LONA 779 - 24/05/2013

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Ano XIV Edição 779 lona.redeteia.com

Sexta-feira, 24 de maio de 2013

Calendários escolares recebem ajustes devido à Copa do Mundo de 2014

A Lei da Copa, que está em vigor desde 2012, prevê férias escolares durante toda a Copa do Mundo, mas permite que cada instituição tenha autonomia para definir seu próprio calendário. No Brasil, a Lei da Copa tem sido bastante discutida, pelos dilemas para ajustar o plano de educação. Em Curitiba, a maior parte das escolas ainda não tem seus calendários escolares ou acadêmicos prontos.

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Abandono de animais

Domínio Público

NOTÍCIA ANTIGA

O número de abandonos de animais em Curitiba e Região Metropolitana é grande. Porém, cresceu no curitibanos, também, a vontade de ajudar e amparar esses bichos que não estão nas ruas por vontade própria. O site Cãopanheiro Curitiba possibilita a adoção de animais abandonados, contando com um espaço para divulgação para ajudar a encontrar cães e gatos perdidos.

Curitiba registra aumento no número de acidentes de trânsito causados pelo álcool

No dia 24 de maio de 1833, foi inaugurada a primeira ponte suspensa do mundo localizada na cidade de Nova Iorque. A ponte se tornou ícone da arquitetura Estadunidense, e um marco na história do país pela sua valorização turística. Página 6

A nova Lei Seca possibilita a divulgação de vídeos, relatos de testemunhas e outras provas que sejam consideradas válidas contra motoristas alcoolizados. A Lei foi reforçada para combater o número crescente de mortes e prisões causadas pelo uso do álcool. Segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde, a ingestão de álcool é a causa de 20% dos acidentes automobilísticos. Página 4

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Colunas

Tráfico

Games

Por onde anda?

“Nossos deputados não parecem ter percebido o óbvio: o combate ao tráfico e uso de drogas só pode ser eficaz por meio de reformas substanciais nas áreas de segurança e educação”, Lis Claudia.

“Fora dos Estados Unidos e também neles o console é um aparelho de entretenimento muito específico, a maioria o tem para jogar, só para isso”, Yoshua García.

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de Após a punição aplicada formados? Saiba por onde ao jogador coxa branca anda a ex-aluna Renata de Escudero, Victor Hugo Andrade.

Esporte

MPB

Conheça um pouco mais sobre o choro, a primeira música urbana brasileira Turezo comenta como o e sobre os seus três prinexcesso de regras e a bu- cipais flautistas, Pixinrocracia está afetando o guinha, Benedito Lacerda futebol. e Altamiro Carrilho. Página 5


Sexta

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maio, 2013

OPINIÃO

Editorial A Mídia desvirtuada O roubo de carro pela estudante de direito Fabiana Godk, que já foi comentado em um editorial do LONA, ganhou bastante repercussão na mídia e nas redes sociais. Porém, a abordagem não se deu pelo viés mais sensato, pois a interpretação do público é constantemente afetada pela distorção de valores que o conjunto de meios de comunicação promove. A mídia tem o dever de formar cidadãos com senso crítico, capazes de refletir sobre os fenômenos sociais à sua volta.

Esse é o legítimo papel dos veículos de comunicação na sociedade. Na prática, porém, a mídia, que tem o poder de disseminar uma notícia para a grande massa, escolhe destacar aspectos supérfluos ao invés de instigar uma reflexão mais profunda sobre o crime e a violência no Brasil. No caso de Fabiana Godk, por exemplo, a beleza e o status social dela tiveram mais importância para o público do que o próprio crime cometido. Os veículos de comunicação também cos-

tumam noticiar crimes de estupro com uma tendência a focar mais nos criminosos do que na vítima. Quando o caso de estupro em Steubenville (EUA) ganhou grande repercussão, as emissoras de TV (principalmente a CNN, NBC e ABC) optaram por arranjar uma justificativa para a ação dos dois adolescentes acusados ao colocar a culpa na vítima. As notícias também lamentaram as carreiras promissoras que os estudantes criminosos tinham pela

Alterações sem mudanças Em votação polêmica realizada na noite desta quarta-feira, a Câmara aprovou o texto base do Projeto de Lei que muda o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas (Sisnad). O texto – que ainda precisa ser enviado ao Senado - aumenta de 5 para 8 anos de cadeia a pena mínima para o “grande traficante” integrante de organização criminosa, prevê internação involuntária de dependentes químicos – desde que autorizados pela família e por um médico - e estabelece cota de 3%

das vagas de trabalho em obras públicas com mais de 30 postos aos dependentes químicos em tratamento. A pena mínima para o “pequeno traficante” já havia sido alterada de 3 para 5 anos em 2006 e isso não diminuiu o tráfico e uso de drogas em todo o país. Além disso, não se sabe ao certo o que distingue o pequeno do grande traficante e nem por que ele deve receber punição diferenciada. Aparentemente os traficantes com pouco poder de mercado devem ser indeniza-

dos com uma pena menor. A internação compulsória de dependentes químicos contraria um dos princípios básicos para a recuperação de qualquer vicio: desejar o tratamento. Provavelmente, os 90 dias estabelecidos como prazo máximo para a internação involuntária não passarão de um período de “folga” para as famílias que, após esse período, deverão novamente lidar com toda a carga e sofrimento que a dependência química gera. As cotas são políticas afir-

frente. A verdade é que nada justifica o estupro, e é isso o que a mídia deveria divulgar e colocar em debate na sociedade. Do jeito que a notícia é divulgada hoje, ela pode vir a fomentar uma desvirtuação de valores entre os indivíduos e até incentivar a “cultura do estupro”. Outro caso que ilustra bem essa situação é o de Rafael Nunes: um morador de rua que foi considerado perigoso no ano passado, mas o interesse por sua verdadeira identidade se des-

vaneceu no momento em que sua beleza virou o foco da discussão. É lamentável que qualquer se humano esteja nessa condição independente de sua aparência física, mas essa postura da mídia faz com que as pessoas lamentem um fato por motivos equivocados e fiquem desprovidas de um olhar mais crítico sobre os acontecimentos.

Lis Claudia Ferreira mativas que tentam minimizar desigualdades sociais a curto prazo; elas beneficiam grupos que são ou foram prejudicados pela sociedade. Ao estabelecer que obras públicas tenham vagas específicas para dependentes (em abstinência ou não), nossos legisladores decidiram premiar o usuário de drogas em detrimento ao trabalhador comum. Com a nova lei, caso dois canditados concorressem a uma vaga em uma obra pública, o critério de escolha

poderia ser o fato de um dos trabalhadores ter sido usuário de drogas. O outro canditato seria dispensado por não ser um dependente químico. Nossos deputados não parecem ter percebido o óbvio: o combate ao tráfico e ao uso de drogas só pode ser eficaz por meio de reformas substanciais nas áreas de segurança e educação. Infelizmente, esses são assuntos que não costumam gerar nenhum tipo de polêmica em nossas casas legislativas.

Acervo Pessoal

Renata De Andrade Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professor-orientador Ana Paula Mira Editores-chefes Júlio Rocha e Marina Geronazzo Editorial Júlia Trindade O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

Eu me formei em Jornalismo, na UP, em 2011. No mês de agosto, completo dois anos de ÓTV, o canal fechado da RPC. Trabalho como produtora dos sete programas de Jornalismo da TV. Passado e Presente, Outra Conversa, Conversa Delas, Conversa S/A, Conversa da Gente, Conversa Política, Conversa com a Fonte... é tanta conversa que às vezes fico louca (rs). Na verdade, esse desafio é uma grande oportunidade, tanto de conhecer e poder mostrar os curitibanos e suas histórias, como de trabalhar com jornalistas de peso. Assistam no canal 11 da NET ou no www.otv.tv.br

Microsoft não deixa boas sensações no seu último evento

Após muitos meses de intrigas e segredos, já conhecemos a nova “máquina” da Microsoft, a Xbox One, apresentada terça-feira passada no evento “Xbox: A New Generation Revealed”. Muitas dúvidas foram resolvidas e muitas outras surgiram, porém, a maioria dos aficionados do mundo dos videogames acharam a apresentação muito superficial e pouco centrada no que realmente importa, os jogos. Diferente do que a Sony fez com o seu evento com a apresentação do PlayStation 4, a Microsoft mostrou o novo aparelho, de aparência grande e quadrada, que nos lembra os reprodutores de VHS antigos. O console não é

feio, mas tampouco conta com o desenho curvo e moderno da sua antecessora. O destaque no evento foram as grandes possibilidades multimídia do novo aparelho, que, como a Microsoft já vinha mostrando no passado, pretende fazer do aparelho algo comum na sala das casas. Mas é preciso destacar que essa imagem está idealizada, a Microsoft sempre apresenta a típica família americana no salão da grande casa padrão jogando e fazendo diferentes atividades em família sem precisar de diferentes aparelhos. A realidade é que hoje em dia esta imagem é muito estereotipada e pouco realista. Fora dos Estados

Unidos e também neles, o console é um aparelho de entretenimento muito específico, a maioria o tem para jogar, só para isso. Mesmo que possa ser utilizado para assistir à TV ou navegar na Internet, a gente tem e prefere outros meios para fazer isso. Aqui achamos o primeiro grande erro da Microsoft, que se centra muito nas coisas supérfluas e descuida do fundamental. A máquina tem umas características boas, mesmo assim, hoje, já existem muitos computadores de gama alta com as mesmas e melhores qualidades e, daqui a pouco, em um ou dois anos já não serão novidade. Na atualidade, o console (qualquer um) não consegue atingir a

Yoshua García velocidade de renovação e avanço do computador, este deve se centrar em oferecer outras novidades que os PCs não possam abranger. A grande aposta da Microsoft foi o “Kinect”, um aparelho que registra voz, imagem e movimento da pessoa e permite um monte de funções com isso. A novidade chegou nos últimos tempos com o Xbox 360 e oferece novas possibilidades e jeitos de jogar, junto ao novo Xbox One, com câmera HD e sem problemas de “latência” (demora na resposta). O último grande destaque foram as novidades mais importantes e esperadas, os jogos. Anunciaram-se 15 exclusividades, mas só duas foram mostradas,

o simulador de carreiras Forza 5 e um novo jogo do qual só se ensinou um trailer. O resultado foi decepcionante já que não se mostrou nada. A polêmica foi gerada a partir da notícia de um novo “passe offline” pelo qual cada jogo só funcionará numa única conta e precisaremos acessar a internet em períodos curtos, destruindo assim a venda de jogos de segunda mão ou o empréstimo. A nova medida não agrada ninguém e vai ser um grande ponto contra o console quando for vendido no final do ano.


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GERAL

SEXTA 24 MAIO, 2013

MEC dá autonomia para que instituições de ensino decidam calendário durante a Copa A Lei da Copa prevê que as escolas entrem em recesso no período da competição. Porém, professores argumentam que o procedimento pode prejudicar ritmo das aulas

LUANA VOSGERAU, LUIZA JACOMETTO E BRUNO SENTONE

A Copa do Mundo de 2014 será realizada no Brasil, no período de 12 de junho a 13 de julho. É a segunda vez que esse evento é realizado no país e a quinta na América do Sul. Por conta deste grande evento, o país vive um dilema de como ajustar o plano de educação para o período da Copa. A Lei da Copa está em vigor desde junho de 2012. Ela prevê férias nas escolas durante toda a Copa do Mundo, porém o MEC definiu que as instituições têm autonomia para definir o próprio calendário. No Paraná, as redes de escolas públicas não têm um calendário definido para o ano de 2014. “Estamos debatendo essa questão, o calendário está em análise, porém, quando estiver tudo decidido, nós iremos publicar no site da secretária de educação do Paraná”, diz José Roberto. As férias escolares do primeiro semestre letivo têm duração de uma a duas semanas. De acordo com a presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), professora Amábile Pacios, o recesso poderia prejudicar o processo pedagógico desenvolvido pelas escolas. “A Lei Geral da Copa previu o não funcionamento de todas as escolas por 31 dias, quando apenas 12 municípios vão receber os jogos. Entendíamos que não havia necessidade. Podemos administrar as aulas nos centros onde acontecerão os jogos e, nos jogos do Brasil, ajustamos os horários, como o país sempre fez”. A África do Sul sediou a Copa do Mundo de 2010. O país teve seus calendários escolares modificados. Em Johanesburgo, as crianças costumavam ter 15 dias de férias em julho, mas, por conta do evento, as férias foram prolongadas para 30 dias. Contudo, o calendário escolar da África do Sul variou de acordo com a província. No Brasil, a Lei da Copa está sendo bastante discutida. Cumprir a norma exigiria o início do ano letivo logo no começo de fevereiro. Ela levanta críticas de que a interrupção prolongada no inverno traria prejuízos pedagógicos aos estudantes. Na fonte da controvérsia,

O estádio do Maracanã foi um dos revitalizados para a Copa de 2014. o artigo 64 diz: “Em 2014, mínimo da Lei de Direos sistemas de ensino de- trizes e Bases da Educação verão ajustar os calendários escolares de forma que as férias escolares decorrentes do encerramento das atividades letivas do primeiro semestre do ano, nos estabelecimentos de ensino das redes pública e privada, abranjam todo o período entre a abertura e o encerramento da Copa’’. Como o Mundial dura um mês, escolas e instituições de Ensino Superior estarão fechadas pelo dobro do período máximo normal de férias. Para cumprir o re q u i (LDB) de 200 dias letivos no ano, a mudança exigiria ainda que, em 2014, as aulas começassem no início de fevereiro. Como resultado, muitas famílias teriam de abreviar a folga de verão. Em Curitiba, a maioria das escolas ainda não sitem seus calendários t o escolares ou acadêmicos prontos. A Universidade Positivo vai finalizar seu calendário acadêmico em outubro, que será o mesmo para as escolas Positivo. “Ainda não temos o calendário pronto,

mas já sabemos que nos Pr, Arena da Baixada, dias de jogos do Brasil não ninguém trabalhe ou estude em Curitiba. Nada ficou decidido nessa reunião, comandada pelo torcedor atleticano. A princípio, a ideia é a de que haja recesso nos dias em que os jogos na capital possam criar confusão no trânsito da cidade. Em função disso, as redes de ensino não terão aulas nesses dias. haverá aula” comentou Porém, se as partidas Carla Daniele Machado, não forem de grande imque trabalha no CEAG portância, no estádio do da Universidade Positivo. Furacão, não haverá a neEscolas como o Marista cessidade de paralisar CuParanaense e Medianeira ritiba. Como ainda nentambém não sabem como huma decisão foi tomada, será o ano letivo de 2014. outro encontro, depois de três reuniões, será feito Reunião para voltar a debater esse Na tarde da última quarta- tema. Cada cidade-sede feira, a Comissão Especial tomará as medidas que da Copa 2014 da Câmara achar justo para tornar Municipal, de Curitiba, uma Copa boa para todos. presidida por Paulo Rink, Caso ainda, nesse outro apresentou o resultado encontro, nenhum acerto da enquete de feriado seja definido, a decisão irá para os dias de jogos da caber ao Plenário. competição na capital paranaense. A pesquisa foi feita com mais de 7 mil internautas que votaram no site da Câmara, durante quase três semanas. 87,39% da população que deu seu voto esperam que os dias em que houver partidas da Copa sendo disputadas no novo estádio do Atlético-

“A Lei Geral da Copa previu o não funcionamento de todas as escolas por 31 dias, quando apenas 12 municípios vão receber os jogos.”


Trânsito

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Aumenta o número de acidentes de trânsito em Curitiba Acidentes de trânsito envolvendo condutores sob o efeito de álcool aumenta na capital paranaense em 2013 ANDRESSA TURIN

O número de acidentes de trânsito envolvendo motoristas alcoolizados em Curitiba aumentou em relação ao ano passado. Segundo dados do Batalhão de Polícia de Trânsito da Cidade (BPTran), somente nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2012, foram atendidos 113 casos nos quais os condutores apresentaram sinais de embriaguez ao volante, enquanto este ano, no mesmo período, o BPTran atendeu 165 casos. Segundo a assessoria de imprensa do Batalhão, ocorreu esse aumento, pois as blitz em relação a lei seca foram intensificadas, isto é, a legislação está mais rigorosa e há um contingente maior de policiais nas ruas, assim foram registrados um número maior de acidentes na cidade. Com mais rigor na aplicação da lei, o índice de exames etilométricos realizados também teve um aumento significativo; 278 pessoas se submeteram à realização do exame no ano passado, durante o período de janeiro, fevereiro e março. Já em 2013, 494 pessoas realizaram o teste de bafômetro. O

número de pessoas que se recusaram a realizar o teste teve uma alta de 20%, sendo 40 recusas ano passado e 48 este ano. E, por fim, o número de prisões de condutores alcoolizados também foi maior: ocorreram 104 prisões nos três primeiros meses de 2012 e 157 no mesmo período em 2013. O aumento no número de prisões deu-se em virtude da entrada em vigor da Lei número 12760/12, mais conhecida como Lei Seca, que tem como principal objetivo punir de forma mais rigorosa motoristas que forem pegos dirigindo sob o efeito de álcool. Se antes a tolerância de consumo de bebida alcóolica permitida era de 2 a 6 decigramas por litro, hoje o consumo de qualquer quantidade de bebida alcóolica está proibido. Em vigor desde dezembro de 2012, mencionada regulamentação prevê que aqueles motoristas que forem flagrados dirigindo alcoolizados deverão pagar uma multa no valor de R$ 1.915,40, além de perder a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por um ano. A nova lei seca também

possibilita que vídeos, relatos de testemunhas e outras provas sejam consideradas válidas contra motoristas embriagados, isto é, a recusa na realização do teste de bafômetro não impede que o condutor alcoolizado venha a assumir suas responsabilidades. Além disso, caso o nível de álcool no sangue seja igual ou superior a 6 decigramas por litro, o condutor poderá ser preso e submetido a uma pena de 6 meses a 3 anos de detenção, tendo seu direito de dirigir suspenso. Com a implementação dessa nova lei, o Brasil juntamente com o Japão e Rússia estão entre os países mais rigorosos em relação à tolerância de consumo de álcool para motoristas. Em seguida, vem a Noruega e Suécia que permitem até 2 decigramas por litro de álcool no sangue. Já os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá são os países mais tolerantes quando se fala em motoristas e bebida alcóolica, permitindo até 8 decigramas. De acordo com uma pesquisa sobre o impacto do nível de álcool e sua relação com o trânsito,

realizada pelo Ministério da Saúde em 2011, a ingestão de bebida alcóolica é responsável por 21% do acidentes de trânsito no Brasil. A p e s q u i s a a i n d a aponta que pessoas alcoolizadas estão mais sujeitas a hospitalização e a morte em decorrência do acidente. Constatou-se também que 22,3% dos condutores envolvidos em acidentes de trânsito apresentaram sinais de embriaguez ou confessaram ter ingerido bebida alcóolica. Em aproximadamente 39% dos acidentes atendidos, a faixa etária com maior prevalência foi de 20 a 39 anos. Também foi possível verificar que o consumo de bebida alcóolica entre as pessoas do sexo masculino foi superior ao das mulheres, cerca de 25% dos homens que sofreram um acidente de trânsito haviam bebido, enquanto somente 10,2% das mulheres que se acidentaram no trânsito estavam sob o efeito de álcool. Para o médico Clóvis Santos, dirigir após ingerir álcool é perigoso, pois mesmo que em doses baixas, em um primeiro mo-

mento, a ingestão de bebida alcóolica provoca no usuário uma euforia, diminuindo sua percepção dos fatos e retardamento dos reflexos. Em dosagem excessiva, conduz a uma fase de torpor e total lentidão dos reflexos. “A ingestão de álcool faz com que o motorista reduza drasticamente a consciência do perigo estimulando-o a enfrentá-lo sem que tenha condições de avaliar seus atos e consequências, muitas vezes irreversíveis”, explica o médico. Com o objetivo de reduzir o número de acidentes de trânsito no país, o Governo Federal alerta os motoristas, por meio de campanhas de prevenção e conscient ização, sobre os riscos de dirigir sob o efeito de álcool. O Ministério da Saúde desenvolve ainda, o projeto Vida no Trânsito com a participação de cinco capitais brasileiras, dentre elas Curitiba, com o intuito de conscientizar a população de que a combinação entre álcool e direção é perigosa.

Geral

Projetos incentivam adoção e a castração de animais O site Cãopanheiro Curitiba idealizado por Fabiana Bertolini facilita a adoação de animais de rua LARISSA CAVALLIN

Animais abandonados viraram rotina nas ruas de Curitiba e Região Metropolitana. Não é raro ver, principalmente cachorros, sem um lar, fazendo das cidades um abrigo não tão seguro assim. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que, na capital paranaense, existem cerca de 450 mil animais domésticos. Também por isso, a adoção desses animais tem aumentando. Um meio muito fácil de conhecer um e levá-lo para casa é o site Cãopanheiro Curitiba. A ideia da Fabiana Bertolini, amante de animais desde criança, já foi curtida - literalmente - por mais de oito mil pessoas. “O site começou em agosto de 2008”, contou Fabi Bichos, como é conhecida. “Comecei por achar que havia muitos animais que eram resgatados e precisavam de uma casa, eles simplesmente não tinham para onde ir”. O site também conta com um espaço para divulgação. Quem encontrar um

animal, ou até mesmo perdê-lo, pode publicar no caopanheirocuritiba. com.br. Fabi diz que a maioria dos cães e gatos já tinham um lar. “Foram abandonados à própria sorte ou se perderam.” Ela fala, inclusive, sobre a quantidade de animais abandonados em épocas festivas, geralmente quando as pessoas viajam e não podem levar seus bichinhos consigo, ou não têm com quem deixar nem dinheiro pra colocálos em um hotel. “É importante que as pessoas saibam das necessidades deles antes de tê-los”, finaliza Fabi. Gastos Boas ações e intenções não faltam para que muitos animais voltem a ter uma casa e, claro, carinho. Ana Regina Alberti, de 55 anos, mora em Colombo e se divide entre seus 26 cachorros e o lava-car que tem em casa. Ela conta que dificilmente recebe ajuda financeira, mas que doações são sempre bemvindas. “Tenho muitos gastos com eles, algumas

pessoas doam ração e até roupinha”, conta. Regina, como é conhecida, diz que, em geral, recolhe animais da rua, porém, já aconteceu de receber um bichinho na porta de casa. “Acordei com um choro e quando fui ver tinha um filhotinho na minha porta”. A dona do lava-car conta que o cãozinho estava machucado, mas hoje, cinco anos depois do ocorrido, é um vira-lata saudável e brincalhão. Sobre o caso, ela diz que ama o que faz, mas que as pessoas deveriam ter outro tipo de atitude. “Elas não são proativas. Preferem sempre deixar pra alguém, mesmo ao ver que um ser indefeso precisa delas”. Castração Uma forma de diminuir essa superpopulação de animais é a castração. O Projeto Focinhos, que começou suas atividades em novembro de 2006, já realizou, ao todo, 4.272 cirurgias, sendo 3.518 em fêmeas e 754 em machos. E em gatos, 4.449,

distribuídos em 2.948 em fêmeas e 1.501 em machos. No total, o projeto já conseguiu esterilizar 8.721 animais. O objetivo do projeto é conscientizar os donos de que deixar seus animais se reproduzirem sem controle não faz bem à saúde dos mesmos, além de aumentar o abandono. Ele, porém, não é tão acessível assim. Para poder esterilizar seu animal é preciso ter uma renda mensal de, pelo menos, 2 mil reais e, depois, entrar numa lista de espera para a cirurgia ser realizada. Hospedagem Das mais acessíveis às de luxo, opções não faltam. Para garantir que bichinhos não sejam abandonados ou se percam, principalmente em época de férias, em que a maioria das pessoas viaja, hotéis são uma boa pedida. O PetHotel, em Curitiba, iniciou suas atividades há 5 anos e a demanda só vem aumentando. “O hotel tem capacidade para 150 cães e sempre lota em

épocas festivas”, contou uma das funcionárias. Marco Antônio da Nova Alves, veterinário, alerta sobre algumas doenças que cães e gatos podem passar para as pessoas. “As doenças vão das mais conhecidas, como a toxoplasmose e a raiva até as menos divulgadas, como a larva migrans”. O veterinário alerta que essas e outras zoonoses não são exclusivas de animais que vivem nas ruas. “É muito comum vermos donos que deixam seus cães e gatos se relacionarem com outros na rua. Isso pode trazer as doenças para dentro de casa”, afirma. Também pela questão da saúde, o assunto é de interesse público. Além do bom senso da população, as autoridades também devem tomar medidas para que esses animais tenham bons cuidados. A Prefeitura de Curitiba foi procurada para falar sobre dados e projetos de adoção ou castração, porém, a mesma não se pronunciou até o fechamento da matéria.


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COLUNISTAS

TERÇA 21 MAIO, 2013

Halanna Aguiar Samba, choro e afins Três vultos históricos da flauta brasileira Deixando de comentar um pouco sobre o samba, chegou a hora de me aventurar pelo choro, ou melhor, falar sobre os três principais flautistas da história dele. Estou falando dos mestres Pixinguinha, Benedito Lacerda e Altamiro Carrilho. Mesmo tendo um conhecimento intermediário sobre o gênero, estou botando minha cara a tapa e aguardando as críticas. O choro é considerado a primeira música urbana brasileira e teve seus primeiros conjuntos de choro

formados por funcionários públicos, em 1980 , que tocavam somente no horário do lazer, ao contrário do Pixinguinha, que foi um amplo pesquisador de música. Esse grande artista misturou as diversas músicas dos chorões da época com ritmos estrangeiros e fez com que surgisse um estilo unicamente brasileiro, mudando os rumos da nossa música. Além de ser considerado o pai da música, flautista e saxofonista, o mestre destacou-se também como compositor, arranjador e pelas suas interpretações. Afinal, quem nunca escutou os arranjos e contrapont o s perfeitos de “Carinh o s o ”, “Rosa” e

“Lamento”? Clássicos que não podem ficar de fora das rodas de choro. Pixinguinha sempre teve suas composições interpretadas por grandes nomes do samba, entre eles a saudosa Clementina de Jesus na canção “Yaô” que o artista fez em parceria com Gastão de Viana. Ao longo da sua brilhante carreira, São Pixinguinha, teve canções registradas em parceria com outro grande flautista brasileiro, chamado Benedito Lacerda. Benedito, além de instrumentalista, autodidata e compositor, produzia sambas e choros, tornando-se conhecido por também produzir marchas de carnaval, como “Querido Adão”, interpretada por Carmem Miranda na época. Em parceria com Pixinguinha, Benedito compôs “Sofre Porque Queres”, “1x0” e “O gato e o Canário”. Parceria maravilhosa que revolucionou a música brasileira. Outro gigante que não pode ficar de fora das rodas de choro é o mestre Altamiro Carrilho. Com um domínio espan-

toso na flauta transversal, Altamiro também se destacou como compositor e deixou um acervo enorme para o choro brasileiro. O que poucos sabem é que Altamiro foi discípulo do Benedito Lacerda quando teve que substituí-lo em um grupo na década de 50 e sucessivamente tornou-se um ícone da flauta brasileira. Altamiro também gravou composições próprias e de grandes nomes da MPB e do samba brasileiro, como Cartola, Chico Buarque e Elizeth Cardoso, entre outros. Destaco suas interpretações nos choros “Atraente”, “Doce de Coco”, “Enigmático” e “Urubu Malandro”. Alguns melódicos, outros enérgicos, porém sempre se mantendo virtuoso. E infelizmente esses mestres do choro não estão mais entre nós, mas nos deixaram obras admiráveis. Hoje em dia, ainda temos

alguns instrumentalistas que carregam esse legado do choro com muita honra e representam fortemente esses artistas. Um exemplo é o sucessor do Altamiro Carrilho, Antônio Rocha, tive o prazer de conhecer e ouvir tocar em uma roda de choro na casa de uma conhecida. Um homem grande e forte tocando uma flauta três vezes menor das convencionais que nos remetem à forma do Altamiro de tocar. Devemos conservá-lo, pois sem sombra de dúvida daqui há alguns anos estarei escrevendo sobre os quatros vultos históricos da flauta brasileira.

Victor Hugo Turezo Intermediária Limbo De braços cruzados sentimos, consentimos e esperamos, até que todos eles transformem a promessa que vem fazendo ruído há muito tempo, em realidade: a de matar o futebol. Não, não estou exagerando. Parem por um instante e vistam a lucidez que é deixada de lado enquanto falam sobre futebol e tentam defender o time do coração. Estamos no mesmo barco. O que nos espera é um vasto oceano de ondas gigantescas para ultrapassarmos. E os indícios de que tudo poderá piorar ainda mais são evidentes. Realcem o olhar sobre a torcida. Notem as atitudes tomadas e as notícias que permeiam o extracampo. É estranho. Tudo está voltado ao adestramento em massa. E nós absor vemos isso com a maior naturalidade. Apenas chafur-

damos no que nos é imposto. Quem me conhece sabe que sou totalmente contra a modernização dos estádios. Querem tornar confortável algo que não foi feito para ser confortável. Eles querem abolir o tradi-

panhar meu pai nos jogos em tempos passados – e substituir o insubstituível. Eles querem colocar cadeiras no cimento manchado de cer veja e de lágrimas derrubadas e eternizadas no concreto em momentos de alegria e de triste-

concreto sente e sabe palavras após o do que estou falando. primeiro Atletiba da final do Paranaense: “Fodaçe” TJD “Fodaçe porco”. O juiz julgou que a deVenho expressar claração teria incitaminha indignação do a violência. O mais com a pena deter- interessante é que no minada pelo TJD ao mesmo dia e horário zagueiro Escudero o meia Z e z i n h o f o i do Coritiba. Ele foi j u l g a d o por uma agressão contra o meia Alex e, adivinhem, foi absolvido. Simplesmente não faz sentido. É óbvio que o argentino merecia uma punição, mas ficar um ano sem ter o direito de exercer a profissão por ter escrito duas meras palavras ofensivas que só afetariam os desprovidos de massa cerebral e senso de humor, enquanto outro jogador é absolvido por agredir o outro... há alguma coisa errada, e isso me incomoda profundamente e deve incomodar vocês também. cional amendoim – za. E só quem já der- afastado dos gramamotivo que me levou ramou uma lágrima dos por um ano por várias vezes a acom- nas arquibancadas de escrever as seguintes


SEXTA 24 MAIO, 2013

FEIRAS

LIVRES Feira do Água Verde “A” – R.Cel.Dulcídio – das 7h às 11h30. Feira do Jd. Social – Pç. Mto. Heitor Vila Lobos - das 7h às 11h00. Feira do Jd. Das Américas – Pç. Mto. Bento Mussurunga – das 7h às 11h00. Feira do Cristo Rei – R.do Herval – das 7h às 11h00. Feira da V. S. Pedro – R.Eng. Wladislau Dec – das 7h às 11h00. Feira de Sta.Felicidade – R. Neuraci Neves de Nascimento – das 7h as 11h00. Feira do Champagnat – Pç.da Ucrânia – das 17h00 às 22h00.

SUGESTÃO Ensaio Sobre o Azul O espetáculo Ensaio Sobre o Azul parte da pesquisa coreográfica da bailarina Mariana Mello, que procura investigar os mecanismos de criação a partir da memória, como ela mesma afirma. Horário: 20h Local: Teatro Cleon Jacques (R. Mateus Leme, 4700, Abranches) Ingressos: R$10 e R$5 (meia entrada) Laurindo, 273 - Centro) Ingressos:R$ 30 e R$15 (meia entrada)

AGENDA NOTÍCI ANTIGA No dia 24 de maio de 1833, foi inaugurada a New York and Brooklyn Bridge, a primeira ponte suspensa do mundo. A ponte fica localizada na cidade de Nova Iorque sobre o rio East River, ligando Manhattan ao Brooklyn num trajeto de 1.834 metros. Foi a primeira ponte de aço suspensa e sua estrutura já foi considerada a mais alta da cidade. Projetadas pelo engenheiro alemão John Roebling, as torres da ponte atingem 84 metros de altura em relação ao nível do rio, teve o custo de 15 milhões de dólares e demorou cerca de dezesseis anos para ser

construída. Alguns acidentes durante a sua construção ocasionaram a morte de 20 trabalhadores, inclusive a de seu projetista, Roebling, que morreu de tétano semanas depois de uma lesão no pé enquanto estava nas obras. Dias após sua inauguração, houve um boato de que a ponte era insegura e instável, para quebrar esse mito e em teor publicitário, um circo da cidade promoveu um desfile de 21 elefantes que percorreram toda a extensão da ponte. Atualmente a Brooklyn Bridge tem passado por várias reformas em sua estrutura e pavi-

mentação, quem passa pelas vias nota a movimentação operária e o trânsito afetado por conta disso. A ponte se tornou ícone da arquitetura estadunidense, e um marco na história do país pela sua valorização turística, é fonte de inspiração para contos, livros e poemas, sendo o poema mais conhecido o “Hart Crane, The Bridge” do coronel e engenheiro Wash i ng ton R o ebl i g , qu e d á u ma v is ã o d o r it mo s i nc op a d o d a d é c a d a , d a re a l i d a d e e as mu d anç as s o c i ais d a amé r i c a d o nor te.

Domínio Público

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