ainda a ser confirmada. Esse morro é local onde, na infância, Arthur Almada e irmãos brincavam.
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