Lona 878

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

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Ano XV > Edição 878 > Curitiba, 25 de abril de 2014

Sem acordo, professores estaduais mantêm greve Foto: Suelen de Paula

Desde quarta-feira, professores estão acampados em frente ao Palácio Iguaçu; greve tem apoio dos alunos da rede de educação pública p.3

EDITORIAL “Enquanto estes investem 5,1% do (PIB) em infraestrutura, o Brasil investe apenas 2,2%. “ p. 2

OPINIÃO

UP recebe 15° Encontro Nacional de Professores de Jornalismo

O evento traz como tema principal as novas Diretrizes Curriculares na formação superior em Jornalismo p. 4

“Toda a nata do jornalismo estava ali para cobrir aquela sessão de descarrego por parte de Petraglia.” p. 2

#PARTIU “Sláinte Irish Pub conta com um cover do Arctic Monkeys, tocando as melhores e mais conhecidas músicas” p. 6

COLUNISTAS Lucas Karas “A cerveja que indico para hoje é a Red Ale, da Bier Hoff. É uma Strong Ale, com presença marcante de malte, além de um amargor equilibrado e um p. 5 teor alcoólico elevado (8,5%).” Maria Luiza Lago “Acima de tudo, o punk foi um movimento que nos fez abrir os olhos, para jogar fora os antigos conceitos, para fazer sua própria história, suas próprias decisões.” p. 5


LONA > Edição 878 > Curitiba, 25 de abril de 2014

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EDITORIAL

Gloriosamente improdutivos

“A soneca de 50 anos: trabalhadores brasileiros são gloriosamente improdutivos. Para que a economia cresça, eles devem sair de seu estupor.” Esse foi o início da matéria da revista britânica The Economist, que criticou a produtividade dos trabalhadores no país. Blake Watkins, empresário norte-americano que está em São Paulo há 3 anos, disse que “no momento em que você aterrissa no Brasil começa a perder tempo”. Apenas essa citação pode ser suficiente para ferir o orgulho nacional de muitos. A publicação destaca que a economia brasileira estagnou a partir da década de 80 em comparação com outros países emergentes, como Chile e México. Enquanto estes investem 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, o Brasil investe apenas 2,2%. Essa foi a principal razão apontada como responsável pela baixa produtividade dos brasileiros. E não há como discordar disso. A precariedade de locais de trabalho, ferramentas e meios de comunicação em diversos setores não permite que o trabalhador desenvolva todo seu potencial, o que diminui a quantidade de bens ou serviços produzidos por hora. E mais: além do baixo investimento em infraestrutura, a tecnologia defasada também gera um atraso na produtividade.

OPINIÃO

Contra fatos não há... argumentos? Kawane Martynowicz

Toda a nata do jornalismo estava ali para cobrir aquela sessão de descarrego por parte de Petraglia, o Presidente do Atlético Paranaense. Ele, devido ao seu histórico e essa coletiva, se revelou um dos caras mais arrogantes do planeta, e já explico o porquê.

Os ataques partiram de Valcke, que ironizou a falta de assentos: “não dá pra assistir os jogos de pé, né?”; de Rebelo, que afirmou que o descontentamento da população com a Copa é porque elas estão preocupadas somente com a referência negativa que a cidade vai ter; Mario Celso Cunha, que afirmou que essa insatisfação não pode ser levada a sério: “se a população está descontente, como explicar a venda de 42 mil ingressos e Curitiba em terceiro lugar no ranking de vendas?” ; e o velho Petraglia que contestou a veracidade das informações dizendo que “não acredita em pesquisa tendenciosa”.

Além dele, o Secretário Municipal, Reginaldo Cordeiro, o Secretário Geral da Fifa, Jérôme Valcke, o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo e o jogador Ronaldo - que não abriu a boca durante todo o evento mostraram sua ira em algumas proporções.

Mais ridículo do que tudo isso foi quando o destemido repórter da Gazeta do Povo, André Pugliese, questionou Valcke sobre uma acusação feita pelo Estadão de estar recebendo salário da FIFA mesmo sem estar no cargo. O Secretário criticou a pergunta, chamando-a

O Secretário Geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, retornou a Curitiba nesta última terça-feira para avaliar as obras da Arena da Baixada que ainda não estão prontas e, sinceramente, talvez nem fiquem a tempo. Após a vistoria, seguida de um desfile dos figurões pelo belíssimo estádio, uma tensa coletiva de imprensa foi iniciada.

de boba e desnecessária, e disse que é preciso verificar as informações antes de divulgá-las. Petraglia, por sua vez, ficou irritadinho com a suposta acusação, pedindo desculpas e criticando genericamente toda a imprensa: “este tipo de pergunta cria um clima de destrutividade na coletiva. A imprensa deveria ter vergonha de fazer um questionamento tão desnecessário aqui dentro”. Ele e seu amiguinho nem foram capazes de proferir palavra alguma de defesa. Claro, nem haveria. E para encerrar teve a humanização que fizeram com Ronaldo. Ao final da coletiva, citaram sua visita a uma fã que tem câncer, em um hospital aqui de Curitiba. Mesmo sem ter nada a ver com o propósito do evento, valeu mencionar, afinal, é Ronaldo, procurando trazer uma paz utópica e um clima de “jeitinho brasileiro”.

Um outro aspecto abordado foi o nível de educação dos trabalhadores e suas habilidades técnicas. Incluindo outra declaração de Watkins, de que seus funcionários de 18 anos de idade têm as mesmas habilidades que um americano de 14, a revista reforçou a má qualidade da educação e destacou o resultado dos alunos brasileiros em testes padronizados, que sempre estão entre os piores desempenhos. Nacionalista ou não, é impossível negar essa afirmação da The Economist. O investimento em educação em um país com tanta corrupção sempre foi um problema, e os que ingressam no mercado de trabalho geralmente estão despreparados. A revista britânica concluiu dizendo que o Brasil corre o risco de cair em um sono cada vez mais profundo. Infelizmente, se nada mudar, ela pode estar certa.

Charge por Thayná de Almeida

Expediente Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Editores Ana Justi, Kawane Martynowicz e Luiza Romagnoli Editorial Victória Pagnozzi


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NOTÍCIAS DO DIA

Greve de professores é mantida pelo menos até amanhã Suelen de Paula

Professores vão avaliar contraproposta do governo; alunos também aderiram à greve

ção para a causa buscada. “A causa não é só dos professores e sim dos alunos também, e tudo o que afeta eles nos afeta também” declara Letícia Alves, estudante presente na manifestação.

Os professores estaduais, que iniciaram uma greve por tempo indeterminado na quarta-feira, continuam acampados na frente do Palácio Iguaçu. A principal reivindicação, em relação à hora-atividade, recebeu uma contraproposta do governo, que será analisada amanhã, em assembleia geral, pelos educadores.

Prejuízos A presidente Marlei disse que de forma alguma os alunos serão prejudicados, que nunca se deixou que os alunos saíssem no prejuízo,e que isso é em próprio benefício dos alunos, para que haja melhor qualidade no ensino. Ela afirma que é preciso urgentemente mais atenção por parte do governo à educação, que no momento está em total descaso. E garante que quanto mais rápido houver uma negociação melhor será para todos os envolvidos, garantindo assim menos prejuízos aos alunos.

Professores e alunos juntos em favor do movimento e aguardando o atendimento às pautas solicitadas > Foto por Suelen de Paula

Nem mesmo a chuva impediu o início do protesto. Segundo o Sindicato dos Professores Estaduais, o motivo desse movimento seria o descumprimento por parte do governo de seu compromisso acordado no ano passado, no qual garantia a implementação de adequações na carreira dos funcionários, com um prazo máximo até julho/2013. Como o início de 2014 chegou e as mudanças não foram feitas houve a necessidade dessa paralisação: “Não é uma pauta desconhecida pelo governo, pelo ao contrário, é uma pauta que já vem sendo tratada há anos” declara a Marlei Fernandes de Carvalho, Presidente da APP(Sindicato dos trabalhadores em Educação Pública).

Existe uma direção central que é proposta pela direção estadual e dentro de cada núcleo houve uma organização, onde os municípios grandes terão comando de greve em seus municípios e os menores virão participar aqui no comando de Curitiba. Segundo Ana Lúcia Leal, Dirigente Sindical do núcleo de Curitiba Metropolitana Sul, cerca de 80% das escolas já estão totalmente paradas, e há algumas que ainda estão com cerca de 80% dos funcionários trabalhando. Confirmaram presença caravanas de vários desses núcleos sindicais espalhados por todo o estado, serão três noites onde em cada uma delas esta-

rão presentes 90 funcionários apenas do litoral e região metropolitana, e ao todo serão 150 profissionais por noite posando no acampamento. Não só professores aderiram ao movimento, alunos das escolas Estaduais de Curitiba também compareceram para solicitar os direitos dos professores. Com apitos e cartazes protestaram em frente ao Palácio Iguaçu, exigindo direitos dos professores e chamando ao Governador para que comparecesse e negociasse a pauta proposta pelos profissionais estaduais. A presidente se sentiu surpresa pela participação dos alunos, na qual não estrava prevista, e afirmou a importância dessa participa-

A decisão de paralisação ocorreu na Assembleia dos Educadores, no dia 29 de março. No total são 14 reinvindicações da categoria, mas, entre as principais estão o aumento da hora-atividade em 33,3%, reajuste do piso salarial, a apresentação de uma proposta de um novo modelo de atendimento à saúde e o pagamento dos mais de 100 milhões de reais em atraso a professores e funcionários . “Nós estamos começando essa greve hoje, e o acampamento é um símbolo disso”, diz Luís Carlos Paixão, Diretor de Comunicação da APP.

O governo divulgou em nota, em seu site, Secretaria da Educação do Paraná, que pretende aderir às reivindicações da categoria, no próximo ano letivo. Disse ainda que a pauta existe sim, há algum tempo e que ela vem sido honrada pelo governo do estado. Em números, divulgou que o governo do Paraná contratou 17.261 novos funcionários aprovados em concurso público e outros 4,2 mil funcionários administradores de apoio, e que essa nomeação foi feita desde o ano de 2007. Porém, os profissionais não pretendem esperar até o próximo ano, querem soluções imediatas, e não vão parar a greve até que as solicitações feitas pelos professores sejam atendidas. Lembrando que como previsto pela lei, os professores têm o direito de aderir à greve e não podem de maneira alguma ser penalizados devido aos dias de paralisação. No momento em que for feita a negociação com o governo, será discutida coletivamente a solução para os dias em que não houve atividade. Também não são permitidos descontos nos salário dos professores, pelo período, desde que a greve não seja considerada abusiva.

Grevistas organizando o acampamento logo pela manhã, cerca das 09h > Foto por Suelen de Paula


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GERAL

15º ENPJ discute novas Diretrizes Curriculares As atividades do evento vão até amanhã (26), todas sediadas pela Universidade Positivo, no bloco azul Isabela Rocco

A Universidade Positivo, em parceria com a Universidade Federal do Paraná, iniciou na tarde de ontem o 15° Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (ENPJ), realizado pelo Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (Fenaj) e promovido pelo Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ). As atividades do evento vão até amanhã, todas sediadas pela Universidade Positivo, no bloco azul. O tema principal discutido no evento são as novas Diretrizes Curriculares no ensino do jornalismo, e a programação é composta por diversos eventos: 8º Colóquio da Agência de Notícia dos Direitos da Infância (Andi); 11º Pré-Fórum da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ); 6º Encontro de Coordenadores de Curso de Jornalismo; 11º Ciclo Nacional de Pesquisas em Ensino e Extensão em Jornalismo; Colóquio de Agências Experimentais de Comunicação. Além deles, estão previstas atividades

como lançamento de livros, painéis, apresentação de trabalhos e programação cultural. Mirna Tonus, Presidente no Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia, tem como expectativas aproveitar a oportunidade do evento para discutir o tema da implantação das diretrizes do jornalismo, um tema que tem tomado bastante os espaços de quem discute jornalismo no país. ”Espero que os professores que vieram de todos os cantos do Brasil consigam levar encaminhamentos para suas universidades”. Além disso, ela vê as apresentações de trabalhos nos grupos de pesquisas como um momento rico de compartilhamento de ideias. “Professores podem conhecer a experiência de outros professores e o que eles estão realizando em suas universidades”. O primeiro programa do encontro foi o 11º Pré-fórum Fenaj, que teve como discussão os impactos das novas diretrizes curriculares no ensino do jornalismo. Os debatedores foram Celso Schröder, presidente da Fenaj, Edson Spenthof, Secretário do FNPJ, e Guilherme Carvalho, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. A mesa contou também com a mediação da Diretora do Departamento de Educação da Fenaj, Carmen Pereira. Às 19h30, após o Pré-fórum Fenaj, foi a vez da palestra Nova Lei dos Meios e a sua contribuição para a reflexão sobre a comunicação com o professor e doutor Cesar Arrueta, da Universidade de Jujuy, Argentina. A programação do dia finalizou-se com o coquetel e lançamento de livros, às 21h.

Início do evento > Foto: Isabela Rocco

Abertura do 15º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (ENPJ) > Foto por Isabela Rocco

O que são as novas Diretrizes Curriculares? Elas têm como objetivo aproximar a metodologia do ensino à prática e formar um profissional com visão crítica Instituídas no dia 12 de setembro de 2013, pelo Ministério da Educação, as novas Diretrizes Curriculares têm como objetivo aproximar a metodologia do ensino à prática, e formar um profissional com visão crítica sobre a área de atuação. Para maior aproximação do mercado, os cursos obrigatoriamente passarão a ter 50% das aulas em laboratórios ou práticas. As universidades de todo o país têm o prazo de se adequar ao novo padrão até 2015. Uma das principais mudanças foi a “separação” dos cursos de Comunicação Social, ou seja, os cursos que ainda eram de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo ou Relações Públicas, por exemplo, passam a ser Bacharelado em Jornalismo e Bacharelado em Relações Públicas. As aulas são mais específicas para o curso escolhido desde o primeiro semestre ou ano e a carga horária dos cursos de Jornalismo aumenta

de 2700 horas para 3000 horas, uma vez que a hora-aula passa de 50 para 60 minutos. Dentre as alterações, as mais discutidas são o estágio, que passa a ser obrigatório para ambos os cursos, a carga horária e as alterações no Trabalho de Conclusão de Curso, que podia ser desenvolvido em grupo e passa a ser individual. Elaborada em 2009 por uma comissão de especialistas indicada pelo Ministério da Educação (MEC), e assinada pelo Ministro da Educação, Aloisio Mercadante, a proposta foi formulada a partir de uma consulta pública pela internet e três audiências públicas que contaram com a participação da comunidade acadêmica, profissionais, empresas do setor e representantes de entidades da sociedade civil. E tramitava no Conselho Nacional de Educação (CNE) desde 2010.


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COLUNISTAS

Balanço do Trio de Ferro

que errou, como fez com Adriano, dispensando-o quase que em um dejavu daquilo que pairava nossos pensamentos quando o “Imperador” chegou. Portugal até pode ter sido um bom técnico lá fora, mas aqui ele não tem estado bem. O próximo confronto do Furacão é contra o Vitória, domingo, às 16h, no Pituaçu. Torçamos não só para mais uma vitória do Rubro-Negro, mas também para que a ideia de colocar Petkovic no comando seja passada, porque, aí seria trocar seis por meia dúzia.

Atlético-PR O Furacão começou o Brasileiro com muita sorte, mais do que juízo. O time mal comandado pelo técnico Miguel Angel Portugal venceu o Grêmio com um gol achado de Dráusio e se viu durante os 90 minutos recebendo uma enorme pressão de um time pouco inspirado. O que não dá para saber é até quando essa sorte vai durar. Exemplo disso é Edérson, artilheiro do Brasileirão no ano passado, que passou em branco, assim como neste ano. Mas seria culpa dele? Ora, a bola não chega,

Coritiba O Coxa já incorporou o perfil de Roth ao que parece. Em um jogo feio e com poucas chances de gol, o time alviverde finalmente mostrou uma defesa consistente, principal falha do Coritiba quando era comandado por Dado Cavalcanti. Mas a consistência parou por aí. O meio e o ataque foram ineficientes. Jogando com quatro volantes no meio, o Coxa entrou em campo já abdicando da vitória. O próximo confronto é contra o Santos, às 18h30, no Couto. Um novo e melhor desafio para

Futebol Cervejeiro Lucas Karas

e quando chega é fruto dos insistentes chutões que a defesa pratica para ligar algum contra-ataque. Mas seria culpa da defesa? Ora, se não há quem faça a ligação no meio, ela se vê obrigada a tentar fazer essa função da forma como consegue. O Rubro-Negro precisa urgentemente de um meia de qualidade, assim como era e ainda consegue ser o Paulo Baier, dispensado por divergências com a presidência no ano passado. Além disso, é necessário ser humilde e admitir

a defensiva coxa-branca, e uma chance para o ataque alviverde mostrar que existe. Roth tem a fama de retranqueiro, mas afirma que não. É a sua vez de confirmar o argumento. Paraná Clube. Uma vitória, um empate e, de novo, a esperança de poder voltar à elite. É assim que está o coração dos tricolores nesse momento. O futebol parece bom, mas já apresentou algumas fraquezas ao não conseguir vencer o bom time da Ponte Preta. Espero, assim como toda a torcida Paranista, que tenha sido só um tropeço em um dia ruim. E que no final do ano comemoremos os três times da capital na Primeira Divisão. Cerveja A cerveja que indico para hoje é a Red Ale, da Bier Hoff. É uma Strong Ale, com presença marcante de malte, além de um amargor equilibrado e um teor alcoólico elevado (8,5%). A harmonização pode ser feita com carne bovina, suína e frango assado.

Punk para quem é punk Música rápida, simples, de tom crítico e revolucionário. Era totalmente o oposto da música do começo dos anos 70, com o rock progressivo, seus longos solos de guitarras, músicas que duravam dez minutos ou mais nas rádios. O movimento nos Estados Unidos foi bem representado pela banda Ramones. Eles começaram na casa noturna CBGB, onde faziam muitos shows de graça e rapidamente alastraram sua fama. Criaram o grande hino do punk “Hey ho, let’s go!”, e mostraram que a energia punk era de rebeldia, liberdade de expressão e simplicidade. O punk chegou à Inglaterra, que enfrentava sérios problemas econômicos e sociais que serviram de base de sustentação para criticar o governo, a injustiça, a padronização. Sex Pistols, banda inglesa formada no ano de 1975, tinha uma postura de crítica social, com destaque a música “God Save the Queen” atacando o conformismo social e a submissão á coroa.

O movimento punk tinha ideias anarquistas e foi criando afinidades com outras “tribos”, como os skinheads e até nazistas, o que foi duramente criticado pela mídia, mas divulgado de um modo padronizado, pois não eram todos que seguiam esses grupos, tinham punks que andavam com hippies, metaleiros, etc. No Brasil, o movimento aconteceu um pouco mais tarde, aliás, ficamos “sabendo” do movimento um pouco depois de ele ter surgido, devido à falta de meios de comunicação que divulgavam o punk. Na década de 70, estávamos na ditadura, os meios de comunicação eram censurados. O pós-punk deu origem a música gótica e indie, com temas ultra-românticos, obscuros, uma mistura do punk com literatura Simbolista, Romancista, mas com os mesmo padrões de uma música livre e sincera. Na década de 90,

What’s the story?

Maria Luiza Lago

houve o pop punk, com bandas como Green Day, The Offspring, Blink-182, que eram punks, mas já eram uma outra geração, com outras influências. O visual de calças rasgadas e jaquetas de couro pretas mudaram para bermudas folgadas, toucas e bonés. O punk está morto ou as pessoas só deixaram de se importar? Não é só escrever músicas de protesto. É fazer desse protesto uma concretização, como o que chegamos perto com as manifestações de Junho do ano passado pela tarifa do ônibus. Precisamos entender que para a sociedade mudar nós precisamos mudar ou nos conformar com a

enganação. Punk, de acordo com Kurt Cobain, vocalista da banda Nirvana, é liberdade musical, liberdade da dor, do sofrimento e do mundo externo. O punk faz nós olharmos para nós mesmos, para a nossa sociedade e nos faz questionar por que as coisas funcionam assim, por que obedecemos quem prometemos obedecer, por que devemos seguir o sistema quando não achamos justo, por que vemos tanta covardia e roubalheira e não fazemos nada, por que discriminamos pessoas com diferentes crenças e estilos de vida que o nosso.


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ACONTECEU NESTE DIA

Sigmund Freud abre o seu primeiro consultório Em 25 de abril de 1886, Sigmund Freud abre seu primeiro consultório como psicanalista em Viena na Áustria. Freud entrou na Universidade de Viena aos 17 anos. Entrou para a faculdade de medicina, onde seus estudos incluíram filosofia, fisiologia e zoologia. Em 1876, Freud passou quatro semanas na estação zoológica de Claus em Trieste, dissecando o sistema reprodutor masculino de centenas de enguias, num estudo que se revelou inconclusivo.

Graduou-se em medicina em 1881. Suas teorias e seu tratamento com seus pacientes foram controversos na Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. Suas ideias são frequentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.

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#PARTIU Happy Hour Sláinte Irish Pub Al. Presidente Tauney, 435, Batel, Curitiba. Fone: 3026.8701/8827.6609 Happy Hour: 18h às 21h Banda Arctic Monkeys (cover) Data: 25 de abril (sexta) Banda Two Door Cinema Club (cover) Data: 26 de abril (sábado) Entrada: até as 21h – free | depois das 21h – masc. R$24 fem. R$20 | depois das 00h – masc. R$29 fem. R$24 Sheridan’s Irish Pub Rua Bispo Dom José, 2315 – Batel, Curitiba. Fone: 3343.7779 Happy Hour: até às 20h Banda Milk’N Blues Data: 25 de abril (sexta) Banda RockAvengers Data: 26 de abril (sábado) Entrada: até as 21h - free | depois das 21h - masc. R$15 fem. R$8

Em Cartaz Inatividade Paranormal 2 Comédia > 86min > 16 anos Profissão de Risco Ação > 108min > 14 anos Copa de Elite Comédia > 99min > 14 anos

Cover do Arctic Monkeys no Sláinte Irish Pub Arctic Monkeys é uma banda britânica de rock formada em 2002, nos subúrbios da cidade de Sheffield, na Inglaterra. A banda é geralmente considerada parte da cena indie rock. Os Arctic Monkeys alcançaram o sucesso com seu segundo single, “I Bet You Look Good on the Dancefloor”, que alcançou o número um no UK Singles Chart. Seu álbum de estréia Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, lançado em janeiro de 2006, tornou-se o álbum de estreia vendido mais rápido na história da música britânica, ultrapassando Definitely Maybe do Oasis e continua a ser o álbum de estréia mais rapidamente vendido de uma banda no Reino Unido. O show no Sláinte Irish Pub conta com um cover da banda inglesa, tocando as melhores e mais conhecidas músicas, sem perder o estilo.

Poster de divulgação do Sláinte Irish Pub

Paródia brasileira sobre filmes brasileiros O policial Jorge Capitão (Marcos Veras) é um competente capitão do BOP e um ídolo brasileiro. Só que depois dele salvar de um sequestro o maior craque argentino, às vésperas da Copa, acaba virando o inimigo público número 1 da nação. Expulso da corporação e desacreditado pelo povo, Capitão precisa reaprender a trabalhar em equipe para evitar um atentado contra o Papa na final do torneio. É quando entra em cena a empresária de sex shop Bia Alpinistinha (Julia Rabello), um médium (Ben-

to Ribeiro) e sua mãe muito louca (Alexandre Frota). O alvo principal, como o próprio título denuncia, é Tropa de Elite. Criado a partir do capitão Nascimento de Wagner Moura, o Jorge Capitão de Marcos Veras possui o jeito sisudo e a convicção de que precisa combater o crime no Rio de Janeiro, custe o que custar, o que rende algumas piadas cínicas sobre a conhecida truculência policial.


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