Notícia Antiga No dia 11 de setembro de 2001, a organização terrorista al-Qaeda realizou uma série de ataques aos Estado Unidos. Atentado terrorista completa 12 anos.
Edição 826
Curitiba, 11 de setembro de 2013
lona.redeteia.com
À espera da guerra Gabriel Chaim
Os civis sírios vivem, além da delicada situação interna, a tensão de esperar um possível ataque dos Estados Unidos em retaliação ao regime do presidente Bashar al-Assad, acusado de utilizar armas químicas – proibidas pelas Convenções de Genebra. Uma complexa rede de interesses motiva o conflito que já matou mais de 100 mil pessoas. Sem indícios de solução breve, o conflito sírio caminha pelas mesmas ruas trilhadas pelo Iraque, que após uma década de confrontos, ainda possui os resquícios da guerra. Entenda o que motiva os rebeldes sírios e quais as possíveis consequências de um ataque americano. Página 3
Fernanda Anacleto
Lei Seca vai pegar Uma nova campanha de conscientização Setran tem como diferencial a disposição de carros acidentados em quatro universidades da capital paranaense, uma delas sendo a Universidade Positivo que conta com destroços de três veículos. Segundo idealizadores do projeto, o objetivo da campanha é causar choque para desmotivar a direção alcoolizada. Página 3
Opinião Editorial
Champignon
Por onde anda?
“Durante seis dias, o jornal Gazeta do Povo foi impedido de publicar informações sobre o caso de julgamento do presidente do Tribunal de Justiça Clayton Camargo[...].”
“Não são poucos os casos de jovens artistas, em sua maioria músicos, que tiram a própria vida,” Mariane Moreira.
O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluna Diovana Kampa.
Colunistas
Página 5
Teatro
“O
primeiro ato da peça “Tchekhov”, da Ave Lola Espaço de Criação, é inspirado em um conto do dramaturgo e médico russo chamado “Aniuta,” Larissa Mayra.
MPB “Cresci
escutando grandes nomes da música brasileira como Noel Rosa, Candeia, Nelson Cavaquinho, Cartola, Pixinguinha, Chico Buarque, entre outros,” Halanna Aguiar.
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Durante seis dias, o jornal Gazeta do Povo foi impedido de publicar informações sobre o caso de julgamento do presidente do Tribunal de Justiça Clayton Camargo, que, por decisão judicial, conseguiu anular qualquer tipo de informação sobre o caso. Isso só evidencia ao povo a índole de “representantes do povo”. Com certeza a última coisa que estamos vendo do presidente do Tribunal de Justiça é justiça. Liberdade
de imprensa, tema debatido a tanto tempo e em pleno século XXI, tentar calar uma boca que representa a voz da população é tapar o sol com a peneira. Mesmo em nota divulgada – e retirada – do site, em que Clayton dizia querer se precaver de “factoides”, isso só demonstrou outro ato de irresponsabilidade, em quem querendo virar seu escudo para o jornal, acabou abrindo a guarda para a in-
Por Onde Anda?
dignação do povo munido com uma ferramenta de comunicação tão eficaz quanto qualquer jornal, Mesmo ao fato do jornal noticiar que não podia noticiar, é o suficiente para derrubar o primeiro a primeira peça de uma fileira de dominós. É princípio básico do bom jornalismo ouvir sempre os dois lados, mas o jornalista ouve quando a pessoa que falar. Dado a oportunidade, Clayton se
Expediente
Não são poucos os casos de jovens artistas, em sua maioria músicos, que tiram a própria vida. E não somente através de suicídio, a overdose de drogas ou medicamentos também já levou muitos ídolos à morte. Kurt Cobain, Amy Winehouse, Michael Jackson, Elis Regina... Não são poucos os nomes que nos vêm à cabeça.
“Brechas” na lei. Devido a más interpretações, permite-se esse tipo de absurdo. Em compensação, o que ganhamos é um belo de um editorial de capa, algo que não víamos
desde o século passado. Edição histórica. Uma falha na democracia, que por mais que se tomem atitudes para evitar esse tipo de situação, sem haverá uma brecha, por mínima que ela seja, que não impedirá de alguém tomar atitudes do gênero. Mas um fato é certo: não se pode privar a população de ser informada. Imprensa é o quarto poder. Privar o povo de decisões para o povo está longe de ser uma
atitude democrática. Velha história de “quem não deve, não teme”. Se realmente algo de irregular foi feito para colocar o filho -algo suspeito que já nem deveria ter sido feito-, não é evitar que um jornal noticie vai amenizar os danos, já que o caso veria a tona por outros meios. De qualquer forma, apenas reforçou o esteriótipo negativo que possui na praça. Outra velha história: “ele está cavando a própria cova”.
Diovana Kampa Conclui o curso de jornalismo em 2011. Na época, fazia estágio na assessoria de comunicação da Prefeitura de Araucária, onde eu permaneci por dois anos. Lá, cobria eventos, redigia muitos textos, mantinha contato com importantes veículos de comunicação e escrevia em uma coluna para o jornal interno dos servidores, o Dialo-
O que está por trás da fama Depois de Chorão, nesta semana foi a vez de seu colega Champignon. Na última segundafeira (9), Luiz Carlos Leão Duarte Júnior foi encontrado morto com um tiro na boca em seu apartamento em São Paulo. O caso já foi registrado na 89ª DP e vai começar a ser investigado. Mais um suposto suicídio de um jovem artista – Champignon tinha 35 anos- nos faz refletir: por quê?
limitou a pedir para entrevistar a mãe. O caso é semelhante ao do Estadão em 2010, quando foi impedido de noticiar sobre a Operação Boi Barraca e que só no final de 2011 o processo foi para julgamento Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
os motivos que os levam a agirem de tal modo? A fama sobe à cabeça e os faz cometer loucuras? Talvez. Não dá para afirmar que todos o tenham feito pelo mesmo motivo, mas é intrigante pensar que muitos de nossos ídolos tiram sua vida antes dos quarenta anos. Muitas pessoas pensam que ser famoso só tem lados positivos. Nada na vida é cem por cento feliBrasileiros ou in- cidade. A fama tira ternacionais, quais quase por comple-
gando. Já formada, recebi o convite para integrar a equipe da TV Araucária por um mês, a ideia era que eu cobrisse as férias de uma funcionária. Como produtora, escrevia pautas, marcava entrevistas e ajudava na construção do jornal diário – o que não é nada fácil. O mês passou e eu fui contratada pela emissora. Tímida, sem muita intimi-
dade com as câmaras, iniciei um trabalho como repórter, o qual eu fiquei por aproximadamente um ano. Nessa época, me despi de qualquer tipo de timidez que me era tão característica. Fazia VT’s, reportagens, e entrevistas diariamente. Paralelo a TV, trabalhei como freelancer na empresa Pontuale Comunicação e Marketing, a qual tem
como proprietária a Caroline Michel, jornalista que se formou na UP anos antes que eu. Enfim, há pouco mais de um mês, passei por um processo seletivo e fui contratada para trabalhar no Marketing da Universidade Positivo. Motivo de muita felicidade e orgulho. Hoje, não tão tímida e confiando muito mais em mim e no meu potencial.
Mariane Moreira to a privacidade dos artistas, ainda mais na era de câmeras e internet em todos os lugares. Cada um tem seus motivos para fazer o que acha melhor, mesmo que não seja tão melhor assim.
se envolvem com drogas, pois se acostumam com remédios fortes para se controlarem, já que remédios de medicamentos com tarja preta, em determinada dose, têm seu efeito comparado ao de drogas ilíciEstresse e de- tas. pressão são problemas de saúde Mas essa é uma que podem vir adversidade com a junto com a fama, qual teremos de limas tudo isso se dar sempre. Artisdesdobra com o tas surgem a todo tempo. Quem sabe o momento, e nós, seja esse o motivo meros mortais, não pelo qual artistas podemos entrar no
Reitor: José Pio Martins Professora-orientadora: Ana Paula Mira Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Editores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina Geronazzo Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Editorial: Da Redação Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira
psicológico de nossos ídolos para saber o que se passa e os impedir de nos deixarem – se bem que queríamos, e muito! O que podemos fazer é aproveitar nossos ídolos enquanto em vida para agradecer por deixarem tamanho legado, e lamentar que, como muitos, também podem vir a se perder no mundo das drogas.
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Campanha da Lei Seca chega às Universidades Junto com a UP são mais três universidades em Curitiba que cederam o espaço para carros batidos. O objetivo é a conscientização de uma parte da campanha direcionado aos universitários Lucas de Lavor
O objetivo é a conscientização. A campanha não se restringe apenas à comunidade acadêmica, mas a inserção no meio acadêmico há dois benefícios segundo o Coordenador de Educação e Formação da Setran Adilson Lombardo. Um deles é a conscientização dos jovens, que cada vez mais são os que so-
frem com os acidentes no trânsito causado pela motorista alcoolizado. O outro é influência dos universitários: “A comunidade acadêmica tem uma capacidade de formação de opinião e influenciar os outros, evitando futuras tragédias”. Sobre a campanha, Lombardo explica que é dividida em duas etapas: a primeira é o foco na população em geral, sem especificidades ou diferenciais mas com o mesmo intuito. O segundo é o público específico, no caso, as universidades com o objetivo de “chamar atenção e sensibilizar as pessoas ao álcool” diz Lombardo, que também esclarece que o lema da campanha “Lei Seca vai pegar” tem duas finalidades: a de que beber e dirigir tem
Fernanda Anacleto
Quantos carros são precisos para conscientizar uma universitário? A Universidade Positivo apostou em três: uma caminhonete S-10, um Fiesta e um Ford. Quem é estudante e mesmo visitantes, reparou nos carros batidos em pelo menos uma das rotatórias, que são resultado da campanha “Lei Seca vai Pegar”, promovido pela Secretaria de Trânsito (Setran).
consequências como ser pego na blitz e ter carteira apreendida, e outro ressalte que Lombardo faz e classifica como mais importante “Ela ‘pega’ mesmo quando a gente entender que ela é verdadeiramente boa para as pessoas”. A campanha não tem data definida para acabar e os carros permanecerão no campus até meados de outubro.
Lombardo faz questão de ressaltar outros pontos do alcoolismo no volante e fala que o pedestre embriagado também é uma fator que agrava o risco de acidente no trânsito. “A campanha vale para todos” diz, “as blitzs estão aí e estão acontecendo, houve uma clara diminuição de números de acidentes e mortes no trânsito”.
Carros Quanto às histórias dos carros Lombardo explica que não há notícia de cada um e explica que essa é justamente a intenção já que “a incerteza da informação causa receio ao estudante” e pontua que o carro batido não está amassado necessariamente por acidente envolvendo o álcool.
Além da Universidade Positivo, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a UniBrasil e a Pontifica Universidade Científica do Paraná (PUC-PR) também cederam os espaços do campus para o projeto. Em tom descontraído, Lombardo diz que uma “vaquinha” para “rachar” o táxi é o adequado “ou pagar a coca de quem está no volante”.
Intercom reúne 2 mil comunicadores e discute relação da mídia com a floresta em Manaus A 36ª edição do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação leva acadêmicos de todo o Brasil a tratar de questões sobre ética jornalística, apuração de notícias e a questão amazônica Diana Azeredo Terminou no último sábado o X X XVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Realizado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), que promove diversos eventos ao longo do ano com o intuito de estimular a pesquisa nas áreas da Ciência da Comunicação, o encontro fortaleceu laços entre pesquisadores e universitários que discutiram a mídia brasileira entre 4 e 7 de setembro. O congresso, que é realizado desde 1977, reuniu cerca de 2 mil participantes na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em Manaus, este ano. A
abertura
oficial
do evento foi realizada no Teatro Amazonas, ponto turístico e histórico da cidade, e contou com apresentações da cultura regional como o Boi Bumbá e os bois Garantido e Caprichoso, além de uma bela performance do espetáculo “A Amazônia que encanta”, preparado exclusivamente para a ocasião. O presidente do Intercom, Antonio Carlos Hohlfeldt, ficou impressionado com as mudanças que a cidade sofreu desde o último congresso lá, há 13 anos. “De um lado, é um retorno porque nós já estivemos aqui, mas, por outro, é a primeira vez porque a cidade, a Universidade, o clima mudaram tanto, de maneira que nós podemos dizer que é quase
que uma reestreia do Intercom Manaus. E nós estamos felizes da vida com isso” , explicou Hohlfeldt. Participação cente
dis-
Os estudantes foram maioria numérica no Congresso, representando 60% das inscrições. O segmento levou sua energia, curiosidade e trabalho à capital amazônica, sendo que, somente dentre suas apresentações, contabilizaram-se aproximadamente 1.200 trabalhos. Para a estudante Natalia Biazus, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), este foi seu primeiro Intercom. Ela aproveitou a oportunidade para unir a pesquisa acadêmica à descoberta de no-
vos lugares, como Manaus. Além disso, ela explica que também conheceu diferentes contextos a partir das apresentações a que assistiu. “Como foi meu primeiro, o que mais me chamou a atenção foi a oportunidade de conhecer a realidade de diferentes pesquisadores. Conheci estudantes do Brasil inteiro e cada pesquisa é marcada pelo contexto em que vive”, explicou a estudante de Relações Públicas. O Intercom Júnior é o espaço destinado a trabalhos de graduandos e ocupa a primeira posição em número de apresentações. A professora Viviane Fushimi, da Universidade de Taubaté e doutoranda na USP, acom-
panhou uma das salas de Intercom Jr na tarde do primeiro dia e ficou positivamente surpresa com a participação dos jovens. “Só tivemos uma falta de dez apresentações na sala que coordenei. As inter venções foram boas e todos os trabalhos trouxeram questionamentos relevantes sobre ética jornalística e apuração”, afirma a pesquisadora. Ciclo Amazônia Os Ciclos do Intercom têm como objetivo o debate segmentado acerca de temas pertinentes e atuais. “Pela primeira vez, o Congresso realizou discussões sobre a relação da mídia com a região sede do evento”, explica o professor Al-
lan Rodriguez, coordenador do Ciclo Amazônia e docente na Universidade Federal do Amazonas. Com o objetivo de discutir as questões específicas da região, o trabalho iniciou com o seguinte tema: “De ‘Pulmão do Mundo’ a Emissora de Carbono: Um Estudo Comparativo da Cobertura da Amazônia pelas Mídias do Brasil e dos Estados Unidos”. Nele, o conferencista Raul Reis, da Universidade Internacional da Flórida, explicou as mudanças ocorridas na região, sob a perspectiva da abordagem dessas questões na mídia
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Geral
O Oriente Médio à beira de um novo colapso O mundo se prepara para mais uma vez assistir à situação política no Oriente Médio sair do controle e desestruturar as frágeis relações de paz na região Lis Claudia
Soldado do FSA - Free Syrian Army - em um front de batalha no alto das montanhas da Síria. E UA , Franç a e Grã - hando até o mo - s e a Sí r i a res olver r ar a s itu aç ão. B et an ha nã o most r- mento”, fa l a Tr au - at ac ar Is r ael em re- A des i g ner Eva aram provas de mann. “O ce nár i o t a l i aç ão, p or exem - Tohme é s í r i a e v ive que ar mas quím i- p ara o f uturo é o pl o, a g u er r a de ve no s Em i r ado s Árc as foram ut i liza - pior p ossível”. se esp a l har no s ab es Un i do s com a d as p or B ashar a lp aís es v i z i n ho s” – fam í l i a há a l g u ns Ass a d. com p o ss íveis p ar- ano s . E l a não é a Traumann explic a C on s e qu ên ci as t i cip açõ es de Ir ã e favor d a i nter ven que nã o é “má vonHe z b ol l a. ç ão amer i c ana; s o t a de” que imp e de a É dif íci l uma prebre a p er manênci a ONU de inter v ir na v is ã o ot im ist a s o - Ref u g i a d o s ou s aí d a de B ashar situ a ç ã o: “A Rús- bre o des enrol ar d a a l -Ass ad, resp onde: si a s empre vetou situ a ç ã o na Sí r i a. To do s o s di as , m i l - “Eu p erdi mu ito s uma p ossível in- Muitos fatores p o - hares de s í r i o s ten - am i go s , s ó qu ero ter venç ã o no C on- dem inf luenci ar o t am cr u z ar as f ron - qu e p arem de derGabriel Chaim
r i a a ut i liz aç ão de ar mas qu ímic as, os EUA não deixar i am de re t a l i ar]. E le e x plic a que a inte r ve nç ão amer ic ana p o de s e r nega t iva p ara os E st a dos Un idos: “Nós temos os EUA ironic ame nte ap oi ando a A l- Q ae d a c ont ra o re g ime de B ashar a l- Ass ad, te nt ando de u ma for ma indire t a at ing ir o Irã”, f a l a Trauman n , que ac re dit a qu e a inte r ve nç ão amer ic ana vai ag ravar aind a mais a s itu aç ã o. Brasi l C om uma d as maiore s c olôn i as s ír i as fora do Or ie nte Médio, o Bras i l c oncede u re f úg io a menos de 3 0 0 sír ios de s de o in íc io do c on f lito. A C o orde naç ão d a R e volu ç ão Árab e no Brasi l te nt a ajud ar p e ss o as que des ej am s e re f ug i ar no Brasi l a c ons eguir v isto e s e ad apt ar ao p aís . O líder do g r up o, Ame r Ma s aran i, v ive e m Sã o Pau lo há 1 7 anos. E le re cl ama d a fa lt a de inte re ss e do It a marat y que nunc a re sp onde u aos vár ios p e didos de informaç ão. S e gundo Mas ara n i os s ír ios s ó p ode m e nt rar no p aís ap ós c ons e gu irem o v isto de tur ismo e, p ara iss o, pre c is am de inúme ros do c ume ntos . E le cont a que muitos b ancos e órgãos públ icos foram de st r uídos ou s e e nc ont ram fe chados , e c ons egu ir o qu e s e p e de é prat ic ame nte im p ossível. O Brasi l te m s e most rado c autelos o s obre a s itu a ç ã o p olít ic a do c onf lito. O It amarat y nã o te m s e pronu nci a do s obre o p ossível at aque ame r ic ano, ap e s ar de c ondenar o us o de ar mas químic as. Em bre ve, o p aís te rá que s air de “c ima do muro” e é provável qu e s e op on ha a um at aque s e m o ava l do C ons el ho de S e gu r anç a d a ON U, u ma ve z que, até o momento,
Gabriel Chaim
O con f l ito na Sír i a su rg iu i nspi rado p el as re volu çõ e s no Eg ito e Tu n ís i a, con he c i d as no mu n d o como a “Pr i maver a Ár ab e”. Gr up os cont r ár i os a o re g ime d o pre s i d ente B ashar a l -Ass ad come ç ar am a s e man i fe st ar e x i g in d o a s aí d a d o pre s id ente. A forç a mi lit ar qu e ap oi a Ass ad re sp ond e u c om for te re pre ss ã o e a p ar t ir d aí u m con f lito c om nú me ros c at ast róf i c os te m ass ol a d o o p aís . S eg u nd o i nfor maç õ e s d a O rg an iz aç ão d as Na çõ e s Un id as ( ON U) , c e rc a d e 1 0 0 m i l p e ss o as for am mor t as de sd e março d e 20 1 1 , qu and o se in ici ar am o s c on f l itos. A lé m d iss o, aprox imad ame nte 1, 7 mi lhã o de s í r i os s e re f u g i ar am no s p aís e s v iz i n hos e 4,2 mi lhõ es d e p e ss o as s e enc ont r am d e sl o c ad as de nt ro d o p aís . B ashar a l -Ass ad é o re pre s e nt ante de u ma m i nor i a relig io s a d a p opu l a ç ão, o s a l aw it as , a l a mais míst i c a d o x i ismo. O gove r no d e Ass ad est á s e nd o c omb at id o p or v ár i o s g r up o s reb el d e s c om mot iv a ç ã o p ol ít ic a e reli g i o s a . E nt re os reb el d e s , e x iste m f acç õ e s l ib e rais , es qu e rd ist as , e até me s mo re d e s ligad as a A l -Q a e d a . D o out ro l a d o, B ashar a l- Ass a d te m ap oio d e Ir ã e He zb ol l a. A s itu a ç ã o s e c ompli c a ai nd a mais , com o e m i ne nte at aque ame r i c ano às forç as d e B ashar a l- Ass a d. Ap ós o sup osto us o de ar mas qu í m ic as, O b ama anu nc iou o at a qu e e ag u ard a ap enas o p o s i c i oname nto d o c ong re ss o amer ic ano. S eg u nd o o mest re e d outor e m O r ie n te Mé d i o, Andre w Pat r ick Tr au man n , o s E st a d os Un i dos tent am nã o mo st rar f r a qu e za na re g i ão [ em 2012, B arack O b ama d e cl arou qu e, c as o Ass a d u lt r ap ass ass e a “ l i n ha ve r mel ha”, qu e s e -
Al Sheikh Moder, um dos líderes do FSA - Free Syria Army. s el ho de S eguranç a e, s e mantendo ess e veto, ess a situ a ç ã o vai durar anos”. S egundo ele, a mel hor s oluç ã o s er i a uma inter venç ã o interna ciona l autor iza d a p el a ONU. A ONU p o der i a imp or um cess ar fogo ou nego ci ar a s aíd a honros a de B ashar a lAss a d, p ara dep ois mont ar um gover no de co a lizã o. “Mas ess e nã o é o cenár io que est á s e des en-
f uturo do Or i ente Mé dio: os p aís es que ap oi arã o o at a que amer i c ano, como vai o correr ess e at a qu e e como o reg ime de Ass a d vai re ag i r a ele. “S e B ashar a l-Ass a d ut i l i z ar v i as diplomát i c as e re cor rer à ONU, não de vem a conte cer g randes mud anç as”, explic a o esp e ci a l ist a em Or iente Médio Andre w Pat r i ck Traumann. “Porém ,
tei r as p ar a f u g i r d a g u er r a. S eg u ndo i n for maçõ es d a ONU, cerc a de 6 , 8 m i l hõ es de p ess o as ne ces s it am de ass istên ci a hu man it ár i a u rgente. As opi n i õ es s e div i dem s obre u ma p o ss ível i ntervenç ão amer i c ana: o s reb el des esp er am qu e o at aqu e en f r aqu e ç a as forç as de B ashar a l -Ass ad e u ma g r ande p ar te d a p opu l aç ão teme qu e iss o p o ss a pi o -
r amar s ang u e”. Ap ó s o p ai p erder o emprego em D ub ai, el a e a fam í l i a es t ão s endo pres s i onado s a dei x ar o p aís : “Ni ng u ém qu er aceit ar os s í r i o s , nó s p ens amo s em i r p ar a o s E st ado s Un i do s ou Hol and a, mas não cons eg u i mo s v isto”, fa l a. “Não p o demo s volt ar p ar a a Sí r i a, vo cê acha qu e con s eg u i r í amo s v isto p ar a o Br as i l ? ”
Colunistas
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Larissa Mayra Falo de Teatro Uma viagem à Rússia A casa branca é discreta, quase comum. Ao lado do portão, um mural com o cartaz da peça. O portão está aberto e por causa desse detalhe você tem certeza que é o lugar que procurava. No corredor, há algumas pessoas conversando. Decidimos ficar no quintal e sentados embaixo da sombra fresca, esperamos. De repente, nossa conversa é interrompida por um som metálico, porém mais suave do que um sino. Aquele não era o barulho comum dos característicos três sinais dados antes de começar uma peça, porém o recado era o mesmo. Trocamos o quintal por poltronas vermelhas. No palco, cortinas vermelhas, estrutura de metal com detal-
hes vermelhos, uma porta móvel de madeira montado em um caixote vermelho. A cor pulsante nos insere em uma nova atmosfera. Na porta, a diretora do espetáculo explica sobre a forma de pagamento do ingresso, pede para a plateia desligar os celulares e antes de fechar a porta, diz em um tom sincero: - Boa Viagem! A música começa a tocar. É um som instrumental belíssimo. As luzes diminuem e a fumaça aumenta. As cortinas se abrem. Uma cigana adentra no palco e dança no ritmo da canção. Nossa viagem começa e partimos de trem em direção à Rússia de Tchekhov. O primeiro ato da peça “Tchekhov”, da
Ave Lola Espaço de Criação, é inspirado em um conto do dramaturgo e médico russo chamado “Aniuta”. Além de retratar a cultura cigana inserida na Rússia do século XVIII, a história conta sobre uma cigana que mora em uma casa de estudantes e se torna objeto do estudante de medicina Klotchkov. A história de Aniuta une-se ao papel do dramaturgo na sociedade russa, assim como a sua relação com Constantin Stanislavski, membro do Teatro de Arte de Moscou e o primeiro homem de teatro a pensar na questão da ação física do personagem. Através do texto “A gaivota”, Anton Tchekhov e Stanislaveski se encontram e modificam a forma
de se fazer teatro. Para aqueles que conhecem a história desses dois nomes, a encenação ganha um sentido diferente, porém a peça consegue narrar de forma detalhada esse momento histórico do teatro. Os figurinos dos atores reforçam a paisagem da nossa viagem. Chapéus, bigodes e perucas são recursos aplicados de uma forma interessante. Cada personagem tem uma presença caricata, como em uma fotografia. A caracterização é tão boa que atores representam diferentes personagens e o público não consegue identificar quem é quem. Quando acaba o primeiro ato tem um intervalo de 15 minutos. O tempo é suficiente
para esticar as pernas e recuperar o fôlego. No segundo ato, mantém-se o contato com o texto “A gaivota”. Os atores representam atores no ensaio da peça. As cartas de Tchekhov para os integrantes do Teatro de Moscou também servem de inspiração para a cena. Com muitos detalhes a montagem da peça supera a distância do tempo e une os oceanos que nos separam de Tchekhov. Assistir o espetáculo foi uma experiência comparável a uma viagem real e isso é algo de grande valor para a vida de qualquer pessoa. “Enquanto observávamos a vasta paisagem pela janela da locomotiva que nos levava Rússia adentro, eles nos ensinavam que em
cada detalhe há um tesouro e que quem não acredita no mistério não pode fazer teatro” (Trecho da carta entregue ao público, assinada por Ana Rosa Tezza, diretora do espetáculo). Serviço: Peça: Tchekhov Dias: 14/09, às 20h e 15/09, às 17h Ingresso: Sistema pague o quanto vale Endereço: Rua Portugal, 339, São Francisco, Curitiba, CEP: 80510280 (Sujeito a lotação) Site: www.avelola. com
Halanna Aguiar Samba, choro e afins Que falta faz sua presença... Com um pai percussionista e extremamente apaixonado pela música brasileira, seria imprescindível a minha adoração a ela. Cresci escutando grandes nomes da música brasileira como Noel Rosa, Candeia, Nelson Cavaquinho, Cartola, Pixinguinha, Chico Buarque, entre outros. Mas eu tinha um apreço imenso pelo Emílio Santiago, em especial na sua interpretação na música “Flamboyant”, escutada com frequência em casa. Meu pai tinha em mãos quase todos os CDs e DVDs de toda a carreira de Emílio, porém tinha um carinho especial pelo penúltimo DVD “O Melhor das Aquarelas”, que reúne os melhores hits das
coletâneas “Aquarela Brasileira” que fez com que Emílio obtivesse o merecido sucesso, em 1975, sendo eleito um dos melhores interpretes da Música Popular Brasileira. Emílio Santiago formou-se em Direito, porém foi a música que o conquistou. Quando jovem, escutava Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, artistas que contribuíram para que ele se apaixonasse cada vez mais pela bossa nova. Sendo incentivado pelos amigos a participar de alguns festivais, Emílio resolveu arriscar e ganhou diversos deles. Considerado o melhor intérprete do Festival da Globo de 1975, ele ficou reconhecido nacionalmente em 1988, onde foi convidado por
um dos fundadores do movimento bossa nova, Roberto Menescal, e por Heleno Oliveira para iniciar o projeto “Aquarela Brasileira” que trazia a releitura de grandes clássicos da música brasileira. O projeto gerou um sucesso estrondoso e levou o cantor a lançar mais 7 discos do projeto e também o DVD “O Melhor das Aquarelas” gravado em 2005 reunindo os maiores hits das coletâneas. Recentemente, Emílio gravou um álbum de sua propriedade, Santiago Musica, intitulado de “Só danço samba” para comemorar seus 40 anos de carreira. Ao todo, sua discografia conta com 30 álbuns e 4 DVDs. Porém, neste ano, a
música brasileira perdeu esse grandioso e excepcional artista. Aos 66 anos, o cantor da voz inconfundível, de tom grave e suave, deixou um vazio na música brasileira e muita saudade. Lembro-me da única vez em que tive a oportunidade de assistir Emílio Santiago em cima de um palco. Na gravação do DVD “Elis Por Eles” o cantor interpretou a canção “Só Tinha de Ser Com Você”, e como era de se esperar, Emílio interpretou a canção grandiosamente, fazendo o Teatro Positivo prolongar as palmas após a sua apresentação. Outra canção que merece destaque na voz de Emílio é “Trocando Em Miúdos” onde o mesmo divide o palco
com a ilustríssima Alcione. A canção por si só é majestosa e foi divinamente interpretada pelo grande Chico Buarque, e qualquer outro cantor poderia interpretá-la, mas posso afirmar que jamais qualquer interpretação chegaria e chegará aos pés da que foi feita por Emílio e Alcione. A sintonia dos dois nos transmite um sentimento bom, nos fazendo vivenciar e se emocionar com cada estrofe cantada. Recentemente vivi por algumas horas um dos momentos mais importantes da minha vida. Recebi a ligação do cantor, Ciro Morais, renomado sambista de Curitiba para tocar em um show, no Teatro Paiol, em homenagem
ao Emílio Santiago. Sem titubear, aceitei! Porém, a data do show estava muito próxima e tínhamos o receio de que não desse tempo de ensaiar todas as músicas, sendo assim, aconselhada pelo meu pai, resolvemos que o ideal seria deixar para outro momento, já que o correto era acompanhar os ensaios desde o início. Mesmo assim, não deixei de prestigiar esse momento tão importante. Um grande show, com grandes músicos, grande canções em homenagem a uma grande pessoa, um grande cantor.
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NOTÍCI ANTIGA Em setembro de 2011, os Estados Unidos sofreram uma série de ataques terroristas organizados pela organização fundamentalista islâmica al-Qaeda. Há exatos 12 anos, na manhã do dia 11, dezenove terroristas sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros e intencionalmente
colidiram contra o complexo empresarial World Trade Center (as conhecidas Torres Gêmeas) na cidade de Nova York. Cerca de três mil pessoas morreram durante os ataques, incluindo os dezenove terroristas responsáveis pelas colisões das aeronaves. Em resposta aos ata-
ques, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão com a intenção de derrubar o Taliban, local que abrigava os terrorista da al-Qaeda. Foi construído o Memorial do Pentágono, construído ao lado do prédio, e no ano de 2006, uma nova torre de escritórios foi concluída no local.
O que fazer em Curitiba? Exposição “Consiente do Inconsciente” no MASAC De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Ordem - Setor Histórico), tem a exposição São Francisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da artista plástica Nilva Rossi. Museu de Arte Contemporânea Até dia 23 de setembro no Museu de Arte Contemporânea (Rua Desembargador Westphalen, 16) ficam as exposições “Cor, Cordis”, com obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná; e axposição “Lugar inComum”, das artistas Erica Kaminishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Informações: (41) 3323-5328 e 3323-5337. Teatro Novelas Curitibanas De 23 de agosto a 29 de setembro, no Teatro Novelas Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti,1222 – São Francisco), tem apresentação do Espetáculo teatral Cronópios da Cosmopista – Um antimusical psicodélico, do Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio. Informações: (41) 3222-0355.