Notícia Antiga
No dia 9 de setembro de 1884 foi inventado o cachorro quente, em Frankfurt, na Alemanha.
Edição 824
Curitiba, 09 de setembro de 2013
lona.redeteia.com
O final de semana reuniu em Curitiba competidores do Brasil e do mundo em uma grande competição de games de luta. Em disputa, R$ 15 mil e uma vaga para um torneio de nível internacional. Confira os destaques de todo o evento e os resultados das competições.
Maximilian Rox
Curitiba é palco do maior torneio de games de luta do país
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Bruna Teixeira
A 20ª edição da Bienal Internacional de Curitiba é um dos maiores eventos culturais da cidade e, neste ano, traz mais de 150 artistas estrangeiros. Durante a edição, serão apresentadas várias obras de arte de diferentes estilos, como performances, música, literatura, cinema, quadros etc.
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Opinião Editorial
Música
Por onde anda?
“Não é de hoje que, no Brasil, não existe trabalho a longo prazo no esporte. Talvez o único que se salva é o futebol, e ainda com várias falhas [...].”
“Atualmente, é cada vez mais fácil encontrar jovens que cantam músicas consideradas “de velhos”, e ainda mais fácil deparar-se com jovens que se interessam e escutam esse tipo de música.” Victória Pagnozzi.
O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluna Ana Tigrinho.
Colunistas
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Games
Na coluna de hoje sobre videogames, Maximilian Rox reflete sobre o papel do designer de jogos, mostrando os problemas e as diversões de um criador na hora de criar personagens e paisagens dentro de um game.
Tecnologia
“O futuro que Os Jetsons previam não está muito longe. Ano passado, a Google anunciou o Google Glass. É um gadget em forma de óculos que tira fotos, grava vídeos, e até te informa como se diz panqueca em chinês com um comando de voz”, Luiza Romagnoli.
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Culpar ou desculpar? Ontem o Esporte Espetacular, da Rede Globo, exibiu matéria sobre a desclassificação da Seleção Brasileira de Basquete da Copa América. Assim como todas as matérias sobre o caso, abordou o fato de jogadores profissionais que atuam na liga norte-americana não terem se apresentado para a seleção. Mostrou entrevistas com os atletas, que indicaram inúmeros motivos para o não comparecimento
nos jogos da Copa. Indiretamente, a culpa pela pior campanha de todos os tempos no referido campeonato recaiu sobre tais jogadores. O próprio técnico da seleção, Rubén Magnano, admitiu a culpa, porém, sem deixar de culpar os ausentes. Não é de hoje que, no Brasil, não existe trabalho a longo prazo no esporte. Talvez o único que se salva é o futebol, e ainda com várias falhas, pois não é raro ver talentos deste
Por Onde Anda?
esporte serem comprados por times milionários, ceifando a carreira no seu país de origem. Jogadores famosos em outras partes do mundo às vezes são completos desconhecidos por aqui. A situação no basquete é pior ainda. Não há investimento e sobram histórias de jogadores que pagam do próprio bolso, por anos, para poderem seguir com a carreira que perseguem, muitas vezes, por puro idealismo. Exemplos
também se encontram no futebol feminino, na ginástica e no boxe. É, portanto, uma grande injustiça pesar sobre os ombros dos jogadores que estão na liga norte-americana a responsabilidade pelo pífio desempenho da seleção de basquete. Antes de culpar aqueles que encontraram condições para se manter do basquete em países que não o Brasil, é preciso olhar o que se faz por aqui. Em 2013, segun-
Expediente
cas consideradas “de velhos”, e ainda mais fácil depararse com jovens que se interessam e escutam esse tipo de música. Para notar que o número de fãs adolescentes desse estilo cresceu, no Brasil e no mundo, basta observar o trio italiano Il Volo, que se apresentará em terras tupiniquins dos dia 05 a 12 de novembro, nas cidades de Porto Alegre, São Paulo,
se o pensamento no esporte seguir essa lógica, nunca se investirá em nada. Para um país que vai sediar copa do mundo e olimpíadas, é um pensamento ilógico, burro e tecnicista. Um pensamento que explica claramente por que colocam a culpa da derrota vexatória do basquete nos atletas que, fora do Brasil, encontraram países que os sustentam para fazerem aquilo que, com certeza, se tivessem condições, fariam no Brasil.
Ana Tigrinho Nunca soube o porquê, mas desde os 14 anos, exatamente quando coloquei o pé no ensino médio, botei na cabeça que queria ser jornalista. Definido o foco, entrei em Jornalismo como bolsista do Prouni em 2006, quando a Universidade Positivo ainda era Unicenp. Sempre meio inquieta, fiz de tudo nos quatro anos de curso. Morava longe, encarava não sei quantos ônibus por dia para chegar aos estágios (nos dois últimos anos fiz dois simultaneamente) e à faculdade. Meu primeiro estágio no ramo foi na Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da Infância, em 2006. Era
de observação, durou um mês, mas foi o suficiente para entender a abrangência da comunicação, em especial na garantia de direitos. Isso redefiniu meu foco e eu voltei à Ciranda em 2008, desta vez como estagiária do projeto Rede em Formação, uma parceria da ONG com a UP. A universidade, por sinal, foi minha principal empregadora: em 2007 estagiei no laboratório de TV e em 2009, meu último ano aqui, no projeto Universidade e Comunidade, no qual escrevia para a Gazeta do Povo de domingo. Nesse mesmo ano, comecei meu estágio na Sintática Comunicação,
Jovens não gostam de músicas clássicas. Será? “A juventude não gosta de músicas clássicas”. Perdi a conta de quantas vezes ouvi isso na minha vida, tanto de pessoas jovens como de idosos. Esse pensamento do senso-comum de que pessoas que nasceram depois dos anos 90 com certeza não gostam de canções no estilo lírico está se provando a cada dia mais errado. Atualmente, é cada vez mais fácil encontrar jovens que cantam músi-
do o Ministério do Esporte, houve o maior investimento no basquete que o Brasil já fez: R$ 10 milhões. Isso não chega a 10% do que se investe no futebol. Pode-se argumentar que o futebol gera renda, ao contrário do basquete. E daí depara-se com o eterno silogismo: o basquete não gera renda porque não tem investimento ou não tem investimento porque não gera renda? Uma pergunta cíclica e sem resposta. Até porque,
Rio de Janeiro e Curitiba. Il Volo é um grupo formado por Piero Barone, Ignazio Boschetto e Gianluca Ginoble, de 20, 19 e 18 anos, respectivamente, e ganharam fama ao interpretar canções italianas consideradas clássicas como O’ Sole Mio e Il Mondo, de Luciano Pavarotti, e Un Amore Cosi’ Grande, de Andrea Bocelli. O lançamento do segundo álbum em 2012, “We Are
Love”, trouxe canções originais em um estilo musical ainda desconhecido por muitos, o Pop Lírico, no qual interpreta-se canções pop utilizando a técnica lírica. Este gênero tem por objetivo aproximar o público jovem ainda mais dos estilos clássicos. Mas será que isso tem dado resultado? Os próprios integrantes do grupo italiano afirmaram, em uma coletiva de
uma empresa de amigos que também tinha um pé no terceiro setor, na qual fiquei até ano passado. Em 2011 comecei a trabalhar como assistente de comunicação (leia-se: faz tudo) na Associação Evangelizar é Preciso, onde fiz: fotografia, matérias para site, jornal interno, boletim, jornal mural, fotografias, assessoria, redes sociais, acompanhamento de palestras e produção de um programa para rádio e TV, este apresentado pelo fantástico do Silvio de Tarso, que nos deixou há pouco tempo. Depois disso tudo, fui trabalhar na Giusti Comunicação prestando serviço para a Eletrosul.
Por causa disso, morei por três meses em Florianópolis e tive um intensivão em assessoria, o que me tornou definitivamente uma assessora de imprensa. Atualmente, pela Cupola Comunicação, sou assessora da Junta Comercial do Paraná, que é ao mesmo tempo uma ótima oportunidade e um grande desafio. Descobri nestes sete anos em contato com o jornalismo o quanto esta profissão é abrangente, nos faz conhecer tantas coisas e mantém sempre nossa cabeça ocupada. Inquieta que sou, foi mesmo no jornalismo que me encontrei.
Victória Pagnozzi imprensa em Buenos Aires, que sim. Segundo Gianluca Ginoble, 80% do público em seus shows é composto por jovens, e apenas 20% por adultos. Portanto, dizer que a juventude hoje não gosta de canções líricas e só escuta lixo musical é um duplo preconceito e um absurdo imenso. É óbvio que, com o passar do tempo, os estilos musicais mudaram, e os considerados hits hoje não são nada
Reitor: José Pio Martins Professora-orientadora: Ana Paula Mira Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Editores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina Geronazzo Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Editorial: Da Redação Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira
parecidos com os de décadas anteriores. Isso é uma questão de mudança cultural que naturalmente ocorre ao decorrer dos anos, e não podemos julgar o que a mocidade gosta ou escuta. Mas também não podemos afirmar que os jovens só escutam isso, e que não têm “bom gosto o suficiente” para ouvir músicas clássicas.
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Torneio de games de luta premia R$ 15 mil para competidores de games A competição Treta Aftermath reuniu competidores nacionais e internacionais em Curitiba em busca de prêmios e vaga em campeonato mundial Maximilian Rox
produtora de dois dos principais games em disputa. Aprimorando a premiação dos campeonatos de Ultimate Marvel vs. Capcom 3 e Super Street Fighter IV: Arcade Edition v.2012 com títulos da própria produtora, a competição de Street Fighter também foi considerada como a classificatória nacional para a Capcom
Cup, realizada em dezembro nos Estados Unidos. O campeão desse torneio ganharia a vaga com todas as despesas pagas no campeonato oficial da produtora, porém, o vencedor da etapa nacional não foi brasileiro. O japonês Sakonoko venceu o campeonato de Street Fighter IV, garantindo sua vaga contra todos os demais brasileiros que competiam
Maximilian Rox
Jogadores do Brasil e do mundo se encontraram nesse final de semana em Curitiba para competir no maior torneio de games de luta do país. Premiando R$ 15 mil em diversas competições, o Treta Aftermath foi realizado no Hotel Deville Rayon Curitiba, com presença de competidores de vários estados brasileiros, contando ainda com presença de jogadores internacionais conhecidos do cenário profissional. Motivando jogadores novos e antigos do cenário de games de luta, foram organizados torneios principais para os títulos mais novos do mercado, valorizando também os competidores mais antigos com torneios paralelos aos principais. Ao todo, foram 11 competições realizadas no sábado e domingo, sendo quatro torneios principais e sete torneios paralelos, trazendo ao todo 400 participantes de mais de 10 estados brasileiros, incluindo participantes chilenos e três presenças internacionais famosas: Ryan Hart, do Reino Unido, Sakonoko, do Japão, e Pedro Ferreira, brasileiro residente no Japão. O evento ainda recebeu o apoio da Capcom,
Sakonoko, ao centro, vencedor da vaga para a Capcom Cup. Ao lado esquerdo, o britânico Ryan Hart, e ao lado direito o terceiro colocado Keoma.
no Treta After- Com o cresci- confirmação do pelo evento e pela math. mento, jogadores c o n h e c i d í s s i m o boa organização A história do de novos estados jogador japonês, de um campeona-
evento Presente na equipe de organizadores desse ano, Lucas Paludo conta que o Treta Championship começou pequeno, voltado ao público local. “O Treta foi criado em 2010 para satisfazer a demanda de jogadores que estavam surgindo na cena, cerca de 30 a 40 pessoas que queriam competir e não tinham aonde jogar”, lembra Paludo.
foram se interessando em participar, trazendo posteriormente competidores internacionais conhecidos. “Como a comunidade gosta de ver o pessoal de fora jogar por se dedicarem mais ao game, a presença desses nomes atraem mais pessoas para o torneio”, comenta o curitibano, relembrando as 100 inscrições realizadas no primeiro dia da
Sakonoko. Prazer em competir Vindo diretamente de Londrina para prestigiar e ajudar na organização do evento, Guilherme Jorges Galbes conta que desde 2006 viaja para lugares na intenção de competir. “Através da competição você faz muitos amigos e se passa a se importar com a cena da qual participa”, conta, mostrando a preocupação
to. Apesar da preocupação com os torneios e com o nervosismo quando senta para competir, Guilherme não disfarça a satisfação em ver os jogadores mais antigos voltando para as competições. “Eu gosto de ver as pessoas se divertindo com jogos de luta, por isso me preocupo com as competições”, declara.
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Geral
20ª Bienal Internacional de Curitiba reúne mais de 150 artistas internacionais A capital recebe a edição do evento trazendo jovens curadores de todo o mundo para adquirirem experiência no Brasil Elana Borri Desde o último dia 31, Curitiba se tornou a capital mundial da arte. Isso porque a cidade é sede de mais uma edição da Bienal Internacional, que vai até 1º de dezembro. Nesse ano, mais de 150 artistas de todo o mundo irão apresentar os trabalhos na Capital. As obras serão expostas nas ruas, museus, galerias, praças e até em estações-tubo, com o objetivo de aproximar cada vez mais a população e a cultura mundial. Entre os artistas participantes estão Ai Weiwei (China), Antoni Abad (Espanha), William Kentridge (África do Sul), Luis Felipe Noé (Argentina), Peter Kubelka (Áustria), Katharina Grosse (Alemanha), Ann-Sofi Sidén (Suécia) e Regina Silveira
(Brasil). A abertura oficial do evento foi realizada na tarde do último dia 31, no hall do Pátio das Esculturas do MON (Museu Oscar Niemeyer), e contou com a apresentação do coral da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e de Efigênia Rolim, conhecida como Rainha do Lixo de Curitiba. O objetivo da Bienal é apresentar um recorte do que há de arte contemporânea mundialmente. Serão apresentadas performances artísticas, pinturas, músicas, web arte, livros e cinema. Um dos pontos que mais chamam atenção dos críticos é a idade dos curadores: todos são jovens e com pouca experiência, mas que já mostraram ser eficientes em trabalhos anteriores. Os orga-
nizadores optaram por escolher jovens curadores a fim de formar novos profissionais da área. Eles são de vários países, entre China, Suécia, Brasil, Alemanha, Espanha, Argentina, Canadá, África do Sul, Áustria e Coreia do Sul. Serão 24 artistas que irão expor suas obras sob a curadoria do jovem grupo. Especialmente nesse ano, a arte urbana e as performances ganharam atenção especial. Serão
várias inter venções em pontos da cidade, para atingir os cidadãos de maneira mais objetiva. A montagem da Bienal começou já no início de agosto, para que no final do mês ficasse tudo pronto. Durante os três meses de duração, algumas empresas públicas e privadas realizarão eventos em paralelo com as exposições. A organização do evento sugere vários roteiros diferentes, todos com guias. Ao
escolher o melhor caminho, o visitante deve optar por seguir em três diferentes maneiras: a pé, de van ou de bicicleta. Os interessados devem também agendar a visita no site do evento, no qual podem ver toda a programação: www. bienaldecuritiba. com.br Histórico: A primeira edição da Bienal de Curitiba foi em 1993, quando ainda se chamava “Vento Sul – Mostra de Artes
Plásticas”, que contou com artistas da Argentina, Paraguai e Brasil. Já em 1995, ampliou a participação para uruguaios e chilenos. A partir de 2007, a mostra passou a ser temática, e a primeira edição nesse molde foi “Narrativas Contemporâneas”. A edição deste ano não será temática, devido ao número de expositores com visões e objetos de estudos diferentes.
As bandas que conseguiram tirar seu projeto do papel Fortalecimento de bandas independentes pode estar ligado a influências não convencionais, fator que tem despertado o interesse do público Marina Geronazzo
No mercado sonográfico, hoje o que mais se veem são bandas. Sejam de garagem ou com nomes de grande representação no mercado, elas fazem surgir novos personagens no meio musical todos os dias. A questão, no entanto, que sempre surge quando se aborda esse tema é a dificuldade que faz com que muitas delas não cresçam e não ganhem a atenção do público como esperado. O que faz uma banda ter sucesso ou não? Em Curitiba, apesar de existir espaço para bandas novas, ele não é muito extenso. As bandas valorizadas na capital paranaense normalmente são as que se dedicam apenas a covers, enquanto os artistas que têm composições próprias são deixados, muitas vezes, de lado. Na visão dos inte-
grantes da banda curitibana Foster, essa realidade é muito decepcionante. “Existem músicos excelentes na cidade”, afirma Bruno Ceccatto, vocalista da banda. “Já tocamos em alguns outros lugares do Brasil como Caxias do Sul e Joinville, e neles percebemos um interesse maior do público por músicas autorais”, comenta. A dificuldade que esses artistas encontram normalmente tem ligação com a falta de espaço para tocar ou o apoio do público. O Lona coversou com alguns artistas locais para conhecer melhor os problemas vivenciados nesse cenário musical, e trouxe algumas dicas para quem deseja correr atrás desse sonho. “Fora do Brasil, há um claro crescimento no número de bandas independentes - sem filiação a
nenhum tipo de empresa ou gravadora - devido ao fato de que a Internet viabiliza uma conexão artista-público muito efetiva, tornando o artista apto a compartilhar suas músicas para um grande número de pessoas, sem necessariamente precisar de alguma empresa que faça tal intermédio”, conta Francisco Bley, vocalista da banda Dunas. Países como os Estados Unidos e alguns lugares da Europa têm um fortalecimento muito grande do mercado musical alternativo e independente, e ele corre paralelo ao das grandes gravadoras. “Agora essa realidade começa a se refletir no Brasil”, explica Francisco. As bandas Foster e Dunas são dois exemplos de artistas locais que conseguiram ganhar a atenção do público cu-
ritibano. A produção de um material com influências não muito convencionais, e integrantes jovens, são alguns dos fatores em comum entre as duas bandas. Seriam eles importantes para o sucesso? Na opinião de Rodrigo Berger, baterista da banda Foster, as influências que fogem ao comum ajudam a chamar um pouco a atenção de algumas pessoas. Além disso, a divulgação e apoio de amigos e familiares também os ajudaram a dar os primeiros passos. “Fizemos alguns shows importantes em festivais de grande porte como Planeta Atlântida, Lupaluna e Pepsi Música, todos imprescindíveis no processo de amadurecimento da banda”, conta Rodrigo. Apesar de estarem há pouco tempo no mercado, os meninos
da Foster já venceram o concurso de bandas Pepsi Música 2011, que deu a eles o prêmio de abrir o show para a banda Fresno. Essa vitória possibilitou o lançamento do EP intitulado Le Coni, bancado pela organização do concurso. Em relação à Dunas, Francisco acredita que ainda estão muito no início da formação para fazer algum comentário sobre outras bandas, mas acredita que o fato de terem um local próprio de ensaio facilitou muito o crescimento como artistas. “Isso possibilita uma rotina de ensaios menos rígida, já que temos tempo ilimitado em nossas reuniões”, reforça. A liberdade de tempo ajudou com que os rapazes da Dunas lançassem seu primeiro EP na metade desse ano, junto a um clipe da música
Vírus, single escolhido pelos próprios integrantes. Além de terem projeções futuras como a gravação de um segundo trabalho, farão um show de abertura para a banda nova-iorquina Beach Fossils, em outubro desse ano, em Curitiba. Há uma imensa quantidade de bandas comprometidas apenas com a música, e que por opção ficam alheias ao mercado da música comercial. O diferencial de quem consegue se destacar na mídia cultural é a originalidade, acima de tudo. “De nada adianta tocar um gênero musical que faz sucesso se ele já foi reproduzido por uma massa de artistas. Apenas tocamos nossas músicas do jeito que gostamos, sem nos basear no que a mídia quer ou não,” finalizam Bruno e Rodrigo.
Colunistas
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Maximilian Rox Press Start Um universo em nascimento Um personagem pode ser criado sem querer nos corredores do pensamento. Quando isso acontece, não nos contentamos em criar uma só personalidade, mas um mundo inteiro – com todos os habitantes, paisagens e histórias. Um universo tão imenso, mas que pode nascer e ser cultivado dentro da mente de qualquer um. Assim nascem os livros, filmes, peças de teatro. E quem diria que naquelas infinitas linhas de código também podem residir mundos e personagens tão complexos quanto nas borradas páginas de papel? Ora, nunca cansarei de afirmar: games podem se tornar filmes interati-
vos. Criar games tem sido mais fácil ultimamente, e por vários motivos. Além da abertura de espaço para os desenvolvedores independentes no mercado dos games, as plataformas de criação estão mais acessíveis. Alimentando esperanças nos leitores, vou desconsiderar as plataformas de programação pura – essas estarão reservadas para as grandes desenvolvedoras e os aventureiros dedicados da Computação – e digo que o design de games está mais simples. Obviamente não será com qualquer software que você construirá um bom game, mas até mesmo os criadores
com menos recursos já oferecem um meio de implantar suas ideias e seu enredo. A lógica se segue: quanto maior a imersão do criador em seu universo, mais ferramentas de criação serão necessárias. Mas isso não implica que um game simples será ruim; divertindo o jogador já cumpriu bem seu papel. Criatividade e detalhamento são diferenciais que são considerados apenas pelos críticos e jogadores exigentes. Particularmente, gosto muito mais de criar histórias que efetivamente programar. Seria algo como imaginar mundos sem realmente escrevêlos – bom, vamos deixar claro que a Com-
putação envolve uma lista de variáveis que vão além das normas gramaticas da narração escrita. Alguns ajustes demoram bem mais que uma simples correção – afinal, estamos lidando com a majestosa Matemática, e sabemos que ela tem seus mistérios e problemas de quebrar a cabeça. Podemos deixa-la em mãos mais pacientes de vez em quando. A solução aos menos empolgados com a magia dos bits seria mergulhar no design de games. Detalhar um mundo e seus habitantes é uma tarefa que pode ir além da literatura, deixando de lado a imaginação do seu público para valorizar a imersão, nunca esquecendo
da diversão. Super Mario World é um universo único, costurado em detalhes e simbólico – e nem por isso deixa de divertir seus jogadores. Eu passaria horas buscando a melhor peça para encaixar um cenário, a melhor reação para um personagem ou a trilha sonora que melhor combinasse com determinado momento. Talvez toda essa empolgação seja frustação de uma literatura detalhada demais; mas prefiro pensar que só estou empolgado. Entre causos e jogos, ainda gosto de classificar os games como a cultura interativa que diverte. Criá-los é como mergulhar na criatividade mistur-
ando doses literárias e teatrais, compondo ao fim uma obra que pode ser saboreada de diferentes formas – um livro esperando seu escritor para rabisca-lo. Pode parecer uma incompreendida concepção em meio às páginas de um jornal, principalmente quando nem todos os games focam no enredo, mas eu gosto de me imaginar em diferentes paisagens e personagens. Doses súbitas de inspiração que não se contentam em um único universo: passo a cria-los em diferentes lugares, seja na tela mental ou na do computador.
Luiza Romangoli 8 Bits Ok, Glass O futuro que Os Jetsons previam não está muito longe. Ano passado, a Google anunciou o Google Glass. É um gadget em forma de óculos que tira fotos, grava vídeos, e até te informa como se diz panqueca em chinês com um comando de voz. O conceito que deu origem ao Glass é o hands free (“mãos livres”, em português). A ideia do gadget é mudar o eixo de atenção, deslocando a tela do smartphone das mãos das pessoas para a posição do olhar em um display (telinha) que flutua acima do campo de visão natural. O Google prevê o lançamento para venda do Glass para 2014, custando apenas US$299,00, um valor obviamente bem menor que US$1.500,00 que desenvolvedores tiveram que pagar pela “Explorer Edi-
tion”. Para ligar o Glass, é preciso levantar a cabeça ou passar o dedo pela haste direita, que é sensível ao toque. Depois que a tela aparece na sua frente, é preciso falar as palavras de comando (“Ok, Glass”) para que os óculos comecem a ter utilidade. E depois das palavras mágicas, é possível: tirar uma foto, gravar um vídeo, procurar um termo no Google, iniciar uma chamada ou terminá-la, enviar um e-mail, mandar uma mensagem SMS e navegar na internet (com a nova função Explorer). Como só existem poucos protótipos do Glass no mundo, ele só entende em inglês. Então, por exemplo, se queremos tirar uma foto, as palavras mágicas são: “Ok, Glass, take a picture”, (“Ok, Glass, tire uma foto”, em portu-
guês). A conexão com o Glass pode ser feita por meio de redes WiFi ou usando um smartphone como ponte para o sinal 3G. Outra informação essencial sobre o Glass: é obrigatório a conexão com um celular via Bluetooth. Para conectar o Glass a uma rede sem fio, por exemplo, é preciso informar a senha usando o aplicativo MyGlass (disponível para dispositivos a partir do sistema Android 4.0.3). Por meio do aplicativo, você pode visualizar a mesma tela que está sendo exibida no display do Glass. A internet é estável e as informações aparecem com velocidade depois de uma busca simples. Também há a possibilidade de visualizar informações previamente carregadas no celular, como compromissos, ações na
bolsa, postagens em redes sociais, tirar fotos, gravar vídeos e achar como se diz pudim em chinês. Desconectado do celular, o gadget serve como uma câmera capaz de fotografar e gravar a forma como você vê o mundo. Algo bem ao estilo dos jogos em primeira pessoa, só que em uma experiência de vida real. Vale lembrar que a conexão permanente com a internet não é necessária, o que é muito mais prático. Diferente de um certo Xbox One, que precisa estar conectado à internet mesmo quando se joga off-line. Mas é quando se tem acesso à internet que o aparelho abre novas possibilidades, tornando-se mais interessante e informativo. O smartphone serve como uma central de informações ao mesmo tempo em que permite a inserção e trans-
ferência de dados para os óculos. As especificações liberadas pelo Google até agora sobre o gadget são as seguintes: tela translúcida com resolução de 640x360 pixels (equivalente a uma tela de alta resolução de 25 polegadas), touchpad de plástico sensível ao toque, câmera de 5 megapixels, grava vídeos com qualidade de 720p [1280x720 pixels, progressivo], condução de áudio pela mandíbula (não há fones), WiFi, Bluetooth, 16 GB de memória total (12 GB de memória disponível) e possibilidade de sincronizar o conteúdo para armazenamento na nuvem, bateria: duração de um dia de uso moderado e conexão micro USB. Parece tudo muito lindo, tudo muito mágico. Mas toda rosa tem espinhos.
Tanto que o Glass ainda está em fase de avaliação, com alguns impasses, como a bateria que dura pouco e os poucos megapixels da câmera. Além disso, muitos lugares nos Estados Unidos já proibiram o uso do Glass, antes mesmo do gadget ser lançado. Strips clubs, cinemas, teatros, cassinos, alguns bares e locais de negócios, carros, vestiários, sala de médicos e estabelecimentos do governo estão na lista de lugares em que o Glass vai ser proibido. Já imaginaram a bagunça que ia ser no cinema ou nos strip clubs se alguém usasse o Glass dentro desses lugares?
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NOTÍCI ANTIGA No dia 9 de setembro de 1884 é inventado o cachorro quente, e existem três teorias sobre o surgimento desse peculiar sanduíche: a mais conhecida é a de um açougueiro de Frankfurt, na Alemanha. Em 1852, ele resolveu batizar as salsichas que fabricava com o nome de seu cachorro dachshund. Um imigrante alemão, Charles Feltman, levou essa salsicha para os Estados Unidos em 1880. Lá, criou um sanduíche quente com pão, salsicha e molhos. Em 1904, na cidade de
Saint Louis, nos Estados Unidos, um vendedor de salsicha quente criou uma maneira dos seus fregueses não queimarem a mão. A quem comprasse suas salsichas, ele oferecia luva de algodão limpíssima. Só que os clientes se esqueciam de devolvêlas e ele acabava tendo prejuízo. Seu cunhado, que era padeiro, sugeriu que o salsicheiro pusesse as luvas de lado e começasse a usar pão. No Brasil, por volta de 1926, o empresário Francisco Serrador, que idealizou a famosa Cinelândia, no cen-
tro da cidade do Rio de Janeiro, lança o cachorro-quente em seus cinemas. A novidade inspirou Lamartine Babo e Ary Barroso, a criarem em 1928, a marchinha de carnaval “Cachorro-Quente”. E a partir de 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil passou a sofrer grande influência da cultura americana, o cachorro-quente conquistou definitivamente espaço nesse país. E sua forma de preparo varia conforme a região.
O que fazer em Curitiba? Exposição “Consiente do Inconsciente” no MASAC De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Ordem - Setor Histórico), tem a exposição São Francisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da artista plástica Nilva Rossi. Museu de Arte Contemporânea Até dia 23 de setembro no Museu de Arte Contemporânea (Rua Desembargador Westphalen, 16) ficam as exposições “Cor, Cordis”, com obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná; e axposição “Lugar inComum”, das artistas Erica Kaminishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Informações: (41) 3323-5328 e 3323-5337. Teatro Novelas Curitibanas De 23 de agosto a 29 de setembro, no Teatro Novelas Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti,1222 – São Francisco), tem apresentação do Espetáculo teatral Cronópios da Cosmopista – Um antimusical psicodélico, do Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio. Informações: (41) 3222-0355.