Lona 828 - 13/09/13

Page 1

Notícia Antiga No dia 13 de setembro de 1996, morreu Tupac Amaru Shakur, mais conhecido pelos seus nomes artísticos 2Pac

Edição 828

Curitiba, 13 de setembro de 2013

lona.redeteia.com

Projeto em Universidade melhora desempenho de alunos Pedro Ribeiro

Auxílio para os estudantes: o “regime Pós- Laboral” é opção para alunos que estudam e trabalham na Universidade Fernando Pessoa. “Durante o regime pós-laboral as aulas conseguem ser mais produtivas... São mais dinâmicas uma vez que os alunos são mais experientes e exigentes o que torna mais fácil enriquecer as aulas e adquirir conhecimentos” diz estudante de Comunicação.

Página 3

ESTUDANTES BENEFICIADOS PELO FIES CORREM O RISCO DE SE ENDIVIDAR Apesar do significativo aumento de 33% na procura de contratos, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), ao invés de ajudar um estudante a ingressar no ensino superior, pode ser um problema e comprometer a renda salarial de um jovem recém-formado. É preciso ficar atento quanto à profissão escolhida e quanto às parcelas que deverão ser pagas depois do período estimado.

Opinião Editorial

Segurança

Por onde anda?

“Mesmo que esse candidato não tenha vínculos desonestos dentro de seu partido, nunca será possível se desvencilhar das artimanhas dos membros do Congresso”.

“Não tem onde colocá-los. Afinal, a cadeia pública do litoral está superlotada há anos. Mas, calma! O governador já esta resolvendo esse problema”, Débora Mariotto.

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Dayane Wolff.

Colunistas

Página 5

Séries

Moda

Na Sexta fora de série de hoje, a colunista Júlia Trindade comenta a sitcom americana 2 Broke Girls.

“Agora eu pergunto, se Miley Cyrus é o ícone de estilo dessa nova geração que vem por aí, que boa influência ela está passando?”, Maiara Yabusaki


2

Editorial

O problema vai longe A Polícia Legislativa da Câmara confirmou nesta sexta-feira que houve fraude nas votações que derrubaram os vetos da presidente Dilma Rousseff à distribuição dos royalties do petróleo. Os investigadores confirmaram a falsificação do deputado Zoinho, que estava ausente no dia do pleito. Casos como este, ilustram a falta de força do poder executivo (até mesmo

da presidente) perto do legislativo. Os deputados e senadores detêm a maio parte do poder político no Brasil, ainda que este poder seja divido entre um número maior de pessoas. O que é um problema, pois, coincidência ou não, é no legislativo que se encontram os corruptos de maior calibre do país, conforme a investigação da Polícia Legislativa identificou no caso dos ve-

Por Onde Anda?

tos. Mesmo que nas eleições do ano que vem os eleitores escolham um candidato honesto, mesmo que esse candidato não tenha vínculos desonestos dentro de seu partido, nunca será possível se desvencilhar das artimanhas dos membros do Congresso. Se para cargos com apenas uma vaga disputada (como o de presidente) é difícil eleger bons candidatos,

para os cargos legislativos é impossível filtrar a corja de corruptos e rabos-presos. Até mesmo manter um balanço positivo no saldo de políticos comprometidos e aqueles que ainda não são declaradamente corruptos é um problema, o voto de legenda é um dos mais eficazes instrumentos para manter esse desequilíbrio. Infelizmente, esse quadro está cami-

nhando para um estado irreversível (se é que já não o alcançou). A política brasileira é construída com base em esquemas e chantagens, tornando impossível uma correção mesmo com reformas radicais, que provavelmente nem acontecerão. Pelo menos, no caso dos vetos, a fraude foi detectada e medidas ainda podem ser tomadas para consertá-la. Mas ainda

restam milhares de casos, dos quais o povo não tem ciência das falcatruas. A leis de transparência são um passo adiante em relação a erradicação da corrupção, o difícil que conseguir fazer essas leis vencerem a barreira do congresso de forma realmente eficaz.

Lá no primeiro ano de faculdade, várias eram as justificativas dadas ao professor, que perguntava: - “Por que Jornalismo?” Eu era do grupo dos apaixonados pela palavra, pela escrita. Fiz, então, a escolha que determinaria minha carreira. Tamanha responsabilidade nunca me assustou e em momento algum me senti ‘um peixinho fora d’água’. Sabia, desde o início, que eu seria jornalista. Comecei, então, no final do primeiro ano, o tão esperado estágio. Durante cerca de dois meses realizei trabalhos de assessoria de imprensa para modelos mirins e tal foi minha surpresa quando não recebi um tostão do que tinham me prometido.

A frustração não me fez desanimar, afinal, agora eu tinha experiência para incluir em meu currículo. Lá estava eu participando de entrevistas para fazer parte do grupo de comunicadores da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Aprovada, permaneci por cerca de seis meses, até que recebi um convite para ser editora-chefe do TelaUN. Ali permaneci até o final daquele ano, que foi um dos melhores durante toda a faculdade. Mas como o contrato acabava no final do ano, lá estava eu novamente em busca de outro desafio. Foi em um estágio de observação na TV Band Curitiba que achei uma maneira de ocupar meu tempo ocioso aprendendo mais e mais

jornalismo. Quando formei, em dezembro de 2011, espalhei meu currículo para várias empresas, mas, como a Lei de Newton nunca falha, todas só estavam admitindo profissionais experientes. Trabalhei durante os meses seguintes, como modelo e promotora de eventos. Realizei também trabalhos como freelancer no jornal de minha cidade natal (Canoinhas – SC). Vendo que as respostas não chegavam, assinei um site daqueles em que só podemos nos candidatar às vagas quando fazemos ‘login’. Me surpreendi ao ‘dizer alô’ e, do outro lado da linha, ouvir um convite para uma entrevista na Rádio RB2, que inauguraria em Curiti-

ba. Eu não tinha experiência em rádio e jamais me imaginei trabalhando em uma, mas eu queria entrar no mercado de trabalho do curso em que me formei. Um ano e três meses se passaram e posso afirmar que sou uma jornalista completamente realizada trabalhando em rádio. Comecei realizando reportagens e elaborando o roteiro – ambos medianos. Hoje sou âncora, continuo realizando reportagens, elaborando o roteiro e pautas, mas meu trabalho já deu um salto enorme. Acredito que sempre podemos melhorar e admitir isso é o que nos faz crescer. E, além da rádio, continuo realizando freelas.

Uma velha reivindicação O efetivo policial em todo o estado é baixo, embora o governador infle o peito para dizer que contratou mais de dois mil militares. O preparo deles também não é lá essas coisas. Policiais acima do peso que passam o dia todo queimando combustível com o braço pra fora dos veículos e que demoram a atender

Expediente

as solicitações da população. Sabe, né? Pode ser trote. O fato é que dessa vez os policiais foram ágeis. Minutos após o comerciante Nery Gouvêa ser vítima de uma tentativa de latrocínio, no centro da cidade de Paranaguá, os militares chegaram ao local e conseguiram deter dois dos três assaltantes.

Mas esse é um caso para se pensar. Os bandidos desceram a serra. Saíram de Curitiba e foram ao litoral para assaltar uma joalheria. Estavam armados e, pela lógica, passaram por dois postos da Polícia Rodoviária Federal. Mas precisaram atirar contra um cidadão que se encontra em estado grave no

Dayane Wolff

Débora Mariotto Hospital Regional do Litoral, para então serem pegos. Espanto por quê? O litoral só recebe reforço no efetivo policial na Operação Verão. Eles ficam por lá uns dois ou três meses, quando o governador e sua família, e também a elite curitibana, estão na região. Passado esse período, polícia pra quê? Não

adianta ter policial porque não adianta prender os assaltantes. Não tem onde colocá-los. Afinal, a cadeia pública do litoral está superlotada há anos. Mas, calma! O governador já esta resolvendo esse problema. A população carcerária está sendo transferida para Piraquara a passos lentos. E lá, longe de suas famí-

Reitor: José Pio Martins Professora-orientadora: Ana Paula Mira Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Editores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina Geronazzo Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Editorial: Da Redação Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

lias, realmente a situação deve estar melhor. Porém, não. O que realmente choca em uma situação dessas é saber que os bandidos estão cada vez mais ousados porque têm certeza de que o Estado não pode com eles. Lamentável.


Notícias do Dia

3

Regime Pós-Laboral: Opção ou Necessidade PEDRO RIBEIRO, UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA

Pedro Ribeiro

Pedro Ribeiro

O regime Pós-Laboral é uma aposta forte da Universidade Fernando Pessoa e tem vindo a funcionar, com sucesso, ao longo dos anos. De acordo com Fernando Fernandes, responsável pelo Secretaria da UFP, “o número de alunos inscritos no regime noturno ter vindo a diminuir nos últimos anos”, mas mesmo assim continua a ser uma opção válida para os alunos que por uma ou outra razão escolhem o regime Pós-Laboral. Por norma, os alunos que frequentam este regime apresentam o estatuto de trabalhador -estudante o que torna a entrada no mesmo como uma necessidade dado que os horários de trabalho se enquadram, da melhor forma, no horário pós-laboral que tem início às 18:00h. No entanto, não deixa de ser complicado poder cumpri-lo pois é ainda cedo para alguns trabalhado-

Ambiente da faculdade no regime noturno com poucos alunos e pouco movimento.

res: “é complicado conseguir cumprir o horário que é realizado pela faculdade e o meu trabalho acaba só às 19h”, confirma Daniela Tedim.

No entanto, o regime Pós-Laboral não é somente frequentado por alunos trabalhadoresestudantes que seguem este caminho por necessidade: existem também os que optam pelo regime pós-laboral por preferirem as

condições em que é processado, bem como o modelo e o ambiente no qual decorrem as aulas noturnas. Como nos diz Tânia Lourenço, estudante de Ciências da Comunicação, “durante o regime pós-laboral as aulas conseguem ser mais produtivas... São mais dinâmicas uma vez que os alunos são mais experientes e exigentes o que torna mais fácil enriquecer as aulas e adquirir conheci-

mentos” Na perspetiva dos docentes, também as diferenças são notadas, principalmente, pelo estatuto pedagógico dos alunos. Essa é uma condição para que o esforço e dedicação ao curso seja realizada de uma forma mais determinada, como indica o Rui Estrada (áudio) docente da UFP e antigo coordenador de Ciências da Comunicação. Acrescentando ainda

que, sendo as turmas mais pequenas, as aulas tornam-se quase “seminários” criando, assim, uma integração mais fácil para os alunos, levando a um melhor aproveitamento a nível de resultados, apesar das dificuldades para o ritmo pedagógico mencionadas pelo Francisco Mesquita Apesar de todas as condições que preparam o regime Pós-Laboral para quem lá estuda, não deixam de existir algumas lacunas sentidas pelos alunos. Finalista do curso de Ciências da C s sentidos neste regime: “desde logo, o cumprimento dos horários muito difícil, mas requisitar o material dos laboratórios da Universidade para realizar os trabalhos que nos são pedidos também não é fácil... E torna-se, por vezes, complicado conseguir-se

marcar reuniões ou aulas tutoriais com os docentes que, obviamente, têm menos disponibilidade no regime noturno”. Apesar do sucesso, há uma diminuição de alunos inscritos no regime pós-laboral pelo que a UFP está a criar condições para combater este decréscimo a realizar aulas das 18:00h às 20:00h onde se juntam alunos dos dois regimes. Esta alteração tem como objetivo principal proporcionar a que o ensino se realize de uma forma mais coerente evitando aulas com poucos alunos durante a noite permitindo que o regime continue a abrir possibilidades àqueles que, por necessidade ou por mera opção, o utilizem para confirmar a sua presença no Ensino Superior.


4

Educação

Risco de endividamento pelo FIES preocupa jovens recém-formados Contratos cresceram 33% em 2013, porém, a medida pode transformar a vida de um estudante em um pesadelo pós-faculdade Kawane Martynowicz

O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação, cuja ideia é financiar o ingresso de estudantes em faculdades particulares. Os beneficiados podem receber financiamentos que chegam a 50%, 75% ou 100%, conforme sua renda familiar. Pelo FIES, o estudante paga a faculdade depois de 18 meses de formado com juros de 3,4% ao ano. Durante o curso, o aluno paga, a cada três meses, o valor máximo de R$50, referente ao pagamento de juros do financiamento. Com mais de R$ 1,6 bilhão em crédito, o FIES já apoia e financia 871 mil jovens em todo o país. De acordo com dados do governo, no primeiro semestre deste ano, 266 mil jovens assinaram o contrato para pagar a faculdade, registrando um crescimento de 33% em relação ao ano anterior, quando 176 mil universitários aderiram ao fundo neste mesmo período. Em 2010, apenas 75 mil pediram esse financiamento do governo para fazer um curso superior. A presidente Dilma acredita que esse número chegará a 400 mil financiamentos até 2014. O aumento é resultado das novas regras do fundo; desde 2010, os juros caíram de 6,5% para 3,4% ao ano, a carência para início do pagamento cresceu de 12 para 18 meses após o término do curso e, para alguns casos, não há mais necessidade de fiador. Apenas os bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal)

são operadores do programa de financiamento. O Banco do Brasil anunciou que somou 150 mil contratos este ano, e o volume da carteira do banco em operações do FIES chega a R$ 14 bilhões. Sonho ou pesadelo? Após realizar o sonho de passar no vestibular e ingressar em uma faculdade particular, o estudante, muitas vezes, acredita que não haverá mais dificuldades, mas se manter em um curso não é tão simples como parece, principalmente para quem recorreu ao Fundo de Financiamento Estudantil. Além da mensalidade, há outros gastos como livros, apostilas etc., que aparecem no decorrer do curso, os quais o aluno terá que pagar. Contudo, o problema maior é quando o estudante termina a faculdade e percebe que não terá como arcar com o financiamento e os juros provenientes. Para o Conselheiro Regional da Entidade de Classe dos Economistas (CORECON-PR), Guilherme Hideo Assaoka Hossaka, o grande problema está em como financiar depois de se formar. “Estar graduado não é garantia de emprego. É difícil em início de carreira. Juro de 3,4% é pouco, mas o problema é que Tabela Price é maldade, uma forma de pagar, mas com parcela constante. Dá para ver que o negócio endivida bastante e não é trivial. Não é simples chegar a uma conclusão. Eu, particularmente, acho que o programa funciona bem com financiamento par-

cial”, afirma. Antes de fazer um financiamento, o estudante deve analisar bem a profissão escolhida, o salário que ele passará a ganhar e quanto de sua renda mensal será comprometida. A estudante de jornalismo Alessandra B ecker financia 100% da faculdade, e diz que pretende iniciar o pagamento logo que terminar o curso, para não se complicar no futuro. “Depois que acaba a faculdade você tem a opção de começar a pagar após 18 meses, mas eu pretendo começar logo quando me formar. Caso meu salário não seja suficiente, meus pais vão pagar”, afirma. Segundo dados do Sindicato das Faculdades Privadas do Estado de São Paulo (SEMESP), a inadimplência no setor de ensino superior no país ficou praticamente estável, registrando uma ligeira queda de 8,46% para 8,43% no ano passado. O que motivou a estabilidade foi o FIES, que deslanchou nos últimos anos. Porém, as dívidas começam depois que esses jovens se formam, como no caso do estudante Pedro Faustino. Depois de terminar a faculdade de Administração no ano passado, ele teve outros gastos, e está passando por uma grande dificuldade financeira. “Além da faculdade, eu financiei um carro também, daí agora não estou ganhando o quanto eu esperava, e por sorte consegui um empréstimo dos meus parentes”, conta. Seu irmão, Diego Faustino, começou

a faculdade de Engenharia Mecânica em uma instituição particular no ano passado, mas acabou se transferindo para outra de menor porte este ano, por conta da mensalidade. “Não acho esse FIES uma boa solução, preferi pagar uma mensalidade mais baixa do que me endividar no futuro”, explica. Engenharia e Medicina são os cursos mais beneficiados pelo fundo, segundo dados do governo federal. O primeiro pela demanda atual, e o segundo por ser muito caro. Mas é preciso tomar muito cuidado ao financiar uma faculdade com mensalidade alta, pois, com os juros, adquire-se uma dívida extensa que pode ou não ser quitada no prazo. “Se você financia 100% de um curso de R$ 2 mil por mês durante quatro anos, chega num financiamento de R$ 880 por mês até 2022. Isso é um impacto expressivo na renda de alguém recémformado”, analisa Hossaka. Além disso, há outros problemas enfrentados por usuários do programa. No ano passado, o site do FIES passou por uma falha, cujas informações de milhares de estudantes em todo o Brasil ficaram expostas. Dados como nome, endereço e números de documentos de alunos puderam ser acessados por qualquer pessoa na página, o que gerou medo em muitos estudantes que temiam que criminosos pudessem também ter acesso. Ensino superior O último censo

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010, apontou um crescimento no número de brasileiros com ensino superior, que no ano 2000 chegava a 4,4% e neste chegou a 7,9%. O ensino superior continua crescendo mais do que o ensino médio. O total de pessoas com ensino médio completo cresceu 85%, passando de 14,8 milhões, em 2000, para 27,4 milhões em 2010. Já o total de pessoas com ensino superior, incluindo pós-graduados, cresceu quase 97%, passando de 5,4 milhões para 10,6 milhões no mesmo período. Programas de acesso à educação superior como o FIES, o PROUNI, que oferece bolsas nas faculdades privadas, o SISU, que é o Sistema de Seleção Unificada para as universidades públicas, as Cotas nas universidades federais e o Ciência sem Fronteiras, que dá acesso a cursos no exterior, foram apontados como os grandes contribuintes para esse aumento. De acordo com Hossaka, esses programas provavelmente ajudam o estudante. “É um misto de políticas, não só FIES, mas o FNDE (SIGLA) em si cresceu muito”, afirma. Segundo ele, talvez haja uma grande dificuldade que envolve frustração de expectativas. “Você se gradua, se forma e enfrenta um mercado em que há queda do diferencial salarial entre ensino médio e superior. Analistas em começo de carreira, por exemplo, ga-

nham muito mal. Só em economia, engenharia, arquitetura, medicina e ciências sociais há contra tendência”, finaliza.


Colunistas

5

Júlia Trindade Sexta fora de série 2 Broke Girls Há uma atividade na minha aula de Teorias da Comunicação na qual os alunos devem analisar um documentário (que é relacionado à mídia) e debater sobre o assunto com a turma. A última aula, que foi sobre o humor na mídia brasileira, deu o que falar. Realmente, esse é um tópico delicado e há muitas opiniões diferentes sobre o assunto. Essa discussão, porém, não é exclusivamente direcionada aos humoristas. As séries de T V, principalmente as americanas, também participam dessa grande polêmica. Afinal, quais são os limites do humor? Quando é que uma piada deixa de der engraçada para ser

tornar um comentário de extremo mau gosto? Para ilustrar melhor esses questionamentos, vou analisar “2 Broke Girls”, um seriado de comédia no formato sitcom. A história é sobre Max Black (Kat Dennings) e Caroline Channing (Beth Behrs). Max é uma garçonete com dificuldades financeiras que teve uma infância muito complicada por causa de sua mãe ausente. Já Caroline sempre foi rica, mas depois que seu pai é preso acusado de um esquema de corrupção, ela perde tudo que possui e precisa recomeçar sua vida do zero. Por isso, Caroline arranja um trabalho como garçonete e

começa a viver junto com Max. O enredo parece promissor, não? Duas mulheres que vivem realidades diferentes dividindo o mesmo apartamento e trabalhando para ganhar um salário mínimo. Além disso, Caroline nota as habilidades culinárias de Max e consegue convencê-la de tentar abrir um negócio de cupcakes. Para isso elas começam a economizar dinheiro, mas não é fácil. No final dos episódios a série sempre mostra o quanto elas têm de dinheiro. Às vezes quatro episódios se passam sem que elas arrecadem um centavo e, em outros, elas também perdem dinheiro. Na primeira temporada

é muito raro elas ganharem algum lucro. Apesar de interessante, a série é desperdiçada com piadas ofensivas e, na maioria das vezes, forçadas. Vocês se lembram de Friends? Sempre que acontecia algo engraçado era possível escutar a risada da audiência. Mas a diferença entre as duas séries é que Friends era realmente engraçado e tinha um humor mais inteligente e bem elaborado. Whitney Cummings e Michael Patrick King, criadores de 2 Broke Girls, não foram capazes de fazer algo parecido. Nem chegaram perto. Quando um personagem fala algo ofensivo, as “risadas” ajudam o telespecta-

dor a perceber que aquilo era uma piada e que deveria ser engraçado. Porém, isso não ajudou. A série recebe muitas críticas pelo humor fraco e ofensivo. A única coisa que permite que a série fi-

Maiara Yabusaki Moda por aí Boa influência? A revista Vanity Fair publicou recentemente uma lista das 10 cantoras mais bem vestidas do mundo. Entre elas Florence Welch, vocalista da banda Florence + the Machine, que convenhamos entra nessa lista com méritos pelas belíssimas produções inspiradoras que usa, e Adele que consegue ser linda sempre, mesmo não seguindo o estereótipo esqueleto a que tantas mulheres se sentem submetidas a seguir. Ainda entram na lista Charlotte Gainsbourg, Beyoncé, Carla Bruni, Lou Doillon, Lana del Rey, Cheryl Cole, Alicia Keys e (para o meu espanto) Lady Gaga. Concordando ou não com a lista, acredito que essas mulheres são fontes de inspiração para muitas

pessoas, não só de estilo, mas de comportamento também. Artistas e celebridades estão expostos de forma tão escancarada que sabemos de cada passo que dão, cada atitude que tomam ou roupa que usam, nos fazendo sentir parecidos com eles, às vezes até próximos, capazes de fazer as mesmas coisas, mas, dependendo de quem vem a sua inspiração, o resultado pode não ser positivo. Digo isso porque de uns tempos pra cá Miley Cyrus voltou. E voltou completamente diferente daquela a quem estávamos acostumados. Além do estilo e do corte de cabelo ela resolveu ser um pouco mais radical. Passou a cantar músicas mais insinuantes, dançar de forma mais apelativa e

usar, ou melhor, não usar roupas. Porém com um poder de influência sobre os jovens mais forte do que nunca. Miley é maior de idade e completamente consciente de seus atos, se ela não quer mais ser lembrada como Hanna Montana ou o que quer que seja, quem sou eu para julgá-la. O problema é como ela quer mostrar para todos que aquela menininha das séries cresceu. Ela é inegavelmente uma figura pública, figura essa que serve de espelho para inúmeras garotas em todo o mundo, que uma hora tinham como ícone a atriz da série Disney e agora a veem rebolando no palco de lingerie cantando uma música que denigre a imagem das

mulheres tanto quanto a sua dança. Miley ainda foi escolhida esse ano como Style Icon no Teen Choice Awards 2013, pelos próprios adolescentes, o público a quem mais influência. Agora eu pergunto, se Miley Cyrus é o ícone de estilo dessa nova geração que vem por aí, que boa influência ela está passando? Ela apenas emagreceu horrores e tirou a roupa para fazer um clipe, não é assim que se fazem divas, me perdoem os fãs. Mas não, nem tudo está perdido como parece. Ainda temos aquelas mulheres da lista, aquelas que realmente são inspiração de estilo e atitude, as que um dia poderei chamar de divas da minha juventude. Modinhas não

duram muito, essa versão de Miley Cyrus tão pouco durará, uma hora ou outra ela verá o quão lamentável foram essas atitudes, ou assim esperamos.

que no ar até hoje é a relação de amizade entre Max e Caroline, o que é a única parte que boa parte do público consegue assistir sem se sentir desconfortável por causa da comédia de quinta categoria.


6

NOTÍCI ANTIGA No dia 13 de setembro de 1996, morreu Tupac Amaru Shakur, mais conhecido pelos seus nomes artísticos 2Pac, Makaveli ou apenas Pac. Críticos e membros da indústria fonográfica o nomeiam como o maior rapper de todos os tempos. Em 2010, ele já havia vendido pelo menos 75 milhões de cópias pelo mundo. Além de ser músico, Tupac também foi ator e ativista social. A maioria das suas canções trata sobre como crescer no meio da violência e da miséria nos guetos, o racismo, os problemas da sociedade e os conflitos com os outros rappers. Na noite de 7 de setembro de 1996, Shakur foi assistir a uma luta de boxe entre Mike Tyson e Bruce Seldon, no MGM Grand Las

Vegas. Após deixar a partida, um dos associados a Suge,Orlando Anderson, um membro da Southside Crips, discutiu com o rapper na portaria do ginásio, e os dois agrediram-se. Mais tarde naquela mesma noite, um Cadillac branco, modelo antigo, com um número de ocupantes desconhecido, se aproximou da BMW, abaixou o vidro da janela e disparou cerca de doze ou treze tiros contra Shakur. Ele foi atingido por quatro deles, acertando um na cabeça, dois na virilha e um na mão. Após ter sobrevivido a uma série de cirurgias, inclusive a da retirada do pulmão direito, mal-sucedida, Shakur submeteu-se a fase crítica da terapia médica, e foi dada uma chance de 50% de con-

tinuar vivo. Enquanto a Terapia Intensiva estava a ser realizada na tarde de 13 de setembro de 1996, Tupac faleceu de hemorragia interna; os médicos tentaram reanimá-lo mas não conseguiram impedir a propagação da hemorragia.Sua mãe, Afeni tomou a decisão de informar aos médicos para desligarem os aparelhos. Foi declarado morto às 16:03. As causas oficiais da morte foram descritas como insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória, além dos múltiplos ferimentos das balas. O corpo de Shakur foi cremado. Mais tarde, um pouco de suas cinzas foram misturadas com maconha e fumadas por membros do grupo Outlawz.

O que fazer em Curitiba? Exposição “Consiente do Inconsciente” no MASAC De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Ordem - Setor Histórico), tem a exposição São Francisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da artista plástica Nilva Rossi. Museu de Arte Contemporânea Até dia 23 de setembro no Museu de Arte Contemporânea (Rua Desembargador Westphalen, 16) ficam as exposições “Cor, Cordis”, com obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná; e axposição “Lugar inComum”, das artistas Erica Kaminishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Informações: (41) 3323-5328 e 3323-5337. Teatro Novelas Curitibanas De 23 de agosto a 29 de setembro, no Teatro Novelas Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti,1222 – São Francisco), tem apresentação do Espetáculo teatral Cronópios da Cosmopista – Um antimusical psicodélico, do Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio. Informações: (41) 3222-0355.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.