Notícia Antiga
Curitiba
Nebulosidade variável
No dia 13 de junho de 1988, aconteceu a ofensiva do Lago dos Peixes, um dos marcos do fim da guerra Irã-Iraque Página 6
Mín. 12ºC Máx. 21°C
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Ano XIV Edição 7914
lona.redeteia.com
Quinta-feira, 13 de junho de 2013
Andando na Linha Esporte californiano atrai brasileiros de todas as idades
O Slackline, esporte com cerca de 30 anos, consiste em caminhar e fazer acrobacias sobre uma fita de nylon. A possibilidade de praticar ao ar livre e com pouco equipamento tem popularizado o esporte em diversos parques e praças, como o Barigui em Curitiba
Adelmo Noite
Santo Antônio é homenageado em comemoração que coincide com o dia dos namorados
Projeto de Lei pode proibir “flanelinhas” na capital do Paraná
confeccionados no começo do mês. O preço médio das fatias era de três reais.
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Curitiba possui cerca de seis mil guardadores de carros espalhados pelas ruas. Após uma As paróquias curitibanas prepararam mais de 10 toneladas do proposta de Lei lançada por um vereador, a tradicional bolo que promete casamento para aqueles que o co- atividade de “flanelinhas” poderá ser proimerem. Para dar conta da produção, os doces começaram a ser bida na capital paranaense.
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COLUNAS Teatro
Página 2 Futebol
FIFA
Por onde anda?
“É inaceitável o Governo Federal (em pleno processo da Comissão da Verdade), assistir calado ao reinado Marin na CBF”. Jorge de Sousa
“Pois é, um dos grandes malefícios das “competições FIFA™” será a saída das torcidas apaixonadas, em troca de torcidas teatrais”. Gustavo Vaz
O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluna Denise Paciornick.
A colunista Larissa Mayra comenta sobre manisfetações artísticas, e relembra a polêmica em volta de uma situação que aconteceu durante o Festival de Teatro deste ano com o Erro Grupo de Florianópolis, quando a peça foi interrompida por policiais militares por conter cena de nudez.
Moda A colunista Maiara Yabusaki explica mais sobre as grifes famosas que tem se tornado relativamente mais acessíveis ao público, carregando nomes importantes da moda mundial e nacional, em grandes redes de fast fashion.
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OPINIÃO
Editorial Campanhas em redes sociais mostrando a longa fila que se formou na paulista com o número de manifestantes que protestaram contra o reajuste da tarifa do transporte público. As mesmas campanhas criticam a imprensa por não mostrar e valorizar tamanha manifestação e o quão “lindo” é ver indivíduos se mobilizando contra as injustiças que afligem o povo brasileiro. Mas parece que há pouco es-
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forço das duas partes para compreender o problema e resolvêlo, atitude primordial para a melhora de um problema que assola mais da metade da população de São Paulo. O fato de manifestantes depredarem 85 ônibus se justifica em partes: boa parcela da população utiliza o transporte público e se revolta com o aumento da passagem sem ver melhorias, com justificadas do reajuste com argumentos poucos convincen-
tes. Em contrapartida, mesmo se a culpa do governador e do prefeito, isso não é pretexto. Em Londrina todos se surpreenderam está manhã com os cinco centavos a menos na passagem, Cascavel também vai diminuir o valor do transporte público. Sábios governantes que perceberam a admiração que muita gente demonstrou pela manifestação em São Paulo. “Baderneiros”. Declaração claramente
equivocada, para quem está acompanhando os protestos a mais de 9000 km de distância. E é nessa brincadeira que a responsabilidade dos problemas causados passa de um para o outro. Se a culpa é do governador e do prefeito, isso não justifica a depredação dos ônibus, que não justifica as declarações que resultam em nada. Fazer com que a PF investigue os protestos não ajudará em nada; a solução
José Maria Marin: O retorno da ditadura militar no futebol brasileiro No ano passado, quando o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deixou o cargo máximo do futebol brasileiro, o estado de êxtase tomou conta da nação. O que grande parte da população brasileira não percebeu foi quem o sucedeu no poder. José Maria Marin, 81, foi deputado estadual pelo Arena em São Paulo em 1975, depois sucedeu o então governador Maluf no Palácio dos Bandeirantes de 1982 a 83. Chegou à presidên-
cia da CBF por ser o vice-presidente mais velho da instituição, cargo que ocupa, o que lhe dá direito de ser presidente do COL (Comitê Organizador da Copa do Mundo FIFA no Brasil). Mas não só de rosas foi a vida política de Marin, muito pelo contrário. Em outubro de 1975, em um discurso inflamado na Câmara dos Deputados de São Paulo, ele incitou uma perseguição a jornalistas da TV Cultura, que, em protesto ao governo do General
Médici, recusaram-se a cobrir a reunião do partido ARENA em São Paulo. Marin citou a “intranquilidade” nos lares paulistas causada pela emissora, como razão de suas palavras. Dezesseis dias depois, o jornalista Vladimir Herzog foi morto em um batalhão do D.O.P.S de São Paulo. Motivo, “intranquilidade nos lares paulistas levou a polícia a interrogar suspeitos, e o jornalista Herzog se matou em sua própria cela, medida comum entre presos” - essa
Jorge de Sousa
foi a nota oficial do Governo do Estado à época. É inaceitável o Governo Federal (em pleno processo da Comissão da Verdade), assistir calado ao reinado Marin na CBF. O caso Vladimir Herzog é público. Fora esse, quantos outros inocentes morreram por causa dos discursos de ódio de Marin? O Brasil está há anos-luz de outros países sul-americanos, na questão do julgamento de crimes contra os direitos humanos. A Argentina viu há algu-
O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.
Comecei jornalismo em 2005, sonhei com isso desde os meus 13 anos. A ideia inicial era ser redatora, mas fiquei dividida entre web e assessoria. Depois de formada, fui trabalhar em uma agência de publicidade, onde fiquei por dois anos. Saí de lá em busca de novos desafios e fui para a Lide Multimídia. Lá conheci e aprendi a ser assessora de imprensa.
Mas eu queria algo diferente. Em 2012, trabalhei em um site de educação e para o ex deputado estadual, Reni Pereira, simultaneamente. No início de 2013, eu e uma amiga decidimos ter o nosso próprio negócio, e assim nasceu a Zero41 Estúdio de Conteúdo, onde produzimos conteúdos para sites, portais, blogs e redes socais.
Sai o geraldino, entra o leite-com-pêra Como escrevi no LONA da última terça-feira, no próximo sábado começa a Copa das Confederações. O torneio envolverá oito seleções, dentre elas o Brasil, a Itália e a Espanha, grandes potências mundiais, e também a seleção amadora do Taiti, que ganhou o direito de estar no Brasil nas próximas semanas por ser a campeã da Oceania (competição mais enfraquecida ainda com a saída da Austrália para a Ásia, na geografia futebolística). Entretanto, a competição deve frustrar algumas pessoas, principalmente estrangeiras, por um motivo: a torcida menos apaixonada do que se imagina quando falamos em Brasil.
É bem verdade que jogos de seleções nunca tiveram um público lá muito barulhento como os jogos de clubes por aqui, mas há uma padronização e uma higienização dos estádios que me incomoda bastante. Os ingressos a jogos de futebol aqui no Brasil subiram de maneira exorbitante nos últimos anos, muito mais do que o do cinema nesse mesmo período (para fazer uma comparação entre dois lazeres do povo brasileiro). Este fenômeno vai aos poucos tirando o popular, o geraldino, do estádio de futebol. Aquele torcedor que tem no futebol a sua válvula de escape para os problemas mundanos e que bota a alma para empurrar o time
mas semanas o General Videla (ditador argentino nas décadas de 70 e 80) morrer cumprindo pena por crimes contra a humanidade. Em terras canarinhas, porém, o que temos é uma triste realidade, onde os tiranos dos tempos militares não se escondem, não estão presos, pelo contrário, comandam, ditam as regras do jogo, mostram que um pouco da ditadura militar ainda existe no país.
Por Onde Anda?
Denise Paciornick Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professor-orientador Ana Paula Mira Editores-chefes Júlio Rocha e Marina Geronazzo Editorial Lucas de Lavor
não será correndo atrás de revoltosos, mas sim acionar os órgãos públicos responsáveis para que tomem as providências necessárias. Ponderar para que os manifestantes não sejam injustiçados e viabilizar uma solução, auxiliando a prefeitura. Válido verificar os responsáveis, buscar as justificativas plausíveis e procurar a melhor solução que satisfaça ambos os lados.
Acervo Pessoal
Gustavo Vaz do coração quando está no estádio. No lugar dele, o cidadão de classe média/alta ocupará o seu lugar. Nada contra essas classes, mas nitidamente elas não apresentam a mesma paixão quando estão vendo um jogo in loco. Pois é, um dos grandes malefícios das “competições FIFA™” será a saída das torcidas apaixonadas, em troca de torcidas teatrais. Muitos botam a culpa na modernização dos estádios, que as reformas descaracterizaram lugares como o Maracanã e o Mineirão transformandoos em locais “sem alma”. Não sou tão xiita assim (os estádios brasileiros precisavam de renovações), apesar de não discordar totalmente
dessa opinião, entretanto, acredito que os preços que o futebol cobra dos seus fãs é o maior culpado pela higienização dos estádios. É justificável, vá lá, cobrar um pouco mais por conforto e também por jogos dessas competições que acontecerão no Brasil, mas é extraterrestre cobrar R$100 para um jogo de estadual de décima rodada entre Flamengo x Friburguense, por exemplo. É isso que vem acontecendo no país do futebol e acontecerá ainda mais nos próximos anos, devido ao hype dessas novas “arenas” que surgiram. Outra sequela dos ingressos caros acontecerá na Copa2014 mesmo. Muitos jogos, entre times não tão cultua-
dos, terão diversos “claros” nas arquibancadas. Lembro-me de que em 2006, na Alemanha, mesmo jogos entre Arábia Saudita x Tunísia (2x2 pelo grupo H, em Munique, se a memória não me trai) tinham estádios lotados. A FIFA podia se tocar disso e baixar o preço para não passar esse vexame (jogo de Copa não pode ter lugares desocupados, na minha sincera visão). Essa mesma medida deveria ser tomada pelos clubes a fim de evitar estádios vazios e/ou com atmosfera semelhante a uma Opera no Teatro Scala de Milão, e não aquele clima apaixonante de um jogo de futebol, que é tão vital para o futebol brasileiro.
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GERAL
QUINTA 13 JUNHO, 2013
Equilibrar-se em uma fita de nylon tem feito a cabeça dos jovens O slackline, esporte praticado em ambientes ao ar livre tem feito sucesso entre o público jovem ANDRESSA TURIN
Febre principalmente entre os jovens, o slackline, é um esporte que surgiu na Califórnia, nos anos 80, quando escaladores do Parque Yosemite começaram a andar em cima de correntes tentando se equilibrar. A prática do esporte consiste em se equilibrar sobre uma fita de nylon fixada entre dois pontos, geralmente a 30 cm do chão em ambientes ao ar livre como praias e parques. A regra básica é manter o foco e o equilíbrio sobre a fita de 2,5 ou 5 cm. No Brasil, o esporte chegou no início dos anos 90, mas só se tornou mais conhecido do público a partir de 2000, quando o atleta Hugo Langel atravessou a Pedra da Gávea no Rio de Janeiro a 840 metros de altura e 32 metros de comprimento. O publicitário e cofundador da empresa SlackCuritiba, Paulo Andraus, conheceu o esporte em 2012 por meio de um amigo que trouxe o equipamento dos Estados Unidos. Como o equipamento no exterior era caro, Paulo pesquisou e descobriu uma forma mais barata de produzir o produto no Brasil. No mesmo ano, juntou-se
com mais dois amigos que também gostavam do esporte e resolveram abrir a empresa. Para Paulo, o esporte traz benefícios como a concentração e equilíbrio, além disso, “ficar em cima do slackline te desliga do mundo”, afirma o publicitário. De acordo com o diretor da Slack Brasil, Diogo
algo simples e ao mesmo tempo desafiador. Segundo ele, a prática traz diversos benefícios à saúde, pois trabalha com a parte física e mental do corpo, fortalecendo os músculos, além de queimar calorias, ajudar no equilíbrio, foco e determinação. O esporte também é importante, pois promove encontros soci-
Barboza, que pratica slackline há 9 anos, o esporte pode ser praticado por pessoas de todas as idades, desde crianças a partir dos 8 anos até idosos com 80, e não apresenta contraindicações. “Somente pessoas com problemas no joelho devem evitar praticar em altura superior ao joelho”, afirma Barboza. Ele conheceu o slackline por meio de amigos e começou a praticar por gostar de esportes ao ar livre e por se tratar de
ais. Existem diversas variações do slackline, como o trickline, longline, shortline, waterline e highline. O trickline é a modalidade mais praticada e é realizado próximo ao chão, permitindo a realização de manobras de salto. O longline é praticado em distâncias maiores, com fitas a partir de 15 metros, exigindo uma maior concentração e equilíbrio do atleta. Já o shortline é praticado
com uma fita mais curta de 7 a 15 metros e a 30 cm a 1 metro do solo. Waterline é a prática do esporte sobre a água, melhor forma para praticar manobras sem se machucar. E por fim o highline, que é a modalidade mais perigosa e considerada o auge do esporte, pois é praticado a uma altura superior a 5 metros exigindo muita experiência e prática de alpinismo, o que requer o uso de equipamentos de segurança. D i f e r e n t e de outros esportes como o skate, os slackliners (pessoas que praticam slackline) não sofrem preconceito da população em geral, muito pelo contrário: “O esporte é muito bem aceito pela sociedade, pois mostra o atletismo e concentração dos esportistas, evitando o envolvimento com drogas e álcool”, afirma Paulo. Para aqueles que querem aprender a se equilibrar na fita, o tempo médio para a aprendizagem é de 1 hora com o auxílio de alguém que já pratique o esporte. O slackline pode
ser praticado de tênis ou descalço. Para os iniciantes, é melhor praticar descalço para sentir melhor a fita”, afirma Paulo. Com a prática e para fazer manobras, o tênis deixa o esporte mais confortável. Em Curitiba, os principais pontos de encontro para a prática do esporte são nos parques e nas praças, principalmente no Parque Barigui. Contudo, alguns ecologistas afirmam que os equipamentos utilizados para prática do esporte prejudicam as árvores, apertando-as e impedindo-as na capacidade de sugar a seiva. Por essa razão, a SlackCuritiba só vende kits com EVA’S, que são proteções fundamentais para não prejudicar a árvore e nem danificar o material. A proteção não é de uso obrigatório, “porém é a mesma consciência de não jogar lixo na praia, cuidar para sempre ter”, ensina Paulo. O esporte tem incentivo da Prefeitura e a empresa SlackCuritiba tem parceria com a mesma para discutir e desenvolver diversas questões relacionadas à prática do slackline.
Paróquias de Curitiba atraem público com a venda do famoso bolo de Santo Antônio Bolo de Santo Antônio atrai solteiros e casais prestes a se casarem nas Paróquias de Curitiba, a data comemorada pela Igreja Católica homenageia um dos santos mais populares do Brasil Lucas Souza Várias paróquias de Curitiba mantêm a tradição da venda do famoso bolo de Santo Antônio mesmo antes da festa do santo casamenteiro. Data comemorada pela Igreja Católica no dia 13 de junho, um dia após o dia dos namorados (no Brasil), reúne milhares de devotos que tem a esperança de encontrar a miniatura do santo que é distribuído pelos bolos para alcançar uma graça divina, em sua maioria, relacionada a relacionamento. Segundo a Mitra da Arquidiocese de Curitiba, as paróquias começaram a preparação das massas desde o mês passado e cada uma produz pelo menos 10 toneladas do doce. Uma delas é o Santuário Nossa Senhora do Carmo, no Boqueirão, que começou a venda dos bolos no dia 12 e se estenderá até o dia 15 deste mês, a expectativa é que mais de 15 mil pessoas passem pelo Santuário durante os quatro dias. Os sabores são variados: doce de leite, creme, amendoim e pêssego. Junto às comemorações de Santo Antônio, a igreja pro-
move missas e bênçãos espe- de hora em hora com início ciais aos namorados duran- às 7h, no dia 13/06 e 14/06
12/06, das 8h às 22h, 13/06, de 3R$ a fatia. das 9h às 20h30, 14/06 das O primeiro passo rumo ao altar Santo Antônio de Pádua, um dos santos mais populares no Brasil, nasceu em Lisboa, por volta de 1195 e fez parte do grupo de religiosos que seguia a regra de isolamento de Santo Agostinho, no mosteiro São Vicente, em Lisboa e depois se tornou frade franciscano. A fama de santo casamenteiro, o foi instituído devido seus primeiros milagres, conta a crença que uma moça chorava, pois não possuía dotes para se casar e pediu ajuda ao frade através de um bilhete, Antônio pede então que ela colocasse o bilhete em cima de uma balança de um comerciante, que a pagou o preço do bilhete em ouro, o suficiente para que pudesse se casar. Além de vários outros milagres casamenteiros que foram atribuídos ao santo.
te os dias de festividade. No às 12h e 19h30 e a venda dia 12/06 acontecem missas dos bolos acontece nos dias
9h às 21h, 15/06 das 9h às 20h e o preço fica em média
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Geral
QUINTA 13 JUNHO, 2013
Trabalho de guardadores de carro poderá ser proibido nas ruas de Curitiba Vereador Felipe Braga Côrtes propõe uma lei que tem como objetivo proibir o trabalho dos “flanelinhas”. Após discussões a proposta poderá sofrer alterações
O vereador de Curitiba Felipe Braga Côrtes (PSDB) propôs no dia 16 de abril uma Lei que pode proibir a atividade de guardadores de veículos, denominados ‘flanelinhas’, ou semelhantes, nos logradouros públicos de Curitiba. Porém, após algumas discussões, a intenção do vereador pode ser alterada, até porque existe uma Lei Federal que permite esse tipo de trabalho nas áreas públicas da cidade. A proposta foi lida no dia 17 de abril pelo plenário da Casa e ainda está sendo analisada pelas Comissões. O vereador, a princípio, propôs que a atividade de flanelinhas seja considerada contravenção penal e quem exercer a atividade deverá acarretar prisão de até três meses e multa. De acordo com as informações de Felipe Braga Côrtes ao jornal LONA, quando deu entrada no processo na Câmara Municipal de Curitiba, ele teve como intuito inicial proibir qualquer tipo de atividade de guardadores de carro. Porém, ao iniciar as discussões sobre o projeto e, inclusive, tratálo junto ao Ministério Público do Trabalho, foram verificados vários pontos controversos na proposta devido à existência da Lei que regulamenta a profissão do guardador de carro na capital paranaense. Porém, atendendo aos anseios de todos os lados, dos guardadores sindicalizados e com a devida autorização do Ministério do Trabalho, assim como do cidadão que paga seus impostos e não acha justo essa atividade não ter uma fiscalização por parte do poder público, foi decidido que a discussão do projeto será feita em uma Audiência Pública a ser realizada no próximo semestre na Câmara Municipal de Curitiba, com o objetivo de encontrar uma solução para todos os lados referentes a esta atividade. Curitiba tem aproximadamente 6 mil pessoas que exercem a atividade de guardadores de veículos. Cadastrados
no Sindicato dos Guardadores de Automóveis do Paraná (Singuapar), são 1300 em média. O Presidente do Singuapar, Paulo Negão, diz que existem diferenças entre os flanelinhas e guardadores de carro, “não se pode generalizar”. “Flanelinhas são pessoas desocupadas, muitas delas achacadoras, não pertencem a nenhuma ONG, Associação ou Sindicato.”. Os guardadores de carro filiados ao Sindicato, de acordo com o Presidente, têm permissão legal para exercer a atividade pela Lei Federal de 1975 e regulamentado em 1977, pelo Presidente da Republica Ernesto Geisel. Os guardadores de carros associados ao Sindicato têm suas próprias regras, explica Paulo
que solicitava à Prefeitura de Curitiba que criassem, por meio da Secretaria Municipal de Defesa Social e da Fundação de Assistência Social, um programa para fiscalizar e regulamentar a atuação dos flanelinhas. Mais tarde, em 2007 o exvereador Custódio da Silva propôs uma lei que pedia a disposição sobre a guarda de veículos por flanelinhas em locais públicos de Curitiba. A proposta de Custódio está arquivada atualmente, devido ao final de sua legislatura. Mas a primeira vez que foi feita alguma proposta de lei para a proibição de flanelinhas em Curitiba foi essa. Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais e em Cascavel, a atividade de guardador de carro já foi proibida.
Negão. “Eles não devem pedir gorjeta ao condutor, devem ter o máximo de educação com as pessoas, ter higiene, não usar drogas e bebidas alcoólicas principalmente no local do serviço, estar devidamente uniformizado etc.”. A proposta de Lei gerou muita polêmica. O vereador diz que não imaginava que teria tanta repercussão. A motorista e estudante Virgínia Ribeiro diz: “Já senti medo de alguns flanelinhas mal-encarados, mas acho que não deve ser proibido, pois alguns realmente cuidam”. Já o publicitário e motorista André Luiz Rodrigues Cytrynski diz que nunca se sentiu ameaçado por flanelinhas, mas acha que a profissão deve ser regulamentada. Em 2001, o vereador Ney Leprevost propôs uma lei (já aprovada),
COMÉRCIO DE PON- aqui para trabalhar no TO mesmo local, chamamos a Guarda MuniciO Presidente da Singua- pal e eles defendem a par afirma que o comér- gente.” Ele esclarece que cio de ponto nos locais no estacionamento de lá de grande movimento ninguém nunca “comde carros na cidade ex- prou ponto”, este tipo de iste: “Infelizmente ex- negociação não existe iste, e é muito grande, no lugar. mas é entre os que não Edilson Carlos Tesca pertencem ao Sindicato Iongblood é o mais ane não têm as devidas tigo cuidador de carorientações.”. ros do Parque Barigui. De acordo com as infor- Segundo ele, o cuidado mações concedidas ao do estacionamento do jornal LONA por alguns parque é dividido entre flanelinhas, no centro três famílias. Edilson da cidade, a atividade trabalha há 29 anos no de venda e compra de local, como cuidador, locais para atuar como ajudante e até como guardador de carros conselheiro: “Ás vezes as é muito comum. Um pessoas chegam tristes guardador de carro que aqui e a gente fala alpreferiu não se identifi- gumas palavras bonitas car conta que comprou para elas, alguma menum ponto no bairro sagem ou oração, que Alto da Glória e pagou melhora o dia da pesR$ 2 mil reais. soa.”. O guardador de veículos também conta O OUTRO LADO que muita gente importante passa por lá todos Alisson Moreira é cui- os dias, como juízes,
dador de veículos no Parque Barigui há 25 anos. Sua família já trabalhava anteriormente no mesmo local há 33 anos. Alisson conta que antigamente era associado ao Sindicato dos Guardadores de Automóveis de Curitiba (SIGAC), que não existe mais, e diz que não valia a pena participar dele, pois o sindicato não os apoiava. Hoje ele não é associado a nenhuma entidade de classe, mas conta que todos o conhecem na região, pois se tornou tradicional no local. Alisson trabalha também em uma empresa de transporte público; ser guardador de carros não é sua profissão principal. Seu pai e seu tio ainda trabalham cuidando do estacionamento do parque. “Se vier outra pessoa
políticos, delegados, e que criaram com eles uma relação de confiança. “Muita gente deixa a chave comigo, eu estaciono para eles, ajudo a tirar ou colocar bicicletas, montar carrinho de bebê etc.”, explica. A mãe de Edilson, Sirlei do Rocio Tesca, também trabalha no estacionamento do Parque Barigui como guardadora de carros há aproximadamente 27 anos. Ela conta que o que ganha lá não dá para sustentar sua família, mas serve como complemento do salário do mês. Para ela, a proposta de Lei que quer acabar com os “flanelinhas” não é justa. “Tem muita gente boa que atua neste ramo, o que deveria ser feito era alguma carteirinha, alguma diferenciação para distinguir os que são sérios dos que não são”. Na Rua Matheus Leme, em frente ao shopping Mueller, trabalha como guardador de carros o Edson Caetano. Está lá diariamente, há sete anos. Edson já trabalhou como açougueiro em supermercado, padeiro e pretende começar semana que vem como cobrador de ônibus, mas atuar como guardador de carros é uma atividade que ele pretende sempre conciliar com outro trabalho, como forma de renda extra. Em sua casa, moram quatro pessoas, três trabalham, mas somente com o dinheiro que ganha como ‘flanelinha’ consegue sustentar toda a família. Ele conta que na região todos o conhecem e confiam nele. Edson trabalha com um colete alaranjado, que comprou para utilizar como uniforme. “Eu não deixo ninguém vir guardar carros nesse ponto aqui, se vier alguém eu já mando embora. Ás vezes eu só começo a ajudar a manobrar e a pessoa já se toca”. Ele também conta que não comprou o ponto, foi o guardador de carros anterior que passou o local para ele.
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VIVIANE MENOSSO
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COLUNISTAS
QUINTA 13 JUNHO, 2013
Maiara Yabusaki Moda por aí Democratização da moda muito nas vendas das redes de lojas. Isso mesmo, o volume de vendas não varia das vendas normais, apesar das filas enormes que se formam durante a madrugada na frente das lojas, já que todos querem comprar as aquelas desejosas peças. Mas qual seria a explicação para lojas tão grandes manterem assas parcerias se o balanço final não vai sofrer mudanças satisfatórias? A resposta é simples e direta, o marketing. Essas colaborações geram para as redes fast fashion mídia espontânea, que equivale a montantes consideráveis e que estimulam a continuação desse modelo de publicidade. Publicidade, aliás, não só para as lojas, mas também para os estilistas. Essas parcerias geram um apelo midiático muito grande e o nome da marca também é lançado para que o público conheça aquele nome. Há quem diga que essas colaborações são boas, e quem diga que elas são ruins. Pois os pessimistas que me perdoem, mas vocês ainda não me convenceram. Não enxergo o lado ruim nesse negócio, a empresa sai ganhando com a publicidade espontânea, bem como o estilista,
e o consumidor consegue comprar as peças do momento, e que não precisou economizar horrores para adquiri-la. Alguns meses atrás Eugene Rabkin, editor de uma revista de moda online, publicou um artigo criticando essas parcerias por que, segundo ele, a democratização da moda não existe, e que as grandes redes vendem roupas a preços acessíveis, mas não moda. Ora, só é moda, então, roupas de etiqueta e que custam verdadeiras fortunas? A moda de rua hoje influencia diretamente peças que
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De uns tempos pra cá, adquirir peças de grifes famosas se tornou relativamente mais fácil, já que nomes importantes da moda mundial e nacional estão firmando parcerias com grandes redes de fast fashion como H&M e Targed, lá fora, C&A e Riachuelo aqui no Brasil. O nome da vez é Isabel Marant. Estilista parisiense famosa pela pegada boho, vai lançar uma coleção em colaboração com a rede de lojas H&M. Mas quais são os impactos que essas parcerias trazem para consumidor e empresa? Para nós, meros consumidores, ter uma roupa assinada por esse ou aquele estilista, dessa ou daquela marca e, por puro deslumbre momentâneo, vestir aquelas peças, que foram inspiradas em coleções anteriores que levaram meses para serem elaboradas, por um preço expressivamente mais baixo (acompanhado pela qualidade da roupa que também não é lá essas coisas), é consideravelmente recompensador. Já para as empresas a situação é bem diferente. Pesquisas feitas a partir das vendas provaram que essas coleções cápsulas não interferem
serão tendência nas próximas estações, e não são todos que tem condições de comprar peças de grife, aliás são pouquíssimos que podem. O que acontece muito é que, não são as peças de grifadas que
inspiram, mas o conjunto da obra, a combinação do que está em alta e do seu estilo. Isso é moda, as fast fashion não estão ‘matando’ a moda, mas tornando o acesso a ela mais acessível.
Larissa Mayra Falo de Teatro Há limites para o palco? beça dele. Para a irmã mais velha, foi um momento constrangedor, daqueles em que você percebe que crianças não assistem apenas Bob Esponja. Ao analisar esta situação do Erro Grupo, tenho alguns questionamentos. Um dos primeiros, diz respeito ao direito da maioria. Todos sabem que a XV de Novembro é uma rua frequentada por pessoas de diferentes idades e classes sociais. Além disso, possui muitos estabelecimentos comerciais. Parece estranho pensar que a atitude passaria despercebida por ali, mesmo para pessoas de outra cidade. Se um grupo escolhe a rua para fazer este tipo de trabalho, devese considerar que o espaço não possui classificação indicativa e que sim, pais e avós vão se ofender. Só pra deixar claro, não assisti a peça “Hasard”, só passei por ela rapidamente sem saber do que se tratava (e todos estavam com
roupas, hehe). Não sei se o vam no palco e o xixi até recebe o monólogo “O público gostou da encena- respingou nele. Situação, Filho Eterno”, encenado ção e acredito que o fato no mínimo, traumática. pelo ator Charles Fricks. O foi potencializado pela mí- Se limites para o palco é texto é uma adaptação do dia (detalhe que até o meu considerado censura, de- livro do Cristovão Tezza, irmão comentou sobre o vemos considerar que o que possui o mesmo título, grupo). trabalho do ator não se e mostra o relacionamento Qualquer manifesta- resume a representação de um pai que precisa lição artística está sujeita a e para isso é importante dar com um filho com crítica. Se a manifestação ouvir a opinião da platéia, síndrome de Down. Os ocorre na rua, isso é po- que também tem o direito ingressos custam R$ 10 e t e n c i a l i z a d o. O artista pode até achar que o palco é um espaço ‘’ilimitado’’. Porém, deve se responsabilizar por suas escolhas. No caso do teatro, o exagero pode surtir efeito contrário e afastar o público. Na matéria “Teatro, só uma A peça está sendo encenada em Florianópolis. vez por ano”, publicada na Gazeta do de se expressar. R$ 5 (meia-entrada). Para Povo no dia 7/04, um proquem nunca foi no Teatro fessor de direito relata que FICA A DICA! da Caixa, se antecipe. O espossui um “trauma” com paço só possui 120 lugares, teatro, pois houve uma situ- Neste fim de semana e no que se esgotam rapidamação em que atores urina- próximo, a Caixa Cultural ente.
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No festival de Curitiba, aconteceu uma situação com o Erro Grupo, de Florianópolis, que se transformou em notícia nacional. No dia 2/04, a peça “Hasard” foi interrompida por policiais militares por conter cena de nudez. Por ser representada ao ar livre, a peça e a atitude dos policiais tomou grande repercussão. Alguns defendem que a atitude foi uma censura a liberdade de expressão, outros ligaram para a polícia para denunciar o grupo. O engraçado dessa história foi o comentário do meu irmão, que tem apenas nove anos. No mesmo dia em que os jornais noticiaram a situação, ele comentou comigo: ‘’Nossa Lari, você viu os caras que ficaram pelados lá no centro? Louco né?’’. Eu só consegui fazer aquela cara de ‘’que estranho ouvir isso de você’’. O pior é que ele achou engraçado, sei lá o que passou pela ca-
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QUARTA 12 JUNHO, 2013
AGENDA
Wiki Commons
NOTÍCI ANTIGA Guerra entre o Irã e o conflito ainda mais Iraque evidente foi a revoga, por Saddam HusHoje é aniversário da sein (na época presiofensiva do Lago dos dente do Iraque), de Peixes, um dos mais um acordo que cedia importantes eventos ao Irão uma área de que marcou a guer- cerca de 520 quilôra Irã-Iraque. Este metros quadrados. ataque aconteceu no Além disso, o Iraque dia 13 de junho de tentava desestabili1988, o último ano zar o governo islâmico de Teerã e anexar da guerra. a província iraniana A guerra do Irã con- do Cuzistão, que tra o Iraque começou possuí uma extensão no ano de 1980, des- rica em petróleo. encadeada por uma série de fatores políti- Durante o período cos e territoriais. In- da guerra, o Iraque, dícios do início da na época apoiado peguerra já podiam ser los Estados Unidos encontrados muito do presidente Regan, antes do começo de perdeu reputação por fato. Porém, um dos ter utilizado armas motivos que tornou químicas no conflito
O que fazer em Curitiba?
contra os iranianos, sob a alegação de que os rivais utilizavam o mesmo método.
6 a 14 de junho: Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba Vários espaços: R$ 5 e R$ 2,50 (meia-entrada). R$ 1 para sessão de curtas-metragens
A primeira forte tentativa de acabar com a guerra foi o pedido de cessar-fogo pela ONU em 1988, que não foi acatado pelo Irã. Porém, nesse mesmo ano, a economia defasada pela guerra levou o Irã a aceitar largar as armas no dia 15 de agosto do mesmo ano. A partir desse ato, a paz foi considerada restabelecida. Porém, apenas em setembro de 1990 os dois países voltaram às relações diplomáticas.
18 de junho, às 19h30: Sempre um Papo, com a historiadora Mary del Priore, e lançamento do livro Castelo de Papel (Rocco) Teatro Regina Vogue: Entrada gratuita 20 de junho, às 20h: Trio Quintina Teatro do Paiol: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) na bilheteria do teatro 22 de junho, às 16 horas: A Montanha no Meio do Mundo. Espetáculo infantil do Grupo Obragem Museu Oscar Niemeyer: Entrada gratuita
Feiras Livres
Feira do Ahú – R.Colombo – das 7h às 11h30. Feira do Batel – R.D.Pedro II – das 7h às 11h30. Feira do Boqueirão – R.Gabriel Corisco Domingos – das 7h às
11h00. Feira de Sta.Quitéria – R.Prof. Fábio de Souza – das 7h às 11h00. Feira do Bairro Alto – R.Adílio Ramos – das 7h às 11h00. Noturnas: Feira do Água
Verde – R. Prof. Brasílio Ovídio da Costa – das 17h00 às 22h00. Feira do S. Francisco – Pç.Garibaldi – das 17h00 às 22h00.