Lona 866 - 08/11/2013

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Edição 866

Curitiba, 08 de novembro de 2013

Wikimedia

Notícia Antiga No dia 08 de novembro de 1884 nasceu o psiquiatra Hermann Rorschach, conhecido por ter desenvolvido um trabalho com manchas de tinta.

lona.redeteia.com

Corrente Cultural trará 70 bandas neste fim de semana Foto: Divulgação/Cido Marques

Página 3 Bandas como Criolo e Blitz são as principais atrações no fim de semana. No total são 40 bandas locais que marcam presença na Corrente Cultural. Ruas serão bloqueadas nas proximadades dos 7 palcos espalhados pela cidade.

Você conhece o Centro de Inclusão da Universidade Positivo? Conhece o trabalho que é desenvolvido pelos por estes profissionais? Conheça na entrevista com a supervisora do Centro de Inclusão, Izabella Romanetto, como funciona o acompanhamento com os alunos e funcionários da Universidade Positivo e as atividades que realizam visando a qualificação de deficientes e pessoas com dificuldade de aprendizado nos cursos de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e especialização, além de dicas de como se comunicar com os portadores de deficiência.

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Opinião Editorial

Inocência?

Por onde anda?

“Cada um, a seu estilo, contribuiu para o que o jornal se tornou. Apostamos em uma nova diagramação, em um novo formato, em uma nova distribuição de matérias.”

“Até o momento o Ministério Público não se manifestou sobre matéria apresentada pelo Jornal Nacional. Não é a primeira vez que vemos essa situação acontecer.”

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluna Juliana Galliano.

Colunistas

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Moda

“Já meu pai nunca saiu de casa com um sapato que não estivesse de acordo com o resto da roupa. A moda masculina tem mudado muito de tempos pra cá.”

Séries

“O que era o desejo e a alegria dos fãs acaba virando um pesadelo tedioso para os mesmos. Há uma discussão interessante sobre a relação entre o criador da série e o público.”


Editorial

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O fim Quando algo chega ao fim, a tendência é a tristeza. Tristeza não só por ter acabado, mas pela certeza de que nada será como antes. Com o Lona, é diferente. Hoje é o último Lona de 2013. No entanto, o sentimento não é esse. É de dever cumprido, alívio e orgulho. Trabal-

har com a equipe do Lona, neste ano, foi uma nobre tarefa. Cada um, a seu estilo, contribuiu para o que o jornal se tornou. Apostamos em uma nova diagramação, em um novo formato, em uma nova distribuição de matérias. Nem tudo deu certo, claro. Quando se usa, se arrisca, também

se está sujeito a erros. No entanto, conseguimos grandes conquistas. Fizemos um grande arquivo com histórias dos ex-alunos, com o Por Onde Anda, resgatamos fatos importantes na coluna Notícia Antiga, e tivemos colunistas brilhantes que nos agraciaram com temas como cin-

Por Onde Anda?

ema, samba, esporte, tecnologia, teatro... O Lona mostra um pouco da diversidade e do talento de nossos alunos. E também mostra nossas fragilidades no processo de ensino-aprendizagem. Afinal, construir um jornal diário na dependência de produção acadêmica não é tarefa fácil. Nem

meus projetos (revista +blog). Porém, sempre tive o sonho de morar em Florianópolis e após três meses que saí da editora, consegui uma vaga como assessora de imprensa na Fábrica de Comunicação. Atuo com assessoria de imprensa, comunicação interna e projetos gráficos. Atendo dois clientes de grande porte na parte de AI, que são Formaplas e O Boticário, e auxilio no desenvolvimento de informativos, jornais e murais

Inocente até que se prove culpável

Expediente

nas agradecer a quem fez o Lona, a quem leu o Lona, a quem apoiou sua mudança, a quem deu pitaco, a quem fez textos opinativos, a quem manteve suas colunas bravamente até o fim. E obrigada Marina, Lucas e Júlio por todas as pontas que seguraram. Até o Lona de 2014!

da Klabin. Em projetos gráficos, atuo com jobs de relatórios e produção de revistas. Edito a revista Trade Tur, voltada ao setor turístico de SC. A revista de gastronomia continuei fazer, porém por falta de ter alguém na parte comercial, não consegui mais mantê-la. O blog continua existindo. Já cobri UFCs e é uma sensação fantástica.

o mercado de trabalho e atuar nas diversas frentes que a comunicação nos proporciona. O curso de graduação é completo e posso dizer que aproveitei ao máximo para estagiar em diversas empresas e atuar nos veículos da Universidade (Lona, TelaUn, Rádio Teia, etc). A prática faz toda a diferença para definir o que gosta e o que não gosta, além de já ir conhecendo o ritmo do mercado antes de se formar.

Juliana Galliano Logo que me formei fui contratada na Editora Alternativa, que produz as revistas Móbile. Eu estagiei no último ano da graduação e fui contratada como repórter. Era responsável por escrever matérias para as cinco revistas do setor moveleiro. Em paralelo, tentava prosperar minha revista eletrônica de gastronomia, que foi meu TCC, e um blog de MMA. Fiquei por um ano e meio como formada na Móbile e resolvi me dedicar 100% aos

O Jornal Nacional mostrou nesta quinta-feira 07, áudios nos quais Ronilson Bezerra Rodrigues, subsecretário da Receita na gestão de Gilberto Kassab (PSD), declara que o ex-prefeito da cidade de São Paulo, estava ciente das fraudes no recolhimento do Imposto sobre Serviços (ISS) que causaram um desfalque de cerca de R$ 500 milhões nos cofres municipais. Ronilson está preso desde o dia 30 acusado de chefiar a quadrilha. Kassab já negou a

sempre as matérias puderam ser aproveitadas, o conhecimento ainda é algo em construção e, por muitas vezes, esquecemos que são apenas alunos, ainda. Fazemos exigências de gente grande. Apesar da dificuldade, foi um delicioso desafio. Neste último editorial de 2013, queria ape-

acusação por meio de nota e deve manter essa posição nos próximos dias (quer as alegações sejam falsas ou não). Até o momento o Ministério Público não se manifestou sobre matéria apresentada pelo Jornal Nacional. Não é a primeira vez que vemos essa situação acontecer: servidor público acusado de fraude, acusado denuncia a participação (ou consentimento) de político de nome, político nega. A partir de agora, poderemos acom-

panhar uma troca de “tiros” entre o ex-prefeito e os acusados, que não estão dispostos a “pagar o pato” sozinhos. Entretanto, os cidadãos paulistas não parecem esperançosos de uma investigação acirrada sobre o envolvimento de Kassab ou uma punição plausível caso isso seja comprovado. Basta uma rápida olhada nos comentários dos portais de notícias para perceber que a maior parte dos brasileiros já não acredita em “contos de fadas”, em

A Universidade Positivo me deu todas as ferramentas para enfrentar

Lis Claudia Ferreira que os “maus” são presos e pagam o que devem. Apesar de sentir certo pesar ao ver a falta de crença na justiça brasileira, não posso criticar os cidadãos que concordam que “tudo acaba em pizza” na nossa nação. Também não ouso tentar convencê-los do contrário. Para cada argumento que eu possa usar, os Malufs, Dirceus e Belinatis (que já não pode ser preso pelos crimes que cometeu, pois completou 70 anos em outubro) surgirão para me pro-

var errada. Sobre a suspeita do envolvimento de Gilberto Kassab no esquema de desvio do ISS paulista, resta aos brasileiros esperar que dessa vez, o mínimo de culpados sejam poupados. Afinal, infelizmente nesse caso, “mais vale algum culpado punido do que todos governando”.

Reitor: José Pio Martins Professora-orientadora: Ana Paula Mira Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Editores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina Geronazzo Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Editorial: Da Redação Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira


Notícias do Dia

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5ª Corrente Cultural agita Curitiba no fim de semana Fim de semana é o dia mais esperado da Corrente Cultural. Atrações como Criolo e Blitz fazem o cenário festivo no fim de semana

Lucas de Lavor

Foto : Divulgação /Cido Marques

c om R av i Br asil ei ro e R o gé r i a Holt z . No tot a l, s ão 3 0 0 at r aç õ e s qu e for am prog r amad as p el a Fu nd aç ão Cu ltur a l d e Cu r it ib a ( F C C ) , a Fe c omérc i o - PR , S e sc - PR e S e s i - PR , a l é m d a S e c re t ar i a d e E st a do d a Cu ltu r a. As apresentações ac onte c e m em d ivers o s lu g are s: pr aç as , p arque s, mus eus , te r m inais e est aç õ e s tub o. S eg u nd o a ass e s s or i a d e e mpre s a, o d i ferenc i a l d ess a e d i ç ão d a C or rente Cu ltu r a l é ampl i a ç ão d e p a l c o s e a homenage m ao mae st ro p a r anaens e Wa ltel Br anc o. “A C or-

re nte Cu ltu r a l foi u m mov ime nto c r i a do e m 2 0 0 9 , qu e re ú ne v ár i o s p arc e iro s e m tor no de u m obj e t ivo c o mu m , qu e é v al or i z ar a c u ltu r a p ar ana e ns e. Ne st a e di ç ã o a pro g r ama ç ã o foi ampl i a d a , c om mais p a l c o s, e a c or re nte pre st a home nage m a o g r ande me st re ma e st ro Wa ltel Br anc o” e x pl i c a e m not a . “A l é m de p ar t i c ip ar em Cu r it ib a , e ste ano t amb é m promove mo s a Vi r a d a Cu ltu r a l Par aná e m mais 1 1 c i d a de s do i n te r i or do E st a do. Aqu i i nte g r amo s a C or re nte, c om a mont age m do Pa l c o C one xõ e s,

Divulgação Confraria

Cr iolo e Bl it z f azem o ce nár i o fest ivo no f i m de s e mana Fim d e s emana ag it ad o nos ú lt i mos d ois d i as na 5ª e d iç ã o d a C orrente Cu ltu r a l. S erão 70 apre s ent a çõ e s em s ete p a lcos di fe rentes em to d a a cid a d e, ten do como d est aque os c antores L enine, Cr iol o, Fundo d e Q u i n t a l e Blitz , a l é m de Trem Fant as ma, Ma x ixe Ma chine, Polé xi a, A lex and re Nero e dive rs as out r as at r açõ e s . A ab er tu ra of ici a l a conte c e s áb ad o com a homenagem ao músico p ar a naens e Wa ltel Br anco às 1 9 hs

na B o c a Ma l d it a e a pro du ç ã o d e u ma s é r i e de at iv i d a de s no s e sp a ç o s l i g a do s à S e c re t ar i a .” A ass e ss or i a aind a c ont a que as e x p e c t at iv as s ã o o b om prove ito do públ ico. “E st a é u ma a ç ã o qu e s e m dúv id a c ont r ibu i p ar a for t a l e c e r a áre a c u ltu r a l e am pl i ar a p ar t i cip aç ã o do públ ico a at r a ç õ e s de qu a l i d a de g r atuit ame nte. A noss a e x p e c t at iv a é d e qu e o públ ico aprove ite o que e st á s e ndo ofere c i do e ve n ha de s c obr i r tud o qu e a c u ltu ra d o Par aná te m pr a mo st r ar.” Artistas Locais No t o t a l s ã o 4 0 bandas locais que marcam presença na C orrente Cultural. Entre as bandas curiti-

banas mais esperadas estão Confraria da Costa que acontece às 24h de s á b a d o. No s á bado também se apresentam R afa Gomes, MUC, Banda Gentileza, Djambi e A n a c r ô n i c a . Já no Domingo as b a n d a s s ã o Tr i o Quintina, Na m a s t é , Un i v e r s o e m Ve r s o L i v r e , Léo F r e s s a t o, Maxixe Machine, R aíssa Fayet e T i a g o Io r c . Bloqueios Para a organização do evento, algumas ruas serão bloqueadas no sábado e no domingo. To d o s os bloqueios foram divulgados nessa sexta-feira pela Secretaria de Tr â n s i t o de Curitiba (Setran). Na B oca Maldita, o blo-

queio será feit o n a Av. L u i z Xavier a partir do cruzamento com a Rua Cândido Lopes com as ruas Ébano Pereira e Desembargador Ermelino de Leão. Nas proximidades dos palcos montados agentes de trânsito da Setran orientarão os veículos quanto aos bloqueios. Além da Boca Maldita, atenção nas áreas dos palcos: Praça da Espanha, Ruínas do São Francisco, na Praça Carlos Gomes da Praça Generoso Marquês. Os bloqueios permanecerão nos locais das 12h às 24h no sábado e das 12h às 22h no domingo.


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Geral

“Uma inclusão só é efetiva quando há respeito” Jordana Lazaroto

Inclusão. Respeito. Diversidade. Compreensão. Espaço. Liberdade. Palavras que aos olhos daqueles que não conhecem o dia a dia de um portador de deficiência ou que possua alguma dificuldade de aprendizado podem passar despercebidas. Contando sobre um pouco do trabalho que é feito, os objetivos, métodos aplicados e maneiras de se trabalhar com alunos e funcionários que possuem alguma dificuldade de aprendizado ou deficiência, Izabella Romanetto, supervisora do Centro de Inclusão da Universidade Positivo, fala um pouco mais sobre este trabalho e de como ele foi construído no dia a dia da universidade. Como pedagoga, Izabella ressaltou durante vários trechos da entrevista a importância da conscientização de todos sobre o que é a inclusão, sobre o respeito em sociedade, e outros temas ligados à área. Confira na entrevista um pouco mais sobre o Centro de Inclusão e seu trabalho. Repórter: O que é o Centro de Inclusão? Izabella: O Centro de Inclusão existe desde 2009 aqui na universidade. Nós atendemos pessoas com deficiência e necessidades educacionais especiais, fazendo atendimento com todos os alunos da universidade que têm deficiência intelectual, deficiência visual, auditiva, física. As necessidades educacionais especiais são: transtorno bipolar, déficit de atenção e hiperatividade (TDH), dislexia, autismo, ou seja, situações que atrapalham o aprendizado em sala de aula, fazendo com que o aluno precise de algo a mais na sala de aula para que ele consiga aprender. Esse é o principal papel do Centro de Inclusão. Repórter: Como funciona o trabalho de vocês junto à Universidade? Izabella: Normalmente o aluno vem pela Banca Especial do vestibular, então, quando já vem por esta banca nós já começamos a monitorá-lo, pois nós auxiliamos a Universidade a realizar estas bancas especiais. A partir do momento em que ele fez sua matrícula nós já chamamos a família para conversar, para entender qual a sua maior dificuldade, buscando entender como funcionou toda sua

vida escolar. Nós temos um ponto positivo para nós como universidade porque o aluno que chega até aqui já passou por um caminho escolar, já tem psicólogo, psiquiatra, neurologista, e então ele acaba tendo vários profissionais que conhecem bem suas necessidades; nós chamamos a família e também estes profissionais para nos dizerem um pouco sobre a caminhada do aluno até agora para que nós possamos adaptar a vida acadêmica dele. Além disso, nós precisamos dos parceiros internos, como os coordenadores de curso e professores, auxiliando no processo de inclusão dentro de sala com os colegas evitando bullying e desrespeito; nós informamos e formamos este professor para receber este aluno em sala de aula, independente de qual seja a deficiência. Repórter: Quais são os profissionais que trabalham junto ao Centro de Inclusão? Izabella: Hoje, nós temos uma equipe de 15 profissionais. Nós temos a coordenadora do Centro que é também a coordenadora do curso de Pedagogia. Eu fico abaixo dela como supervisora do Centro de Inclusão. Eu atendo psicólogos, psiquiatras, os alunos, a família, atendo toda a equipe do Centro, os professores, e faço as palestras externas, além de empresas que nós atendemos fora com projetos in company que nós vendemos para estas empresas. Damos cursos de libras e workshops focados na inclusão também. Nós temos uma equipe de 11 intérpretes de libras que atendem diretamente os nossos alunos. Hoje, temos aproximadamente 20 alunos surdos na universidade. Estes intérpretes vão para as salas de aula e fazem toda a tradução das aulas; e uma profissional que faz atendimento pedagógico, fazendo atendimentos individuais aos alunos que precisam, além de duas menores aprendizes que nos ajudam nas questões administrativas. Repórter: Cada deficiência possui algum tipo de atividade que é realizado exclusivamente com ele? Izabella: Quando nós falamos em inclusão, não existe um manual pronto ou algo assim que diga que aquilo deve ser feito de tal

maneira. Não existe, e eu acho ótimo que não exista, porque nós estamos trabalhando com pessoas, e quando se fala em pessoas se fala no diverso. Eu posso ter dez alunos surdos, e estes dez alunos são pessoas diferentes, então eu não posso dizer que esse atendimento para os dez vai ser igual. Como eu posso ter um deles que precisa de atendimento individual, eu posso ter outros que conseguiram ir muito bem e avançaram sem precisar disso. Nós buscamos auxiliar como vai ser a caminhada daqui para frente e trabalhar com a autonomia e independência deste aluno, pois quando ele terminar a faculdade ele vai para o mercado de trabalho, e ele precisa saber como vai ser esta caminhada. Repórter: Quem pode ser atendido pelo Centro de Inclusão? Izabelle: Nós temos duas vertentes. A primeira é a de atendimento aos alunos de todos os cursos de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e especialização; e a outra vertente que atende os funcionários e que faz atendimento junto ao RH, entre outros. Nós não fazemos atendimento fora, só atendemos nosso público interno, sempre junto aos parceiros, porque não tem como fazer inclusão sozinho, de maneira alguma. Repórter: Para você, e também para o Centro de Inclusão, qual é a importância deste trabalho? Izabella: O trabalho que nós fazemos aqui, eu posso dizer que é de certo modo inovador. Nós falamos para os pais que nós não fazemos mais do que a nossa obrigação como instituição de ensino. Em Curitiba, como universidade, nós somos a única que fazemos este trabalho de receber e criar um processo de inclusão na universidade. Nosso principal objetivo é criar uma política, uma prática e uma cultura de inclusão, para que todos os membros da sociedade façam parte disso. Precisa-se criar uma cultura de respeito com o outro, porque a gente sabe que isso ainda não é realidade para todos. O trabalho que a gente faz é de grande importância porque não adianta eu dizer que eu faço inclu-

Izabella Romanetto – Supervisora do Centro de Inclusão da Universidade Positivo. são apenas integrando o cota para vestibular, existe a pessoa não faz leitura laaluno, colocando o aluno a cota para o mercado de bial eu aconselho que você dentro da sala e o deixan- trabalho, que é algo que pegue um papel e escreva do lá, aí ele acaba repro- está sendo bem discutido aquilo que você quer saber, vando, ficando para trás e sobre uma lei que exige não queira fazer pela pesacaba desistindo do curso, que as empresas tenham soa o que você não sabe porque isso não é inclusão. uma porcentagem de fun- que é para fazer. A priAqui, nós atendemos os cionários com deficiência. meira coisa sempre é: pernossos alunos com igual- Com isso, as empresas es- gunte, veja de que maneidade. tão contratando estas pes- ra você pode ajudar o seu soas, mas, infelizmente, se colega se ele estiver preciRepórter: A respeito das isso não fosse exigido, não sando, ou qualquer pessoa cotas para universidade, estaria sendo feito. Tomara na rua, enfim, a pessoa vai qual é a opinião do Cen- que com todo o trabalho te dizer, porque não existe tro de Inclusão? que está sendo feito por ninguém melhor do que várias pessoas, daqui a 10, a própria pessoa que vive Izabella: Nós, como uni- 15 anos essa lei não precise todos os dias aquela reaversidade particular, não mais ser cobrada e que isso lidade para te dizer como temos esta filosofia, esta passe a ser cumprido nor- atender ou como ajudar. metodologia de cotas aqui malmente. na universidade. Tem toda Repórter: Você gostaria uma questão histórica que Repórter: Você sabe de deixar alguma mensahá 20, 30 anos as pessoas quantos alunos com al- gem que, na sua opinião, com deficiência eram es- gum tipo de dificuldade é importante que todos condidas dentro de casa ou deficiência fizeram o saibam sobre este assunto? porque a deficiência era vestibular neste ano? vista como um castigo, o que era uma visão reli- Izabella: Este ano nós ti- Izabella: Quando a gente giosa, de que se eu tenho vemos uma banca espe- fala de preconceito em reum filho com deficiência é cial com 26 alunos com lação à pessoa que tem deporque é um castigo divi- autismo, com déficit de ficiência, 90% dos preconno. Hoje a gente vê pessoas atenção, com dislexia, ti- ceitos estão relacionados com deficiência, como um vemos também um aluno à falta de informação. As cadeirante pegando ôni- com paralisia cerebral bem pessoas que não sabem o bus, um cego dentro do comprometido, e alunos que fazer acabam fugindo, shopping, de uma igreja, com deficiência visual. Foi tirando sarro, então, para as pessoas estão toman- uma banca bem diversa. que haja um processo efedo o espaço e o lugar que Também tivemos alunos tivo de inclusão, todos são por direito é delas. Com que não se inscreveram responsáveis por isso. Um ou sem deficiência, as para a banca especial e fi- processo de inclusão não pessoas fazem parte do zeram vestibular, que são se cria sozinho, mas uma mesmo mundo. Quando aqueles alunos que fazem inclusão só é efetiva quanse fala na questão da cota, a prova e que só depois a do há respeito. Ter uma deeu acho que ainda é mui- gente fica sabendo e que ficiência não é castigo, não to importante existirem acabam procurando o é problema, o que existe é cotas nas universidades Centro de Inclusão. real, é a realidade da pespúblicas, porque muitos soa. Então nós temos que deficientes, mais por uma Repórter: Para as pes- respeitar o próximo em toquestão histórica mesmo, soas que são leigas neste dos os momentos. A partir ou porque o filho com de- assunto, qual é a melhor do momento em que há ficiência estudou em casa maneira de se comunicar respeito, há inclusão, porcom os pais, ou porque com uma pessoa que pos- que se respeita a diferença foi só para a escola espe- sua alguma deficiência? do outro, pois a inclusão cial e não foi estimulado basicamente é a ideia de da maneira que deveria, Izabella: Na verdade são que todos somos iguais esse aluno chega ao vesti- muitas maneiras. Para perante a sociedade que a bular e não tem condições cada deficiência nós temos gente vive e perante as leis, de conseguir uma vaga se uma maneira de se comu- mas iguais a partir da suas não for pela questão das nicar. Uma dica que eu diferenças. Isso é inclusão, cotas. Não é o vestibular dou para todas as deficiên- é respeitar a diversidade. que vai fazer dele um óti- cias, independente do que mo profissional, mas sim seja é a de perguntar para a formação que ele vai ter a pessoa. Por exemplo, durante toda a vida aca- tem uma pessoa surda na dêmica que ele ficar na sua sala, então se você não universidade. Além da conhece língua de sinais e


Colunistas

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Maiara Yabusaki Moda por aí A moda deles Diferentemente da maior parte das garotas que gostam de moda, minha inspiração não veio da minha mãe, ou de alguma vó. Quem realmente instigou essa paixão em mim foi meu pai. Desde que me lembro minha mãe nunca ligou muito para o que vestir, o que combinar com o que, salvo ocasiões especiais. Já meu pai nunca saiu de casa com um sapato que não estivesse de acordo com o resto da roupa. A moda masculina tem mudado muito de tempos pra cá. Li essa semana entrevista com o jornalista Lula Rodrigues que em 2014 lançará um livro chamado “Almanaque de Moda Masculina”. Segundo ele existem pouquíssimas pessoas no Brasil hoje que fazem moda

The finale Quando uma série que você tem acompanhado durante muito tempo acaba, a sensação de despedida é a parte mais difícil de enfrentar. Mesmo que a série seja finalizada com aquele clima de “já foi tarde”, ela costumava a ocupar um tempo considerável da sua rotina. Alguns fãs mais críticos até lamentam a “longevidade” daquilo que costumava ser a série favorita, mas que recebeu o amargo destino da perda de qualidade quando a história se estende demais. E mesmo tendo

para os homens, porém quem faz, faz bem feito. A maior semana de moda do país é um ótimo exemplo dessa realidade. Das 26 marcas que apresentaram suas coleções de inverno 2014 no SPFW, apenas duas eram exclusivamente masculinas e cinco desfilaram produções femininas e masculinas. Das duas coleções masculinas, Alexandre Herchcovitch Men e João Pimenta, a segunda entra na categoria citada por Lula. Alfaiataria perfeita, de fazer inveja a qualquer desfile feminino. Na década de XX as mulheres conquistaram seu espaço na sociedade depois de décadas de desigualdade, e no caminho dominaram a arte da moda. Felizmente as coisas

mudam e os homens estão entrando nesse mundo e reivindicando seu espaço. O estilo andrógino chegou para dar as mulheres a possibilidade de se vestir igual os homens, dividir o guarda roupa. Então por que o preconceito por parte dos próprios homens no jeito de se vestir? Lula ressalta em sua entrevista a confiança e o “medo de ser taxado de gay” Segundo ele muitos homens não ousam um pouco mais por medo do que os outros pensam. O machismo que permanece impregnado na nossa sociedade que ainda oprime e acua o homem é o culpado por despertar esse sentimento neles. Um homem que se veste um pouco diferente hoje realmente pode ser interpre-

tado de forma errada, mas a confiança faz parte do show, e faz toda a diferença. O Brasil tem potencial e talentos para disseminar a moda

masculina no país, uma vez que se muda a mentalidade de que o homem que gosta de se vestir é gay estaremos um passo mais longe dos preconcei-

tos e do machismo. Mas a final, quem não gosta de um homem estiloso?

Júlia Trindade Sexta fora de série isso em mente, a audiência tende a continuar assistindo, pois às vezes é melhor enfrentar uma sequência de episódios fracos do que dizer adeus. Com a exceção de novelas britânicas como Coronation Street, que está no ar desde 1960, tudo chega a um fim, e às vezes essa é realmente a melhor opção. Afinal, os atores também precisam seguir com a carreira, diretores têm novos projetos para apresentar e a história necessita de um fim decente. Quando essa con-

clusão não é feita no momento certo, muitas vezes pelo próprio sucesso do seriado e a vontade dos fãs, o enredo pode perder a harmonia que tinha no começo e virar uma narrativa cansativa, sem criatividade e cheia de “fillers”, que é basicamente encher linguiça. O que era o desejo e a alegria dos fãs acaba virando um pesadelo tedioso para os mesmos. Há uma discussão interessante sobre a relação entre o criador da série e o público. Um diálogo entre os dois é

algo positivo, senão essencial. Porém, o criador não pode ceder a todas as vontades dos fãs. Isso pode parecer uma cortesia no início, mas se isso for feito com muita frequência a história perde a essência. Uma das séries que melhor representa essa situação na atualidade é Glee. Além de ser confuso em todos os sentidos, parece que os criadores da série não sabem mais o que fazer. Ryan Murphy jura que sabe qual é a cena final, que deve estra perfeitamente planejado,

mas o caminho até o final, pelo menos até agora, está uma bagunça deplorável. Porém, eu confesso que eu assisto Glee toda semana e é uma das minhas séries favoritas. Eu não sei exatamente o motivo, eu nem me divirto muito assistindo, mas no fundo eu não quero que acabe logo. E já que essa série em particular já tem data para o finale, eu estou tentando aproveitá-la em quanto ela ainda está no ar. Tentando. A pergunta mais frequente quando o seriado chega ao

fim é “E agora? O que vou fazer tal dia à noite?”. Mas essa dúvida logo acaba quando um novo seriado aparece, ou até mesmo quando você arranja um novo interesse para preencher o seu tempo livre. Eu decidi falar sobre finales essa semana porque essa é a última coluna do Sexta Fora de Série. Gostaria de agradecer a todos que leram a minha coluna alguma vez e espero ter inspirado alguém a assistir um seriado interessante.


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NOTÍCI ANTIGA

O que fazer em Curitiba? Palco Ruínas

No dia 08 de novembro de 1884 nasceu o psiquiatra Hermann Rorschach, conhecido por ter desenvolvido um trabalho com manchas de tinta.

em Freu, e foi uma forma de auto-expressão utilizada com seus pacientes.

A avaliação que consiste no uso de manchas de tintas com formatos picO método desen- tóricos tenta comvolvido por Her- preender o psicomann foi baseado lógico individual

de cada paciente. Desde de 1921 a técnica é utilizada em diversos países do mundo. Hoje em dia o teste é conhecido como “teste psicológico Rorschach” em homenagem ao psiquiatra.

Em sua 5ª edição, a Corrente Cultural acontece de 3 a 10 de novembro, em diversos espaços de Curitiba. Confira a programação completa do “Palco Ruínas”: » Sábado Atrações locais das 14h à 0h » Domingo Atrações locais a partir das 10h 19h – Tiago Iorc Virada Cultural - Madrugada Sangrenta Quando: 8 de novembro de 2013 - Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante, às 20h - Zombio 2: Chimarrão Zombies, às 22h - Nervo Craniano Zero, às 23h59 Onde: Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França, Avenida Marechal Floriano Peixoto, 458, Centro, Curitiba. Quanto: entrada franca.


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