LONA 775 - 20/05/2013

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Ano XIV Edição 775

Segunda-feira, 20 de maio de 2013

lona.redeteia.com

Palestrantes debatem a internet como profissão Bruna Alves

A última edição do Curitiba Social Media contou com 45 palestrantes como Cristovam Buarque, PC Siqueira, Gustavo Horn e Fagner Zadra. Todas as palestras debatiam, dentre vários pontos de vista, diferentes formas de trabalho na internet, além das mudanças que ela causa na sociedade moderna. Página 3

60% dos casos de abuso sexual em menores acontecem em casa O VII Seminário Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes de Curitiba aconteceu na última sexta-feira na Universidade Positivo. O principal debate do evento foi a atuação dos órgãos públicos reguladores e periféricos que influenciam na saúde, educação, segurança, assistência psicológica e familiar dos menores violentados. Página 3

Domínio Público

NOTÍCIA ANTIGA

Uma projeção para o caos no trânsito em Curitiba

No dia 20 de maio de 1940, começou a funcionar um dos maiores marcos do nazismo e da Segunda Guerra Mundial, o campo de concentração de Auschwitz. Cinco anos depois, o campo foi invadido por tropas soviéticas e os que sobrevevirão aos experimentos foram libertados.

O projeto do Metrô Curitibano está parado mais uma vez. Mudança no método de construção pode inviabilizar a construção do metrô. A consequência de mais de uma década de demora na execução desse projeto é o aumento de congestionamentos na capital paranaense. Na contramão das grandes capitais mundiais, curitibanos optam pelo transporte pessoal e concretizam uma realidade de caos no trânsito. A esperança é de que o metrô traga novamente à cidade a qualidade e a escolha da população pelo transporte público. Página 4

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Colunas

Metrô

MP dos Portos

Por onde anda?

“Os ônibus estão cada vez mais lotados, os cobradores e motoristas mais despreparados e a passagem mais cara. A grande proposta da prefeitura para resolver esse problema é esconder tudo isso embaixo da terra”. Isadora Nicastro.

“Na minha visão, a privatização é um ganho para a sociedade devido à própria política brasileira. O processo burocrático do país para a construção e modernização de qualquer empreendimento coloca em xeque a credibilidade do poder público”. Lucas Kotovicz.

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de for- Com um número cada vez mados? Saiba por onde anda maior de jogos casuais seno ex-aluno Raphael Moroz. do lançados, os games estão ficando cada vez mais fáceis. Maximilian Rox debate a nova abordagem de games que não priorizam a dificuldade.

Games

Cinema Por que não vemos nos filmes Wolverine e Homem-Aranha juntos aos Vingadores?

Matheus Klocker explica a situação dos contratos e direito de imagem dos heróis da Marvel. Página 5


Segunda

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Editorial

maio, 2013

OPINIÃO Apuração em primeiro lugar

O jornalista e cronista esportivo Silvio de Tarso morreu aos 61 anos por insuficiência respiratória nessa sexta-feira (17) na UTI do Hospital Pilar, em Curitiba. O jornalista estava em coma induzido desde o início da semana por complicações de uma pneumonia. Tarso se destacava por seus comentários e por ser um profissional competente. Porém, a notícia de sua morte, que foi dada de maneira equivocada um dia antes, não foi tratada com a mesma seriedade que o cronista teve durante toda a sua carreira.

Nessa quinta-feira, enquanto Silvio de Tarso ainda estava em coma induzido no hospital, a rádio Banda B divulgou em seu site que o cronista tinha falecido. Assim que a rádio percebeu o grave erro que havia cometido, a informação foi retirada do portal de notícias. A CBN Curitiba também publicou a notícia errada sem qualquer tipo de apuração jornalística e simplesmente desmentiu a informação depois. O dever de um jornalista é checar a informação até que ele esteja seguro de que a notícia é verdadeira.

Dessa forma, é possível perceber nitidamente que, neste caso, os veículos de comunicação se deixaram levar pelo afã de serem os primeiros a dar a notícia, mas estes deveriam estar cientes de sua responsabilidade com a população, pois informações disseminadas sem averiguação podem causar sérios danos à sociedade. Qualquer notícia deve ser levada a sério quando se trata de apuração, principalmente quando envolve algo tão importante e delicado quanto a vida de uma indivíduo. Essa atitude lamentável represen-

ta uma falta de respeito não só com os familiares da pessoa em questão, mas também com o público que sempre espera receber informações de qualidade e com a devida apuração jornalística. Mesmo que a morte de Silvio de Tarso tenha lembrado a população de que a falta de profissionalismo e ética dos veículos de comunicação ainda é um sério problema, sua vida é e sempre será um exemplo de bom jornalismo a ser seguido.

Trocando um problema por outro O Metrô Curitibano parece ser a resposta para todos os problemas de transporte em Curitiba. Não enfrentaria trânsito e seria uma alternativa quem utiliza os ônibus, já que faria conexão com dois dos terminais mais congestionados da cidade: o Pinheirinho e o Capão Raso. Mas a expectativa dos curitibanos tem tudo para ser frustrada. O ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, instituiu em Curitiba o sistema de ônibus articulados e de tubos. Esse transporte foi modelo por anos e hoje já começa a ser ultrapassado. O sistema não está dando conta

da demanda. Os ônibus estão cada vez mais lotados, os cobradores e motoristas mais despreparados e a passagem mais cara. A grande proposta da prefeitura para resolver esse problema é esconder tudo isso em baixo da terra. O metrô passaria a ser a única forma de conexão do centro com a região CIC Sul. Os ônibus biarticulados que conectam a região não fariam esse transporte e as canaletas se transformariam em “Boulevard”: um calçadão para pedestres, com ciclovia, arborização e paisagismo, além de equipamentos de lazer. O Boulevard deixaria

Por Onde Anda? Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professor-orientador Ana Paula Mira Editores-chefes Júlio Rocha e Marina Geronazzo Editorial Júlia Trindade O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

Isadora Nicastro a cidade linda e a prefeitura criaria um espaço “destinado às pessoas”. Espaço que em baixo da superfície faltará, e dentro do metrô, as pessoas continuarão como sardinhas enlatadas. A situação com o metrô não muda nada. Cada carro do trem tem a mesma capacidade de um ônibus biarticulado: 1450 pessoas. Mesmo o trem sendo mais rápido, retirando as duas principais linhas, Santa Cândida/ Capão Raso e Pinheirinho, será uma concentração duas vezes maior de passageiros, em um lugar só. A prefeitura ainda se preocupa muito com seu título

de “cidade europeia no Brasil” e não consegue ser eficiente e prática sem ser totalmente bonita e glamorosa. O metrô é essencial para ser alternativa do transporte coletivo atual, e não ser outro sistema caótico. Enquanto a preocupação da prefeitura for com a imagem da cidade, entendendo a obra do metrô como uma modernização e não como uma necessidade, os curitibanos continuarão cedendo seu espaço para investimentos em paisagismo e calçadas de granito.

Raphael Moroz

Eu achava que, depois que me formasse, minha vida ficaria mais tranquila, pois sempre fiz questão de realizar estágios e participar de atividades jornalísticas extracurriculares durante a graduação. Me enganei! Hoje, quase 2 anos e meio depois de ter me graduado, sinto que corro ainda mais do que naquela época. Assim que me formei, comecei a trabalhar na Editora Ibpex, onde atuo com comunicação empresarial. Nunca imaginei que trabalharia com isso, mas estou adorando! Além disso, eu e minha amiga Milena Beduschi publicamos o nosso Trabalho de Conclusão de Curso – um livro com histórias de mães que adoeceram devido à dependência química dos filhos – e estamos até dando palestras sobre o tema, o que tem sido uma experiência ótima. Como se não bastasse tudo isso, resolvi emendar outra graduação (psicologia) e fiz uma pós em Cinema! Acervo Pessoal

MP dos Portos é o primeiro passo, ainda pequeno, do que deve ser feito Durante os últimos dias a imprensa acompanhou o desfecho da Medida Provisória 595, mais conhecida como a MP dos Portos. Infelizmente, não estou tão certo assim se a população demonstrou o mesmo interesse no assunto. Por se tratar de um assunto quase que exclusivamente políticoempresarial, o assunto não foi o principal tema nas rodas de conversa (acredito eu que a eliminação do Palmeiras, do Corinthians e do Grêmio na Libertadores tenha sido mais atraente). Acompanhada ou não, a MP dos Portos enfim vai virar lei, aprovada pela Câmara e pelo Senado e comemorada pelo governo federal. Em resumo, a ideia do governo é reduzir os problemas logísticos do Brasil. Em

2012, previa-se que a nova regulamentação dos portos iria atrair um investimento de R$ 54,4 bilhões até 2017, com redução em 20% dos fretes marítimos. Para não me alongar, a lei tem um “quê” de privatização dos portos, e por isso foi comemorada pelos empresários. E, apesar dos apesares, eu também comemoro. Na minha visão, a privatização é um ganho para a sociedade devido à própria política brasileira. O processo burocrático do país para a construção e modernização de qualquer empreendimento, (somado ao descrédito que os políticos do nosso país têm e multiplicado pelo fator corrupção) colocam em xeque a credibilidade do poder

público. É só olharmos para a malha rodoviária. Todas as estradas concessionadas estão em excelente estado, o que não se pode dizer das estaduais e federais. Aqui não defendo o empresariado. Não se enganem. Este “bicho” só quer lucrar (o que, digase de passagem, não é assim tão ruim). No meu entendimento, quando a empresa faz, ela faz bem-feito, porque sabe que pode perder muito dinheiro se a obra for realizada nas “coxas”. E isso é maior ainda quando o assunto é a logística, historicamente deficitária no nosso país. No Paraná, é só olharmos algumas vezes no ano para vermos os quilômetros de filas de caminhões, que apenas esperam para descarregar seus produtos (em sua

Lucas Kotovicz

grande maioria, soja), no porto de Paranaguá. Quando falamos de trem aqui no Brasil, automaticamente pensamos em máquinas e ferrovias extremamente ultrapassadas e chegamos a encarar a situação como algo irreversível. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que apenas 30% do total do transporte de cargas são feitas através da malha ferroviária. Segundo o instituto, a demanda por ferrovias no país já é maior que o total da malha existente. O Brasil possui pouco mais de 28 mil quilômetros de ferrovias, contra 36 mil da Argentina e, pasmem, mais de 224 mil quilômetros dos Estados Unidos. O

governo,

através

do PAC, já trabalha no aumento e na modernização da frota e das ferrovias. São mais de 2 mil quilômetros de linhas já em construção. A dúvida é: quando elas serão entregues? A MP dos Portos é uma vitória para o país, mesmo que este não a comemore como um gol de Copa do Mundo. Afinal, o resultado não é imediato: só poderá ser visto a longo prazo. Mas não deixemos as rodovias e ferrovias brasileiras de lado.


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GERAL

SEGUNDA 20 MAIO, 2013

Evento discute prós e contras da internet como profissão Bruna alves

Com ingressos esgotados, a temporada 2013 do Curitiba Social Media reuniu jovens amantes e praticantes da BRUNA ALVES E ULIANE TATIT

Realizado no último sábado (18), o CSM durante doze horas apresentou temas propostos por 45 palestrantes. O evento, que aconteceu no Estação Business School, mostrou que a internet tem ligação extrema com o desenvolvimento profissional. Repletas de humor, as palestras também mostraram os limites e cuidados nas redes sociais. A abertura do evento contou com a presença de Brainstorm 9, o principal blog de publicidade do país. No CSM13, a equipe debateu sobre a influência da internet na vida das pessoas. Educação em debate Entre outros temas, a educação e sua relação com a internet foi uma das mesas mais movimentadas do evento. Alex Primo, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS, moderou a palestra “A educação do século XXI ainda precisa de salas de aula?”, junto com Cristovam Buarque, Wolney Pereira, Ney Queiroz e Carlos Sandrini. Ney Queiroz, da Green Digital, conta que hoje os alunos estão conectados e para os professores

isso é um grande desafio. “Precisamos usar isso ao nosso favor”. Wolney, profissional de Marketing, defende que a plataforma do Facebook, por exemplo, ajuda a fomentar a educação, pois a ideia de compartilhar e democratizar a educação faz com que as pessoas se interessem mais. Para ele, o que as pessoas devem fazer é discutir os temas e refletir sobre os diversos assuntos. O senador Cristovam Buarque mostrou a diferença entre a “possibilidade de usar o potencial do computador” e “comprar um computador”. Sua opinião é de que o que interfere nisso é a educação. “Na universalização da sala de aula, o papel do professor é filtrar o que está no espaço e compartilhar com os alunos”, diz. Em contrapartida a esses meios da evolução de aprendizagem na internet, Carlos Sandrini, do Centro Europeu, questiona o impacto que esse tipo de procedimento vai refletir em questões humanistas e de cidadania. Viagem digital Outra palestra disputada foi sobre a Viajosfera, que contou com a participação do jornalista Álvaro Borba, da CBN Curitiba,

Elisa Araújo, do blog Viaje na Viagem e da Associação Brasileira dos Blogs de Viagem, Paulo Colnaghi, doInstituto Municipal de Turismo de Curitiba, e Luciane Horcel, jornalista da Gazeta do Povo. Discutiu-se sobre a influências dos blogs e apps na área de turismo e como isso fomenta o mercado no país que irá sediar a Copa do Mundo e a Olimpíada. Com a ascensão dos blogs e vlogs, as perguntas “Preciso fazer faculdade pra ganhar dinheiro?” e “Criando um blog ficarei rico?” viraram moda. Nas palestras “Profissão: Blogueiro” e “Observatório da blogosfera”, ficou claro que para muitos não é necessário um curso superior, mas sim foco no trabalho a ser realizado. Do mesmo modo que o trabalho normal, o

virtual não deve permanecer com a ideia de se tornar milionário, deve ser bem feito e claro, planejado para manter os custos da vida de cada um. A frequência de posts foi outro assunto bem comentado. A carga horária diária de um blogueiro não é pequena, em outras palavras, é preciso “bater o cartão todo dia”. O grau de liberdade foi também um tema em destaque, a produção de conteúdo nem sempre agrada o resto dos usuários da web, portanto, cuidados e limites existem para os palestrantes desses dois temas. Celebridades virtuais PC Siqueira (@pecesiqueira), Cauê Moura (Desce a letra) Gustavo Horn (@GuguHorn), Otávio Albuquerque

(Rolê Gourmet) e Diego Quinteiro (@diegoquinteiro) foram as celebridades mais esperadas do evento. Eles debateram sobre “O Youtube é a nova TV aberta?”. Diego, respondendo a pergunta do PC sobre o que mudou e o que não mudou no Youtube de antes e de agora, disse que, hoje, o Youtube funciona como uma nova rede social e antes ele era só um canal. Todos defenderam que a TV, assim como o cinema, não vai morrer por causa do Youtube ou do DVD, são plataformas distintas e vão sobreviver juntas. Eles ressaltam que o Youtube “é muito mais legal porque não tem intervalo”. Na opinião geral dos palestrantes, “hoje você vê mais e mais e nunca tem fim, e esse é o diferencial”.

Ação combate o abuso sexual entre crianças e adolescentes LUCAS SOUZA

Aconteceu nesta última sexta-feira (17), na Universidade Positivo, o VII Seminário Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes de Curitiba. Durante o evento, que durou um dia todo, foi discutida em várias palestras a atuação dos órgãos públicos reguladores e periféricos que influenciam na saúde, educação, segurança, assistência psicológica e familiar dos menores violentados que provêm desta problemática. Estiveram presentes membros da Fundação de Ação Social (FAS), da Prefeitura Municipal de Curitiba, Tribunal de Justiça do Paraná, Secretaria do Estado de Segurança, do Hospital Pequeno Príncipe, das Varas de Família, Infância e Juventude, do Conselho Tutelar, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), do Conselho Regional dos Taxistas e vários outros órgãos engajados no movimento. O objetivo, além da conscientização dos co-

laboradores da campanha, e do público,que eram em grande parte, membros, funcionários, agentes e cidadãos preocupados com a situação da explo-

Baena, presidente do Conselho Municipal dos Diretos da criança e do Adolescente, é difícil a apuração exata do número de abusos sexuais contra

próprios familiares, tendo como principais suspeitos do crime o pai da criança, seguido por amigos, conhecidos e tios. Nessa área, atua a Vara

o Conselho Tutelar, em busca da unificação e melhor comunicação nas medidas protetivas. “Por trás de cada criança abusada sexualmente, também existe uma mãe violentada e uma família desestruturada”, disse Roseli Isidoro, Secretária Especial de Políticas para as Mulheres de Curitiba. Denúncias

ração de menores, foi reforçar o pacto entre os órgãos e fundações para o melhor efetivo e solução dos casos, aprimorando a ideia do agir conjunto dos órgãos públicos. Agressores Segundo

Ana

os menores, justamente pelo medo da criança, dos familiares e até mesmo dos agentes de saúde em realizar a denúncia, temendo represálias por parte do agressor. Dados do Hospital Pequeno Príncipe apontam que 60% das agressões acontePaula cem dentro de casa, pelos

de Família, Infância e Juventude, que e é responsável pela fiscalização dos direitos infanto-juvenis, aplicando as sanções necessárias ao agressor no aspecto criminal e a proteção familiar. E para que isso se dê de forma mais efetiva, o órgão busca intensificar o contato com

As denúncias podem ser feitas através do disque 100 (Central de Direitos Humanos). A ligação é gratuita e sigilosa e o autor não é identificado. As denúncias são recebidas e analisadas para encaminhamento aos órgãos de defesa e proteção competentes; elas são importantes para o registro e mapeamento dos casos ocorridos.


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Transporte

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Curitiba sem metrô traz perspectiva de caos no trânsito Superlotações e lentidão no sistema de transporte público fazem com que os curitibanos optem pelo transporte pessoal ISADORA NICASTRO

O projeto de metrô em Curitiba está parado novamente. Estudado e projetado por mais de uma década, o projeto atual passará por novas análises da prefeitura. O metrô estagnado por tanto tempo tornou-se cada vez mais necessário para a cidade. Atualmente, os curitibanos têm optado pelo transporte pessoal em vez do coletivo, na contramão das grandes capitais mundiais. A consequência dessa mudança, além do aumento da poluição, é a quantidade cada vez maior de filas e congestionamentos na capital paranaense. Desde os primeiros registros de investimentos da prefeitura no projeto, em 2001, até o ano passado, houve um aumento de 738 mil veículos nas ruas da cidade. Esse dado faz parte de uma pesquisa feita pelo Observatório das Metrópoles, na qual é apontado um aumento generalizado de carros de uso pessoal. A frota curitibana ultrapassa R$ 1,5 milhão de carros e é uma das capitais com o maior número de automóveis por habitantes. Agravando a situação, dados da Urbs indicam que houve uma diminuição de R$ 15 milhões de passagens no transporte coletivo no período de 2008 até 2012. Esse número acentua o problema já que demonstra a fase decrescente de usuários de ônibus em Curitiba. Ainda assim, se as propostas do metrô se concretizarem, muitos curitibanos voltariam a andar com transporte público. A designer Alessandra Horn trabalha em uma empresa de comunicação e atravessa a cidade de carro todos os dias. Ela acredita que o custo e a rapidez do metrô serão os fatores decisivos para usar o transporte coletivo. “Eu deixaria meu carro em casa para andar de metrô se ele funcionasse e fosse um custo mais baixo do que usar o automóvel particular”, afirma Alessandra. Já Fernanda Nadaline, uma nutricionista

que utiliza seu carro para ir às casas de seus pacientes, acredita que o problema está principalmente no trânsito. “Percebo que nos últimos tempos aumentou o número de carros em Curitiba, fico horas parada no trânsito e, muitas vezes, nem é em horário de pico. Há uns três anos não havia tanto congestionamento na cidade”, conta. O estudante de Publicidade e Propaganda Alexandre Rocha concorda com as questões do custo e do trânsito, mas pensa que a principal vantagem

zar grandes perfurações. O atual prefeito Gustavo Fruet alterou esse projeto. Fruet quer utilizar um novo método de construção, o Shield. Essa seria uma forma de fazer a obra de forma mais rápida e com menos impactos ambientais. Toda

investirá R$ 300 milhões e a prefeitura concede a menor parte da verba, com R$ 82 milhões. O restante será investido pela empresa que executará a obra, podendo mais tarde usufruir dos benefícios do metrô. O grande problema é que essas verbas

do carro é o conforto. “Eu usaria se ele me desse um conforto parecido com o do meu carro. Hoje falta um transporte coletivo de qualidade”, explicou Alexandre. O problema

a operação do Shield se dá abaixo da superfície, quase sem interferências para a população. Apesar de todas essas vantagens, o método é muito mais caro e essa alteração de custo pode não ser viável

só serão liberadas para as obras em 2014, se ainda neste ano o projeto for aprovado. A proposta atual passa por uma análise. Foi lançado um Procedimento de Manifestação de Inter-

No ano passado, o ex-prefeito Luciano Ducci aprovou o projeto de metrô de Curitiba. Essa proposta custaria R$ 2,3 bilhões e utilizaria dois métodos de escavação: o cut and cover, que faz túneis de baixa profundidade e o NATM, método de reali-

para Curitiba. O investimento para o metrô de Curitiba é composto por quatro origens diferentes de dinheiro. A primeira e mais significativa, é a parcela de R$ 1 bilhão proveniente do Governo Federal. O Governo do Estado do Paraná

esse (PMI) com a intenção de que as empresas do mercado enviem propostas para avaliar se há viabilidade técnica, financeira e ambiental para a construção do metrô. Segundo a Prefeitura Municipal de Curitiba, as empresas interessadas poderão en-

caminhar novos projetos em até 90 dias. Após esse período, a prefeitura fará uma análise das propostas e iniciará o processo de licitação ainda esse ano, para começar as obras no ano que vem. Metrô Curitibano O projeto consiste na construção de uma linha que faria a ligação da região CIC Sul até uma estação no centro da cidade, na Rua das Flores, tendo 14,2 km de extensão. Seriam 13 estações ao todo, espaçadas por uma distância de cerca de um quilômetro. As canaletas dos ônibus que hoje fazem essa conexão passariam a ter outra proposta, se tornando ciclovia e calçadão para pedestres, além de ter alguns equipamentos de lazer, paisagismo e arborização diferenciados. A chamada linha azul passaria pelos Terminais Pinheirinho e Capão Raso, fazendo uma integração entre os transportes para d i m i nu i r a superlotação dos terminais e dos ônibus da região. Cada trem terá capacidade para transportar 1450 pessoas e a prefeitura estima que por dia sejam transportados 400 mil passageiros.


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COLUNISTAS

Maximilian Rox Press Start Dificuldade: Fácil Os videogames estão mais fáceis de jogar. Esta constatação, cada vez mais presente na comunidade, baseia-se no advento dos games casuais e a mudança do perfil do jogador nos últimos anos. Enquanto os lançamentos do Playstation 2 e Xbox eram extremamente voltados para os adolescentes desocupados de 2000; o Wii, o Kinect e os joguinhos de celular cada vez mais buscam englobar na grande esfera dos games perfis que antes não se interessavam pelo entretenimento eletrônico: seja sua irmã mais velha, seu pai, sua mãe, sua vó, seu cachorro – ou todos juntos na sala de estar. Isto não prejudica a qualidade dos games, mas um jogo demasiadamente fácil não cria desafios para que o jogador continue se dedicando – ou vai me dizer que vencer um oponente só apertando um botão será divertido depois de vários minutos? O fato é que o mercado de games se expandiu demais, atingindo vários setores e públicos que antes não conseguia atingir. Com isso, games tiveram que adaptar as suas antigas estruturas para que públicos dedicados e casuais pudessem desfrutar da mesma qualidade de jogo. Basta ver a mudança dos games de luta para os dias atuais; enquanto os games antigos de Mor-

tal Kombat e Street Fighter sequer mostravam as habilidades do personagem, os títulos novos – como Marvel vs. Capcom 3 e Persona 4: Arena – trazem combos prontinhos ao toque do mesmo botão. Isso estraga o jogo? Não, mas incomoda uma geração inteira que passou dias até descobrir como se fazia um Fatality em seu SNES. Por sorte não sou daqueles ferrenhos defensores da dificuldade hardcore – aqueles q u e

pactuam com Kratos para que os amantes dos jogos casuais caiam no décimo círculo do Inferno de Dante e sejam obrigados, por toda a eternidade, a fechar Dark Souls sem nenhuma morte. Videogames nos banqueteiam com diversão, e fazem muito bem isso. A dificuldade sempre será questão de

O possível fim da Sony e a alegria da Marvel Já falamos aqui sobre toda a bagunça em que a Marvel está envolvida. Porém a questão cachê dos seus astros não é o único problema no caminho da empresa. Muitos sabem que a empresa é consideravelmente nova no ramo dos cinemas, antes disso ela era limitada aos quadrinhos. E muitos também sabem que vários e vários heróis são originalmente da Marvel. Mas porque nunca vemos os X-Men ou o Homem Aranha junto com Os Vingadores? Primeiramente vamos aos fatos. Lá ná década de 90 a Marvel passou por alguns problemas financeiros. Nessa época a empresa era limitada somente ao ramo dos quadrinhos. Acontece que a DC, empresa concorrente, estava no seu auge, não somente com grandes sagas em HQ’s, mas também com alguns de seus heróis na telona. Tudo isso acabava dificul-

tando muito os negócios da Marvel. Para não ir à falência, ela decidiu vender os direitos de alguns de seus personagens mais populares, como o Homem Aranha, Os Mutantes e o Quarteto Fantástico. Felizmente tudo isso deu certo. Os filmes fizeram sucesso e a Marvel se reergueu. Porém perdeu o direito de usar a imagem de vários de seus personagens na telona. Na época isso não era um problema, afinal a empresa nem pensava em criar um estúdio próprio. Foi somente em 2006, com a inauguração da Marvel Studios, que isso se mostrou um obstáculo. Depois do tremendo sucesso de Os Vingadores, a Fox e da Sony, empresas que tem os direitos dos personagens, se mostraram ainda mais dificeis de negociar. Entretanto um pequeno deslize da Sony pode mudar tudo isso. A

tempo e dedicação ao jogo, além da necessidade de desafios por parte do jogador. Minha grande preocupação, porém, é que os games atuais se voltem demais às mecânicas de facilitação. Títulos recentes, como Tomb Raider e Bioshock: Infinite já contam com meios que indiquem o seu objetivo. Isso tira uma característica importante para os games: a exploração dos cenários. Os títulos antigos contavam com uma necessidade de imersão na história para que você identificasse onde estarão seus próximos objetivos – relaciona-

história, pois sempre contará com o “botão-mágicoque-me-dirá-aonde-ir”. Eu passava horas vagando pelos corredores malditos de Fatal Frame para descobrir meu próximo objetivo, ou procurando a chave que abria minha próxima passagem em Resident Evil, ou mesmo caminhando pelo imenso mapa mundial de algum Final Fantasy na jornada pelo próximo cristal. Se perder em um jogo, é, em ambos os sentidos, benéfico ao jogador. Se os videogames chegaram até os celulares e conquistaram o público que não tinham essa filiação aos jogos

eletrônicos, significa que o próprio conceito de game evoluiu. Deixou de ser um mero brinquedo que distraía as crianças e hoje pode ser uma divertida forma de distração na fila do banco ou em algum elevador emperrado. A questão de dificuldade, porém, reserva-se ao gamer clássico – aquele de console, que senta por horas no sofá e que não sai até concluir a fase. Esse perfil de jogador é o que mais preza pelo desafio, e por mais que se irrite com ele, é o que mais se diverte.

ndo as necessidades do pers o n agem com o desenv o l v i m e nt o da trama. Com mecânicas assim, o jogador fica na tentação de deixar de acompanhar a

Matheus Klocker Cinema no Divã tão famosa Sony está indo à falência. Isso é um fato! Não estou aqui dizendo que ela realmente vai acabar, e sim que o dinheiro lá dentro não está mais tão fácil como já foi ano atrás. E tudo isso pode facilitar, e muito, a vida da Marvel e dos fãs de quadrinhos. Nada se sabe sobre a venda dos direitos do Homem Aranha. A questão é: talvez um possível acordo pode já ter sido firmado. Recentemente vazou uma foto do set de gravação da continuação de O Espetacular Homem Aranha. E essa foto se tratava uma moto da Stark Industries. A empresa do Tony Stark. Será que vamos ter mais um super-herói de volta ao Universo Marvel? Esse seria o sonho de todos os nerds do planeta.

Entenda qual personagem pertence a cada estúdio - Quarteto Fantástico: O quarteto de heróis, os vilões da equipe, aliados, etc... - X-men: TODOS os mutantes da Marvel e personagens importantes relacionados aos X-men. - Homem Aranha: O Homem Aranha, Gwen Stacy, Mary Jane Watson, Duende Verde, Doutor Octopus, Venon, O Lagarto. Ou seja, tudo de mais legal.

- Demolidor - Motoqueiro Fantasma - Blade - Justiceiro - Cósmicos - Fugitivos - Os Vingadores


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CINEMA

Somos tão Jovens O drama brasileiro retrata a história do cantor e compositor Renato Russo, um dos fundadores do Aborto Elétrico e mais tarde, o Legião Urbana. Cinemas: Cinemark Mueller, Cinemark Barigui, UCI Shopping Estação, CinePlus Jardim das Américas, Espaço Itaú de Cinema, UCI Palladium Giovanni Improtta Uma comédia brasileira, estrelada por José Wilker, que é um contraventor, tentando entrar no ramo dos cassinos no Brasil, e que mais tarde, acaba se metendo em muita confusão com a polícia, e é acusado por vários crimes. O filme é baseado no personagem de sucesso “Giovanni Improtta”, criado por Aguinaldo Silva para a novela “Senhora do Destino”. Cinemas: UCI Shopping Estação, Cinemark Barigui, UCI Palladium, Espaço Itaú de Cinema, Cinesystem Total Finalmente 18 Uma comédia americana em que um jovem de 18 anos, que vai fazer o vestibular no dia seguinte, resolve sair com os amigos para tomar uma cerveja. A noite acaba tomando rumos inesperados. Cinemas: UCI Shopping Estação, Cinesystem Total, UCI Palladium Homem de Ferro 3 Último filme da trilogia do super-herói, Tony Stark, que foi sucesso de bilheterias em outros anos. O filme mostra a luta do herói para vencer o vilão que destruiu sua casa e ameaçou a vida de sua namorada no segundo filme. Após viver tempos com medo, ele decide enfrentar o “Mandarim” e superar o seu medo de fracassar. Cinemas: Cinemark Mueller, Cinemark Barigui, UCI Palladium, UCI Shopping Estação

AGENDA NOTÍCI ANTIGA

Em 20 de maio de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, entrou em funcionamento na cidade de Oswiecim na Polônia, o campo de concentração Auschwitz. Fomentado pelo Holocausto, o movimento nazista, liderado por Adolf Hitler, perseguiu Judeus, comunistas, homossexuais, pessoas com alguma deficiência motora ou mental e qualquer outra que não se enquadrasse ao modelo de raça ariana imposta pelo ditador. Auschwitz era divido em três complexos. No primeiro ,ficavam concentradas as pessoas com mais estudo, intelectuais e doutores. No segundo complexo, ficavam as pessoas mais pobres e os ciganos, e no terceiro, aquelas pessoas que tinham capacidade física para manutenção do trabalho escravo. Foi o maior campo nazista em funcionamento. Estes campos tinham o objetivo de controlar a população, realizar experimentos científicos, testar avanços tecnológicos na área da saúde e testar os limites humanos. Práticas estas que na maioria dos casos ocasionavam a morte. Cerca de 1,1 milhão de pessoas, em sua maioria, judeus, foram assassinadas nas câmaras de gás e por incineração coletiva, e milhares vieram a falecer pelas más condições de higiene e pela falta de comida ou até mesmo cometendo suicídio por não suportarem as humilhações e a situação em que viviam. No dia 27 de janeiro de 1945, tropas militares soviéticas invadiram Auschwitz e libertaram os poucos que conseguiram sobreviver. Alguns livros retratam a realidade por outro ângulo, de quem sofreu todos estes fatos. “O Diário de Anne Frank” conta a história de uma menina que relatava em seu diário todas as dificuldades, desde o momento da segregação judia, a vida no esconderijo e até ser levada para o campo de concentração, onde morreu aos 15 anos. E o livro “O menino do Pijama Listrado”, que inclusive teve sua adaptação para o cinema, que conta uma história de amizade entre dois jovens garotos, sendo um filho do comandante nazista e o outro, um menino judeu aprisionado. Dentre várias outras obras. Atualmente, o campo foi transformado em um museu aberto a visitações, e é um dos marcos históricos mais importantes deste período.


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