Lona 808 - 16/08/2013

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Notícia Antiga No dia 16 de agosto de 1977, o rei do rock Elvis Presley morre nos Estados Unidos

Edição 808

Curitiba, 16 de agosto de 2013

lona.redeteia.com

Água suja no Atuba

Urbenauta acusa a Sanepar de poluir rio Atuba e explica o motivo das expedições. A empresa já possui 205 milhões de dívidas por possuir irregularidades ambientais: a operação Água Grande - II constatou que 110 de 236 Estações de Tratamento da empresa não estão de acordo com a licença ambiental. A primeira fase da operação começou em 2009 com o Ibama em conjunto com Polícia Federal. Página 3

AE/Luiz Costa/SMCS

Corrida contra o lixo A s itu a ç ã o d o l i xo e m Cu r it i b a c ont i nu a i n d e f i n i d a , me s mo a u m ano d o pra z o e s t ipu l a d o p el o G ove r no Fe d e ra l p ara re e s t r utu ra ç ã o no s iste ma d e d e s p e j o. A c apit a l d e p e nd e d as c i d a d e s me t ro p ol it anas . Nã o há e sp a ç o f ís i c o p ara a c ons t r u ç ã o d e ate rro s s an it ár i o s

e mu ito me no s c ap a c i d a d e d e armazenamento no s p arqu e s d e re c i cl age m. A s itu a ç ã o é c r ít i c a j á qu e, me s mo d e p ois d e s e te ano s , a pre fe itu ra ai nd a e sp e ra o ju l game nto d e u ma l i c it a ç ã o d o Sip ar, qu e foi c ons i d e ra d a i r re gu l ar.

Moda

Séries

“Se aquela atriz alta, magra, novinha usar uma minissaia e salto alto na novela não quer dizer que nós, pobres mortais, possamos fazer o mesmo”, Maiara Yabusaki.

Na coluna Sexta fora de série de hoje, Júlia Trindade comenta a volta da série Glee após a morte de astro Cory Monteith.

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Opinião Videogame “Até que ponto jogos de videogame são realmente capazes de incitar a violência numa pessoa?”, Bruna Karas.

Editorial Por onde anda? “Que tipo de revista para adolescente constrói uma espécie de manual para ensinar as meninas a serem do jeito que os meninos querem?”

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Anaisa Lejambre. Página 2

Colunistas Júlia Trindade e Maiara Yabusaki

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Editorial

Sobre blogs, caprichos e desserviço Por muitos anos, a Revista Capricho, do Grupo Abril, foi responsável por quebrar tabus e inserir na pauta dos adolescentes temas como uso de camisinha, masturbação e famílias não convencionais para época, com pais separados, por exemplo. Apesar de esses não serem temas hoje que mereçam parabéns caso sejam abordados em uma revista adolescente, fazer isso na década de 80 era realmente vanguardista e, até mesmo, ousado. No entanto, parece que há algo de podre no reino da Capricho.

A revista não só perdeu seu olhar jornalístico sobre temas interessantes ao seu público como também tem sido um péssimo exemplo de como disseminar valores deturpados para uma geração tão carente de modelos e referências. Primeiro, foi a história da blogueira que, no melhor estilo “você sabe com quem está falando?”, bradou aos quatro ventos digitais que achava um absurdo o tratamento que recebeu de determinada casa noturna de São Paulo, mesmo

depois de ter dito, com todas as letras, que era blogueira da Capricho. Apesar de os blogs terem uma linha editorial mais livre, e mesmo que a Capricho, teoricamente, respeite essa liberdade de expressão, o blog está no ambiente virtual da Capricho. Ponto. Isso significa que a revista é, sim, responsável também pelo que disseminam seus aspirantes a escritores. Mostrar que pessoas merecem tratamento diferenciado pelo cargo (de blogueira?) que ostentam é perpetuar uma das maiores pragas existentes na nos-

Por Onde Anda?

Sobre meninos e jogos

Expediente

violência. No Brasil, alguns jogos também são proibidos, como Carmageddon, que tem como objetivo ganhar pontos atropelando os pedestres que estão no caminho. No dia 05 de agosto, foram encontrados cinco corpos na residência da família Pesseghini. De acordo com a polícia, o filho do casal, Marcelo Pesseghini, de 13 anos, teria atirado nos pais,

tipo de linha editorial permite que se disseminem valores tão retrógrados e preconceituosos justamente para meninas em idade de dúvidas, incertezas e necessidade de aceitação? É tão cruel que chega a ser quase inacreditável. Foram tantas críticas nas redes sociais que o texto foi retirado do ar, assim como quando chega visita em casa e varremos a sujeira para baixo do tapete. Ou jogamos todas as roupas no guarda-roupa para esconder a bagunça. Entretanto, a sujei-

ra está lá. A bagunça está lá. Quando a visita vai embora, volta-se à vida caótica e bagunçada. Quando o público se cala, volta a linha editorial medíocre e preconceituosa mantida por pessoas que não aprenderam nada sobre a questão de gênero em todos esses anos. A Editora Abril, recentemente, deu fim a várias revistas, inclusive à Bravo, veículo mensal que falava de arte e literatura. Fica a pergunta: por que a Capricho continua?

Anaisa Lejambre Formada em 2008, graduei-me em Comunicação Au d i ov i s u al, na Espanha, em 2011, tendo duas grandes experiências: a primeira foi o curta-metragem pre-

Na Noruega, é crime possuir uma cópia do jogo Manhunt, e este fato pode resultar em até 10 anos de prisão. Após um cruel massacre ocorrido em 2011, onde um jovem matou quase 80 pessoas e deixou um e-mail dizendo que alguns jogos de tiro ser viram como “treinamento mental”, o governo norueguês resolveu tirar de circulação jogos que teoricamente incitavam a

sa sociedade: a cultura da segregação por cargos, títulos e contas bancárias. Só por isso, a história da blogueira já é por demais deprimente. No entanto, como se não bastasse, foi publicado, em uma coluna da mesma revista, um texto deplorável cujo título “ensinava” quais eram as “meninas para namorar” e as “meninas para ficar”. Que tipo de revista para adolescente constrói uma espécie de manual para ensinar as meninas a serem do jeito que os meninos querem? Que

na avó e na tia-avó. Em seguida, Marcelo teria ido à escola e, ao chegar em casa, teria se suicidado com um tiro na cabeça. A polícia encontrou o Facebook do menino, que teria como foto do perfil, o personagem principal do jogo Assassin’s Creed, em que o objetivo do personagem Ezio é vingar a morte de sua família e salvar o mundo dos templários. Para os policiais, o jogo

miado “Cerrado hasta el lunes” e participar como jornalista e tradutora da rádio JMJ em Madri. Depois trabalhei com marketing, produção televisiva e fui jornalis-

ta responsável de um site. Hoje sou editora de “Aventuras sem f r o n t e i r a s ”, pela Insólito Produções, que estreará final do mês na eParaná. Além disso, possuo um

blog sobre filmes e livros: www.paginacameraeacao. com. Apaixonada pela profissão, busco novas op or tunidades.

Bruna Karas induziu o menino (carinhoso e gentil, segundo vizinhos e amigos da família). Até qu e p onto j ogo s d e v í d e o g ame s ã o re a l me nte c a p a ze s d e i nc it ar a v i ol ê nc i a nu ma p e ss o a , d e t a l forma qu e u m men i no d e 1 3 ano s , qu e nu nc a te ve u m comportamento susp e ito, mate to d a a su a f am í l i a ? Frequ e nte me nte s a e m p e s qu is as na míd i a s obre o assu n to. A l g u ns p aís e s

ju l g am a s itu a ç ã o extremamente séria, estabelecendo punições e estabelecendo classificações etárias para alguns jogos de vídeo game. Como um menino de 13 anos que matou a família inteira não tinha vestígios de pólvora nas mãos? Sim, havia um par de luvas no bolso da jaqueta do menino. E como ele, morto, teria tirado as luvas e colocado no bolso?

Reitor: José Pio Martins Professora-orientadora: Ana Paula Mira Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Editores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina Geronazzo Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Editorial: Da Redação Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

É um absurdo manchar a reputação de uma criança dessa forma. E, principalmente, tentar atribuir um c o m portamento psicótico a um jogo de vídeo game. Quantos milhões de pessoas jogam esse e muitos outros jogos com um enredo parecido no mundo inteiro? To d o s e s s e s m i lhões de pessoas s ã o p s i c o p a t a s ? Eu a c h o q u e n ã o.


Notícias do Dia

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Jornalista acusa Sanepar de poluição no Rio Atuba

Segundo o jornalista conhecido como Urbenauta, Sanepar é responsável por parte da poluição do rio Atuba; recomposição da mata ciliar e detecção de pontos de despejos estão entre os objetivos no jornalista lucas de lavor Divulgação/Ubernauta

Conhecido como Urbenauta, o jornalista Eduardo Fenianos, convidado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores, acusou a Sanepar de ser a responsável por grande parte da poluição do rio Atuba. Segundo o Fenianos, o esgoto está sendo despejado sem o devido tratamento pela empresa, além de lixo e esgoto doméstico dos moradores da região. Fenianos fez o trajeto de aproximadamente 144 quilômetros dos rios de Curitiba, averiguando a situação e as mudanças desde 1997, quando fez o mesmo trajeto. Um dos objetivos é constatar se o discurso ecológico da “cidade modelo” tem sido aplicado efetivamente, mas o resultado não é muito animador: “Houve um discurso ecológico muito forte. Mas a prática foi desastrosa. Os rios estão muito piores do que antes” afirma. Fenianos também tem como objetivo “desenhar o mapa e os limites de Curitiba, que são feitos

basicamente por rios”. A análise de qualidade das águas, detecção de pontos de despejos ilegais de esgoto e a semeação de plantas nativas para recompor a mata ciliar também estão no alvo do jornalista. Fenianos apresentará em um relatório final para a Câmara, que conterá todos os pontos de despejo de esgoto e “propostas para a criação de parques e ações objetivas e urgentes para que o

discurso ecológico de quem esteja no poder, parte para a prática”. Autuações Constatado pelo Ibama, confirmado por Urbenauta: irregularidades nas estações de tratamento da Sanepar são responsáveis em grande parte pela poluição contida nos rios do Paraná. De acordo com o Ibama, a operação Água Grande II – 2013 resultou na autuação de 110

das 236 Estações de Tratamento de Esgoto em 165 municípios do Paraná. Com isso são 205 milhões em multa que a Sanepar deve em autuações por irregularidades ambientais. Essa é a segunda operação que acontece depois de cinco anos que, desde março, 219 autos de infração foram empregados, contabilizando mais de 49 milhões em multas. As multas anteriores, realizadas durante a primeira fase

da operação – em que a empresa e mais 39 gestores foram autuados-, somam com a segunda fase 205 milhões. Sanepar Em publicação no jornal Gazeta do Povo, a Sanepar nega haver irregularidades, e que a Estação de Tratamento ETE Atuba Sul lança no rio esgoto tratado e que a cor escura da água se dá devido ao “processo de redução

química dos compostos e elementos metálicos”. A dificuldade de biodegradação dos compostos de detergentes e sabão justifica a presença de espuma e a empresa aplica produtos químicos diariamente para atenuar o mau odor.

Curitibanas poderão contar com Patrulha Maria da Penha AMANDA FURMAN Baseada na Lei Maria da Penha, a capital paranaense já pode contar com uma patrulha exclusiva para as mulheres. O projeto consiste em monitorar as mulheres que são vítimas de violência, que já ofereceram denúncia contra seu agressor e estão amparadas pelas medidas protetivas (documento legal emitido pelo juizado de violência doméstica ) que assegura às mulheres que seu agressor se mantenha distante pelo mínimo de 500 metros. A patrulha Maria da Penha já opera em Porto Alegre e obteve resultados tão significativos que 12 cidades do Rio Grande do Sul aderiram o projeto.

Patrulha Em Curitiba, duas viaturas da PM identificadas como Patr u l ha Mar i a d a Pe n ha f unc ionam e m c aráte r exp er ime nt a l. As v i a turas c ont am com p elo me nos u m Assiste nte S o c i a l do C e nt ro de R e ferênc i a de Assistênci a S o c i a l ( C REAS ) d a FAS . As v i aturas c irc u l am nas reg iõ e s onde o map a de v iolê nc i a domé st ic a é f re que nte e com maior núme ro de de núnc i as j á formu l ad as e me did as protetivas em vigor. A região Sul (Pinheirinho, Sítio Cercado e Bairro Novo) é a mais atingida. A ideia do projeto é de que um número específico, que não pode ser nem o 190 (PM) nem o

156 da prefeitura, diante das dificulda- Polícia Militar, atra- do, e enfim retirar possa receber men- des de competência vés dos represen- do papel a proposta sagens com pedido técnica ficou a priori tantes que integram da Patrulha Maria de socorro ou au- descartado.’’ o Comitê de Gestão da Penha. xílio, caso a vítima O ponto de partida Integrada da prefei- ‘’A proposta é bem perceba aproxima- para o desenvolvi- tura. simples’’, disse a deção do seu agressor, mento do projeto é O deputado Alexan- putada Roseli Isiseja nas imediações decidir se a patrulha dre Curi ,um dos doro. ‘’Mas estamos de sua residência ou agirá em parceria idealizadores do ai nd a det a l hando o até mesmo próximo com a Polícia Mili- projeto, está com proj eto, e bus c ando qu estõ es às escolas dos filhos tar ou com a Guarda a responsabilidade res olver das vítimas. Com es- Municipal. Já existe de iniciar conversas de ordem mais té c sas especificações, a um diálogo com a com órgãos do esta- n i c a .’’ viatura exclusiva registra os pedidos e se desloca imediatamente até o endereço das vítimas. ‘’O projeto ainda não tem data para entrar em vigor, pois esbarramos em problemas de competência’’, disse a titular da Secretaria Municipal Extraordinária da Mulher, Roseli Isidoro. ‘’A idéia era de que inicialmente essa patrulha operasse com guardas municipais, mas Maria da Penha inspirou a criação da lei depois de o ex-marido ter tentado matá-la duas vezes.


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Meio Ambiente

Prefeitura de Curitiba continua sem soluções para o destino do lixo Sem espaço para a construção de aterros nem capacidade de receber mais lixo em seus parques de reciclagem, a cidade está refém da região metropolitana para o despejo de seus resíduos ISADORA NICASTRO AE/Cesar Brustolin/SMCS

A apenas um ano do fim do prazo estipulado pelo Governo Federal para uma reestruturação do sistema de despejo de resíduos sólidos, a situação de Curitiba ainda é indef i n i d a . Ap e n a s 5 % do lixo produzido pelos curitibanos é reciclado e o custo pela falta de aterros na cidade é c a d a v e z m a i s a l t o. Há a l g u m t e m p o a “c i d a d e m o d e l o” vem perdendo seu título e a questão do lixo é um dos p o n t o s m a i s u rgentes que a capital paranaense p r e c i s a e n f r e n t a r. O fator que mais agrava a situação da cidade é a falt a d e e s p a ç o, p o i s 100% do território curitibano é habitado e não existe disponibilidade de área para a construção de um aterro sanitário que não afete os moradores. Essa s i t u a ç ã o, l e v o u a uma solução temporária, que já se arrasta por três anos. At u a l m e n te, todo resíduo doméstico e de varrição pública da cidade é encaminhado para um aterro sanitário em Fazenda Rio Grande. O custo para transportar o lixo até lá, que chega a ter 50 km, é de ¾ de todo o dinheiro gasto pela prefeitura com os resíduos. Um v a l o r m u i t o a lto, já que a cidade investe de 20 a 23 milhões por mês em resíduos sólidos. Outra questão preocupante é que apenas 100 toneladas de lixo reciclável são encaminhadas aos parques de reciclagem por dia. Essa quantidade, representa apenas 5% das 2000t/ dia produzidas pelos curitibanos. E ainda, desses resíduos secos

O Conselho Municipal do Meio Ambiente se reuniu para debater a gestão de resíduos. que chegam até o parque, de 20 a 30% retornam ao aterro por não estarem em condições para participar do processo de reaproveitamento. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente Renato Lima, aumentar a quantidade de lixo separado corretamente para o processo não é a s olução. “Hoj e eu sou muito questionado pela população de por que eu não faço uma campanha na televisão sobre a reciclagem. A campanha é a parte mais fácil das ações que eu poss o f a z e r, m a s n ó s não temos estrutura para receber o lixo que poderia ser derivado de uma campanha maciça de separação. Eu ir ia t rair a população se a fizesse e tivesse que acabar destinando tudo para o enterro no aterr o”, a f i r m a o s e cret ár io. A causa de todo esse problema é a “fa lt a de cr i at i v i d a d e”. P a r a o próprio secretário Renato Lima, o que falta para Curitiba voltar a merecer o título d e “C i d a d e Mo d e l o” é q u e s e u s g o -

vernantes sejam mais inovadores. “Não dá mais para Curitiba ficar vivendo de seu pass ado, que foi b astante inovador há 2 5 a n o s . Te m o s que voltar a desenvolver a nossa criatividade para avançarmos rapidamente e mantermos essa posição de cidade preocupada com o s r e s í d u o s”, a f i r mou o s e cret ár io. At é agora, as ações apontadas pela Prefeitura de Curitiba para resolver o problema não são muito diferentes e sugerem mudanças a longo prazo. “Noss o plano é para que, em até 20 ano s , possamos reduzir a quantidade de resíduos disposta em aterros para menos de 10% d o q u e v a i h o j e ”, conta Lima. Para isso, a prefeitura pretende construir mais uma usina de valorização de resíduos e outros 12 parques de reciclagem. A aposta também é de uma responsabilidade compartilhada com a comunidad e . “A n o s s a v i são, é que a questão de resíduos começa a ser decidida na casa das pessoas. A expec-

tativa de que se resolve lá no final no ater ro, é er rôn e a”, d i z . O u t r o aspecto importante é a integração de Curitiba com a região metropolitana, pois, ao ultrapassar a fronteira, as pessoas não devem mudar sua postura em relação aos resíduos. A espera pelo Sipar Há sete anos, Curitiba iniciou uma pesquisa para encontrar alternativas de destino ao lixo descartado. Ess a p es quis a deu origem a um proj eto, o Sistema Integrado de Aproveitamento de Resíduos Sólidos (Sipar). A proposta é de que seja construída uma indústria, na qual os resíduos se transformem em matéria-prima para produção de adubo e energia. Esse sistema receberia o lixo da capital e de mais 18 municípios. Em 2008, ocorreu uma licitação para a escolha de uma empresa para a realização do proj eto. A licitação foi questionada por duas empresas, que entraram com ações judiciais alegan-

do irregularidad e s . D e s d e e n t ã o, as ações estão sendo analisadas pelo Tr i b u n a l d e Ju s t i ç a d o Pa r a n á , e m Va r a s d a F a z e n d a P ú b l i c a e p e l o Tr i bunal de C ontas. Renato Lima, que assumiu a Secret a r i a d o Me i o A m biente no início d e s t e a n o, a c r e d i t a que o projeto foi futurista na época, mas, depois de tantos anos, já existem outras formas de reaproveitamento de l i x o. “A g e n t e n ã o fica confortável e nem satisfeito com o imbróglio j u d i c i a l , a t é p o rque essa situação que vem se arrastando acaba prejudicando a melhor possibilidade que o município tem de fazer a gestão d e s e u s r e s í d u o s”, afirma o secretár i o. O lixo no Brasil e n o Pa r a n á Em 2 de agosto de 2010, o Governo Federal instituiu a Po l í t i c a Na c i o n a l de Resíduos Sólidos, que pretendia alterar o cenário do lixo em todo o país. Dentre as ações estabelecidas estão a eliminação dos lixões, a implantação de uma logística reversa e a coleta

s e l e t i v a d o l i x o, que permite a reciclagem e o reaproveitamento de materiais. O prazo para que as cidades se adaptem às mudanças é agosto de 2014. Ho j e , m e t a d e d a s cidades brasileiras ainda têm lixões e apenas 27% das cidades possuem aterros sanitários. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais ( Ab r e l p e ) , a e s t i mativa é de que, nas regiões Nor te e Nordeste, mais de 65% dos municípios não apresentem planos para os resíduos sólidos até o prazo est ipu lado. O diretor executivo da Abrelp e, C arlos Si lva Fi l ho, afirma que muitos dos administradores não têm conhecimento da questão e que estão pouco preocupados em fazer um planejamento. No Paraná, a situação não fica diferente. Cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos produzidos no est ado, s ão desp ejados inadequadamente, o que representa 3,5 mil toneladas por dia.


Colunistas

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Maiara Yabusaki Moda por aí Influências da televisão Quem nunca assistiu a uma novela e pensou “nossa olha esse vestido, que lindo!”, ou comenta sobre o sapato ou até mesm o o ba-

tom dessa ou daquela atriz? É natural que reparemos, o figurino faz parte de um personagem, faz parte da construção do seu caráter e da imagem que deseja passar aos telespectadores que todas as noites têm um encontro inadiável com a sua telenovela predileta. Figurinistas dão duro para achar estilos que combin e m com os perfis que recebem sobre cada personagem, e agradecem quando têm seu trabalho reconhe-

cido. O que poucas pessoas sabem é que as emissoras são bombardeadas diariamente com ligações de pessoas que não se contentam em achar as peças bonitas na novela, ou no personagem, mas querem adquirir aquela bolsa da Carminha em Avenida Brasil, ou saber como copiar aquele corte de cabelo da Delegada Heloísa em Salve Jorge. A expressão “arte que imita a vida” acabou perdendo o valor (pelo menos nessa questão), ou melhor, tendo papéis invertidos. Na moda, a vida está imitando a arte, os estilos, penteados e até o esmalte das personagens. Não que isso seja ruim, acredito que as novelas

sejam parte da cultura brasileira e ajudaram muito na democratização da moda em nosso país. No entanto não podemos nos tornar escravos dessas tendências. Assim como as pessoas que acabam se tornando vítimas da moda das passarelas, com as novelas não é diferente. O problema é a adaptação para cada corpo, e a vida real. Se aquela atriz alta, magra, novinha usar uma minissaia e salto alto na novela não quer dizer que nós, pobres mortais, possamos fazer o mesmo. As pessoas devem ter consciência de que nem todas as tendências que vemos na televisão são apropriadas para usar no dia a dia da vida fora das telinhas.

As telenovelas hoje tem o poder de mudar, de alguma forma, o passo em que as tendências andam. Na época em que a novela O Clone estava sendo transmitida as inspirações de acessórios, cores e estampas eram enormes. Fato que trouxe, na época, mudanças profundas na moda. O renomado estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch uma vez disse que “a novela é a grande revista de moda das camadas populares”. Devo discordar, em partes, dessa afirmação. Não apenas as camadas populares se inspiram, ou copiam, as novelas. Quando a bolsa da marca Michael Kors virou febre na novela Avenida Brasil, a venda desse modelo aumentou ex-

pressivamente nas lojas da marca nos EUA, e adivinhem quem eram as compradoras que estavam enchendo essas lojas no exterior? As noveleiras de plantão que, não eram de camadas populares como disse Herchcovitch, mas que tinham condições de viajar para comprar esse momentâneo sonho de consumo. Efêmeras ou não essas tendências criadas pelas telenovelas brasileiras fazem a diferença na moda por aqui. E não importa se você assiste ou não, elas se tornam muito mais do que marcas registradas dos personagens, e acabam invadindo as prateleiras de inúmeras lojas Brasil a fora.

Soprano (Nancy Marchand). Na verdade, o futuro de Glee ficou nas mãos de Lea Michele, que era namorada de Cory Monteith na vida real. Com uma postura profissional elogiada por Ryan Murphy, ela resolveu dar continuidade à série. Murphy revelou em uma entrevista que Finn Hudson vai morrer no terceiro episódio da quinta temporada, que estreia em setembro. Segundo o criador da série, o episódio será uma homenagem ao ator. Quem acompanha sabe que Glee já não andava bem das

pernas. A audiência baixou muito e a qualidade das histórias não é mais a mesma. A quarta temporada foi basicamente uma sequência de episódios fracos e só alguns se destacavam. Eu particularmente só tenho me estressado com esse seriado, mas quando Cory faleceu eu lembrei como Glee costumava ser minha série favorita e o quanto me deixava feliz e ansiosa pelo próximo episódio. Todo o elenco pediu para que os fãs lembrassem principalmente da pessoa boa e generosa que era Cory Monteith, e é assim que eu vou lembrá-lo.

Júlia Trindade Sexta fora de série Glee O objetivo principal da coluna Sexta fora de série é dar mais destaque a seriados recentes ou que não são muito conhecidos pelo público, mas algo muito triste aconteceu enquanto o LONA estava em hiatus e, por isso, eu vou abrir uma exceção para discutir isso. Cory Monteith, um dos atores principais de Glee, morreu de overdose no dia 13 de julho de 2013, no Canadá. Isso foi notícia no mundo inteiro. No Brasil, o Fantástico fez uma reportagem mais completa em homenagem ao ator. Para quem não sabe, Glee é uma série norte -americana criada por Ryan Murphy, Brad Fal-

chuk e Ian Brennan. A história é sobre um grupo de alunos que fazem parte do clube do coral da escola. Normalmente esses alunos são considerados os excluídos, e é por meio da música que eles conseguem se expressar e superar problemas. A partir da quarta temporada, a série também começou a seguir a trajetória de ex-alunos, cuja maioria foi morar em Nova York. Cory Monteith deu vida ao personagem Finn Hudson, que era popular, jogava futebol americano no time da escola, mas acabou se apaixonando por Rachel Berry (Lea Michele), uma das estudantes no Glee club. Com o tempo,

Finn ganhou as características de um líder e, às vezes, até de um herói. Finn Hudson representava um papel muito importante no enredo. Por esse motivo os fãs, que ficaram muito abalados com a notícia, logo começaram a especular o que aconteceria com o personagem na série. Não há muitas opções quando esse tipo de coisa acontece em um seriado. Em Mad Men, o ator Christopher Allpor interpretava o personagem Andrew Campbell, que tinha uma relação difícil com o filho. Quando o ator morreu, os criadores decidiram começar a segunda temporada dizendo que o

personagem tinha morrido em um acidente aéreo. Já em A Família Soprano, uma dublê foi contratada para substituir a personagem Livia


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Agenda

NOTÍCI ANTIGA Hoje, uma das despedidas mais tristes do música internacional está completando 36 anos. No dia 16 de agosto de 1977, Elvis Presley, o rei, foi dar concertos privados em território angelical. O músico deixou como legado uma série de sucessos tanto na música quan-

to no cinema e na televisão. Mesmo após sua morte, Elvis registrou diversos recordes na indústria fonográfica que até hoje permanecem intocados. Suas músicas (como Hound Dog, Love me Tender e Jailhouse Rock) ainda são consideradas referências quando

se fala em rock. A única herdeira de Elvis, Lisa Marie, deu ao músico quatro netos que ele nunca chegou a conhecer. Elvis, juntamente com John Lennon e Michael Jackson, está entre os ídolos falecidos que mais deixou fãs órfãos pelo mundo.

O que fazer em Curitiba? Vox Bar

Sexta, às 22h, no Vox Bar tem Vox Club, com apresentação dos DJs Mauricião e Elle, além do convidado Jô Mestinguett. Entrada: Mulher: R$ 30 (nome na lista: R$ 15) e homem: R$ 50. Informações e reservas: (41) 3233-8908 e www.voxbar.com.br.

Crossroads

Sexta, a partir das 22h no Crossroads tem apresentação da Kiara Rocks, banda de São Paulo que vai tocar no palco principal do Rock in Rio 2013, e abertura com Rock’n’Duo. Entrada R$25,00 masculino e R$20,00 feminino. Informações: (41) 3243-3711 e www.crossroads.com.br.

Curitiba no Reggae Festival no Vanilla Music Hall

Sexta-feira, às 21h, no Vanilla Music Hall, as principais bandas de reggae nacional. Sobem ao palco as bandas Ponto de Equilíbrio, Planta & Raiz e a curitibana Namastê. Ingressos a partir de R$40,00 (2º lote).


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