Lona 885

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Ano XV > Edição 885 > Curitiba, 08 de maio de 2014

Veteranos ficam de fora da seleção da Copa do Mundo Foto: Arquivo UOL

Entre os jogadores cotados para compor a seleção, 23 ficam de fora; entre eles, vetaranos como Ronaldinho Gaúcho e Kaká p.3

EDITORIAL “A dona de casa foi linchada por cidadãos revoltados com uma denúncia de assassinato feita na internet.” p. 2

OPINIÃO

Lei das Calorias garante direito de informação do consumidor

Lei aprovada em 2013 assegura que informações nutricionais sobre alimentos servidos cheguem aos consumidores de forma clara p. 4

“Enquanto há alunosem ter água para tomar, 40% das escolas possuem internet de alta velocidade.” p. 2

#PARTIU Hugo Pena e Gabriel vem à capital paranaense para apresentação única na casa Shed Western Bar p. 6

COLUNISTAS Julia de Cunto “Audrey é sinônimo de elegância e bom gosto. Apesar de ter nascido em Bruxelas (Bélgica) numa família privilegiada, a atriz teve uma infância p. 5 traumática.”

Rodrigo Silva “Nesse rol da história, as injustiças se acumularam. A sociedade moderna trouxe consigo o Estado Democrático de Direito. Bem ou mal, avançou-se muito.” p. 5

LONA > Edição 885 > Curitiba, 08 de maio de 2014

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EDITORIAL

“Injustiça” pelas próprias mãos

Nesta segunda-feira (05), Fabiane Maria de Jesus (33), morreu em consequência de um espancamento sofrido no sábado (03). A dona de casa do Guarujá foi linchada por cidadãos revoltados com uma denúncia de assassinato feita na internet. Fabiane teve o azar de corresponder ao retrato falado apresentado na página. A história parece o desfecho trágico – porém óbvio - de um filme no qual a sociedade perde a noção do que significa um Estado Democrático de Direito.

O argumento utilizado por linchadores (e até mesmo por alguns representantes da mídia) para justificar a barbárie de seus atos é o mau funcionamento da justiça brasileira e a falta de punição dos criminosos. No Código Penal Brasileiro, exercer “justiça” por conta própria caracteriza crime (Exercício arbitrário das próprias razões). Sendo assim, nos casos em que pessoas são linchadas ou amarradas a postes, a lei é contrariada na tentativa de garantia de punição para quem deixou de cumpri-la primeiro.

No Brasil - como em todos os Estados democráticos contemporâneos - a política e organização do Estado são divididas entre três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Apesar de não ser perfeito, esse é o sistema presente na Constituição Brasileira. Cabe ao Poder Judiciário (o mais antigo dos três poderes) assegurar que as leis criadas pelo legislativo sejam cumpridas.

Entre outras coisas, essa divisão tem o objetivo de garantia do respeito aos direitos fundamentais da população. Nem mesmo o Judiciário pode aplicar a pena de morte no Brasil, uma vez que esse tipo de punição não é previsto em nossa Constituição. Se insatisfeitos com as leis e sua aplicação, os brasileiros podem (e devem) manifestar esse descontentamento. Esse é o princípio da democracia. É preciso, porém, que esse princípio seja respeitado em todas as esferas. Todos conhecem de cor o jargão “inocente, até que se prove culpado”. Quem acusa deve provar a culpa - e não o contrário. Quando provada a culpa, o infrator deve ser punido conforme determina a lei.

Esse princípio não foi aplicado para Fabiane Maria de Jesus. Infelizmente, para seus algozes, bastou que ela se encaixasse no retrato falado.

Falado por quem?

OPINIÃO

Seis mil unidades Bruna Karas

No dia 18 de abril, o movimento Todos pela Educação divulgou os resultados de um estudo sobre os itens de infraestrutura básica presentes nas escolas públicas brasileiras. O levantamento, feito para o Observatório do Plano Nacional de Educação, com dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2013, obteve resultados assustadores.

A meta número 7 do PNE é assegurar que todas as escolas públicas de educação básica contenham os seguintes itens: água tratada, saneamento básico, energia elétrica, acesso à internet de alta velocidade, acessibilidade à pessoa com deficiência, bibliotecas, espaços para prática esportiva, acesso à bens culturais e à arte, e equipamentos e laboratórios de ciências.

No total, são cerca de 150 mil unidades escolares. Deste número, apenas míseros 4,2% contam com todos os itens descritos no Plano. O percentual corresponde a pouco mais de seis mil escolas.

Ou seja, 144 mil unidades não oferecem aos alunos a estrutura básica para que eles possam estudar. A rede de esgoto sanitário só cobre 35,7% das escolas. Aproximadamente 12 mil unidades não possuem água de rede pública ou filtrada, e oito mil não têm energia elétrica. Somente 28,9% das escolas possuem uma biblioteca, e 8,1% contam com um laboratório de ciências.

O item que mais cresceu, isoladamente, foi a banda larga. Isso mesmo. Enquanto há alunos indo para a escola sem ter água para tomar, 40% das escolas possuem internet de alta velocidade. Em quatro

Expediente Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto

anos, o número percentual de escolas que atendem aos índices mínimos subiu um ponto. Em 2009, eram 3,06%. Desde então, cerca de mil escolas passaram a contar com esses itens básicos. Mas os investimentos não foram uniformes. O Sul e o Sudeste foram as regiões que mais ampliaram os números de unidades com infraestrutura adequada. A região centro-oeste tem 3,92% de unidades adequadas. As menores taxas foram registradas no Norte (0,45%) e Nordeste (1,3%), locais em que o

crescimento também foi mínimo.

O número mais absurdo não é nenhum desses. Em 2013, 14,75% das unidades contavam com banda larga mas não possuíam rede de esgoto. Desde 2009, o crescimento foi de apenas quatro pontos percentuais neste item. Talvez seja mais importante acessar a internet do que prevenir as doenças que um esgoto descartado incorretamente traz. Ou ter água potável. Ou energia elétrica.

Ilustração: Karolis Strautniekas

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Carolina Justi, Kawane Martynowicz e Luiza Romagnoli Editorial Lis Claudia Ferreira

Curitiba, 08 de maio de 2014 > Edição 885 > LONA

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Felipão não convoca veteranos para seleção da Copa 2014 Depois de serem cotados e terem seus nomes muito votados em enquetes, jogadores acabam ficando na lista de espera Bruno Henrique

Uma média de 23 jogadores que foram escalados ou tiveram o nome sondado, aguardavam, com expectativa, serem convocados, porém não foi dessa vez.

A espera pela lista dos convocados para a Copa do Mundo finalmente chegou ao fim. Nomes como Ronaldinho Gaúcho e Kaká acabaram de fora na preferência da comissão técnica.

Atrás, quem ficou de fora foi o goleiro Diego Cavalieri (Fluminense). Por ser muitas vezes chamado para compor o banco de reservas da equipe canarinha, o goleiro disputava com Victor (Atlético-MG) a terceira vaga, porém o goleiro do galo mineiro ganhou desta vez. Outro que foi sondado, mas nunca foi convocado é o goleiro do Cruzeiro, Fábio, esse, de fato, não tinha muita confiança em ser convocado, mesmo estando em um bom momento na carreira.

Entre os atletas mais cotados para serem chamados como quarto zaguei-

ro, figuravam nomes como Miranda (Atlético de Madri), Marquinhos (PSG), Réver (Atlético-MG), Dedé (Cruzeiro), e Henrique, do Napoli da Itália. Quem abocanhou a última vaga foi Henrique .

Outros jogadores que nos últimos dias vêm se destacando, e não foram chamados, foram o lateral esquerdo Filipe Luís (Atlético de Madrid), a opção de canto do campo ficou para o Maxwell do PSG; e o jovem meio Campo Phillipe Coutinho (Liverpool) que é destaque no time inglês, mas também não teve seu nome relacionado. Até o meia do Milan Kaká esperava a oportunidade. Outros laterais que tiveram chance com Felipão foram, Rafinha (Bayer de Munique) e Adriano (Barcelona), porém, como não supriram as expectativas, perderam a possibilidade de disputar a copa com a amarelinha.

Um dos volantes que acabou perdendo espaço, por causa de uma contusão que o tirou por um bom tempo das quatro linhas, mas tinha chances de convocação foi Lucas Leiva do Liverpool.

Quem também esperava a oportunidade de disputar a vaga foi o Jean do Fluminense, ambos ficaram fora da lista. Atleta que era promessa para a copa, Lucas do PSG, perdeu espaço na seleção ao longo do tempo, pois como não vem tendo destaque na equipe francesa, principalmente por jogar ao lado de craques como Zlatan Ibrahimovic e Edinson Cavani, acabou não se tornando a referência que ele era no São Paulo.

Detalhe da camisa da seleção brasileira na Copa de 2014 > Foto: Reinaldo Canato (UOL)

Falando da equipe paulista, Paulo Henrique Ganso, também perdeu sua vaga, mesmo sendo considerado na época de Santos melhor

O técnico da seleção brasileira, Felipe Scolari > Foto: Assessoria CBF

do que Neymar, mas após várias contusões caiu de rendimento e junto com isso parou de ser chamado pra vestir a amarelinha.

Dois dos melhores jogadores, que foram destaques no ano passado, principalmente no brasileirão, Everton Ribeiro (Cruzeiro) considerado o craque do campeonato 2013, e Ronaldinho Gaú-

“Vou com esta seleção até o inferno.” cho (atlético-MG), principal nome na campanha campeã na Libertadores da América, nem chegaram perto de ter seus nomes citados. Dentre os atacantes a maior surpresa foi à ausência de Robinho (Milan), que já tinha até figurinha no álbum da copa. Ficaram fora da lista, ainda, Luis Fabiano (São Paulo), Alexandre Pato (Corinthians), Alan Kardec (assinando com o São Paulo), Leandro Damião (Santos) e Diego Tardelli (Atlético MG).

Ao todo mais de 23 jogadores, entre outros nomes que já participaram das escalações - ou rumores - para a se-

leção não vão participar da copa do mundo no Brasil, sonho de muitos, chance de poucos.

A última esperança fica para a próxima terça-feira, pois Felipão vai convocar mais sete jogadores, que ficarão à disposição caso haja cortes. Porém, o técnico da seleção durante a coletiva do anúncio já disse: “começo a trabalhar dia 26, mesmo que tenha alguma coisa no início do nosso treinamento, ainda podemos chamar outros jogadores.

Não compartilho dessa ideia (de convocar 30 jogadores) e depois cortá-los”.

Dentre os sete, Felipão vai chamar um goleiro, um zagueiro, dois meias e dois atacantes. Se acontecer um imprevisto, o técnico diz que se tiver que chamar alguém até o dia 2, não necessariamente será daqueles sete, e até brincou falando que existe a possibilidade dele chamar mais de dez mil jogadores brasileiros em todo o mundo.

Mesmo com críticas para algumas das opções de convocação, Felipão é firme e confia em sua equipe, “Vou com esta seleção até o inferno”. Apenas 6 dos 23 convocados já disputaram uma copa.

Para ajudar “os novatos” Felipão conta com a sua experiência e a da comissão técnica, além de convidar alguns excampeões mundiais para darem palestras e ajudarem na preparação para o Mundial.

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GERAL

Lei das Calorias, criada em 2013, caminha a passos lentos Lei que exige maiores informações sobre os alimentos servidos em estabelecimentos alimentícios ainda não é cumprida pela maioria Bruno Catini de Lima

A Lei das Calorias aprovada em maio do ano passado pelos deputados estaduais estabelece que restaurantes, hotéis, lanchonetes, fastfoods, entre outros estabelecimentos do ramo alimentício divulguem no seu cardápio, com a orientação de um nutricionista, a quantidade de calorias dos alimentos servidos, e se há presença de glúten e/ ou lactose no prato pedido pelo cliente.

Depois de aprovada a lei, as empresas tiveram o prazo de 180 dias para se adequarem à nova legislação. Esse prazo expirou em novembro. Após todo esse tempo para a realização das adequações necessárias, a reportagem do LONA visitou a praça de alimentação de um dos shoppings mais movimentados de Curitiba, e uma balada aos redores do bairro Batel, para conferir se a nova lei está sendo cumprida.

A advogada do PROCON, Cila Santos, explica a importância da nova lei para a população, “há consumidores que não podem, por motivos de saúde, consumir glúten, como também lactose. A falta de aviso sobre o conteúdo dos alimentos pode causar danos à saúde desses consumidores. A lei, então, veio para que os estabelecimentos façam e cumpram o direito de informação que cabe aos consumidores quando aquirem um produto”. Ela ressalta, ainda, que o levantamento de dados sobre as calorias e presença de glúten ou lactose deve ser realizado por um profissional de nutrição devidamente habilitado. “A lei estabeleceu que essas informações devem ser assinadas por um nutricionista”, explica.

deve procurar seus direitos. “Se os consumidores forem em um desses estabelecimentos, e verem que os mesmo não estão de acordo com a nova legislação, podem fazer a denúncia ao PROCON, pelo Call Center 0800 41-1512, ou comparecer no local”, explicou.

Informações sobre glúten e lactose são importantes para quem, por motivos de saúde, não pode consumir as substâncias > Foto: Bruno Catini de Lima

ficia principalmente aquelas pessoas que sofrem com a doença celíaca, condição na qual o indivíduo não pode fazer a ingestão de glúten. “No caso dos celíacos, há sempre uma insegurança sobre a presença de glúten ou não em determinada preparação oferecida nos restaurantes. O mesmo acontece com a lactose”. A especialista também destaca o papel do nutricionista no levantamento divulgado no cardápio: “o profissional da área de nutrição está apto a planejar, elaborar e avaliar os cardápios, adequando-os à legislação.

O mais importante é disponibilizar as informações de forma clara e completa para os consumidores”, conta.

“A lei veio para que se cumpra o direito de informação.”

A nutricionista Maria Rosi Galvão aprova a medida, pois, segundo ela, bene-

Embora seja evidente sua importância, muitos locais em Curitiba não estão de acordo com a nova legislação. Dos seis lugares visitados pela nossa equipe, apenas uma grande rede de fastfood no shopping trazia todos os dados exigidos. Foi possível notar no cardápio, com um círculo em amarelo, os valores

nutricionais e a presença de glúten e/ ou lactose nos sanduíches, e nos pratos prontos servidos pela franquia.

O professor de Educação Física Marcos Lima, 22, é a favor da nova regra.

“Como me preocupo muito com minha saúde, é importante saber o que estou consumindo, o valor calórico disso tudo, inclusive”. Ele ainda declara que nunca observou esses critérios nos lugares que geralmente frequenta. “Até então nunca tinha visto esse tipo de informação, principalmente onde costumo ir, agora vou ficar mais atento nos cardápios por aí”, finaliza.

Ainda segundo a advogada do PROCON, até o momento não foi constatada nenhuma reclamação em relação à Lei das Calorias, mas ela orienta que, caso se constate o descumprimento da nova lei, o cliente

A aposentada maria José Teixeira, de 62 anos, ficou sabendo da lei recentemente por meio de seu neto. Por seguir uma dieta à risca, Maria ficou bastante satisfeita com a proposta. “Eu sigo certinho as instruções do meu médico, ele me passa receitas nas quais indica a exatamente a quantidade de calorias que devo consumir todos os dias.

E quando vejo no restaurante a quantidade certa, ajuda muito. Pena que ainda são poucos os restaurantes que vou que seguem essa regra”, afirmou.

Ainda que poucos estabelecimentos sigam a nova regra, é preciso ressaltar que o descumprimento da lei estadual poderá custar caro no bolso do empresário. Caso a empresa venha a ser denunciada pelo cliente ao PROCON, a nova legislação prevê punições administrativas, bem como a perda da inscrição estadual, e até mesmo uma multa que pode ter seu valor variado entre R$ 470,00 e 3 milhões de reais.

Um dos poucos cardápior encontrados que indicava a ausência de glúten e lactose > Foto: Bruno Catini de Lima

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COLUNISTAS

Poética Emblemática Julia de Cunto

Audrey Hepburn A menina raquítica foi descoberta , em 1951, pela escritora francesa Colette que imediatamente a escalou para a peça “Gigi”, na Broadway. Em seguida, encantou a todos com protagonista em “A Princesa e o Plebeu ” (1953), que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, e aqueceu corações em “Sabrina” (1954), como a jovem filha de um chofer que tem a oportunidade de estudar em Paris.

De “Cinderela em Paris” (1957) adiante, Audrey Hepburn insistiu que todos os

seus figurinos fossem de Hubert de Givenchy. “Suas roupas são as únicas que me fazem sentir que eu sou eu mesma”. Também pudera: Audrey é sinônimo de elegância e bom gosto. Apesar de ter nascido em Bruxelas (Bélgica) numa família privilegiada, a atriz teve uma infância traumática: após o difícil divórcio dos pais, mudou-se para a Holanda (ocupada pelos nazistas), aonde sofreu de desnutrição como estudante de balé. Quando a guerra acabou, ela e a mãe se mudaram para a Inglaterra, onde passou a trabalhar como mode-

lo fotográfica e corista. Hepburn tinha uma beleza autêntica. Sorriso largo, sobrancelhas grossas e bem desenhadas e olhos grandes, daqueles que hipnotizam.

Em 1961, estrela o filme pelo qual seria eternamente lembrada: “Bonequinha de Luxo”, adaptação do romance de Truman Capote. Em meio a tantas premiações e relacionamentos turbulentos, seu maior sonho era o de ser mãe. Após 5 abortos, descobriu-se grávida. Em janeiro de 1969, nasceu Sean Hepburn Ferrer, filho de Mel Ferrer. O relacionamento com Mel não durou e logo após o divórcio, Audrey casase com o psiquiatra Andrea Dotti. Em 1970, nasce Luca Dotti, segundo filho da atriz. Os rumores insinuavam que Dotti mantinha casos extraconjugais, e o casamento também não resistiu.

Cinco indicações ao Oscar… e cinco abortos. Duas estatuetas… e dois casamentos fracassados. Custa acreditar que uma das mulheres mais adoradas por tantas gerações tivesse tanto azar

em sua vida pessoal. Nossa heroína romântica teve uma vida cheia de carências afetivas que só foram suprida pelas causas humanitárias: no fim da década de 80, Audrey é nomeada Embaixatriz da Boa Vontade pela UNICEF. Reconhecida por seu trabalho, ganhou diversos prêmios humanitários. Foi a celebredidade pioneira a apoiar a UNICEF e a ser reconhecida pelo trabalho em prol da infância.

Lembramos de Audrey Hepburn parada na porta da Tiffany’s, na Fifth Avenue, em NY, com um bagel na mão, luvas de ópera pretas — além dos óculos de sol Wayfarer, uma tiara brilhante enfeitando o coque banana e o tubinho preto de cetim, assinado por Givenchy.

Mas a delicadeza deslumbrante dela nas telonas tinha um revés preocupante na vida real. E essa sensibilidade tão apurada é qualidade de poucos. O seu legado para a moda, para o cinema, e para a humanidade seguem como uma das maiores referências de história de vida, de luta pelas causas humanitárias e de beleza — interior e exterior.

A barbárie vai às ruas O linchamento em praça pública ocorrido no Guarujá em São Paulo alerta para uma era de barbárie, semelhante aos períodos inquisitórios vividos durante a Idade Média. A ideia de se fazer justiça com as próprias mãos ultrapassa todos os limites mínimos de civilidade e coloca em xeque a sociedade que aí está e que se gaba de avanços conquistados.

Mas a sociedade do horror não caminha sozinha. Insuflada pela imprensa conservadora, a massa vai às ruas vingar-se daquilo que julga não possuir. E o resultado é uma completa reversão de valores que deixam de lado as conquistas outrora certificadas.

Desde o começo do ano, veio à moda nas ruas do Brasil os Tribunais inquisitórios. O que se vê é um julgamento aos moldes medievais. Não há a presunção de inocência. Por decisão popular, escolhe-se o réu. Culpado ou inocente seu destino já está traçado. É

uma espécie de caça às bruxas, como o caso da moradora do litoral norte de São Paulo, espancada até a morte nas ruas da cidade do Guarujá.

Qualquer semelhança com o medievo não é mera coincidência. À época, quando uma mulher era acusada de bruxaria, nada adiantaria. Se confessasse, seria queimada, a fim de que sua alma fosse purificada; se negasse, era porque o pacto com o demônio era tão forte que ela resistia até as torturas impostas pelos inquisidores católicos. Ou seja, seu destino estava traçado. Não havia salvação. Frase que, hoje, funciona quase como um mantra à classe média brasileira quando precisa falar de responsáveis por atos violentos.

Pensar na causa do problema é muito complexo.

Nesse rol da história, as injustiças se acumularam. No entanto, isso ficou no passado. A sociedade moderna trouxe consigo o Estado Democrático de Di-

Geni e o Zepelim

Rodrigo Silva

reito. Bem ou mal, avançou-se muito.

A garantia da integridade física e os direitos humanos foram arduamente conquistados. Os cidadãos ditos civilizados foram se afirmando e ganhando espaço no meio social. Mas o que se vê em cena agora são atos descabidos, cujo único objetivo é o da vingança. Há de se concordar que temos fraquezas em diversos serviços prestados pelo Estado, e a Justiça figura entre os principais. Todavia, é preciso buscar outros caminhos. Alternativas que permitam ao cidadão ter o direito a plena defesa.

In dubio pro reo. Não nos esqueçamos!

Ante toda balbúrdia dos “justiceiros”

não é possível esquecer-se da imprensa. Há poucos meses, fomos expostos aos comentários de “âncoras” que se veem no direito de – mascarado na velha bengala da liberdade de imprensa – palpitar e incitar a violência sem temer o quão amplificado se tornam esses comentários. Esses ditos formadores de opinião em parte têm culpa desses absurdos. Afinal, diariamente, vociferam contra as instituições democráticas como se isso fosse uma simples brincadeira. A liberdade de imprensa e de opinião não pode se sobressair aos direitos básicos constitucionais.Do contrário, o fim será o retrocesso visto.

LONA > Edição 885 > Curitiba, 08 de maio de 2014

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ACONTECEU NESTE DIA

Químico francês Lavoisier é guilhotinado Em 8 de maio de 1794 Antoine Lavoisier é guilhotinado durante a Revolução Francesa.

Lavoisier foi um químico francês, considerado o pai da química moderna.

Ele é reconhecido por ter enunciado o princípio da conservação da matéria, apesar de o russo Mikhail Lomonossov tê-lo feito 14 anos antes. Além disso, identificou e batizou o oxigênio, refutou a teoria flogística (que diz que diz que os corpos combustíveis

possuiriam uma matéria chamada flogisto, liberada ao ar durante os processos de combustão) e participou na reforma da nomenclatura química.

Célebre por seus estudos sobre a conservação da matéria, mais tarde imortalizado pela frase popular: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Ele viveu na época em que começava a Revolução Francesa, quando o terceiro estado (camponeses, burgueses e comerciantes) disputavam o poder na França.

Lavoisier e sua esposa Marie-Anne Pierrette Paulze > Pintura: Jacques-Louis David > Encontrada no Metropolitan Museum Of Art > Domínio Público

#PARTIU Em Cartaz Getúlio Biografia > 100min > 14 anos O Espetacular Homem-Aranha 2 Aventura > 142min > 12 anos Amante a Domicílio Comédia > 90min > 14 anos Entre Vales Drama > 80min > classificação não divulgada

Shows Hugo Pena e Gabriel Local: Shed Western Bar R. Bispo Dom José, 2258 / Batel Ao lado do Taj Bar Horário: 23h Fone: 3079.6151 Entrada: masc. R$70 inteira > R$35 meia-entrada fem. R$35 inteira > R$17,5 meia-entrada

Exposição Do encontro ao abandono – por Ana Godoy Local: Centro de Criatividade – Sala de Exposição Data: até 11 de maio > Horário: das 9h às 21h (segunda a sexta-feira) e 9h às 12h e 13h às 16h (sábado e domingo) Informações: (41) 3313-7192 > Ingresso: gratuito Palestra com Pedro Moreira: Data: 9 de maio (sexta-feira) > Horário: 14h30 Inscrições gratuitas feitas pelo telefone 3313-7191 e 3313-7192 ou pelos e-mails rribas@fcc.curitiba.pr.gov. br e apires@fcc.curitiba.pr.gov.br.

Hugo Pena e Gabriel vem a Curitiba para show A dupla conhecida por músicas como “Cigana”, “Estrela”, “Fora do Eixo” e “Robin Hood da Paixão”, tem muita história antes de Curitiba Responsáveis por sucessos como “Fora do Eixo” e “Mala Pronta” - tema da novela “A Favorita “-, Hugo Casciano Pena e Emerson Campos (o Gabriel) tornaram-se importantes protagonistas do movimento Sertanejo Universitário na música brasileira. E após um breve período de separação, trabalham para voltar com tudo aos palcos e principais festivais de música do país. A história da dupla começou há 10 anos em uma boate em Maringá - Paraná, onde Hugo Pena cantava sozinho e teve um problema nas cordas vocais. Durante sua recuperação, o dono da casa noturna chamou o Gabriel para substituí-lo. Com a volta do Hugo à ativa, os músicos se conheceram e resolveram formar a dupla que passou a lotar a casa todas as noites e a atingir um grande sucesso regional.

Em 2004, Hugo Pena e Gabriel lançaram o primeiro álbum acústico e, em 2006, lançaram o primeiro DVD “Ao vivo em Colorado”. O segundo DVD, pelo qual os artistas ganharam projeção nacional em razão da musica “Mala Pronta” tocar na novela da Rede Globo, foi gravado em 2009 em Maringá, sendo um dos DVDs

A dupla sertaneja: Hugo Pena e Gabriel > Foto: Divulgação

pioneiros da geração do Sertanejo Universitário. Em 2009, foram considerados uma das 3 melhores duplas do gênero, ao lado de “ Jorge e Mateus” e “João Bosco e Vinícius”. Em 2010, a dupla gravou seu mais recente DVD em Curitiba: “Estrela”, que teve participação do cantor Zeze Di Camargo entre outros convidados. Em 2011 diante de uma série de questões envolvendo a gestão de seus shows, a dupla acabou se separando.

Agora prometem voltar com tudo!