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PRIMEIROS REGISTROS DA POESIA NA IMPRENSA DO MARANHÃO – DÉCADA DE 1820
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A Cigarra (MA)6 - 1829 a 1830
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5 MINERVA – FOLHA POLITICA, LITERARIA E COMMERCIAL (MARANHÃO, 1827) por Bruno Brasil 28 MAIO 2018 Artigo arquivado em Hemeroteca e marcado com as tags Conservadorismo, Crítica política, Dom Pedro I, Imprensa Áulica, Imprensa oficial, Maranhão, Portugueses no Brasil, Primeiro Reinado Redigido por David da Fonseca Pinto, Minerva foi um periódico lançado a 29 de dezembro de 1827, em São Luís (MA), em meio ao Primeiro Reinado. Seu surgimento se deu em paralelo ao de outras folhas maranhenses, geradas a partir da adesão da província à Independência. Frente ao ativismo político pela causa liberal, à época, onde a observação aos princípios constitucionais e a rejeição ao absolutismo tinham grande expressão, algumas vinham defender, contrariamente, os interesses da colônia portuguesa no Maranhão: comerciantes e funcionários públicos lusitanos, na província, tinham fortes laços com a metrópole desde os tempos coloniais, algo que dificultou mesmo a integração da província ao Império. Minerva, que trazia o brasão imperial em seu cabeçalho, acabou se enquadrando num gênero governista, pró-Dom Pedro, mas que no contexto local o aproximava mais do segundo do que do primeiro grupo: isso fez com que defendesse o governo provincial de Manoel da Costa Pinto (que durou de fevereiro de 1828 a janeiro de 1829) e fizesse apologia ao ex-presidente maranhense Pedro José da Costa Barros (que teve mandato de setembro de 1825 a março de 1827), publicando matéria oficial e pedindo, afinal, o retorno do Brasil à condição de colônia. Em consequência a essa postura conservadora, foi muito atacado por folhas liberais, sobretudo O Farol Maranhense. Minerva, todavia, acabou tendo vida curta: durou, possivelmente, até sua 51ª edição, de 5 de março de 1829. 6 A CIGARRA (MARANHÃO, 1829) por Bruno Brasil 25 MAIO 2018 Artigo arquivado em Hemeroteca e marcado com as tags Crítica política, Liberalismo, Maranhão, Primeiro Reinado
Lançado a 12 de outubro de 1829, em São Luís (MA), A Cigarra foi um periódico político veiculado durante os últimos momentos do Primeiro Reinado. Redigido por Antônio Joaquim de Picaluga, em linguagem furiosa, estava inscrito no ativismo político pela causa liberal, à época, onde a observação aos princípios constitucionais e a rejeição ao absolutismo tinham grande expressão, indo contra os interesses da colônia portuguesa no Maranhão: comerciantes e funcionários públicos lusitanos, na província, sobretudo durante o governo de Manoel da Costa Pinto, tinham fortes laços com a metrópole desde os tempos coloniais, algo que dificultava a adesão maranhense à Independência. Denunciando, assim, os abusos cometidos pelo poder local e rivalizando com folhas maranhenses de interesses políticos distintos, A Cigarra tinha periodicidade mensal, sendo vendida a 160 réis a edição, primeiro na escola do capitão José Martins e depois no estabelecimento comercial de José Pereira de Sá. Foi editado por Picaluga até sua 19ª edição, de 17 de abril de 1830.
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ERAM PORTUGUESES OS PRIMEIROS AUTORES DE POESIAS PUBLICADAS NOS JORNAIS MARANHENSES –DÉCADA DE 1820 –
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Academia Poética brasileira Academia Ludovicense de Letras Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
Dando continuidade às buscas do que foi publicado nos jornais maranhenses nos primeiros anos da Imprensa encontramos algumas poesias – objeto do estudo – publicadas sem identificação de autores, ou assinados por anônimos. Buscamos a autoria dessas primeiras poesias, odes, e hinos: eram portugueses!!! E encontramos outras peças... Dente os autores, o Major de Cavalaria Rodrigo Pinto Pizarro (ajudante de ordens do Governador Bernardo da Silveira Pinto)i , ii; pressupõe-se que seja o autor do primeiro soneto encontrado. Seria ele RODRIGO PINTO PIZARRO PIMENTEL DE ALMEIDA CARVALHAIS primeiro e único Barão da Ribeira de Sabrosa?iii Em sua biografia consta que colaborou na Revolta Liberal do Maranhão de 1821-1822.
SONETO Os ecchos expressivos d´alegria, A pompa, o festival contentamento, Os vivas repetidos cento, a cento, Prazer, brazão, e gloria deste Dia, Pasmarão na ´strellada moradia Os Deoses do remoto Firmamento; Que á Terra mandou Jove n´um momento Mercurio, por saber o que seria: Partio o mensageiro apressurado, Demanda a Maranhense Região, E tal progunta faz alvoroçado: Quem tanto prazer causa ó Maranhão? Não vez (lhe respondeo o Povo honrado) A SANCTA DEVINAL CONSTITUIÇÃO? Segundo Galvesiv, [...] O “povo” ocupou o Teatro, gratuitamente, nos dias 6, 11 e 13 de abril de 1821, para aclamar o rei, a Constituição e Pinto da Fonseca. Para o dia 6, Costa Soares [Antônio Marques da Costa Soares, um dos redatores d´O Conciliador, então oficial-maior da secretaria do governo e secretário da Junta da Administração da Imprensa] v - preparou um monólogo, alusivo à nova ordem política, recitado no Teatro:
Oh prazer! Oh Virtude! Oh Pátria, Oh Glória! Oh Astros portentosos, que girais Em torno do Sol radiante que hoje assoma! Emanações d’um Deus, eu vos bendigo! Majestoso Congresso, a quem é dado
Neste dia exultar, fruir delícias; Sem reserva alteai canoros hinos Quais retumbam nos céus do Tejo e Douro Heróica Lusitânia os ferros quebra; E n’um firme padrão ovante eleva Indestrutível bem, vantagem certa, Da glória nacional, prelúdio augusto Santa Constituição! Teu almo [sic] influxo É astro benfeitor que volve em luzes Às vexadas nações, as densas trevas, Que usurpador abuso lhes mandava A tua aparição, sumindo crimes Atrai a Terra com ridente amplexo Virtudes divinais, que espavoridas, Do globo há muito desertado haviam! Graças mil a João, que há de breve Aos votos Nacionais unindo os votos Ser a bem do seu povo, um pai da Pátria, O Soberano maior do mundo inteiro!
Maranhenses, louvai este áureo dia, Em que vem rutilar na vossa esfera A sã Constituição que vos promete Os ridentes anais da Idade d’Ouro
E gratos exaltai Silveira exímio! A cuja sombra venturosos sempre, Alcançareis a meta esclarecida Por que a Lusa Nação ansiosa anela
Continuando: [...] Costa Soares saudou os pilares da “nova ordem”: Constituição, D. João VI e Pinto da Fonseca, chamado de ‘SILVEIRA’”. No mesmo estilo gongórico, compôs o Hino Constitucional, cantado repetidas vezes dentro do Teatro:
HYMNO CONSTITUCIONAL.
Viva SILVEIRA, prezado Dos Póvos do Maranhão, Para regellos esp´rando A nova CONSTITUIÇÃO. Sempre Heroes como SILVEIRA, Honrem a Lusa Nação, Para durar quanto o Mundo A nossa CONSTITUIÇÃO, Va fulgurar entre os Astros, Seja eterno, áureo Padrão, Em que o bom SILVEIRA jura
A nossa CONSTITUIÇÃO. SILVEIRA, que he quase hum Nume, Triunfou da ingratidão, Para ser abençoado Dos Povos do Maranhão. Raivando morda grilhões A ímpia rebelião, Em quanto SILVEIRA adorão Os povos do Maranhão. (Conciliador, nº 6, 3/5/1821, p. 47-48).
Antônio Marques da Costa Soares, oficial maior da secretaria do governo, foi diretor da Tipografia e autor de peças teatrais elogiosas apresentadas ao governo português no Teatro União.vi
Outro poema, também publicado em O Conciliador do Maranhãovii, foi apresentada pelo leitor “Um amigo da boa ordem” para saudar a nova ordem constitucional, na edição de número 8, de 10 de maio de 1821. O autor da homenagem comentou as informações que a publicação trouxe na primeira edição, quando os redatores detalharam a missão do jornal maranhense. “Um amigo da boa ordem” elogiou o jornal e criticou os opositores do governo, através de um poema de Camões: Mas o pior de tudo é que a ventura Tão ásperos os fez, e tão austeros Tão duros, e de engenho tão remisso Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso
A 17 de fevereiro aparece este trecho de uma ode, sem identificar o autor, parece que transcrito de Ode Pindáricasviii de Antônio Diniz da Cruz e Silva (Elpino Nonacriense)ix ,
Dirás talvez calumnia detestável, Que em Dirce emplumo ufano, As aureas setas de hum brilhante engano; ........................................................ Mas talvez por empresa menos belas, Brilhe de Leda a prole entre as estrelas. A.D. da Cruz. Od. Pind.x
Segue o seguinte ‘SONETO”: Seja, ou não, a oferenda derradeira, A que aceitas, espada rutilante, Quão própria do teu punho, Heroe prestante, Oh saudoso, magnânimo SILVEIRA! A terra Transmontana, a Herminia Beira, (E por todas o impávido Amarante,) Lysia, Hespanha, América distante, * Dão-te duas Crôas – Cívica, e Guerreira, São estes os lauréis, he este o espólio,
Que os Honrados te dão, que te pertence, Bem que sejas credor d´hum Sceptro, e Sólio: Hum Nume foste!. A Patria que te incense; Colocando no Luso Capitolio, O Paládio do Povo Maranhense!...
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E este outro, de Manoel Ferreira Freire, [...] portuguez por nascimento, falleceu na capital do Maranhão, cidadão brasileiro, por haver adherido á constituição do Império. Era professor particular da lingua portugueza e da latina e poeta. Escreveu: — Cartas de Calypso, Telemaco, Eucharis e Mentor, escriptas originalmente sobre o romance histórico do Arcebispo Fenelon. Maranhão, 1847, in-8°— São em verso. — O cântico das aves: poema em dous cantos. S. Luiz, 1855, 56 pags. in-8°— Depois do poema, que é em verso hendecasyllabo, seguem-se outras poesias [...]xi . Vous pourez raffermir, por um accord herenux, Du peuple, &c. du Roi les lefitimes noenuds; El faire encore fleurir la liberté publique, Sous l´ombrage sacr´r du pouvir Monatchique. Voltaire.
SONETO
No tempo em que foi presa, e foi captiva, A Lusa Pátria pelo Côso arteio, Luso Nestor (com ímpeto guerreiro,) Encheste os planos, de Belona altiva: Brio excelso, que a Honra te motiva, Te fez ao Tempo, e ao Lethes sombranceiro, E athe o ardente Clima Brasileiro, Dos teus Commandos as licções deriva. Muitos que o cingem ferro venerando, Os Nuncios são a penas de Mavorte, Tinindo a espada, o bronze trovejando; SILVEIRA ostenta o macio, e o forte !.. De Themys cumpre os Votos, governando, Mas no Crime derrama o susto, e a Morte. Por Manoel Ferreira Freire
Ainda em 1822, no Suplemento ao número 64, de 28 de fevereiro, uma “ode” “por hum anonymo”: POEZIA A´ profundíssima dor que sente o Maranhão na Saudosa despedida do Ill.mo e Ex.mo Sr. Bernardo da Silveira Pinto, Cappitão General Encarregado do Governo Provisório desta Provincia.
Desfez os olhos teus em triste pranto, Teus cabelos disgrenha impetuoso, O´ Maranhão gentil; De funereo yéo, de negro manto Cobre a face magoada; e delorozo Suspiros mil a mil Exala do teu peito amargurado, Que a gemer, e chorar está julgado. Despe o rico Vestido, esse ornamento, Com que ostentas a tua formosura, Toma a lúgrube Veste Em signal do profundo sentimento, Da tristeza mortal, que te amargura; Chora em fim que perdeste Hum Thesouro de preço inextimável, Perdendo hum General o mais amável.
Quis a Sorte mostrate alegre o rosto; Com afável sorrizo te oferece O prazer perdurável; Mas oh! Quanto depressa em teu desgosto O enganoso prazer desaparece! Inconstante, mudável Volta a face infiel; já com presteza Sobre ti vem a pallida tristeza. Já de ti se apodera ador aguda; Teu repôzo tranquillo desordena Mortal melancolia; Oh! Como em breve tempo foge, e muda Abrilhante fortuna! em triste pena Se converte a alegria! Teu Genera, o teu SILVEIRA amado, Infelis Maranhão, te he roubado. Ou tu nunca da Sorte mereceras Hum só meigo sorriso, ou permanente A fortuna te fora; Costumado as desditas não gemeras, Esta ausência te fora indeferente; Não sentirás agora, Não choraras de todo inconsolável Do bom SILVEIRA aperda irreparável. Era o Seu Coração Docil, mui Terno, Liberal, Generozo, Compacivo, Benfazejo, Abrigante. No difícil manejo do Governo Sabio, Firme, Fiel, Inteiro, Activo,