Edição 786 - 06/06/2013

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Notícia Antiga

Curitiba

Saiba mais sobre a maior operação militar aeronaval da história, o chamado Dia D.

Muitas nuvens

Mín. 9ºC Máx. 21°C

Mais informações: www.simepar.br

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Ano XIV Edição 7864 lona.redeteia.com

Quinta-feira,06 de junho de 2013

Produtos de alunos da UP têm enfoque no desenvolvimento sustentável

Yoshua García

Em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente, estudantes do curso de Design de Produto da Universidade Positivo expuseram trabalhos realizados com materiais reciclados. A sustentabilidade foi debatida no evento não só pelos alunos, mas também pelos humoristas Fagner Zadra e Kadu Scheffer, além de empresas que trabalham com o tema.

Página 3 João Lemos

Onde os ilustres e desconhecidos têm espaço IV Encontro de Cultura e Comunicação do Instituto Federal do Paraná traz para Curitiba a discussão do Jornalismo Comunitário na capital. Quatro jornalistas participaram do bate-papo que ressaltou a importância da definição do público-alvo na seleção das matérias. As denúncias da população só viram reportagens, se for constatado que a grande parte da audiência se interessará por aquele caso. Página 3 Divulgação

Assembleia Legislativa: agricultura versus sustentabilidade Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional traz para Curitiba discussão sobre a necessidade de adotar práticas sustentáveis na atividade agrícola. A audiência pública, realizada nesta segunda-feira (3), no Plenarinho da Assembleia Legislativa, contou com a presença de vários expositores, entre eles o deputado André Zacharow (PMDB), a pesquisadora da Embrapa Josileia Zanatta e o senador Sérgio Souza (PMDB). O eixo central do debate foi a agricultura voltada para a realidade paranaense. Página 4

Colunas

Página 2 Justiça

Tecnologia

Por onde anda?

“Os fatos devem ser “É cada vez mais nor- O que fazem os estu-

apurados e sancionados de maneira a melhor condizer com a verdade, punindo a quem se responsabilizar”. Lucas Souza.

mal que as crianças prefiram joguinhos na internet a brincadeiras que atravessaram gerações”. Karla Kachuba.

dantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Flávia Brito.

Moda Na coluna Moda por aí de hoje, Elana Borri explica a diferença entre moda conceitual e não conceitual.

Teatro “Enquanto temos um excesso de espetáculos em algumas regiões, há uma escassez em outras”, Larissa Mayra. Página 5


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junho, 2013

OPINIÃO

Editorial Coitado do acarajé No ano passado, quando foi noticiada a proibição da venda de acarajés na cidade de Salvador, durante os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, era difícil acreditar que um órgão estrangeiro, que trata de futebol, intrometesse-se de maneira tão autoritária em algo cultural e típico do Brasil, mais especificamente da Bahia. Foi no começo de outubro de 2012 que a Federação Internacional de Futebol (FIFA) viu nas baianas do

acarajé uma espécie de concorrência ao fast food amplamente permitido naqueles jogos. Por ser caracterizado como comida típica, a iguaria baiana simplesmente foi proibida. Em entrevista ao site Portal 2014, a presidente da Associação das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam) falou sobre a importância da especialidade. “O acarajé não é apenas uma comida típica, é um patrimônio imaterial do Brasil. Não entendo por que tanto desrespeito da Fifa com a

cultura do nosso país e da Bahia”. Desrespeito. É exatamente essa a palavra que resume a atitude da FIFA. Felizmente, depois de muitos protestos (inclusive um deles realizado durante a inauguração da Arena Fonte Nova, em Salvador), ontem foi liberada a venda de acarajé no entorno do estádio. Ainda não há informações sobre distância, preço ou se o bolinho poderá ser levado para dentro do estádio. No entanto, é uma prova de

Emoções Judiciárias Foi determinado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) nesta última quarta-feira (29) o alvará de soltura dos indiciados pelo incêndio na boate Kiss, que deixou 242 mortos e 600 pessoas feridas, na madrugada de 27 de janeiro deste ano, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Aos olhos de Túlio Martins, mesmo desembargador que ordenou a prisão dos dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira e dos dois

donos da boate, não há motivos para manter a reclusão, pois, se a desculpa anteriormente era a de “manutenção da ordem pública”, esta já tinha sido restaurada. Ou não. Apoiados pelo Ministério Público (MPRS) - que analisa recorrer ao STJ-, pais, amigos e familiares protestam deste então em praça pública e em frente à Delegacia Regional de Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), entregando

que protestos são válidos e que, quando organizados, trabalhadores de qualquer área conseguem reverter decisões autoritárias e sem sentido. Assim como em outras deliberações, a FIFA tem se mostrado extremamente ditatorial em relação à Copa do Mundo no Brasil. A possibilidade de flexibilização de determinadas leis brasileiras, a proibição de meiaentrada para estudantes e a venda de bebidas alcoólicas nos estádios foram outros pontos

polêmicos (alguns ainda sem solução) nos quais a FIFA se envolveu. A possibilidade de realizar uma Copa do Mundo no Brasil é, para muitos, uma ótima chance de estabelecer mudanças duradouras nas cidades-sede além de dar visibilidade internacional ao país. No entanto, a que preço isso tem acontecido? Se levadas em consideração as arbitrariedades a que a FIFA tem submetido o Brasil, esse preço tem sido muito, muito caro.

Lucas Patrick C. S. Souza pizzas e se caracterizando de palhaços. Sem dúvidas, os órgãos de defesa devem frisar o princípio da democracia, no qual não se percebe ato intencional por parte dos responsáveis, porém, é observado o ato de nociva irresponsabilidade na utilização de um sinalizador em ambiente fechado e a não fiscalização do show por parte dos organizadores. Em consequência, o apelo público e midiático em cima

deste ocorrido é tamanho e, sim, influencia as decisões tomadas pelo Tribunal, como ocorreu quatro meses atrás quando foram homologadas as prisões preventivas. Porém, a morte de 242 jovens não será reparada. Tampouco a dor e a saudade de quem sente será amortecida. O apelo por “justiça” será sempre enérgico, contudo, crendo na racionalização e na utilização da informação por meio da

razão, o Supremo Tribunal de Justiça segue a linha de Aristóteles: “A razão é a ideia de distinção de certo e errado, consciência humana”. Por mais que doa nos corações o sentimento de impunidade, os fatos devem ser apurados e sancionados de maneira a melhor condizir com a verdade, punindo a quem se responsabilizar. Doendo a quem doer, a ordem e o progresso.

Por Onde Anda? Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professor-orientador Ana Paula Mira Editores-chefes Júlio Rocha e Marina Geronazzo Editorial O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

Flávia Brito O tempo passa com uma rapidez absurda e quando você se dá conta já foram dez anos. Parece que foi ontem que eu ainda frequentava a faculdade de jornalismo sem muita ideia de como seria o meu futuro profissional. Naquela época, jamais imaginei que

seria proprietária de um negócio próprio. Mas a vida adora nos surpreender e, em 2009, abri, junto com uma amiga jornalista, a Vogal Estúdio de Conteúdo. Hoje, mais do que nunca, é o conteúdo que me atrai, me fascina e me sustenta, literalmente. Acervo Pessoal

As crianças e a tecnologia As crianças da atualidade nasceram imersas em um mundo tecnológico. Diferente de alguns pais e avós. Por esse motivo, é comum que, desde cedo, elas aprendam a lidar com os apetrechos tecnológicos e que se acostumem com a tecnologia. As crianças têm facilidade de lidar com coisas novas e por isso se adaptam rapidamente ao mundo que as rodeia. Na educação, atualmente temos o uso dos tablets, que tem a função de auxiliar no aprendizado e no desenvolvimento da criança. O que

antes era utilizado em algumas escolas, apenas para adolescentes, agora é aplicado com crianças do maternal e pré-escola. O uso da tecnologia desde cedo é comum e tem vantagens, mas também tem desvantagens e pode ser prejudicial para as crianças. Apesar de elas terem nascido nesse mundo, terem se desenvolvido tecnologicamente e serem acostumadas com a tecnologia em tudo a sua volta, elas precisam viver em um mundo fora dos computadores e tab-

Karla Kachuba lets. Precisam brincar, imaginar, criar de maneira que elas mesmas possam ter contato com a criação. É claro que o mundo digital é vantajoso, mas várias pessoas se educaram com caneta, lápis e caderno. Folhas de papel não são relíquias e esses pequenos precisam usar os sentidos e ir além do simples toque na tela. É cada vez mais normal que as crianças prefiram joguinhos na internet a brincadeiras que atravessaram gerações. Porém, isso acaba fazendo com que

a criança perca alguns momentos da infância, se envolvida em um mundo virtual. Tudo tem um lado bom e um lado ruim. Nesse caso, os bebês terem esse contato imediato pode deixá-los ainda mais dependentes da tecnologia quando forem maiores. Não tem como fugir dela, mas tem como usá-la de maneira saudável sem prejudicar a infância e de forma que se possa usar em paralelo com a vida real. Essa atitude deve partir dos pais, eles têm o dever de educar as crianças desde bebês, o que pode e

o que não pode fazer, controlar o tempo que os filhos ficam na internet. Brincar com outras crianças e com brinquedos reais também é importante para o crescimento e amadurecimento delas. Não acho que a tecnologia seja um mal, pelo contrário, concordo que seja um grande benefício. Mas acho que as crianças precisam sair um pouco do mundo tecnológico e se envolver no mundo real que tem muitas coisas boas para oferecer.


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GERAL

QUINTA 06 JUNHO, 2013

Produtos sustentáveis recebem destaque no Dia Internacional do Meio Ambiente A divulgação do trabalho dos alunos de Design de Produto da UP teve o enfoque em produtos sustentáveis mostrando diversas formas de reaproveitamento de objetos Yoshua garcía

Yoshua García

Na última quarta-feira, em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente, um evento foi realizado na Universidade Positivo, para divulgar atividades de alunos do curso de Design e produtos de empresas, além de conteúdo da própria Universidade sobre a importância da melhoria e o respeito ao Meio Ambiente. Além disso, contou com a participação especial dos humoristas Fagner Zadra e Marcio Ramos do “Tesão Piá”. Os alunos do curso de Design de Produto desenvolveram banners e produtos ressaltando a importância da sustentabilidade e mostrando que nem tudo precisa ser descartado, diversos materiais podem ser reutilizados. Alguns dos exemplos foram uma mesinha de centro feita a partir de um pneu, uma churrasqueira a partir de latas de tinta ou uma prateleira para pendurar coisas a partir da madeira de um skate. Segundo Karla Preussler, supervisora ambiental do comitê do SGA (Sistema de Gestão Ambiental), a UP está prestes a receber a certificação internacional ISO 14.001 (o que deve acontecer em dezem-

bro desse ano). Caso isso aconteça, a Universidade Positivo será a segunda do país a receber a certificação, sendo que a Unisinos do Rio Grande do Sul foi a primeira. Preussler, porém, explixa que, para que o projeto funcione, é necessária a colaboração de todos. “A universidade pode ser comparada a uma pequena cidade, por onde passam em média 13 mil pessoas por dia, que consomem energia, água e produzem lixo. A gente tem que manejar isso de uma maneira adequada e fazer uma gestão adequada desses elementos”, explica Karla. O evento contou com a participação de Mauricio Ramos, que abriu o pequeno show com um stand-up que misturava humor do cotidiano com críticas em relação às pessoas que não respeitam o

meio ambiente. O diálogo vinha acompanhado de uma caracterização satírica. Uma vez acabado o pequeno monólogo, chegou a vez de Fagner Zadra, que falou de suas peculiaridades e vida. Para Marcio Ramos, é necessário que as pessoas entendam que as ações vão além de uma data comemorativa. “Através de uma propaganda, algum anúncio, um comentário, faz ela [a pessoa] pensar realmente sobre o efeito que vai dar uma atitude consciente em relação ao meio ambiente, para as gerações futuras, essa data é legal por isso”, comenta. “É claro que a consciência tem que ser constante, mas essa data é importante para parar, refletir e rever os conceitos do meio ambiente, como que eu estou agindo nas pequenas atitudes, lá na minha casa, que vai im-

pactar no mundo todo”. O comediante Fagner Zadra alega que em qualquer trabalho é possível colocar em prática coisas que beneficiem a sociedade e, principalmente no humor, isto é essencial. “O humor pode ser qualquer coisa, inclusive engraçado, ou seja, no humor você pode colocar todo tipo de crítica, de un monte de coisas, e falar sobre meio ambiente é fundamental”, comenta o humorista. A supervisora ambiental Karla Preussler diz que, dentro do ambiente universitário, os alunos e trabalhadores podem ter práticas mais sustentáveis como coleta seletiva, separação do lixo, desligar os monitores dos laboratórios quando a gente terminar de utilizálos, desligar a luz quando saímos da sala ou usar as escadas em vez do eleva-

dor. Todos podem ajudar e fazer diversas ações que colaboram com o sistema de gestão. “Está vindo uma nova ação na lixeira de sala de aula, vai ser para plástico, metal e vidro”, comenta Karla Preussler, sobre a implantação de novas práticas sustentáveis na universidade. “A gente até fez um estudo preliminar e a gente viu que os alunos consomem muito, acabam lanchando muitas vezes dentro da sala, então dentro da sala vai ser só para plástico, metal e vidro. Estão chegando uns adesivos para serem colocados nas lixeiras e se o aluno gerou algum papel ou tem algum resíduo orgânico [...], ele deve se dirigir à lixeira mais próxima da sua sala e não misturar tudo [...] vamos ter que mudar nossos hábitos no nosso dia a dia para que as coisas funcionem”, conclui.

“Todo jornalista adora fazer matéria para puxar a orelha do poder público”, afirma repórter Marc Souza O jornalista participou do IV Encontro de Cultura e Comunicação do Instituto Federal do Paraná e admitiu falta de procura da comunidade pela rádio BandNews isadora nicastro

O jornalismo comunitário parte de denúncias feitas pela população, que buscam nas mídias “uma voz” que ajude a solucionar os problemas. Os repórteres, por sua vez, agarraram essa oportunidade de fazer valer o grande papel de sua profissão: promover mudanças no mundo. “Todo jornalista adora fazer matéria para puxar a orelha do poder público”, afirma o repórter da BandNews Marc Sousa, sobre as matérias de denúncia. O grande desafio dos jornalistas é fazer com que um problema e a força de vontade do repórter tenham o perfil que o veículo precisa para uma reportagem ir ao ar.

coordenadora de reportagem da RPC TV, Suzana Possamai, participaram do primeiro bloco do debate e comentaram o processo de transformação da denúncia em notícia na emissora. Suzana conta que todos os dias cerca de dois mil e-mails são recebidos pela redação da RPC. Eles passam por uma seleção de acordo com os critérios de interesse público e são escolhidos a partir do levantamento dos resultados que podem ser obtidos com aquele problema. A RPCTV transmite seu jornal diário para um público de aproximadamente um milhão e duzentos mil telespectadores, para Curitiba e Região Metropolitana e, para que uma matéria de denúncia chame atenção desse público, precisa ter grande abrangência. “Precisamos pensar primeiro: o que vai fazer alguém que more do outro lado da cidade se interessar pelo problema do buraco da rua da dona Maria?”, conta Malu Mazza.

Essa questão foi debatida no IV Encontro de Cultura e Comunicação do Instituto Federal do Paraná, que, em dois blocos, apresentou diferentes formas de fazer esse jornalismo voltado à comunidade. O evento reuniu nesta quarta-feira quatro jornalistas que participaram de um bate-papo com estudantes e comentaram de que maneira A repórter ainda admite que é feita essa integração de um o jornal paranaense é conserjornal com o público. vador, tanto o televisivo quanto o impresso, mas que a RPC A repórter Malu Mazza e a procura não explorar o lado

sensacionalista como outros veículos. “Não gostamos do sensacionalismo. Nosso critério é a relevância”, afirma Malu. Um dos principais destaques da emissora que presta esse serviço à comunidade é o “Calendário”. Esse bloco denuncia, fiscaliza e cobra das instituições soluções e ações para as críticas da população. “Quando sai a primeira matéria do Calendário com alguma denúncia, a prefeitura e as empresas já ficam de cabelo em pé!”, contou Suzana explica que, após uma matéria ser veiculada, os repórteres e produtores ligam constantemente para cobrar ações que resolvam de forma rápida e eficiente a questão. Para elas, isso é o jornalismo comunitário, porque busca mudanças concretas. Já a Rádio BandNews tem uma postura um pouco diferente em relação ao atendimento à população. A diretora de jornalismo da rádio BandNews, Marcela Mendes, e o âncora e repórter, Marc Souza, comentaram no segundo bloco do evento seu único programa voltado à comunidade: o Giro

nas Ruas. O programa é realizado por um repórter, que vai até uma rua da cidade e conta a história desse local, suas características e curiosidades. Nesse bloco, muitas vezes surgem denúncias. Segundo Marcela, “É onde os ilustres e desconhecidos têm espaço.” Além desse programa, as reportagens dentro da comunidade não são tão comuns. Alguns temas entram como comentários, entre os grandes assuntos da política regional e brasileira. Entretanto, a falta dessas matérias tem motivo: a própria falta de procura da rádio BandNews pelos ouvintes. “A rádio tem um perfil muito político, conversa muito com esse setor da sociedade. A gente também ouve muito as pessoas que vão lá reclamar da rua, sem esgoto. Mas a demanda é menor até porque o nosso público é diferenciado. Esse público mais comunitário, vamos dizer assim, procura mais a rádio AM, que fica mais tempo ali perto deles”, afirmou o âncora.

notícias de trânsito e notícias leves e culturais. “Um dia, estava fazendo o jornal e não falei a agenda cultural. Tinha gente ligando lá na rádio cobrando. Nosso público consome a cultura e quer isso”, conta Souza, ao afirmar que esse jornalismo de serviço também é muito importante. A diretora de jornalismo afirma que, quando o jornal está muito pesado, é esse tipo de notícia que vai ao ar. “Ninguém aguenta um jornal inteiro de polêmica, notícia ruim. Essa notícias entram para deixar mais leve. Ontem mesmo, um repórter foi até a inauguração da maior suíte de motel em Curitiba. Tivemos uma grande resposta do público sobre essa matéria”, conta a diretora.

Nesta quinta-feira ainda acontecem debates para a discussão da comunicação e da cultura em Curitiba. A partir das 19h, o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, e o elenco do canal do youtube “Tesão A saída encontrada pela rádio Piá”, estarão no auditório da nessa questão é implantar duas IFPR para mais um bate-paformas em que o jornalista en- po. tre em contato com o cidadão:


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Política

QUINTA 06 JUNHO, 2013

Discussão da Assembleia conclui que convívio entre sustentabilidade a agropecuária é possível Questões da Comissão sobre mudanças climáticas concentraram-se no embate entre interesses do agronegócio e prioridades ambientais JOÃO LEMOS

João Lemos

Do debate trazido pela Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Congresso Nacional para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), nesta segunda-feira, concluiu-se que há como desenvolver atividades agrícolas pautadas na preservação ambiental. Entre as autoridades presentes no evento esteve o senador Sérgio Souza (PMDB/PR), que integra, ao mesmo tempo, comissões sobre sustentabilidade e agropecuária. Segundo ele, não há nenhum contrassenso nisso, uma vez que os dois temas se complementam. Apesar de acreditar ser natural que as discussões sobre sustentabilidade pendam negativamente sempre para o “lado mais fraco”, o dos agricultores, o diretor da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), João Luiz Rodrigues Biscaia, diz não ser “inimigo de ninguém” nos debates sobre o meio ambiente e defender a atividade econômica do agricultor, um dos tripés da sustentabilidade. “Acredito, sim, na agricultura sustentável, ainda mais quando há pesquisa e difusão de conhecimentos científicos”, afirma.

os debates da Comissão são importantes sobretudo porque envolvem duas atividades que nem sempre estão de acordo: a produção agrícola e a preservação ambiental. Ela, que em 2010 ainda ocupava o cargo de deputada estadual, diz que passou a conhecer o significado e a importância do agronegócio só em Brasília. “Descobri que precisávamos produzir preservando e preservar produzindo com foco no agronegócio”, completa. A parlamentar, que já realizou uma série de trabalhos na Amazônia, também atenta para a necessidade de preservar a maior reserva florestal do mundo como forma de manter os índices de produtividade. Como se sabe, tudo o que acontece nessa região em termos de depredação interfere negativamente no clima do país como um todo. Para Rosane, no entanto, é preciso cuidar não só da árvore, mas também do povo que lá vive.

A audiência foi aberta pela presidente da CMMC, Vanessa Grazziotin, que apresentou a importância da Comissão para o país, tendo em vista os sérios problemas que o mundo enfrenta em consequência da devastação da natureza. Conforme ela explica, apesar de as políticas internacionais não exigirem de nações emergentes a redução das emissões de gases de efeito estufa, por exemplo, o Brasil segue essa conduta em lei, e a CMMC é uma das formas de acompanhar o desempenho dos estados nessa tarefa. Paraná “Somos uma das comissões mais jovens do Congresso e temos um plano nacional de mudanças climáticas, que, a cada ano, emite um relatório de suas ações”, diz. O deputado Rasca Rodrigues (PV), outro membro da CMMC, reforça as palavras de Grazziotin, afirmando que as metas do Brasil são arrojadas e que reuniões sobre o tema são bastante interessantes, pois possibilitam a abordagem de questões pouco discutidas, como o sequestro de carbono.

mos pela experiência da no. “O arcabouço legal do devastação ambiental”, estado do Paraná sobre o conta. tema está sendo bem instituído”, observa Castella. Além da audiência pública organizada pela CMMC, Mesmo assim, ele reconoutras ações do parla- hece que ainda há grande mento nacional no que necessidade de se olhar se refere à preservação da com preocupação para natureza já foram realiza- as mudanças climáticas e das no Paraná. O senador de dar atenção à proteção Sérgio Souza (PMDB/PR) à natureza. Desse modo, cita duas delas: o debate ele traça um desafio para sobre o impacto nega- os próximos anos: desentivo das hidroelétricas ao volver mecanismos mais meio ambiente, realizada eficientes para uma agrino ano passado, em Foz cultura sustentável. Para do Iguaçu, e a reunião isso, Castella destaca a sobre o Código Florestal, Política Nacional de Inteque aconteceu na própria gração Lavoura-PecuáriaAssembleia no mês pas- Floresta, que, em seu objesado. tivo 3º, prevê a ampliação da educação ambiental, Segundo o educador am- por meio do estímulo a biental Paulo Roberto atividades de pesquisa e Castella, que na reunião inovação tecnológica. representava o secre- Embrapa tário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Entre as organizações Paraná, Luiz Eduardo presentes na audiência esCheida, o Paraná tem teve a Empresa Brasileira propiciado uma política de Pesquisa Agropecuária de incentivo ao setor flo- (Embrapa), que é conhecida por realizar estudos sobre agricultura tropical. Conforme explica uma de suas pesquisadoras, Josileia Acordi Zanatta, a Embrapa desenvolve, por exemplo, macro programas que visam a apresentar algumas soluções de nível social. Sobre as mudanças climáticas, especificamente, a empresa tem um portfólio que conrestal, que representa tém relações com o siste3,5% do PIB brasileiro. ma produtivo agrícola. Além disso, ele afirma que cursos de agronomia Além disso, ela destaca de várias universidades que a instituição segue estaduais já recebem in- três vertentes de estudo vestimentos firmes em que incluem trabalhos pesquisa e tecnologia e experimentais. Verificouque o Cadastro Ambien- se nessas trabalhos, por tal Rural, o pagamento exemplo, que a cultura por serviços ambientais e de eucalipto reage posia restauração da Reserva tivamente a um aumento Legal e áreas de preser- da concentração de gás vação permanente são carbônico no organismo outras ações importantes da planta e é prejudicada desenvolvidas pelo gover- com períodos prolonga-

“É natural que as discussões sobre sustentabilidade pendam negativamente sempre para o lado mais fraco: o dos agricultores”

De acordo com o IBGE, o Paraná é responsável por cerca de 20% da produção de grãos do país. Daí a importância, segundo Grazziotin, de trazer para a capital do Estado a Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas. Levando em conta o histórico da região, marcado pela substituição de florestas por atividades mercantis, o deputado André Zacharow (PMDB) acredita que o Paraná tem muito a contribuir para as Para a deputada federal discussões sobre mudanRosane Ferreira (PV), ças climáticas. “Já passa-

dos de seca. O estudo ainda apontou a retirada de estruturas de conservação do solo no interior do Paraná como um dos principais responsáveis pelo aumento das secas. “Isso representa um retrocesso no cuidado com a conservação desse [o solo] recurso natural”, classifica Zanatta. Agricultura X Sustentabilidade Estudos realizados em 2001 pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que o agronegócio é um dos principais pilares da economia do país, contribuindo com 22,3% do PIB brasileiro. Em contrapartida, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) classifica a agricultura como uma das principais fontes de emissão de poluentes na atmosfera. Para o engenheiro agrônomo da Ocepar, Sílvio Krinski, o “produzir conservando” é ainda um grande desafio a ser cumprido. De acordo com ele, o cooperativismo ligado ao setor agropecuário é uma das alternativas para a sustentabilidade. “Esse sistema promove o crescimento econômico sem se esquecer de seus cooperados”, diz. Ao fim da audiência pública, a senadora Vanessa Grazziotin avaliou o debate como “extremamente proveitoso”, enaltecendo a qualidade da argumentação dos expositores. Além disso, ela diz que o tema continuará a ser discutido e que nos dias 16 e 17 de outubro acontecerá, em Brasília, nova reunião sobre o meio ambiente, mas com foco nas legislações estaduais e brasileira.


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COLUNISTAS

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Elana Borri Moda por aí Moda Conceitual x Moda Não Conceitual mente as marcas voltadas para o público da classe média ou média-alta, como a Triton, Velvet Underwear, Chocolateria, Erre Nove, e Mariana Alves mostram peças que, com toda certeza, usaríamos para ir pra faculdade, sair com os amigos, ir para o trabalho. Essas são as roupas dos estilistas que usam as ideias-base dos modelos conceituais e as aplicam naquelas que usamos todos os dias. Entretanto, durante a 3ª e a 4ª Semana de Moda de Curitiba, que aconteceram no ano passado e as quais fui cobrir pelo Positivo Fashion, pude notar que moda conceitual e não conceitual vêm se misturando no mesmo desfile. Várias marcas apostam no look principal da coleção uma peça conceitual, mas as outras do desfile se mostram totalmente usáveis para uma pessoa normal fora das passarelas. Acho que os estilistas estão percebendo que, quando há um foco no material “usável”, os clientes se interessam mais e se imaginam no lugar dos

modelos, usando aquelas mesmas peças. Pude perceber também que, quando um desfile conceitual terminava, muita gente não expressava emoção, saíam caladas como se não tivessem entendido o que tinha acabado de acontecer. Mas, quando o desfile era não conceitual, era possível ver a reação das pessoas durante a apresentação da marca. Muitos abriam a boca (de espanto ou apreciação), comentavam com a pessoa ao lado, e saiam do local dizendo: Eu quero aquela calça, e aquela blusa, e aquela bolsa, e aquele sapato... Todo esse contemplamento, sem dúvida nenhuma, atrai cada vez mais clientes para as marcas, que conseguem satisfazer os dois lados da balança: ao mesmo tempo os clientes ficam encantados pelas peças e a mídia fashion consegue fazer um aprofundamento maior daquele desfile, já que normalmente há muita repercussão após o evento.

Elana Borri

A coluna de hoje vai ser um texto explicativo: a diferença entre moda conceitual e não conceitual. Tem gente que assiste a algum desfile de moda conceitual e que diz: eu nunca usaria essa roupa! Olha esse corte, o tamanho dessa calça, o caimento dessa blusa. Como que alguém pode usar isso? Mas nem mesmo os estilistas querem que você use isso! Eles pretendem que você use e abuse do conceito, a ideia básica daquela coleção, como as cores, os tecidos, alguns cortes, maquiagem, cabelo etc. Elas têm a intenção de despertar um olhar crítico para as tendências que estão por vir. Desfiles de marcas mais luxuosas, como Prada, Dolce & Gabanna e Chanel, usam e abusam deste recurso, para chamar a atenção da mídia do mundo fashion para as extravagâncias e irreverências que normalmente aparecem. Mas nada disso impede que algumas peças não sejam fabricadas exatamente como estão nas passarelas: esta é a moda não conceitual. Geral-

Desfile da Velvet Underwear: Moda não conceitual

Larissa Mayra Falo de Teatro Não tem teatro, não! Certo dia, eu estava conversando com uma colega que chegou recentemente em Curitiba e que antes residia na cidade de Três Marias, em Minas Gerais. A conversa, obviamente, foi sobre teatro. Do curto diálogo, o que me fez pensar foi um comentário sobre a sua cidade, pois ela me contou que, apesar de Três Marias ter aproximadamente 25 mil habitantes, o município não possui nenhum teatro. Tudo bem, se considerarmos apenas Três Marias, mas com uma pesquisa rápida qualquer um pode constatar que essa é a realidade da maioria das cidades. No Paraná, apenas 32,58% dos municípios declararam ter salas de espetáculos e 48,05%

do total de 77 teatros estão concentrados em Curitiba. Estranho, se considerarmos que o estado possui 10,4 milhões de habitantes, sendo que 1,7 milhão de habitantes estão localizados em Curitiba. Os índices do país são ainda piores. Somente 21,20% dos municípios possuem teatros e isso é lamentável. Significa que a possibilidade de ir a um espetáculo não é direito de acesso à cultura, mas sim uma dádiva por você ter nascido em um local que está dentro dos miseráveis 21,20%. Com a falta de espa-

ços para o teatro e outras artes, o acesso à cultura fica restrito à televisão, que nem sempre cumpre esta função. Mesm o

espetáculo e a diferença da experiência através da web para o “ao vivo” é indescritível. Enquanto temos um excesso de espetáculos em algumas regiões, há uma escassez em outras. É necessária a distri-

com a democratização da internet, o vácuo continua vazio. Quando assistimos a um vídeo de uma peça ou filme, aquilo é apenas uma buição, forma de apresentar o a formação de novos

públicos e o distanciamento dos traços de um Brasil Colônia, no qual somente a nobreza obtinha acesso aos te at ros . S e iss o não o cor re r, a p os s ibi lidade de assistir a espetáculos só será possível se as pessoas, assim como minha colega, migrarem para a “capital”.


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QUINTA 06 JUNHO, 2013

AGENDA

NOTÍCI ANTIGA O Dia D e o Fim da data, cerca de 155 mil Segunda Guerra homens dos exércitos Mundial dos Estado Unidos, Grã-Bretanha, CaNo dia 6 de junho do nadá, França (parte ano de 1944, aconte- livre), Polônia, Ausceu a maior operação trália, Bélgica, Nova militar aeronaval da Zelândia, Holanda e história, o chamado Noruega abriram um Dia D. Foi o dia deci- fronte no ocidente sivo em que os aliados para ajudar a contraocidentais desembar- balancear a pressão caram na Normandia, exercida pelo exérperto do noroeste da cito alemão no terFrança, sendo con- ritório russo, região siderada a data mais que sofria pelo forte importante na opin- domínio nazista. ião de historiad- Os Aliados usaram ores, pois teria sido senhas e informações o marco do final falsas, fato que colada Segunda Guer- borou para que as trora Mundial. Nessa pas alemãs ficassem

confusas durante o ataque. Esse período foi marcado pelo colapso final do III Reich, pelo qual foram expulsos diversos nazistas que se encontravam em solo soviético. Após os combates, a operação funcionou, e os Aliados saíram como vencedores das duras batalhas. No ano de 1945, todas as ações militares já haviam sido suspensas, colocando um ponto final em uma das maiores e piores guerras que a humanidade já havia presenciado.

FEIRAS LIVRES

Teatro Mágico traz novo espetáculo ao Curitiba Master Hall No dia 14 de junho, o público da capital paranaense poderá acompanhar o novo espetáculo da trupe. Os ingressos estão à venda. SERVIÇO: Teatro Mágico lança em Curitiba o DVD “Recombinando Atos” Quando: 14 de junho Local: Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 143) Horários: Abertura da Casa: 22h Classificação etária: 16 anos Informações para o público: (41) 33150808 Ingressos: Pista meia-entrada 2º Lote (R$40,00 + Tx. Adm.R$5,00) - R$ 45,00 / Pista Inteira 2º Lote (R$80,00 + Tx. Adm.R$5,00) - R$ 85,00.

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Feira do Ahú – R.Colombo – das 7h às 11h30. Feira do Batel – R.D.Pedro II – das 7h às 11h30. Feira do Boqueirão – R.Gabriel Corisco Domingos – das 7h às 11h00. Feira de Sta.Quitéria – R.Prof. Fábio de Souza – das 7h às 11h00. Feira do Bairro Alto – R.Adílio Ramos – das 7h às 11h00. Noturnas: Feira do Água Verde – R. Prof.Brasílio Ovídio da Costa – das 17h00 às 22h00. Feira do S. Francisco – Pç.Garibaldi – das 17h00 às 22h00.

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