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CADEIRA 37 – JADIR LESSA

CARLOS DE LIMA, UM HOMEM INVULGAR

Ceres Costa Fernandes

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Caras confreiras e confrades, familiares de Carlos e Zelinda Lima, nossos homenageados, queridos amigos presentes, estamos aqui, em 27 de outubro de 2021, cumprindo, com alegria, o dever de homenagear Carlos Orlando Rodrigues de Lima, o patrono da Cadeira nº 33, da Academia Ludovicense de Letras, que vem de completar cem anos de nascimento em 2020, ano em que pretendíamos homenageá-lo pela passagem do centenário, quando sobreveio a pandemia deste inimaginável vírus, o Covid 19. Estamos, pois, com um ano de atraso, mas sempre é tempo de louvar quem nos legou belos e importantes escritos e lúcidos exemplos de cidadania.

Carlos de Lima nasceu em São Luís – MA, em quatorze de março de 1920 e faleceu em nove de maio de 2011. Filho de pai comerciante e mãe dona de casa. Escritor, pesquisador, historiador, cronista, folclorista, ficcionista e, acima de tudo, grande figura humana. Em que pese ser polígrafo, foi autodidata, não cursou universidades, nem teve formação específica de historiador, note-se, como também não o tiveram a maioria dos grandes nomes na historiografia maranhense. Mas, esperem, não foi bem assim, Carlos de Lima foi técnico em Contabilidade e Administração e complementou sua formação acadêmica com cursos de aperfeiçoamento em áreas como Crítica Cinematográfica; História Cultural; Cenotécnica; Interpretação Teatral; Folclore; Museologia; Informação Turística; Arte Moderna; Iniciação às Artes Plásticas; Museografia; Metodologia do uso de Fontes Orais, dentre outros. Estudos que melhor lhe aproveitaram para a importante obra que produziu.

Do seu currículo, ainda consta ter sido Segundo Tenente R-2 do 24 BC. Durante a 2ª Grande Guerra, apresentou-se como Voluntário da Pátria. Como assim? O tranquilo e pacifista Carlos de Lima quis ir para o coração da luta? Sim. Patriota convicto, ele nos conta, em Memória de velhos, “cheguei a pagar do meu bolso uma radiografia para o exame médico, a fim de fazer um estágio em Recife, para depois embarcar para o teatro das operações, na Europa. Não cheguei a ir a Recife. Não sei se por azar meu ou por sorte dos alemães, a 2ª Guerra acabou antes que eu viajasse.” Além de militar em tempo de guerra, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e ocupante da Cadeira nº 7 da Academia Maranhense de Letras.

Filho único de família de classe média, muito jovem precisou parar de estudar e trabalhar para ajudar na subsistência familiar, desde que o pai alternava altos e baixos em seus empreendimentos comerciais. Apaixonado pelo Maranhão e sua cultura, em especial pela sua cidade, São Luís, mesmo empenhado na luta pela sobrevivência, aplicou-se longos anos ao estudo da cultura e história maranhenses no pouco tempo que lhe sobrava.

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