Local - Artístico - Independiente Abril 2022 - El Chaltén Santa Cruz - Número 73 EDITORIAL
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a imagen es conocida hoy en día más como un meme que como su origen: un comic. En el número 153 de la serie llamada World’s Finest Comics, aparece esta imagen por primera vez, que se trata de una historia imaginada por Alfred, mayordomo de Bruce Wayne, mientras espera aburrido en la baticueva. La historia relata que Robin encuentra un plan secreto de su co-equiper (o jefe) para terminar con la vida de Superman. Tras tal revelación, acude a su amigo para enfrentarlo a lo que él responde con la famosa imagen al grito de “mocoso”. El domingo 27 de marzo se celebró la entrega de los premios Oscar y, más allá de los ganadores, el evento llamó la atención de todos tras un episodio sucedido entre el actor Will Smith y el comediante Chris Rock en el cual el primero cachetea al segundo. La comparación con el meme de Batman no tardó en llegar. Pienso que lo más triste es que en más de cincuenta años nada cambió demasiado. La concepción de la masculinidad continúa siendo la misma. El perpetrador de la agresión física justifica su acto, tras conseguir la estatuilla de Mejor Actor, con un discurso en el que acentúa que sus actos (exagerados, sí) no son otra cosa que una muestra de amor a su esposa. Ya que es él quién es demandado por Dios para tal tarea. Robin, siempre relacionado con lo femenino, encuentra una traición a los valores de superhéroe y por ello es tildado de mocoso. Pareciera ser que para ser hombre, lo moral o lo correcto no se deben interponer frente a demostrar la masculinidad. Y la violencia física siempre es el camino para llegar a ella. Un cachetazo, un correctivo, se transforman en algo necesario para demarcar el territorio machista. Las palabras no alcanzan o, al final, se las lleva el viento de una trompada.
LIVRE - Abril 2022 - El Chaltén Santa Cruz - Número 73
La i ron í a d e se r m ujer
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e r mujer es algo tan hermoso c omo d u ro , t an t o c u l tur al como fisiológic amente . Somo s capa c e s d e albergar una nue va vida, pero en c o n s ecu e n c i a pas am os una vida de de sórdenes ho rm o na l e s, n ues tr os cuer pos ca mbia n consta ntemen t e, t en e m o s que lidiar con menstruac ione s (y t o d o s l os p ro d uctos y s ubp roductos que la a compañ an ), me n o p a u s ias , m am ografía s, e cografía s (a bd o m ina l e s y e ndovaginales), tratamie ntos a ntic oncept i vo s , t ratamientos para pode r quedar e mbarazada s, m a s tectom ías , tumore s de mamas, de ú t ero , ab o rt o s y un largo etc étera. Y e so e s solo hab l an do d e l l a do f is iológico que nos ha ce mujeres. S oc i a l m ente, es aún p eor: tenemos que ser perfect as p a ra una s ociedad que pone la va ra demas i ad o al t a . S i e m pr e her m osa s, sie mpre jóvenes, siem p re f l a c a s. Te nem os que ser madre s porque si no, n u nca e st a m o s completas como mujeres, pe ro a l o s po c o s m e s es de haber parido, tenemos que ser fl aca s d e n uevo. I nclus o el emba ra zo, c uá nto mej o r s i n o s e nota, cuán esplé ndida está s cuando te v en de a t rá s y no s e dan cuenta que tenés una p an za de 8 m e s es . Ad e m á s, tenés que coc inar, ma ntener la c asa l i mpi a , e st a r de buen humor, c uida r a l bebé, te ñ i rt e l as c a n a s y m antener tu trabajo. P orque a la m u j er ma ra v i l l a de los s esenta , se le agre gó e l h ech o de q u e p a r a s er m ujere s comple ta s, a de má s d e s er ma d re s , tenem os que se r e xitosa s e n nue stro t raba j o .
Y d es p u és , es t ar b i en p red i s p u es t as , o b v i o , y a h em o s h ab l ad o d e es t o : l a fan t as í a d e l a p u t a e n l a cam a. P ero n o p o d és v es t i rt e co m o p u t a p a r a s a l i r co n t u s am i g as , t en és q u e d ej ar es e l ad o a t o r r a n t e p ara l a i n t i m i d ad d el d o rm i t o ri o y afu e r a , m o n j a . P o rq u e s i afu era t e m o s t rás m í n i m am en t e c o q u in a, t e l a es t ás b u s can d o … y s i al g o t e pa s a , e s t u cu l p a. C o m o m u j er, n o s q u i ero s eg u ras y l i b re s . To d o l o d em ás , t o d o es e en o rm e es p ect ro q u e e n t r a e n l a p al ab ra m u j er, m u j er l i b re, d eb erí a s er a c e p t a d o p o r l a s o ci ed ad s i n p rej u i ci o s . L o q u e e s t o t a lm en t e i n acep t ab l e es q u e n o es t em o s se g u r a s n i p o d am o s s er l i b res . No p o d em o s cam i n ar s o l as p o r l a cal l e, n i s i q u i e r a a p l en a l u z d el d í a en u n b arri o t raj i n a d o p o r q u e n o s p o d em o s en co n t rar co n u n a j au rí a de v i o l a d ores a l a v u el t a d e cu al q u i er es q u i n a; n o p o d e m o s h acer n u es t ro t rab aj o t ran q u i l as p o rq u e n u n c a s ab em o s co n q u é d em en t e v am o s a t en er q u e l i d i a r ; n i h ab l ar d e v o l v er a cas a d es p u és d e e s e t r a b a j o a l a n o ch e. No p o d em o s p o n ern o s l a ro pa q u e q u erem o s s i n an t es p en s ar en el q u é d i rán . N o s é u s t ed es , p ero s o l o n o m b ré u n p ar d e co s as y t o d o e s o at en t a g rav em en t e co n el co n cep t o d e m u j e r l i b r e . E l o t ro d í a v i v í u n a s i t u aci ó n m u y d es a g r a d a b l e en m i t rab aj o . Un a d e m i s t areas es l i d i a r c o n l o s ch o feres d e b u s es , q u i en es , p o r s u p u est o , s o n l a m ay o rí a h o m b res . M u ch o s s e rep i t en t o d a s l a s
FOTO: Wales online Página 2
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se m a n as y logr é ge ne ra r una exce le nte rel aci ó n . E l o t ro día, s in embargo, me encontré con u n o q u e so l o h abía vis to una ve z y que e staba de mu y m al h u m o r, m uy enojado. Inoc ente , traté de an i m arl o c o n un poco de humor. Mi re compensa fu e u n fu e rt e empujón, s eguido de sac arme del c o l ect i v o a g a rrá ndom e de los bra zos c on mucha fue rza. F u e l a p ri mer a vez en mi vida que viví violenci a fí s ica. R e p o rté el epis odio a mi empresa, lo de nun ci é a l a e m p re sa par a la qu e él trabaja y traté de e n t errarl o e n l o m ás pr of undo de mi se r. A los día s , cu and o y a c as i no ocupa ba mis pensa mientos, fu i a l a p i l e t a . N o pude ev itar nota r que va rias p ers o n as m e m i r aban f ijamente ; y no a mí, me mirab an el b ra z o . Bajé la vis ta y los vi, burlones, a l o s m ore t o n e s . Todos s abe mos que ese tipo de mo ret o n es se h a c e n de una s o la ma ne ra y todas esas p ers o n as q u e m e cr ucé y m e mira ron, lo sa bían.
M i reacci ó n , i n co n s ci en t e, fu e l a v e rg ü e n z a : m e s en t í co m p l et am en t e av erg o n zad a d e s e r l a m uj er co n m o ret o n es en el b razo . Y p e n s é e n t o d a s es as o t ras m u j eres : aq u el l as q u e fu e r o n a s e s i n ad as , g o l p ead as , m al t rat ad as , u l t raj ad a s , v i o l a d a s , i n ci n erad as , co rt ad as , em b arazad as . To d a s a q u el l as m u j eres q u e s u fri ero n y s u fren v i o l e n c i a d e g én ero y n u es t ra s o ci ed ad n o s o b l i g a a s e n t i r n o s av erg o n zad as , co m o s i n o s l o m erecem o s , c o m o s i n o v al em o s m ás , co m o s i fu es e n u es tr a c u l p a .
FOTO: el periódico digital Página 3
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Fi n d e te m p o r a d a
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o s f ines de temporada siempre conll ev an más p re g untas que respuesta s, desde e l exam en per s o n a l , pr of undo, que nos hac emos sobre q u é que re m o s de nues tr as vida s, qué a prendiza je s n o s dej ó e st a tem por ada q ue e stá te rminando, qu é n o s gust ó y qué no, qué re pe tiríamos, qué evitarí amos. A e s o s e s uman la s pregunta s más mund an as : ef e c t i v a mente qué vamos a hac er, de qué v am o s a v i v i r, t enemos s uf ic ie nte plata pa ra sobre l l ev ar el i n t e rí n has ta la pr óxima te mporada, nos qu ed amos, n o s vam os , adónde vamos a vivir y un l arg o et cé t e ra . C o m o s i el inter r ogatorio persona l no fue se lo s u fi c i e n t e mente tor tuoso, se agre ga el de l rest o d el mun d o (q ue además , la mayoría está en la m i s m a que v o s ). Se r epiten, sobre todo, dónde vas a v i vi r, q u é vas a hacer y adónde vas a ir. E s i n c re íble que, no importa e n qué luga r d el mun d o e s tés , s i tr aba já s e n tempora da , e s igual en tod o s l a dos y par eciera que la mayor de la s p robl em á t i c as f ue, es y se rá la vivienda pa ra qui en es dec i d i m o s vivir de esta manera. Es lógico s i l o pen sá s d e s de el punto de vista más c apitali s t a y men o s e m pático, es tanto más fác il sac arle p l at a al t u ri s t a que al loca l, encima e n moneda ex t ranjer a .
P areci era q u e aq u el q u e l o g ra s er p ro p i e t a r i o / a s e o l v i d a p o r co m p l et o d e l o q u e fu e s er g o l o n d r i n a . S i em p re ad j u d i q u é l a fal t a d e m em o ri a a l p u e b l o arg en t i n o , p ero u n t i em p o en E u ro p a m e l l e v a a p en s ar q u e es u n t an t o m ás i n h eren t e al s e r h u m ano. A v eces , l a p i ed ad es m ás fu ert e y t en emo s l a s u e rt e d e co n s eg u i r al g o d u ran t e l a t em p or a d a b a j a ; es o s í , l a fech a d e cad u ci d ad s e rem ar c a e x a g erad am en t e, d ej an d o b i en en cl aro q u e ni b i e n l o s t u ri s t as p i s an el p u eb l o , q u i en es l es b r i n d a m o s s erv i ci o y a n o t en em o s d erech o d e h ab i t a r l o . L a v erd ad es q u e n o d ej a d e s o rp ren d e r m e , e n C h al t én p en s ab a q u e s i en d o u n p u eb l o t a n t u r í st i co , t an caro , p ero s o b re t o d o t an n u evo , l a g e nt e s e ab ru m ab a co n el ex t ran j ero y el p e s o d e s u m o n ed a y p o r es o o l v i d ab a a l o s l ab u ra n t e s . S i n em b arg o , v er q u e u n l u g ar co m o C h am o n i x r e p i t e el m i s m o p ro b l em a d es d e h ace cas i 1 0 0 a ñ o s m e l l ev a a p en s ar q u e es t am o s co n d en ad o s . Y e n l ug ar d e p reg u n t arn o s có m o res o l v erl o a l a rg o p l azo , n o s s acam o s l o s o j o s p o r u n a p i eza i n m u n d a q u e t i en e u n p reci o q u e p o d em o s p ag ar. L o s fi n es d e t em p o rad a, ad em ás d e se r v i r p a r a cu es t i o n arn o s y rep reg u n t arn o s s o b re n o s o t r o s m i s m o s , t en d rí an q u e s erv i r p ara rep la n t e a r n o s co m o s o ci ed ad , co m o co m u n i d ad . Vo l v e r n o s m á s em p át i co s , m ás s o l i d ari o s y real m en t e v e r a n u e st ro s v eci n o s , co m p ren d erl o s y, j u n t o s, i n t e n t a r b u s car u n a s o l u ci ó n a l arg o p l azo a u n p r o b l e m a q u e es d e t o d o s .
FOTO: el diario es Página 4
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R el a to L i v re L a m ú sica s uena de fondo y B runo piens a s i es el m o m en t o ap ro p i ad o p ara d eci r l o q u e s i e n t e . L a ve n t a n a tiñe de ve ra no el inte rior de la ha b i t aci ó n . E l l a l e o frece u n ci g arro q u e él acep t a c o n d e j ade z . Tomar air es de importancia le había fu n ci o n ad o o t ras v eces co n C arl a. P ero es t a v e z l a r o d e a b a la l u z convir tiéndola e n una diosa ina lc an zab l e. Ib a a d eci r al g o y s u cel u l ar v i b ró . E s l a e x c u s a p e rf e c t a par a m udar de espa cio, de aire . S u m en t e es t ab a t i l d ad a en el l a h ací a u n as s em an as . S i n m u c h a s vu e l t a s entendía que e so e ra e l amor. En u n i n t en t o p o r en t rar ad o n d e el l a es t ab a, l a m i r a a l o l e j o s . E n v e rdad, ¿la conocía? ¿Qué lo atra ía ta n t o ? S ab í a d e s u i n t el i g en ci a y d e s u b el l eza, c o m o t o d o e l m u n d o. Per o no podía ser solo eso, ¿o sí? M i en t ras C arl a s e l ev an t a a h acer café, l a o b se r v a y c o m o la so m b r a s e apodera de la venta na , un sen t i m i en t o l o l l en a p o r co m p l et o . É l q u i ere p o s e e r l a t a n s o l o po rq u e s í. Es alguie n hermosa y a dmirada p o r m u ch o s , m i s m o él l a ad m i rab a b as t an t e. N o l a c o n o c e , pe ro n o le im por ta . Quiere te ne rla, tra nsform arl a. Qu e el l a s ea s u y a. C u an d o l e d a el caf é r e c i é n s e rvi d o , el s abor ama rgo le hac e levanta r la m i rad a y s e en cu en t ra en el es p ej o . R eal m en t e p a r e c e a l g o m o n st r uos o. Bebe un sorbo, la mira a los o j o s y t o m a co raj e. E l as o m b ro d e el l a n o b as t a p a r a s e g u i r ha b l a n do y al ter minar se pa ra . C ie rra la pu ert a y s al e v o l an d o cu al el h éro e d e s u j u v en tu d .
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C ul tu ra Li v re Hay a l g o de las película s de Almodóvar que si empr e m e a t r ae. En es te ca so, junto a P enélope C ru z, no t e n í a chance de no ve rla. «Ma dres P aralel as » cue n t a l a his tor ia de dos mujeres atra ve sa da s p o r la m a t e rn idad en el mismo mome nto. Existe en t re el l as u n a conexión q ue va má s a llá de asp ect o s en c o m ú n . Tienen eda de s diferente s, pe rten ecen a c l a se s s ociales dife re ntes y tie ne n ideol o g í as pol í t i c a s dif er entes . Pe ro para el dire ctor, q u i en s i e m p re tr ata el vínc ulo ma te rnal c omo alg o m ás que i m p o r tante en la vida de los se re s huma n o s ,
es s er m ad res l o q u e l as m an t i en e u ni d a s . S u s p ers o n aj es s i em p re t i en en rel aci ó n co n l a c i u d a d , en es t e cas o M ad ri d , y al g ú n p u eb l o ; d e l c u a l n o s ab em o s el n o m b re, p ero s í s ab em o s q u e f u e e l l u g ar d e d es ap ari ci o n es p o r p art e d el E s t a d o e sp añ o l o p res o r. L a p el í cu l a p o r m o m en t os p a r e c i era s er u n t h ri l l er, p ero n o l o es d el t o d o . M i s m o u n o an t i ci p a l o q u e v a p as an d o d es d e el p r i n c i p i o . P ero l a m ag i a n o es t á ah í , es t á en có m o s e t r a t a l a h i s t o ri a en s í . Y au n q u e n o v ay a a s er un a d e l a s m ej o res p el í cu l as d el au t o r, s í es u n a m u y b u e n a .
Staff Dirección de redacción: Romina Lojo Redacción: Cecilia Facal - Romina Sanchez livreditorial@gmail.com
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