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THOMÉ THEMISTOCLES MADEIRA JÚNIOR
2018- Espantologia Poética Marielle em Nossas Vozes - (Org: Célia Reis, Maria Nilda de Carvalho Mota e Palmira Heine) 2019- Meus Primeiros Versos: poesias para crianças - (Org: Vanessa Ratton - Mulherio das Letras) 2019- Babaçu Lâmina - (Org: Carvalho Júnior) 2019- Entradas para Cotidianos - (Org: Karine Bassi) 2019- Eros das Eras: antologia erótica - (Org: Argemira de Macedo Mendes, Fábio Mário da Silva e Marleide Lins) 2019- O Livro das Marias - (Org: Jeovania Pinheiro) 2019- Antologia 32 - (Org: Leonardo Costaneto, Ana Paula sobrinho, Patricia Cacau e Tânia Diniz) 2019- Admiráveis Mulheres - (Org: Beatriz Santos) 2019- Mulherio das Letras Portugal: poesia - (Org: Adriana Mayrinck) 2019- Caravana Buenos Aires: literatura brasileira por las calles argentinas - (Org: Leonardo Costaneto) 2019- Sou Mulher, Logo existo: 3a. coletânea de prosa e poesia do Mulherio das Letras - (Org: Vanessa Ratton) 2019- Eu, Monstro! - (Org: Rafael Tsuchiya) Trabalhos Técnicos SILVA, Lindevania de J.M. Entre o Público e o Privado: questões sobre autoria a partir da internet. In: SEGATA, Jean; MÁXIMO, Elisa M; BALDESSAR, Maria J (Org). Olhares Sobre a Cibercultura. Florianópolis: CCE/UFSC, 2012. p. 17. Acessado em 21.12.2018 Prêmios e Menções 1º lugar no XXVII Concurso Literário Artístico Cidade de São Luís, Prêmio Odylo Costa Filho (contos) 1º lugar no XXVIII Concurso Literário Artístico Cidade de São Luís, Prêmio Odylo Costa Filho (contos) 5º lugar no I Concurso Eros de Poesia - categoria júri (poesia) Menção honrosa em I Concurso Nacional O Advogado e a Literatura, promovido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (contos) Finalista no Concurso Nacional Paula de Brito, promovido pela Ciclo Contínuo Editorial (contos) 4 Poemas de Lindevania Martins – Revista Acrobata Game Over este corpo um dia será pó adubo da terra e da imaginação das minhocas todos os idiomas que aprendeu sepultados no ataúde das línguas mortas nenhum rastro ficará das assombrações nas madrugadas murmúrios vindos do que não tinha voz sem barganha nem troca perderão o brilho todos os sóis a memória terá sido um inútil apêndice daquilo que findou nada restará além da ilusão de que foi conhecido aquilo que se apagou Maquinaria sem referência estamos sempre replicando e o motivo porque precisamos replicar se apagou replicamos porque é isso que fazemos há mais de cem anos replicamos porque nos aproximamos dos nossos ancestrais através do mesmo trabalho inútil e sem motivo replicamos porque precisamos de uma tarefa
que nos ultrapasse e nos seja incompreensível replicamos para que nossos bisnetos e trinetos também o façam quando já tivermos ido replicamos para que através desses gestos automáticos que os mergulharão no meticuloso e no absurdo possamos deixar de viver para nos perder no labirinto impreciso da memória Pequena Adaptação seus sonhos domesticados não eram mais imensas feras sem educação amoldados ao contrato de transporte agora podiam caber na sua bagagem de mão Instruções para a Jovem Arqueóloga ouvidos e olhos atentos escavar além do chão explorar o subterrâneo e o sótão o fosso da memória é profundo os ossos ainda se decompõem na fria escuridão dos armários enquanto as gavetas da história oficial acumulam arquivos corrompidos o mal que sai da boca do homem não se equipara àquele que sai das trombetas do estado na disputa sobre qual voz será a mais aguda para contar nossa história só quem não olhar para trás se tornará estátua de sal
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Neurivan Sousa Poeta e professor da rede pública, formado em Filosofia. Maranhense, natural de Magalhães de Almeida (1974), mas radicado em Santa Rita/MA. É autor de Polifonia do Silêncio (Scortecci, 2012) e Lume (2013). Palavras sonâmbulas é seu terceiro livro de poesia (2016). (13) Neurivan Sousa | Facebook TODO O PESO
curvados pelo pranto o peso de dores ófãs uma âncora oxidada um balde de água uma mala de chumbo
todo o peso deste mundo não pesa um grão de areia do deserto que me habita.
GÊNESE
acaso eu teria voz acaso eu teria vícios acaso eu teria versos
acaso eu teria sede acaso eu teria signos acaso eu teria safra
se nas minhas veias não corresse escuridão?
LENTES BINOCULARES
O que captam os olhos de um poeta idólatra à beira de um poço ateu? O eco da pedra suicida, o silêncio imo da água com sede de ver o sol?
Ou um céu subterrâneo, onde morcegos são anjos aprisionados, e o Diabo é quem puxa o balde? O que avista um poeta debruçado numa janela escancarada para o nada? A falência da vida, a inércia dos mortos, um pássaro sem céu ou um céu sem pássaro?
Escrevo. Escrevo... para não morrer de silêncio. Afogar-me neste mar, onde as palavras sempre nadam para o fundo, para o nada, seria morrer inultimente na exorbitância de ser eu.
CONTRAPOSIÇÃO na beira do cais de costas viradas para o poente sem sigla partidária os barcos recusam o impeachment da tarde.
AS PALAVRAS
as palavras não dormem nas esquinas, nos bares, nos bancos das praças, pois não bebem cachaça. elas dormem no frio pó do túmulo das memórias, para de lá ressurgirem fulgurantes de glórias. as palavras não ditas se tornam fantasmas daqueles que um dia cortaram as suas asas.
MOEDA
à luz do dia minha cidade é uma bela jovem vendendo jornais e livros no stop do semáforo.
essa mesma cidade é uma cadela no cio uma prostituta de luxo traficando AIDS a altos executivos.
SHOPPING CENTER
uma visão espantosa, uma colmeia em festa. vitrines engenhosas, cada loja uma oferta. um redemoinho de fantasmas, famintos por peles e máquinas. um bando de sanguinários piratas, saqueando o porão do próprio ego um formigueiro medonho, alienados escravos da mo(e)da – indo e vindo enfileirados –em bandos, em zigue-zague. um rebuliço fantasista de queimar a retina de quem olha de fora o caldeirão do Diabo.
POLIFONIA DO SILÊNCIO / Neurivan Sousa Polifonia do silêncio é um desses livros que logo na primeira página faz o leitor cativo do prazer de lê-lo. É um verdadeiro leque de variedades poéticas que aguçam os sentidos, dando a quem o lê a sensação de que ele próprio é o poeta. Como na vida, o tema amor tem seu lugar de destaque, vai e vem é reverenciado com a grandeza que lhe é imanente. O livro, como o título bem sugere, tem a sonoridade de uma brisa em manhãs de outono, é preciso sensibilidade de alma, como diz o autor, para senti-lo e apreciá-lo.
A vida é uma perfeita poesia. Mas é preciso ter sensibilidade de alma para compreendê-la e amá-la sem se perder em seus versos, nem adormecer com suas rimas.
Tal como é a poesia em sua essência, os poemas de Polifonia do silêncio são livres, não se prendem à rima e à métrica, preferem focar no mundo real ao ideal. Sua beleza consiste na sonoridade das verdades escondidas por trás das vestes (palavras) que são sutilmente utilizadas para dar forma às ideias e sentimentos que emanam de dentro do espírito humano. O meu passado é pó; o meu presente é água;
o meu futuro é luz; a minha vida é vento. Enfim, é uma obra que ao ser lida, inevitavelmente ilumina os olhos da alma, fazendo-a ver o silêncio como a sublime melodia da vida, de onde ecoam aos corações apaixonados acordes e versos de amor em tons de elevadíssima poesia. Nossos olhos, às vezes ingênuos, outras vezes precipitados, têm no amor seu colírio refrescante nas cores enganosas do pecado. É quando se fecham que melhor enxergam. Porque quando abertos ficam Não enxergam nada.
MINGUANTE
A infância perdida da memória. Os sonhos esquecidos numa gaveta. Os filhos – emancipados – mundo afora. A saudade lagrimando frente ao espelho. As horas que se esgotam no crepúsculo. As obras que se evaporam à luz dos olhos. A esperança navega sem bússola. A vida que se esgota a cada ciclo. Tudo se prostra diante do tempo. Então uma dúvida salta do armário:
Não seria a morte a perfeita vida para a qual ainda não nascemos? Ou seria a vida já a própria morte, sendo vivida de dentro para fora?
Luiza Cantanhede Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maria Luiza Cantanhede Gomes, mais conhecida como Luiza Cantanhede (Santa Inês, Maranhão) é uma escritora e poeta brasileira. Filha de lavradores, possui formação em Contabilidade[3]. É membra fundadora da Academia Piauiense de Poesia. Foi finalista do Concurso de Poesia “Professor Pedro Filho”, em Santa Inês – MA.Publicou os livros de poemas Palafitas Amanhã Serei uma Flor Insana e "Pequeno ensaio amoroso" pela Editora Penalux. Há tradução de sua poesia para o italiano e espanhol, Tem poemas publicados em antologias nacionais e internacionais. Participa com obras de poesia da Antologia Poética A Mulher na Literatura Latino-americana, lançada em 2018 pela Universidade Estadual do Piauí. Vive e trabalha em Teresina, no Piauí desde 1983. Obras Livro Publicados 2016 – Palafitas 2018 – Amanhã serei uma Flor Insana’’ 2019-"Pequeno ensaio amoroso" Antologias e Coletâneas 2018 - Antologia Poética A Mulher na Literatura Latino-americana "Antologia Brasil/Moçambique 4 poemas de Luiza Cantanhêde – QUATETÊ (wordpress.com) TREINAMENTO
Na barriga de minha mãe Eu andava pelos babaçuais do Maranhão Não sabia ainda a função do machado O coco aberto e ferido O azeite
Depois conheci a fome E a lâmina. DEVOÇÃO AO DESCONHECIDO Eu rezo pela boca do tempo Inútil, todos os deuses estão surdos É o grito que me mostra o Improvável Meus olhos, devotos do Que não se revela Amordaçam o instante Que faz do imponderável A sua santa ceia Em fila indiana Passam as coisas desiguais Não fossem tão apressadas E tão indefinidas Eu pediria que abrissem os Meus olhos sujos. ARIDEZ Não sei sangrar Sem que antes toque
O chão e os pés Sacralizem a ponte Sob a areia movediça Não sei morrer Sem que antes O sangue Banhe a terra E recomece o tempo Há em mim Um grito envenenado Uma areia que me arde E estes olhos santificados Pelo deserto TERRA NATIVA
Longe do burburinho da Cidade grande Sou mineral Terra molhada Cheiro de chuva Roça queimada Sou terra nativa Me plantando utopias.
Dyl Pires Dyl Pires, poeta, ator, nascido em São Luís do Maranhão, radicado há uma década em São Paulo. Participou dos espetáculos: Roberto Zucco (2010), Satyros Satiricon (2012), Edifício London (2013), Édipo na Praça (2013), Não Vencerás (2014), Não Saberás (2014), Você Está Livre (2015), Terra dos Outros Felizes (2017), entre outros. Publicou os livros de poesias: O Círculo das Pálpebras (Func, 1999), O Perdedor de Tempo (Pitomba, 2012), O Torcedor (Pitomba, 2014) e Éguas (Pitomba, 2017). 4 poemas de Dyl Pires – QUATETÊ (wordpress.com) Desartista que vive há uma década em São Paulo, entre ações teatrais e poéticas. Dele já disseram: misto de sátiro com coisinha ausente. Acreditou. São 26 anos de caminhada artística. Ainda em São Luís, participou dos espetáculos: Viva el rei D. Sebastião, Paixão segundo nós, Auto de natal, Auto do boi, Morte e vida severina, A bela e a fera, Baal, Torres de silêncio, Nós o fragmento que nos resta. Em São Paulo esteve em cartaz nos espetáculos: Roberto Zucco (2010), Satyros Satiricon (2012), Edifício London (2013), Édipo na Praça (2013), Não Vencerás (2014), Não Saberás (2014), Você Está Livre (2015), Terra dos Outros Felizes (2017), entre outros. Publicou os livros de poesia: O Círculo das Pálpebras (Func, 1999), O Perdedor de Tempo (Pitomba, 2012), O Torcedor (Pitomba, 2014), Éguas (Pitomba, 2017) e Queria falar do deserto dos dias apressados (Chiado books 2019). Tem, ainda, poemas publicados no Jornal Rascunho, Revista Pitomba, Acrobata e Germina – Revista de literatura e arte. Como ator, recebeu em 2014 da câmara municipal de São Paulo a Outorga de Salva de Prata pelos 25 anos da Cia de teatro Os satyros, da qual integrou o elenco de 2009 a 2014. Os textos que integram esta seleção foram extraídos do seu último livro de poemas publicado pela Chiado books, neste ano de 2019.
. Outubro escorregadio de tudo, como ostra. A melancolia era uma rua de seis casas sem saída. Uma vila charmosa! A grande chuva veio à noite. Os móveis da infância não estão mais no lugar. A memória não os organiza mais como lembrança. A chuva altera o sentido de urgência das coisas. A chuva nos devolve à condição da espera, à partilha de pequenos nadas; como arrancar beleza na rua de alguém que simplesmente caminha, mas que pulsa nos fios invisíveis da corporeidade o espantamento da finitude de uma vida inteira. A chuva é um dos rastros mais antigos de humanidade.
.. Uma cidade atravessada por um rio morto. Um cadáver permanente na sala. Um ar espectral soletrando um poema concreto. Uma cobra-metrô: Dodeskaden que carrega uma cidade despresente. Às vezes há um grande sol, um extraordinário entardecer, uma maravilhosa manhã. Como uma grande palavra esquecida que chega. Mas rapidamente as pessoas retornam à cobertura gris das pálpebras e o cavalo dos olhos volta a galopar a neblina dos dias.
… Escalar o alfabeto do sonho. A sílaba alta do destino. Como um chapéu novo que se põe na vida.
…. Os Bandeirantes são os mais fotografados. Por trás de cada click há o concreto. Por baixo de todo o concreto há uma floresta muda. Lá ainda ouço o som do rio a correr pela garganta dos últimos índios.
FERNANDO BRAGA
in ‘Conversas Vadias’, antologia de textos do autor.Ilustração: Capa do livro: ‘Maranhão Sobrinho – O poeta maldito de Atenas’, do poeta e pesquisador Kissyan Castro, da Academia Barra-Cordense de Letras, referido neste texto.
José Augusto Américo Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho, nasceu na cidade maranhense de Barra do Corda, em 20 de dezembro de 1879. Não era príncipe. Era poeta. Não tinha título nobiliárquico, mas uma eugenia tão ilustre e extensa quanto, e faleceu nos arrabaldes da cidade de Manaus, na madrugada de 25 de dezembro de 1915, com apenas 36 anos de idade. Por muito tempo, todos os estudos, como ensaios, monografias, artigos e que tais, sobre Maranhão Sobrinho, registravam seu nascimento e morte, numa feliz coincidência, no dia 25 de dezembro, foi quando o poeta e pesquisado Kissyan Castro, membro da Academia Barra-Cordense de Letras, estudioso da vida e obra do nosso simbolista, resolveu revirar documentos em cartórios e na Paróquia de Barra do Corda, onde o poeta nasceu, chegando a conclusão, em confrontando documentos como as Certidões de batismo e de nascimento, bem como outros “velhos papéis roídos pelas traças do simbolismo”, que o poeta nasceu de fato no dia 20 de dezembro de 1879 e não nos dias 25 e/ou 30 de dezembro daquele ano como eram registados anteriormente. Esse exaustivo trabalho de Kissyan Casto teve de logo o reconhecimento do também pesquisador e estudioso da literatura maranhense, escritor Jomar Moraes que, como Presidente da Academia Maranhense de Letras, à época, chancelou, em nome da Instituição, também cofundador por Maranhão Sobrinho, a autenticidade da data, ficando esta a prevalecer ‘ad eternum’. Conta-nos o Dr. Antônio de Oliveira, membro da Academia Maranhense de Letras e meticuloso no campo da pesquisa científica, in ‘Maranhão Sobrinho’ [notas biobibliográficas], separata nº 82 da ‘Revista das Academias de Letras’, Rio de janeiro, 1976, que o poeta estudou as primeiras letras no colégio do Dr. Isaac Martins, em sua cidade natal, educador de excepcionais qualidades, ardoroso propagandista republicano e abolicionista, cujos ideais pregava no jornal ‘O Norte’, de sua propriedade e muito divulgado na região. Em 15 de agosto de 1899, o poeta, com o auxílio do pai Vicente e do seu tio querido José, ambos, tios do nosso estimado amigo Monsenhor Hélio Maranhão, já falecido, fiel escudeiro de Jesus, incardinado a vida inteira na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, escritor elegante e orador sacro, membro das Academias Maranhense e Barra-Cordense de Letras e Capelão da Polícia Militar do Estado. Em São Luís, Maranhão Sobrinho, nome pelo qual era conhecido e assinado em suas produções literárias, matriculou-se na tradicional Escola Normal, tendo para isso obtido a ajuda de uma pequena bolsa de estudo, naqueles tempos denominados ‘pensão’. Por rezingas com alguns professores, logo abandona o curso Normal e, sem emprego, ao invés de postar-se como autêntico simbolista, estilo que escrevia com brilhante inspiração, à moda, digamos, de Mallarmé, o poeta do ‘Après-midi d’um faune’ ou o ‘divino Estefânio’, como lhe chamava, não, entregara-se à boêmia descomedida, como uma personagem de Murger. O sábio e etnólogo Raimundo Lopes, autor de ‘O Torrão Maranhense’, escreveu sobre o poeta um estudo publicado in ‘Revista da Academia’, nº 1, São Luís, 1919: “A circunstância do lugar é sugestiva. Na Barra do Corda, atraindo o escol da mocidade sertaneja [...] este se haveria abeberado na poesia espontânea das bucólicas e rapsódias rudes dos vaqueiros, dos descantes selvagens das violas. Agitava-o talvez a ânsia de
novas impressões, mercê das quais o seu espírito viveria uma vida mais alta, num mundo estranho e inédito de mistérios...” E continua o nosso querido e saudoso amigo, Dr. Antônio de Oliveira a nos contar, a seu modo, o que sintetizamos por questão de espaço, que “em 1903, impressionados com a desregrada vida boêmia que o poeta levava em São Luís, alguns amigos mais íntimos e dedicados, o embarcaram, quase à força, para Belém do Pará, na esperança de que ali ele mudasse de procedimento e, trabalhando, arranjasse meios de pelo menos publicar seus livros. Na capital paraense começou a trabalhar no jornal ‘Notícias’ e passou a colaborar na tradicional ‘Folha do Norte’. Bem depressa se tornou popular nas rodas boêmias e nos meios intelectuais. Um dia, em Belém, sem se despedir de ninguém embarcou num navio e voltou para São Luís. Chegando ao velho ‘fortim dos franceses’, fundou com outros intelectuais de sua geração a ‘Oficina dos Novos’ que editava um boletim literário e fazia uma peregrinação todo dia três de novembro à estátua do poeta Gonçalves Dias [patrono da Instituição], em comemoração à data do naufrágio do ‘Ville de Boulogne’, nos baixios maranhenses, em que morreu o imortal Cantor de ‘Os Timbiras’. Foi iniciativa também da ‘Oficina dos Novos’ erguer em Praça Pública o busto do humanista Odorico Mendes, imortal tradutor de Virgílio, a qual, até hoje, solene e serena ilumina o largo que lhe dá o nome. Antônio Lôbo, um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras e seu primeiro presidente traçou o perfil do nosso poeta nas páginas do seu livro ‘Os Novos Atenienses’: “Maranhão Sobrinho ressuscita entre nós o tipo clássico do boêmio. Possui, pelas coisas materiais da vida, a mais soberba das indiferenças. Desde que encontre, ao saltar da cama, a sua fatiota costumeira e o seu indefectível chapéu de palha, este último não para trazê-lo à cabeça como toda gente, mas, ao contrário dos outros, para carregar debaixo do braço, à guisa de um embrulho precioso, reputa-se o mais feliz dos homens”. O poeta, inesperadamente, como sempre fazia, embarcou para Manaus, via Belém, numa rota e num destino semelhante ao de Vespasiano Ramos [já anotado por nós nestes apontamentos]. E lá morreu, deixando para a história literária estes livros: ‘Papéis Velho’, 1908; ‘Estatuetas’, 1909 e ‘Vitórias Régias’, 1911. Ouçamo-lo neste antológico ‘Soror Teresa’, enfeixado em ‘Papéis Velhos’, onde o poeta explode todo o simbolismo em resgates a nuances românticas e realistas em contraposição às tendências cientificistas do positivismo estabelecidas na Europa na segunda metade do século XIX: Soror Teresa: “... E um dia as monjas foram dar com ela/morta, da cor de um sonho de noivado,/no silêncio cristão da estreita cela,/lábios nos lábios de um Crucificado.../somente a luz de uma piedosa vela/ungia, como um óleo derramado,/o aposento tristíssimo de aquela/que morrera num sonho, sem pecado../.Todo o mosteiro encheu-se de tristeza,/ e ninguém soube de que dor escrava/morrera a divinal soror Teresa.../Não creio que, de amor, a morte venha,/mas, sei que a vida da soror boiava/dentro dos olhos do Senhor da Penha...” O poeta é o patrono da Academia Barra-Cordense de Letras, da qual pertenço com muita honra; conhecida pelo epiteto ‘Casa de Maranhão Sobrinho’. A intuição de análise me leva a pensar de há muito que, se o poeta Maranhão Sobrinho não tivesse migrado para Belém e Manaus mas se dirigido para o Rio de Janeiro, a desenvolver e aplicar o seu talento poético, como ele mesmo escreve em “Papéis velhos... roídos pela traça do símbolo”, teria, juntamente com Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães, composto a brilhante trindade simbolista brasileira.
VER TAMBEM - ALL EM REVISTA - v. 6, n. 3 - JUL/SET 2019 - SUPLEMENTO: RECORTES & MEMÓRIA: MARANHÃO SOBRINHO by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu
ACADEMIA JACAREHYENSE DE LETRAS - Cadeira 27 / Patrono: Stélio Machado Loureiro
Nascido em São Luis do Maranhão, onde nasceu no ano de 1967, Thomé Madeira começou sua caminhada na literatura, ainda no ensino médio, através de publicações no grêmio estudantil de sua escola, depois em estudos em clubes de leitura e, mais tarde, em artigos publicados no jornal "O Imparcial" e na Revista Contemporânea, publicação editada pela ABAC – Associação Brasileira de Apoio à Cultura. Posteriormente, também teve publicações de artigos no jornal O IMPARCIAL e no Suplemento Cultural VAGALUME, do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (SIOGE) Em São Paulo, onde se radicou desde 2002, começou a colaborar com a “REVISTA CONTEMPORÂNEA”, da Associação Brasileira de Apoio à Cultura (ABAC) e, em Jacareí, colabora no Jornal “DIÁRIO DE JACAREÍ com a coluna “Ditos Cotidianos”, e na seção PEQUENOS GRANDES, no caderno ESTAÇÃO JACAREÍ; seu primeiro livro foi “O CAIÇARA E SUAS HISTÓRIAS – UMA LENDA URBANA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO”, publicado pela Amazon em 2019, e participou da Coletânea “JACAREÍ –CRÔNICAS DA CIDADE”, publicada em 2020. Atualmente, escreve às sextas no blog... Grande admirador da prosa contemporânea, tem influências marcantes de F. Scott Fitzgerald e Guimarães Rosa, que considera "sua grande matriz literária". Thomé vive hoje em Jacareí, participando de atividades com vários grupos literários. Seu lema: " Sou vontade, sou arte, sou coração e alma"
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TV Câmara Jacareí 17 h · Gente em Destaque: Thomé Madeira Thomé Madeira é funcionário público estadual, nasceu no Maranhão e vive em Jacareí há alguns anos. No 'Gente em Destaque' falou sobre a sua recém-entrada na Academia Jacarehyense de Letras e contou histórias da infância. BLOCO 1: https://youtu.be/-k0SuzzpyyE BLOCO 2: https://youtu.be/JrVBiMT0f6Y BLOCO 3: https://youtu.be/vMNvMnN3m6w
ANGELA CHALOUB
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Hemetério José dos Santos (1858-1939) foi professor, gramático, filosofo e escritor. Nascido na cidade de Codó, província do Maranhão, no ano de 1858. Hemetério mudou-se para a província do Rio de Janeiro em 1875, aos 17 anos. Era filho do Major Frederico dos Santos Marques Baptisei, proprietário da fazenda Sam Raymundo, e de sua escrava Maria. Seu pai pagou seus estudos no Colégio da Imaculada Conceição, em São Luis. Na capital do Brasil Império em 1885 se casou com Rufina Vaz Carvalho dos Santos, neta do prestigiado tipógrafo Francisco de Paula Brito , pai da impressa negra brasileira Aos 20 anos de idade Hemetério já era professor de francês do afamado Colégio Pedro II. Sua esposa Rufina também ingressou na carreira de Professora na Escola normal da corte. A prima e única filha do casal, Coema Hemetério dos Santos Pacheco nascida em Outubro de 1888, meses depois da Lei Áurea, assim como os pais, dedicou sua vida a educação na Rede Municipal de Ensino na Capital da República Brasileira entre 1908 a 1960 Hemetério foi nomeado professor adjunto de língua portuguesa do Colégio Militar do Rio de Janeiro pelo Imperador Dom Pedro II, onde, mais tarde, tornou-se professor vitalício. Cursou a Escola de Artilharia e Engenharia, conquistou a patente de Major, obtendo, depois, o galardão de Tenente-Coronel honorário em 1920. A atuação de Hemetério e sua família enquanto professores em diferentes espaços escolares, tais como o Colégio Militar do Rio de Janeiro e a Escola Normal Livre, iam além do fazer em sala de aula, pois o mesmo se utilizava desses e de outros espaços a fim de ministrar palestras e conferências a respeito do ensino e do combate ao Racismo de cunho eugenista. Na opinião de Sílvio Romero, Hemetério ombreava com Olavo Bilac, Graça Aranha, Aluísio e Artur Azevedo, no uso da palavra escrita. A história de Hemetério, sua esposa e filha dão início a uma trajetória familiar de professores e funcionários da administração pública municipal que, de acordo com os padrões de seu tempo, construíram um legado que combinava boas qualidades profissionais, intelectuais e morais. Fonte: Enciclopédia negra: Biografias afro-brasileiras
VESPASIANO RAMOS: ‘COISA ALGUMA & MAIS ALGUMA COISA
FERNANDO BRAGA
in ‘Estante de Cultura- Caderno B’ – ‘Jornal Alto Madeira’, Porto Velho, Rondônia, 18 de agosto de 1984. [Texto original]. Deus escolhe um tempo para nos presentear com alguma coisa...E justo naquele 1984 fui, por determinação de meus quefazeres profissionais em Brasília, convocado para o honroso e temporário mister de trabalhar na institucionalização do Tribunal Regional Eleitoral, do recém-criado Estado de Rondônia. Cheguei a Porto Velho na noite de Natal de 83, chão em que o poeta Vespasiano Ramos deu o último suspiro de vida aos 32 anos de idade. Agradeço ao nexo causal do Universo por me ter propiciado essa dádiva, de encontrá-lo no Cemitério dos Inocentes, naquelas terras amazônicas do antigo Guaporé, hoje Rondônia, a repousar em louça e lousa, os louros de sua lira, o que me permitiu escrever depois alguma coisa ao poeta de ‘Coisa Alguma’, tempo em que assistia emocionado as comemorações de seu centenário, na companhia de mais três maranhenses ilustres que lá se encontravam: o Juiz de Direito [da judicatura local], João Batista dos Santos, depois Desembargador; e os caxienses, professor Raymundo Nonato Castro, Vice-Reitor da Universidade de Rondônia e o jornalista e advogado Edison de Carvalho Vidigal, já indicado Ministro do STJ, que lá tinha ido rapidamente para realizar uma audiência. Joaquim Vespasiano Ramos, nasceu na cidade maranhense de Caxias, a 13 de agosto de 1884 e faleceu em Porto Velho, a 26 de dezembro de 1916, aonde tinha chegado no início do mês, a bordo do vapor ‘Andersen’, como muita gente pensa, impelido pela ‘borracha’, como meio de um melhor aconchego físicosocial, mas, para recolher-se no seringal de Aureliano do Carmo, e dar início à escrita de um seu poema amazônico, cantando as belezas do Grande Vale, como fizeram no passado, o paraense José Verissimo, autor de ‘A História da Literatura Brasileira’ e o português Ferreira de Castro, autor de ‘A Selva’, dentre alguns, conforme notas de João Alfredo de Mendonça, em artigo no ‘Jornal Alto Madeira’, de 17 de abril de 1947, seu amigo e biógrafo, aquele que lhe deu o ombro e fê-lo recostar no último instante de vida. A malária foi tirana e arrancou do poeta, a castiga-lo com febres ácidas, associada a uma doença pulmonar, o sonho de escrever o canto amazônico, que talvez tivesse sido a nossa maior epopeia lírica. Pertencente à segunda geração estoica de românticos, quanto ao seu, ‘modus vivendi’, o poeta, apesar de ter alcançado a efervescência dos movimentos parnasiano e simbolista, a nenhum pertencera, observandose, no entanto, estilos dos dois em suas produções, mas sem qualquer filiação estilística ou formal em ambos, porque Vespasiano fora um poeta desgarrado de movimentos, apesar de visceralmente romântico. Espírito irrequieto e boêmio por natureza e convicção, Vespasiano Ramos já aos dezesseis anos publicava seus versos nos jornais de sua província e logo passou a integrar o grupo de sua geração que, em Caxias, despontava com muita força, oportunidade em que fundaram o jornal ‘A Mocidade’. [Vide foto abaixo]. Com dezoito anos completos, o poeta transfere-se para São Luís, com o intuito de ampliar seus conhecimentos de humanidades e na esperança de melhores dias. O seu brilhante talento abriu-lhe os caminhos da imprensa, onde escreveu poemas e crônicas. São Luís, palco de tantas e iluminadas histórias, como as de Aluízio Azevedo e Humberto de Campos., este último, seu contemporâneo. Assim, transfere-se em seguida para Manaus onde demorou muito pouco, sendo arrastado pelo fascínio que lhe devotava o irmão Heráclito Ramos, que o fez viajar para o Rio de Janeiro sob a promessa de publicar lhe ‘Coisa Alguma’, seu livro de versos. Esse sonho não aconteceu, em princípio, por graças do irmão, em virtude de o poeta continuar mergulhado em festas e saraus madrugueiros. Entretanto, levado pela grande admiração,
Heráclito, entrega os originais de Vespasiano ao editor Jacinto Ribeiro dos Santos, de cujas mãos saiu uma edição de dois mil exemplares em maio de 1916, sete meses, portanto, antes do poeta falecer. “Vespasiano não escolhia tempo para fazer seus versos, nem sonhava em versos para fazer boêmia”, como escrevera o jornalista Nonato Masson no jornal ‘O Estado do Maranhão’ o qual conta de Vespasiano este fato irônico e pitoresco, depois transcrito no ‘Jornal do Brasil’, para onde fora trabalhar: Com ou sem dinheiro, promovia festas e poucos tinham coragem de cobrar-lhe as dívidas com exceção de um português que ao fazê-lo insultuosamente, dele recebeu, em versos esta carta: “Caro amigo, senhor Filomeno, caríssimo credor, recebi pelo ‘Acre’, ultimamente, o seu prezado e último favor, de quinze do corrente, ficando, desde na cônscia de tudo, porque notei muito devidamente, os seus dizeres, o seu conteúdo. Diz o amigo que agora, minha conta vai cobrar-me por meio de postais ... E ao mostrar de que maneira o faz ou vai fazê-lo, creio que você, conjuntamente a seu favor acima referido, um cartão cobrador, mas dirigido em português que mete medo à gente, causando dores de barriga e frio, e, para glória sua, unicamente, mando o cartão para o Museu do Rio, e aqui fico, lamentando às tontas, que do Rio, que indo, agora, o amigo pôr em prática seu novo modo de cobrar as contas, desse tantas taponas na gramática. Notei mais uma vez que meu amigo que me escreve, não se farta de esconder, de guardar consigo, as pobres vírgulas da carta! Que estilo você tem! Ninguém de certo cobrará tão bem, escrevendo tão mal! E a conta pequena duas dúzias e meia de mil réis... Valia mais apena, o credor esquecê-la, duma vez... Enfim, convém que não falemos mais nisso. Eu tenho agora, tanto o que fazer... Vá para a escola; tratar de aprender, que eu vou cuidar, agora, em meu serviço. Vou despachar no Loide Brasileiro, mas metido em gaiola o seu postal: vou pedi emprestado algum dinheiro para pagar o frete do animal estúpido bravio, que, hoje, somente para a glória sua, o Loide leva ao Museu do Rio...” Humberto de Campos, amigo e conterrâneo de Vespasiano Ramos, de Maranhão Sobrinho e Alfredo de Assis Castro, seus companheiros na redação da ‘Folha do Norte’, de Belém do Pará, e da revista literária ‘Alma Nova’, de curta existência como soe acontecer com veículos de gênero, faz publicar o artigo ‘Uma Iniciação Literária’ [de um livro de memórias. Inédito] na ‘Revista da Academia Brasileira de Letras’, Ano XXI, nº 108, vol. XXIV, dezembro de 1930, p.379 a 386, de onde extraímos este trecho revelador do intimismo do ‘Vespa’ como era carinhosamente chamado: “Magro, moreno, de uma palidez terrosa e doentia, Vespasiano era o lirismo feito homem. Sem atentar para o seu estado de saúde ou de finanças, bebia o mais que podia, e desatava a dizer os seus versos. Dizia-os, e chorava. Dizia-os de olhos cheios d’água, e mesmo em soluços, porque era chorando que os escrevia. Um grande amor sem esperança, amor cuja história me revelou numa torrente de pranto, havia-o atirado à poesia e ao álcool, dois grandes com soladores dos que desesperam de toda consolação.” Adiante, como se a ratificar o comentário do nosso Humberto de Campos, o escritor Cursino Raposo, como Redator do MEC, ligado à Divisão de Documentação do Museu Histórico Nacional, dirigido à época por Josué Montello, incumbido de estudar autógrafos de uma produção do poeta maranhense, em poder do MHN, diz-nos que, depois de minucioso exame, concluiu que “a poesia, para Vespasiano Ramos, era mais uma necessidade psicológica de traduzir o seu drama interior, um lenitivo, uma evasão, um transbordamento emotivo, uma forma de sublimação, do que uma realização com finalidade especificamente artística”. Josué Montello escreveu no prefácio da 2ª edição de ‘Cousa Alguma’: “De Vespasiano Ramos se pode dizer que está para as letras maranhenses, na espontaneidade de seu lirismo, como Casemiro de Abreu está para as letras brasileiras; é o poeta do amor e da saudade...” O ilustre mestre Antônio Lopes, ensaísta iluminado e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, sentenciou: “Vê-se bem qual seja a inspiração que fazia de Vespasiano Ramos, entre os poetas novos do Maranhão, o poeta preexcelente do amor. O amor para ele é o... eterno e grande
sentimento. Havia para o poeta, nesse velho tema, um filão inesgotável pra a explorar. E, por isso, o amor era o assunto favorito dos seus versos...” Já o jovem professor e também poeta Carvalho Júnior, conterrâneo de Vespasiano, da bela e aristocrata Caxias, homenageou o autor de ‘Coisa Alguma’, publicando nas redes sociais em 14 de agosto de 2018 ‘4 Poemas de Vespasiano Ramos’ para a sua série ‘Quatetê’. O escritor Jomar Moraes, orientou a pesquisa, a fixação textual e a revisão do fantástico trabalho ‘Cousa Alguma...&+ Alguma Coisa de/sobre Vespasiano Ramos”, uma bela edição da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, como instrumental de estudos e pesquisas sobre o vate caxiense. Ouçamos o Vespa no soneto ‘Samaritana’, antológico, porque belo; bíblico, porque humano: “Piedosa gentil Samaritana/: venho, de longe, trêmulo, bater/à vossa humilde e plácida cabana,/pedindo alívio para o meu viver!/ Sou perseguido pela sede insana/do amor que anima e que nos faz sofrer:/ tenho sede demais, Samaritana/tenho sede demais: quero beber!/ Fugis, então, ao mísero que implora/ o saciar da sede que o consome,/o saciar da sede que o devora?/ Pecais, assim, Samaritana! Vede:/ — Filhos, dai de comer a quem tem fome, / Filhos, dai de beber a quem tem sede”. .Sintamos o estro do poeta, neste soneto ‘Cruel’, de fino manejo rítmico e de perfeita elaboração estilística: “Ah, se as dores que eu sinto, ela sentisse,/se as lágrimas que eu choro ela chorasse;/ talvez nunca um momento me negasse/tudo que eu desejasse e lhe pedisse! /Talvez a todo instante consentisse/ minha boca beijar a sua face,/ se o caminho que eu tomo ela tomasse,/ se o calvário que eu subo ela subisse!/ Se o desejo que eu tenho ela tivesse,/ se os meus sonhos de amor ela sonhasse,/ aos meus rogos talvez não se opusesse!/ Talvez nunca negasse o que eu pedisse,/se as lágrimas que eu choro ela chorasse/e se as dores que eu sinto, ela sentisse!” . . . O escritor e crítico carioca Othon Costa, em trabalho escrito para a reedição que não houve, de ‘Cousa Alguma’...Publicado depois na Revista da Academia de Letras, ano XIX, nº72, 1958, p.26-31 sobre o autor de ‘Coisa Alguma’, lavra com letras de fogo esta assertiva que chega a doer:: “Vespasiano Ramos é, dentre os poetas maranhenses, um dos mais injustamente esquecidos”. Esperemos que esta amarga sentença seja o mais breve possível transmudada do imaginário coletivo, pelas luzes mais racionais da justeza literária maranhense, principalmente”.
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Créditos da Foto - “Intelectuais caxienses, em foto sem data, porém sabidamente de início do século XX da esq. para a direita, em pé: Hegesippo Franklin da Costa [avô do poeta Roberto Franklin da Costa, da ALL], Francisco Nunes de Almeida, Vespasiano Ramos, Wladimir Franklin da Costa [pai do escritor Franklin de Oliveira], Joaquim Franklin da Costa. Sentados, na mesma ordem: Alfredo Guedes de Azeredo, Leôncio de Souza Machado [pai do escritor Walfredo Machado] e João Lemos”.
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Criação da Academia Joanina de Letras Ciências e Saberes Culturais: um marco histórico para São João Batista!
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i NOTAS BERNARDO DA SILVEIRA PINTO DA FONSECA (Várzea de Abrunhais, Lamego, 1780 — maio de 1830), 1.º visconde da Várzea, foi um marechal-de-campo do Exército Português e administrador colonial. Foi o último governador português da capitania do Maranhão, cargo que exerceu de 24 de agosto de 1819 a 15 de fevereiro de 1822. Nomeado governador e capitão general do Maranhão, cargo que exerceu até 15 de fevereiro de 1822, r evelou-se um excepcional administrador, sendo impresso em tipografia instalada por sua iniciativa o primeiro jornal maranhense, intitulado O Conciliador do Maranhão. Durante o seu governo a cidade de São Luís do Maranhão passa por grandes reformas, com os edifícios públicos restaurados, as ruas calcetadas e o Largo do Palácio transformado em aprazível Passeio Público. ii Apelidado pela chocarrice maranhense de o Dente de Alho, por ter na arcada dentária superior um incisivo pronunciadamente incisivo Comentário de Jomar Moraes em Um editor maranhense, disponível em Um editor maranhense - BLOG – ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS iii por vezes simplificado em Barão de Sabrosa (Alijó, Vilar de Maçada, 30 de março de 1788 — Alijó, Vilar de Maçada, 8 de abril de 1841); consta ter sido militar e político português, presidente do Conselho de Ministros. iv GALVES, Marcelo Chece. Comemorações vintistas no Maranhão (1821-1823). Outros Tempos Volume 8, número 12, dezembro de 2011 – Dossiê História Atlântica e da Diáspora Africana, 2011 v BNDigital vi PINHEIRO, Rosane Arcanjo. O Conciliador e o jornalismo maranhense no início do século XIX. Tese apresentada ao programa de pós-graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como requisito parcial para obtenção do grau de doutor. Linha de Pesquisa: Práticas profissionais e processos sociopolíticos nas mídias e na comunicação das organizações. Orientador: Professor Dr. Antonio Hohlfeldt Porto Alegre 2016 vii O Conciliador do Maranhão, 10 de maio de 1821, nº 8, p.6, citado por PINHEIRO, 2016 viii Odes Pindaricas, De Antonio Dinys Da Cruz E Silva: Chamado Entre Os Poetas Da Arcadia Portugueza, Elpino Nonacriense ... Antonio Dinis da Cruz e Silva Hansard, 1820 ix ANTÓNIO DINIS DA CRUZ E SILVA (Lisboa, 4 de Julho de 1731[1] – † Rio de Janeiro, 5 Outubro de 1799) é um poeta português do século XVIII, foi magistrado de profissão e fundador da Arcádia Lusitana em 1756. Em 1801 são publicadas as "Odes Pindáricas", em 1802 o poema "O Hissope" e, entre 1807 e 1817, parte significativa da sua obra foi publicada em seis volumes sob a denominação "Poesias". António Dinis da Cruz e Silva – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) ANTONIO DINIZ DA CRUZ E SILVA, Cavalleiro professo na Ord. de S. Bento d’Avis, Doutor na faculdade de Direito Civil pela Universidade de Coimbra; seguiu os logares de magistratura até o de Chanceller da Relação do Rio de Janeiro; sendo ultimamente nomeado Conselheiro do Conselho Ultramarino, cargo de que consta tomara posse, mas que não chegou a exercer. – N. em Lisboa, na freguezia de Sancta Catharina a 4 de Julho de 1731, e m. no Rio de Janeiro no anno de 1799 ou principio de 1800, sem que todavia seja possivel designar a data precisa do seu falecimento. António Dinis da Cruz e Silva | Escritores Lusófonos (escritoreslusofonos.net) x Antônio.Diniz da Cruz e Silva (Elpino Nonacriense), Odes Pindaricas , Lisboa—1817; xi SACRAMENTO BLAKE. Augusto Victorino Alves. DICCIONÁRIO BIBLIOGRAPHICO BRASILEIRO. Volume 6. Rio de Janeiro: Imprensa oficial, 1900, p. 77 xii FAROL MARANHENSE, por Bruno Brasil - 28 MAIO 2018 - Artigo arquivado em Hemeroteca e marcado com as tags Censura e repressão, Crítica política, Dom Pedro I, Liberalismo, Maranhão, Primeiro Reinado: Redigido pelo jovem educador José Cândido de Moraes e Silva, o Farol Maranhense foi um proeminente periódico durante os últimos momentos do Primeiro Reinado. Vindo a lume a 26 de dezembro de 1827No total, o Farol Maranhense lançou 351 edições. BNDigital xiii SACRAMENTO BAKE, Augusto Victorino Alkves. Diccionario Bibliographico Brasileiro (Volume 5: Letras Jo-Ly). [Rio de Janeiro] : Conselho Federal de Cultura, 1970 xiv MORAES, Jomar. Um editor maranhense, 30 de janeiro de 2013, Jornal: O Estado do Maranhão, Um editor maranhense - BLOG – ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS